Depois da breve despedida das selecionadas no Acampamento, quadrigas prateadas, um pouco mais espaçosas do que o normal, para caber quatro pessoas, e puxada com Pégasos em vez de cavalos normais, buscaram as selecionadas para as levarem ao Olimpo.

POV Caroline Vampirine:

Na minha quadriga, havia mais três garotas, uma que, assim como eu, também filha de Ares, porém totalmente ao meu contrário, uma garota muito alegre e uma outra que parecia ser legal, mas não sei. O nome dela era Valentina Croft.

Eu estou indo para a Seleção, e espero que lá não seja cheio de mimimi, como sempre foi o meu mundo, até a minha mãe, uma empresária mais preocupada com o fato de eu estragar o emprego dela com as confusões que eu arrumava do que comigo, me mandar para um orfanato. O que aconteceu depois? Fui atacada por uma fúria, fui para o Acampamento e agora estou aqui, indo para a Seleção. Obrigada mãe, pensei.

Balancei a cabeça e deixei o vento balançar os meus cabelos ruivos. O céu estava de um azul muito vivo, e algumas nuvens brancas passeavam no céu, e apesar da nossa velocidade, o vento não estava forte.

Seleção, prepare-se, estou chegando.

POV Valentina Croft:

Xinguei a coisa toda mentalmente. Não que eu estivesse com medo da viagem, afinal, já fui de Tóquio para França, já embarquei em uma viagem num cruzeiro onde parei numa ilha cheia de pessoas loucas que tentaram me matar e, pelo visto, sobrevivi. Não, eu só xinguei porque, é, faço isso.

Em que direção estávamos indo? Acho que para o Leste. Isso me faz lembrar de um sonho meu, onde um homem muito pálido dizia “Para o Leste”, apesar de eu nunca ter entendido isso.

Poderia ter começado uma conversa, provavelmente faria com uma garota aqui da minha quadriga, alguém chamada Caroline, mas a minha voz, rouca e vazia, assustaria ela, o que seria muito legal.

Dei de ombros. O que será que a minha mãe, uma arqueóloga, estaria achando dessa essa minha viagem? E o meu pai, Kratos? Ah, quer saber? Estou xingando mentalmente de novo.

Só espero que tenha videogames no Olimpo.

POV Annabelly Grey:

Fecho os olhos e me apoio totalmente no meu assento. Fico pensando como será a Seleção.

Para muitos, seria mais fácil fazer amizades com uma meio irmã, mas eu não pareço nada com a minha irmã também selecionada. Ou melhor, não pareço com nenhuma irmã ou irmão meu. Sou uma filha de Ares diferente do meu pai, sou elétrica, animada, adoro cantar e dançar!

Talvez eu não seja a melhor companhia para filhos de Ares, mas para os meus amigos, sim. E quantos são, afinal vivo fazendo amizades.

Ajeito o meu corpo, que, na minha opinião, está na medida certa, nem alto nem baixo, magro e sem muito corpo. Talvez eu me dê bem com o príncipe, ambos moramos em Nova Grécia, o que, pelo menos, é algo em comum.

Comemorando mentalmente.

Esqueço tudo isso e penso em algo bom, como bolo de chocolate com cobertura de morango.

POV Summer Hope Collier:

O céu estava de um azul claro, sem nuvens, e um Sol escaldante, e imagino se isso seria obra da minha mãe Hemera. Talvez.

Será que no Olimpo os deuses menores vão para lá? Espero que sim. Sei que isso nunca vai acontecer, mas quem sabe eu encontre a minha mãe? Sou esperançosa e, afinal, esperança é literalmente o meu nome do meio.

Mesmo sendo lindo o dia e tudo o mais, ainda estava quente, então uma água de coco cairia bem. Isso me lembra os velhos tempos, quando eu ainda vivia com o meu pai.

Esse é um dia perfeito para ir a praia, e provavelmente o meu pai, Christian, estaria na praia perto da nossa casa. Agora, mais do que nunca, eu queria poder desfrutar da sua superproteção, do seu carinho, e queria realmente poder estar com ele, mas sei que isso não é possível.

POV Ariel Micchelynes:

Mexi e remexi no meu colar, que tem uma chave simples, presente da minha mãe Hecate. O significado? Nunca compreendi. Espero que dê tudo certo, eu acho.

As mangas da blusa do Acampamento ocultaram uma marca minha, de novo. Antes de descobrir quem eu realmente era, sempre era motivo de chacota por causa dessa marca, mas depois eu resolvi deixar ela sempre a mostra.

Joguei para trás os meus cabelos loiros ondulados, misturando-os ao vento e ao céu azul. Quem imaginaria isso? Antes, eu, uma órfã que nunca foi aceita pelas outras crianças, fui adotada apenas ao sete anos e, aos treze, atacada por uma Quimera na mesma época que a minha mãe adotiva estava grávida, e no ataque senti minha marca queimar e vou, do nada, para montanhas, onde minha mãe verdadeira explica quem eu sou.

Pensei por um momento em falar com as garotas da minha quadriga, mas, por ora, não sei.

É, eu sou mesmo muito quieta e tímida.

POV Clary Sidher:

Pego o meu arco-e-flecha e analiso-o. Sou boa com essa arma, apesar de ser melhor em controlar os sonhos das pessoas, afinal, sou uma filha de Morfeu.

Antes, eu era a esquisita que via coisas que ninguém mais via, e agora, eu sou uma entre as trinta e cinco selecionadas onde uma vai virar noivas de um filho de Zeus, ou melhor, do filho de Zeus, virar princesa da Nova Grécia e que ainda passaria a Seleção no Olimpo.

Pensei nos deuses, e no Olimpo, e em Nicolas. Meros pais mortais levariam os seus filhos a psicólogos se estes lhe dissessem que pensavam isso. Minha mãe, uma psicóloga, apenas encararia isso com indiferença.

Sinto que sou como o vento: livre. Um espírito livre é capaz de voar, mas sinto que ainda não vou poder voar, talvez em sonhos. Sonhos são capazes de brotas ideias nos corações. Mas um espírito livre vem como o vento.

POV Anna Sunshine:

Eu estava indo para o Olimpo, embarcando numa quadriga junto com outras três garotas.

Uma delas era uma filha de Hecate, como eu, mas eu realmente sou muito fria. Isso depois de Quione congelar o meu coração e matar o meu pai, Harry, porque ela perdeu ela para mamãe. Imagino como as deusas podem ser sentimentalistas em relação aos mortais. Ela até poderia ter achado que eu morri ou algo assim, mas apenas fiquei com os seus poderes. Será que posso arriscar algo mais?

E o resto me fez ser fria. O orfanato. O meu pai adotivo. Meus roubos que eu tive que fazer para viver. A fúria que me atacava. Isso até eu descobrir a minha verdadeira origem.

Mas a minha mãe foi solidária: veio até mim e me disse como descongelar o meu coração, como quebrar a maldição, e isso, apenas com o amor verdadeiro, e espero que ele esteja na Seleção.

Ou talvez, não espero.

POV Estela Walter:

Dizem que pessoas do campo são diferentes de pessoas da cidade. Mas será que pessoas do campo são diferentes de pessoas do Olimpo? Acho que sim. E também acho que pessoas da cidade também são.

Só espero não me diferenciar muito, mesmo eles sendo deuses e eu uma simples semideusa. Mas não deveria me preocupar tanto, afinal, é o Olimpo, provavelmente lá terá lugares como o campo, e eu finalmente poderei me sentir em casa. Claro, lá não terá meus tios nem a sua fazenda, mas me sentirei em casa.

Ora, mas por que os meus tios, e não os meus pais? Bem, primeiro que a minha mãe é uma deusa, Hebe, então vivo longe dela e nem a conheço. E o meu pai morreu em um acidente. Típico da vida de semideuses: difícil e sofrido.

Será que tem cavalos em que eu possa cavalgar no Olimpo?