— Coloca a mesa mais para a direita! – Carolina gritou.

            As Selecionadas estavam dando o ajuste final na festa de recepção de Larissa e Heitor. Cada uma ficou responsável por algo e Carolina era a encarregada de cuidar do posicionamento de mesas, cadeiras e outros.

            - Aqui está bom? – Um dos sátiros que a ajudava perguntou.

            - Ótimo – ela sorriu satisfeita. – Essa foi a última mesa, dispensados, pessoal. Beatrice, já pode colocar os pratos com comida na mesa.

            - Obrigadinha – Beatrice respondeu, com o seu sorriso resplandecente. – Garotas, podem colocar aqui?

            Duas ninfas que traziam carrinhos com comida colocaram os pratos na larga mesa de madeira.

            - Tris, acho que seria melhor eu conferir se a comida está realmente boa – Carol disse, se aproximando. – Só por garantia, vou comer alguns dos aperitivos que você escolheu.

            - Na-na-ni-na-não! – A filha de Poseidon e Gaia cruzou os braços. – Vai ter que esperar até a festa começar, assim como os outros. Aliás, eu já provei, só por “garantia”.

            Carolina deu língua para ela, mas riu.

            - Está tudo bem aqui, meninas? – Jéssica perguntou. Ela era a responsável por coordenar o trabalho das demais e ver se alguém precisava de ajuda.

            - Pode relaxar, Jéssica – Tris disse. – Não vai acontecer nada errado.

            - Eu sei, mas é o meu trabalho. E nada de vocês duas aprontarem, estou de olho, hein – Jéssica falou com falsa seriedade, fazendo as outras rirem.

            A filha de Atena saiu para conferir, sendo acompanhada pela sua aliada Beatrice.

            - É tão bom ver todas se dando tão bem, não é? – Bianca surgiu ao lado de Carolina com um sorriso.

            - Muito. E adorei a decoração! Essas flores são tão lindas – ela apontou para as flores em um tom escuro de rosa em jarros ou penduradas nas paredes.

            - São mesmo. Elas são bouganvilles, flores originais da Grécia. Escolhi elas justamente por causa disso.

            - Se prepararem – Charlote entrou no meio das duas. – O duque Heitor e a marquesa Larissa estão chegando, assim como os convidados.

            - Ah, sim – Carol disse e juntamente com Bianca, foi para a formação em linha reta que as outras Selecionadas faziam.

            Charlote deu uma última conferida preocupada na iluminação – a sua responsabilidade – e as seguiu.

            Assim que Larissa e Heitor entraram vestidos com roupas de seda, seguidos por Helena, Nicolas e Sofia, Ashley, a “apresentadora” deu um passo para frente.

            - Queremos dar as boas vindas a marquesa Larissa e ao duque Heitor – a voz alta e clara, como a de uma líder. – Sabemos que sofreram acontecimentos terríveis – ela deu uma pausa em respeito aos falecidos –,mas queremos que possam desfrutar ao máximo a sua estadia no Olimpo. Por isso, aproveitem essa festa feita especialmente para vocês!

...

            Era escuro e frio aquele quarto de pedras negras, mas o homem não se importava. Não era como se sua alma fosse mais iluminada ou seu coração mais quente.

            Ah, sim. Tudo estava ocorrendo como o planejado dele... Quer dizer, deles. Por enquanto, claro, até ele conseguir obter todo o poder que desejava e poder se livrar daquele incômodo irritante que, infelizmente, era necessário.

            - Aí está você! – Ela entrou no ambiente, depois torceu o nariz. Detestava aquele cheiro de fungo e coisas velhas. – Como está a situação?

            - Ótima – respondeu, a voz rouca e grave como sempre. – O nosso plano é infalível, principalmente por termos um espião trabalhando por vontade própria.

            - Mais ou menos – a outra observou, mas apenas deu de ombros. – Apesar de que o acho irritante.

            - Irritante é você, usando o corpo de uma garota para permanecer nesse mundo. Saiu da onde, fantasminha? De um filme de terror?

            Ela o lançou o seu melhor olhar de raiva.

            - Não é minha culpa se não sou imortal como você. Além do mais, Caroline Vampirine não foi uma escolha tão ruim assim. Claro que ela fica lutando pra voltar ao controle, mas fazer o que se preciso dela? Pelo menos me sinto jovem de novo.

            O homem apenas bufou, irritado. Por que mesmo essa pessoa que pensava em coisas tão medíocres como juventude era a única que podia ajudá-lo?

            - Faça como quiser, desde que não me atrapalhe – ele se virou para ela, os seus olhos tão escuros e profundos quanto as trevas. – Entendeu, Thaís?