A Coroa Olimpiana - Interativa escrita por not found, Candy Blue


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/548317/chapter/3

Havia muita fumaça no local, e certa tensão na atmosfera. Tudo o que Nicolas conseguia ver era a figura de um homem sentado, frente a uma mulher também sentada. Mas eles não o viam.

– Thaís... você será traída pelo seu marido. – Falou o homem, num sussurro quase inaudível.

– Com quem? – A mulher perguntou, a voz alta e forte.

– Com uma mulher do campo, que... é, uma mulher com uma... espécie de bênção de Zeus.

– Bênção? Que bênção?

Nicolas não podia ver claramente, mas sabia que o homem abriu um sorriso nesse momento.

– Creio que os tempos estão difíceis para todos, então, você já sabe, mais dinheiro, mais premonições.

– Ora! Isso não é justo.

– É mais do que justo! Você mesma sabe que tenho o bom gosto de sempre oferecer as minhas consultas pelo menor preço possível, como é duro garantir o meu sustento. E agora, que a clientela está abaixando, e o inverno, acompanhado do frio, chegando, como eu vou conseguir me garantir? Todo mundo tem que ceder alguma vez.

– Que absurdo. – Rosnou a mulher – Aposto que você está apenas se aproveitando do meu momento de desespero, me contando mentiras, esperando para eu voltar a sanidade mental completa e enfim contar a verdade, tudo para conseguir ainda mais dinheiro. Quer dizer, aonde já se viu: uma bênção de Zeus para uma simples mulher do campo que não tem um pingo de algo especial por toda a sua vida?

– COMO É QUE É? – Rebateu o homem, gritando, a voz possivelmente mais alta daquela tenda, daquela região e, no mínimo, a mais alta em um raio de dez quilômetros. – Posso não ser o homem mais certinho, ou mais rico do mundo, mas eu, eu nunca me rebaixaria a esse nível, nunca agiria como um ladrão!

– Não é duvidoso. Você mesmo diz que os tempos estão difíceis, quem pode garantir que você não esteja fazendo de tudo para conseguir o seu sustento, como você mesmo diz?

– Desconfia de mim? Depois de tantas sessões e consultas, claramente! Não sei o que você tem, mas não discordo que você não está com sanidade mental completa, porque se estivesse, não falaria que eu, logo eu, o filho de Apolo com bênção do próprio para prever o futuro, era um ladrão, mentiroso, ou qualquer outra coisa.

Passaram-se minutos atordoantes de silêncio até a mulher colocar a mãe na testa e dizer em um sussurro quase inaudível:

– Me desculpa, estou desesperada e louca. Vamos lá: continue.

– Ah, não! Eu não vou continuar, não consigo depois disso. Agora pode ir embora e voltar semana que vem, e, de preferência, mês que vem. – Falou o homem, agora com a voz normal, porém fria.

– Mas... o que?

– É isso mesmo que você ouviu. Debaixo da minha tenda, eu faço as decisões, e decido que você deve ir, então xô, anda.

A mulher se debruçou pela mesa e começou a chorar.

– Você não pode fazer isso! Eu estou desesperada, isso é sobre o meu casamento, meus filhos, minha reputação! Me ajude!
– Hoje não. Você deverá voltar em outra hora.

A mulher, pelo que Nicolas viu, se levantou bravamente da mesa, quase jogando-a pelos ares, e foi embora, rosnando como um cão:

– Ah, você vai ver! Eu vou me vingar, e vou fazer o meu marido pagar, você pagar, todos pagarem! Especialmente aquela mulherzinha e a sua bênção de Zeus!

E ela bateu as mãos na mesa, acordando Nicolas, que estava molhado de suor. As harpias olharam para ele, confusas, mas o príncipe ignorou.

O que estava acontecendo? Ele não sabia, mas sabia que estava tendo sonhos estranhos a algum tempo. Como ele queria que os sonhos fossem o maior problema. Ainda tinha a Seleção, os deuses para impressionar, uma princesa para ele escolher para Nova Grécia, e, o mais importante: Larissa. Eles eram melhores amigos há cinco anos, como ele nunca percebeu que ela gostava dele? Mas isso agora não importava mais. Nicolas acabou com todas as chances deles ficarem juntos aceitando participar da Seleção, ou ainda, sendo obrigado a participar da Seleção.

Ele deitou na cama e deixou os problemas e pensamentos correrem livremente pela cabeça, e ajeitou os cabelos castanhos cor de caramelo molhados de suor, e fechou os olhos: um azul claro e outro verde-vivo (sim, ele possuía heterocromia).

A Seleção iria começar daqui alguns dias, ele não iria falhar. Pelo menos, não antes dela começar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Desculpa pelo cap. pequeno, okay? E as apresentações das personagens começaram nos prox. caps! Podem comemorar.