PDV Elena

Acordei já no quarto do hospital e muito assustada, eu só me lembrava do carro caindo da ponte e mais nada. Queria saber quem nos tirou de lá, queria saber o que aconteceu.

Olhei em volta então à vi, minha mãe estava ali e estava bem.

– Oi.- ela falou se aproximando da cama.- Como você está?

– Um pouco tonta.- respondi.- Cadê o papai?.- perguntei com medo da resposta.

– Filha..- ela hesitou e então continuou.- Não conseguiram salva-lo.- ela disse já chorando.

– O que?- perguntei em choque.- Como não? Eu quero vê-lo.- falei tentando me levantar e não consegui, olhei para as minhas pernas e voltei a olhar para minha mãe.- Mãe.- sussurrei.

– O que foi querida?.- ela perguntou assustada

– Não estou sentindo minhas pernas...

– Tem certeza filha?

– Claro que tenho mãe, não estou conseguindo mexer minhas pernas.- gritei.

– Eu vou chamar a médica.- ela falou saindo

Fiquei ali chorando esperando que ela voltasse com a medica e alguns minutos depois elas entraram no quarto.

– Eu não estou sentindo minhas pernas doutora.- falei aos prantos.

– Deixe-me ver.- ela falo se aproximando da cama com uma agulha na mão..- Sente isso.- ela falou espetando minha coxa com a agulha.

– Não

– E isso.- falo espetando meu pé.

– Não...- falei apavorada

– Bom vamos fazer alguns exames mas tudo indica e você não vai poder andar mais.

– O que? Não pode ser? Mãe isso não pode estar acontecendo.

– Se acalma filha, eles vão fazer os exames e vai dar tudo certo, fica calma.- ela falou me abraçando.

A médica pediu para falar com a minha mãe e então elas saíram do quarto.

PDV Miranda

A médica pediu para falar comigo longe da Elena e isso me deixou mais assustada ainda.

– Pode falar doutora.

– Vou ser sincera com você Miranda, pode ser que ela não volte a andar nunca mais. Mas vamos fazer exames para ter certeza

– Tudo bem, mas não deixem de me informar.

– Não se preocupe, daqui a pouco voltarem para leva-la pra fazer os exames.

– O.K.

Essa história de que minha filha não ia mais poder andar me deixou ainda mais abalada, eu não sabia como lidar com o que estava acontecendo, mas eu precisava ser forte meus filhos precisam de mim e a Elena ainda mais.

A morte do Grayson fez com que nos afastássemos um pouco. Já havia passado 5 meses desde que tudo aconteceu e a Elena esta se isolando do mundo, ela não saia mais com as amigas, só saia para fazer a fisioterapia e voltava para casa, nem para a escola ela queria ir mais. Então fui á escola e conversei com o diretor e expliquei tudo mais que logo ela voltaria e ele concordou em dar uma licença para que ela se recuperasse.

– Filha.- chamei entrando no quarto

– O que foi mãe.

– Posso entrar.

– Claro.

– Filha.- hesitei e então continue.- Já passou 5 meses desde o acidente, você não acha que deve retomar sua vida.

– Retomar minha vida mãe. Como?- ela falou com os olhos cheios de lágrimas.

– Filha eu sei que esta sendo difícil pra você mas você precisa entender que não existe só você assim no mundo, tem tanta gente por ai que não ainda mais ainda assim não deixa de viver, de se divertir, de amar. Desde o acidente você se afastou de tudo, do mundo, dos seus amigos, do seu irmão, da sua tia até mesmo de mim, isso não está te fazendo bem querida. Eu só quero que você entenda que sua vida não acabou mas você esta deixando ela passar sem ao menos se esforçar para ser feliz.

– Eu sei que você esta certa mãe, mas eu tenho vergonha de sair assim e alguém rir de mim.- ela falou cabisbaixa.

– Filha você não tem que pensar assim, você tem que ver que você tem pessoas que te ama pelo o que você é, pelo seu carisma, pela sua humildade,pelo seu coração.

– Eu sei mãe, mais ainda assim tenho medo.

– Eu sei meu bem, não quero te forçar fazer nada só quero que você pense nisso. A Bonnie ligou, liga pra ela quem sabe você se anima.

– Tudo bem.

PDV Elena

Minha mãe tinha razão, desde o acidente eu me isolei do mundo, não só do mundo de todos. Eu iria seguir o conselho dela. Peguei o telefone e liguei para a Bonnie

– Alô.

–.Oi, Bonnie

– Elena? Elena como você está?

– Estou levando Bonnie.- hesitei.- Você pode vir aqui em casa?

– Claro. Daqui a pouco estarei ai

– Tudo bem, vou te esperar então.

Eu realmente precisava retomar minha vida e começaria por ai. Minha vida estava passando rápido demais e eu não ficaria mais feliz aqui trancado no meu quarto. Meu irmão precisava de mim tanto quanto eu precisava dele, eramos próximos demais antes do papai morrer e depois de tudo eu o vi apenas 2 vezes, mas isso ia mudar eu estava decidida a ter minha vida de volta mesmo que em cima de uma cadeira de rodas.