*Lucy Heartfilia*

Não vou mentir, a saudade que Natsu deixou é forte, só se passou uma semana desde que ele foi viajar, hoje é pra mim receber uma carta dele, ele disse que ia mandar toda semana, então é o prazo. Os dias sem ele, estão tristes, meus amigos tem me feito muita companhia a pedido dele, mas nenhum completa sua presença, não é a mesma coisa.

Falando em amigos, Gray se aproximou de mim, ele veio com a história que Natsu pediu pra ele tomar conta de mim, mas sei lá, não é isso que ele aparenta estar fazendo. Se quer saber, parece que sou um tipo de ring, quando ele está comigo, Juvia não chega perto.

Mesmo com o fora que a garota de cabelos azuis levou, ela continua gostando de Gray, e também perseguindo ele. Não sei por que, embora ele seja bonito e bonito de novo, ele é frio, não pensa nela, não retribui o sentimento da garota, admiro o amor dela, e também admiro ela ter se declarado, e todos os dias ainda por cima, toda hora, isso sim é não ter medo de confessar seus sentimentos, Juvia é uma garota extremamente corajosa.

Pena que o moreno fechou seu coração, eles formariam um belo casal. Falando em casais, uau, o meu preferido é Erza e Jellal, caramba os dois tem tudo haver, eles gostam das mesmas coisas, ela é mais teimosa e ele mais atencioso, ela é critica e ele atencioso de novo, qualquer garota que namorasse Jellal estaria no céu, o cara ama a ruiva, os dois são perfeitos um pro outro.

Erza tem seus lindos cabelos vermelhos, olhos castanhos, pela branquinha e um corpo de dar inveja. Tem seus 19 anos, é apaixonada por bolo de morango, pratica esgrima, e está estudando Design de Moda, a garota ama inventar novos estilos, tem uma coleção completa no closet do seu quarto, e tudo foi ela mesma que fez, nunca vemos ela numa festa com roupa repetida e também nunca vimos ela comprando, sempre fazendo. A garota é membro da poderosa família Scarlet, um nome tão antigo quanto as histórias e batalhas da idade média, os Scarlet estavam em todas as partes, uma família nobre, sempre liderando as batalhas de seu povo e conquistando novos territórios. E até hoje eles são assim, tem sua própria empresa, quer dizer várias empresas, mas a principal é de tecido, um tecido antigo que eles usavam desde sua origem, por isso era caro e eles lucravam muito, pois eram os únicos que fabricavam. Eles apoiavam muito sua herdeira no futuro da moda, porém uma coisa, apenas uma escolha de Erza decepcionou seus pais e toda sua origem, a escolha de seu amado, cujo carregava o nome da família inimiga dos Scarlet.

Jellal é um garoto de cabelos azuis, olhos verdes, uma tatuagem muito sexy no olho direito, corpo maravilhoso e personalidade protetora. Ele conhece a nossa ruiva faz tempo, começaram a estudar juntos no ensino fundamental, porém como eu e Natsu, eles já se conheciam antes, mas o amor entre os dois só cresceu depois da escola, pois o ciúme, o orgulho, a proteção, os trabalhos em dupla, e tudo mais, aumentou esse romance. Jellal pertence à família Fernandes, um nome igualmente antigo e poderoso quanto a família de Erza. Os Fernandes eram destemidos, corajosos e apoiavam Jellal em sua profissão também, ele queria ser médico, e como a família tinha a maior rede de farmácia de todo o nosso continente, bem ele estava no caminho certo. Assim como Erza, Jellal também escolheu errado seu amor, um nome inimigo desde os tempos antigos de sua família.

Jellal e Erza se apaixonaram, e isso não é segredo para ninguém, os dois sabiam disso, eles se amavam, porém nunca ficaram juntos, nunca puderam desfrutar desse amor, pois eram leais a suas famílias, então negaram a felicidade de ambos para o bem de todos. Como todos dizem, era uma história de amor proibido, mas eu tenho fé, que um dia, eles vão ficar juntos e unir os Scarlet e os Fernandes, de uma guerra antiga que não tem mais o menor sentido.

Falando em amor, outros amigos nossos, Gajeel o maluco rockeiro do grupo, seus olhos negros, seus cabelos longos e repicados mostrando a importância que ele da pra opinião da sociedade, suas roupas pretas com Spike, seu estilo único e intimidador de ser, encantou nossa amiga Levy, a cdf da turma, a menina tem cabelos azuis claros, eles eram repicados e curtos, seus olhos eram castanhos, sempre usava roupas delicadas mostrando sua gentileza e a dedicação aos estudos, a menina estuda Letras comigo e o grandão estudava música, eles eram totalmente diferentes, mas ambos queriam se completar e conhecer coisas novas, então acabaram se apaixonando, mas nenhum teve coragem de dizer ao outro como se sente. Que fofo.

Levy me entendia muito bem por esse motivo, ambas estávamos apaixonadas e não sabíamos como falar, que coisa mais brega né? Mas é assim que funciona nossos corações, me diga alguém que nunca ficou com medo de falar o que sente pra pessoa? Pois é, enfim meus pensamentos enquanto estou na sala de aula, preciso ir ao banheiro, jogar um pouco de água no rosto e ver se acordo.

_Ahm, professor? – levantei a mão chamando atenção do Macarov.

_Sim Lucy? – ele olhou para mim interrompendo sua explicação.

_Posso ir ao banheiro? – perguntei inocentemente.

_Ah, claro claro. – ele autorizou e voltou a falar das páginas dos livros que eram as mais importantes.

Sai da sala, e fechei a porta quando passei, suspirei por conseguir andar, estava com muito sono, e embora fosse importante as aulas, elas estavam chatas ultimamente.

Passei pelos corredores, desci uma escada e fui para o banheiro feminino. Quando estava entrando, escutei um soluço, achei estranho, entrei e vi uma moça de cabelos vermelhos, com uma mão escorada na pia e a outra esfregando os olhos, Erza estava chorando?

_Erza? – Chamei pela menina.

Ela se assustou e virou pra ver quem era, quando finalmente percebeu quem era, ela olhou nos meus olhos e começou a chorar mais ainda. Deu passo em minha direção e me abraçou.

_Erza? O que aconteceu? – estava assustada e super preocupada, ela nunca havia chorado assim, na verdade nunca havia derramado uma lágrima sequer na frente de qualquer pessoa.

_Lucy, eu.. sinto... eu não queria ser uma Scarlet! – ela soluçava e me apertava cada vez mais.

_Ah não, isso tem haver com o Jellal? – perguntei, só isso a deixaria tão mal.

_Sim...eu ouvi o Jellal falando com seus pais hoje mais cedo, ele estava num canto do pátio de refeições, eu fui falar com ele, mas quando percebi que ele estava no telefone, eu esperei, mas ele tinha deixado no viva voz. – explicou. – e daí eu ouvi os pais perguntando das aulas e elogiando as notas dele, falando que ele tem um grande futuro como médico e que ele fará por merecer ser um Fernandes. Aí pediram sobre mim...

_Eles se interessaram se você estava bem? – Espantei-me, isso era muito estranho. Os Fernandes odiavam qualquer Scarlet, imagina a Erza que era a garota que estava roubando o coração de seu herdeiro.

_Jellal também pensou isso, ele respondeu que eu estava bem, mas eles falaram que não se importavam, queria saber se ele ainda falava comigo. E depois disseram que eles tem um encontro com uma moça bonita e culta pra ele, que era o que ele merecia e não uma imunda Scarlet. – Erza acabou de falar e começou a chorar mais ainda.

Meu Deus que coisa horrível para se dizer. Como uma pessoa era capaz de falar algo tão cruel, e eles se diziam cultos e poderosos, alguém nesse nível não diria tal coisa, eles eram piores do que escórias.

_O que Jellal disse Erza? – Perguntei indignada.

_Ele disse que a amiga dele estavam bem, e que agradecia por eles se preocuparem com isso, também disse que não queria namorar agora. – Erza contou a reação de Jellal, fico feliz que ele tenha reagido assim. Ele estava mostrando o que era ser um Fernandes, alguém bom, leal e carinhoso.

_Bem, pelo menos o Jellal é um Fernandes decente. – sorri pra ela.

_É. Lucy, por que eu tenho que ser Scarlet? – Erza me olhou querendo chorar de novo.

Fiquei espantada com sua pergunta, como ela estava se culpando pelo nome, oh Erza, você está apaixonada e quer ser feliz e aceita pela família do amado e ainda por cima é legal com todos. Você é a garota mais legal que existe, não é pra menos que chamou a atenção de Jellal.

_Erza, fofa, olhe pra mim, você nasceu pra brilhar, você nasceu pra acabar com essa rixa, pra ser feliz com um Fernandes, pra mandar os chefes dessas suas famílias ir rachar um lenha, você nasceu pra mostrar que quem controla o destino é você e não um nome! – Sorri pra ela.

Erza parou de chorar, deu uma grande soluçada e me abraçou novamente, e o abraço da ruiva era forte, ela mexeu nos meus cabelos loiros e depois me beijou no rosto.

_Obrigada Lucy, você sem dúvida é a pessoa mais gentil do mundo. – Ela sorriu, se virou para retocar a maquiagem, depois me deu um tchauzinho e saiu do banheiro.

Erza merecia ser feliz, e eu torcia por isso. Com toda essa conversa e eu me esqueci que vim para lavar o rosto pra acordar, mas quando você vê uma amiga chorando você acorda na hora. Enfim vou voltar pra sala de aula antes que o professor venha atrás de mim.

Sai do banheiro e fechei a porta, quando viro o corredor, encontro Gray correndo em minha direção, parece que ele não percebeu que estava rápido demais e não conseguiria diminuir velocidade a tempo, para evitar a nossa colisão eu dou um passo para a esquerda e ele passa correndo por mim. Apenas senti um ventinho.

Quando ele consegue parar, ele volta e segura na minha mão. Olhei para minha mão que ele estava segurando, a mão dele era fria, mas ele segurou delicadamente, foi bom, mas antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa ele me puxou e começou a correr de novo, fazendo-me correr também.

_Gra... ?? – tentei pedir pra ele o que estava acontecendo, mas ele só olhou para trás e levou o dedo indicador aos lábios pedindo que eu ficasse em silêncio.

Ele me levou para algumas escadas, depois passamos por dois corredores e depois mais uma escada, e então uma porta azul e logo uma escada de novo e depois uma porta branca. Entramos e ele me empurrou pra dentro e depois entrou trancando a porta.

_Ahm Gray? – pedi pra ele enquanto o mesmo espiava pelo olho mágico. – você está fugindo da Juvia de novo?

_Ah Lucy espera só um minuto. – ele fez sinal com a mão, mas não tirou os olhos da porta. –“Ela não me deixa em paz, estou ficando com medo!”

_”Por que você está cochichando?” – perguntei no mesmo tom de voz que ele.

_Desculpe. – ele disse, normalizando o tom. – Mas Lucy não aguento mais, ela estava na porta da minha sala de aula hoje, pedi pra ir no banheiro e ela estava lá fora, disse que queria falar comigo, então eu corri, e ela começou a correr atrás de mim gritando meu nome, a escola inteira deve ter escutado.

_Hahahahaha! Desculpe, mas você é engraçado quando está com medo. – Eu ri da cara que me olhou, emburrado, e depois sentou na cama. Agora que percebi, estávamos no dormitório masculino, no quarto do Gray, o lugar era todo organizado, tinha uma cama obviamente, de casal com edredom branco e azul, uma mesa com vários decorativos em forma de gelo e muitos livros, tinha papéis e canetas misturados num potinho, uma cadeira branca com o estofado azul claro, um guarda roupa branco de quatro portas e três gavetas embaixo das duas portas da esquerda, havia um cabide branco com alguns casacos pendurados, um tapete branco peludinho e só. Era um quarto simples, mas limpo e aconchegante. Meu deus eu estava no quarto de um menino, as meninas eram proibidas de vir aqui, se eu fosse pega eu estaria perdida. Me virei e comecei a destrancar a porta, mas senti duas mãos me puxando pela cintura. – Gray, eu preciso ir. Me deixe ir, senão estarei perdida, vão me descobrir aqui e eu perderei minha vaga na Fairy Tail. Gray por favor.

_Hey Lucy se acalme, não vou prejudicar você, só não queria ficar sozinho. – quando ele falou isso, eu parei de espernear e ele me soltou, ele fechou o olho e sentou novamente na cama. – Não conte pra ninguém que você ouviu isso.

Eu nunca pensei que ouviria algo assim do garoto mais frio do mundo, então fiquei surpresa. Suspirei e sentei na cama de frente pra ele. Ele me olhou espantado, ri disso.

_Relaxa, não vou abusar de você. – ele me olhou mais espantado ainda. – olha Gray, somos amigos, você pode me falar qualquer coisa, e eu quero que você me fale o que você está sentindo agora.

_Lucy, não força a barra, somos amigos, mas me abrir... – ele olhou para o canto inferior esquerdo.

_Você está em dúvida se conta ou não, mas sabe que pode confiar em mim. – eu disse, ele me olhou serenamente, suspirou e depois começou a falar.

_Eu estou cansado Lucy, e extremamente preocupado com minha irmã. Não tenho notícias dela faz tempo, ela me ligava todos os dias e isso não acontece mais a 5 dias. E não aguento mais a Juvia atrás de mim, ela é legal, mas não pra mim, ela me sufoca, não quero alguém que fique pendurado em mim o tempo todo gritando Gray, Gray, Gray... – ele começou a suar.

_Bem... Você disse que sua irmã ligava pra você né? Já experimentou ligar você pra ela? – ele me olhou escandalizado.

_Não posso, ela disse que sempre ela ligaria pois não sabia quando estaria em missão. – explicou o moreno.

_Ok, será que ela não está numa missão muito importante e não pode ligar? – tentei achar outra solução.

_Isso seria uma opção, mas ainda assim não deixo de me preocupar. – ele olhou para as próprias mãos, que estavam enlaçadas.

_Gray, sua irmã tem muita sorte de ter você! – eu disse colocando a minha mão em cima das dele. Ele olhou pra mim e sorriu. Sim Gray sorriu de novo.

_Obrigada Lucy! Mas acho que eu que sou sortudo. – ele disse sorrindo de lado.

_Claro que é, Ur parece ser um amor... – concordei.

_Você está certa, mas eu não estava falando dela. – ele olhou pra mim. – é por ter você como amiga.

Arregalei os olhos, senti minhas bochechas esquentarem, Gray admitindo algo assim é raro. Tirei a mão de cima das dele e sorri.

_Obrigada moço. – coloquei o cabelo atrás da orelha.

_Lucy, o que você sugere que eu faça em relação a Juvia? – ele perguntou sem devaneios.

_Hummm, eu diria para tentar alguma coisa, tipo ficar de repente com ela, vai que você goste... – ergui os ombros.

_Ok, você não precisava trabalhar tanto o seu cérebro por uma resposta tão sem necessidade como essa! - ele falou e olhou para a direita irritado.

_Tudo bem, desculpe, estava brincando, sei que não gosta dela. Faz assim, tenta fala com ela, diz que você não gosta dela, mas fale de um modo simpático, não a magoe. Ela ama você! – Aconselhei.

_Lucy, já falei com ela um milhão de vezes. Ela não me da ouvidos. Acho que a única coisa que ela espera ouvir de mim é “eu também amo você, quer casar comigo agora e ter trinta filhos?”. – ele falou.

_Hahahahaha, pois é, imagino ela dizendo algo assim. Mas pare de falar isso. Ela não iria querer ter tantos filhos. – ri e questionei, vi que ele iria argumentar então justifiquei. – ela iria ter ciúmes de tantos.

_Hahahahaha! – Gray fechou o olho e riu mais ainda. – é provavelmente.

_Gray, foi ótimo conversar com você, mas eu realmente preciso ir agora. – disse séria, ele me olhou e viu que eu estava quase implorando.

_Ok, pode ir. – ele sorriu e se levantou para destrancar a porta. – obrigado loirinha!

Quando ele disse essa palavra eu fitei ele, só uma pessoa me chamava assim, era o Natsu. Isso me trouxe lembranças da carta que era pra chegar.

_Por nada, quando precisar me arraste pro seu quarto de novo, hahaha – eu ri da cara de assustado dele.

_Olha que eu arrasto mesmo. – ele falou baixinho, mas pude ouvir, Gray brincando era estranho, mas nada que não me acostumasse.

_Ah Gray, arranja uma namorada que a Juvia larga o teu pé. – falei e sai do quarto. Precisava ver se tinha chegado a carta de Natsu.

Desci as escadas do dormitório deixando um Gray pensativo para trás, mal sabia eu que minhas palavras iriam mudar alguns corações.