Na estação de trem de Starlling City, Oliver e Diglle pareciam tensos. Eu tentei por vezes iniciar uma conversa animada, mas suas respostas eram sempre monossilábicas, seus olhos varriam todo o ambiente ao nosso redor, passando pelo rosto de cada pessoa, nunca parando no meu. Eles falavam coisas sem sentido nenhum, minha mente imediatamente começou a trabalhar, tentando descobri o significado de todo aquele teatro que se seguia.

–Ei! –Gritei tentando chamar a atenção. –O que uma garota precisa fazer para ser notada? –Brinquei.

–Ham? –Perguntou Oliver ainda olhando ao meu redor. –Perdão, o que você disse?

–Por que vocês fizeram questão de me trazer aqui, com o que agora eu tenho certeza ser uma desculpa para seja lá o que vocês estão fazendo? –Perguntei fazendo careta para eles.

Oliver e Diglle trocaram um olhar significativo por um instante. Diglle se virou para me olhar nos olhos enquanto Oliver continuava a olhar ao redor.

–Não tem nada acontecendo Felicity. –Disse Diglle com um sorriso fraco nos lábios. –Só estamos cuidando da nossa garota como sempre!

–Vocês não estão tentando me tirar da cidade por algum motivo que eu desconheço estão? –Perguntei erguendo uma sobrancelha para ele.

–Não faríamos... –Oliver se interrompeu com seu celular vibrando. Ele olhou para Diglle que imediatamente colocou suas mãos em meus ombros de forma protetora. Oliver se afastou com a expressão fechada.

–O que está acontecendo Dig? –Perguntei pela milionésima vez.

–Não é nada, só que vou sentir sua falta. –Respondeu me puxando para um abraço apertado.

–Olha Dig, você sabe que eu te amo, muito, mas a paternidade está te deixando cada dia mais estranho! –Ele soltou um riso baixo.

Oliver voltou, parecendo mais calmo, ficou olhando Diglle me abraçar com um sorriso no rosto. –Está tudo certo. – Disse assim que nos soltamos. –Felicity, Barry vai estar te esperando na estação de Central City.

–Tudo bem. –Disse olhando para meus garotos. –Vocês dois se cuidem quando eu estiver longe. –Falei arrumando a gravata de Diglle antes de dar um beijo em sua face.

–Vamos nos cuidar. –Disse Diglle sorrindo. –Vou sentir sua falta.

–Não é como se nunca mais fossemos nos ver. –Disse tentando evitar as lágrimas que se formavam nos meus olhos.

Oliver soltou um riso tenso. –Claro que não! –Pronto. Agora tenho certeza que existe algo errado. Meu coração estava apertado em meu peito. Oliver parecendo perceber, me puxou para um abraço. A surpresa inicial com o gesto não me deixou pensar, ou agir, tudo o que eu podia era sentir. Meu coração acelerado... Seu coração acelerado! Seus braços fortes me prendiam firme ao seu corpo, tive medo que ele me soltasse antes que eu pudesse participar do abraço, mas Oliver esperou paciente até o momento em que o envolvi com meus braços acariciando suas costas, enterrando meu rosto em seu peito. –Está na hora. –Disse em meu ouvido. –Agradeci por estar segura em seus braços, caso o contrario minhas pernas bambas certamente seria um grande problema. –Promete que vai se cuidar. –Pediu me olhando nos olhos.

–Claro. –Respondi perdida em seus olhos azuis. –Vou me cuidar...

–Ótimo. –Disse me soltando. –Se o Barry aprontar alguma, me liga que apareço no mesmo instante para quebrar a cara dele. –Sorri divertida olhando para a cara assassina de Oliver.

–Adoro quando você fica todo violento por minha causa... É tão sexy. -Respirei fundo, sonhadora.

Oliver e Diglle se olhavam com a expressão entre a diversão e constrangimento. Espera aí! Eu não disse em voz alta? Disse?

–Ah pelo amor de Deus! –Lamentei tocando minha cabeça. –Me fala que não disse em voz alta!

–Disse o que? –Falou Diglle debochado segurando o riso.

–Tchau Felicity. –Disse Oliver com um sorriso fraco nos lábios

OLIVER

–Oliver tem certeza que mandar Felicity para Central City é realmente a melhor alternativa? –Disse Diglle assim que entramos no carro.

–Eu só quero que ela esteja em segurança. –Respondi. Minha cabeça estava cheia com toda aquela situação, mas ninguém melhor que Barry, que agora é um super herói para cuidar dela. –Odeio admitir isso Diglle, pode acreditar, mas ela está melhor com ele agora. -Fiquei olhando pela janela enquanto o trem a levava para longe.