Mirros escrita por Thaís Romes


Capítulo 21
Estopim.


Notas iniciais do capítulo

Esse é oficialmente o maior capítulo que já escrevi! Espero que gostem... Boa leitura!



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Quando se encontra alguém que realmente ama, algo dentro de você muda para sempre. Antigamente eu acreditava que existia apenas uma pessoa para nós, que o destino colocava em nossas vidas sem deixar espaço para contestação, mas eu não poderia estar mais errado. Com Felicity eu percebi que o amor é construído, é uma escolha. Ela escolheu me amar no momento em que nos conhecemos, eu por outro lado fui relutante e teimoso. Claro que eu já a amava, te desafio a conhecer minha Felicity e não se apaixonar por ela, é impossível. Mas daí a descobri que esse amor não é apenas fraternal é outra coisa, precisei de muito tempo, Diggle buzinando verdades em minha cabeça e um recente exército de pretendentes que ela arrumou para me fazer cair na real.

Quando se ama alguém tudo o que mais se presa é a segurança dessa pessoa. Eu nunca teria iniciado esse romance e se eu soubesse o que estava por vir e certamente não a envolveria nessa história de Arqueiro se descobrisse que algum dia ela se tornaria meu mundo. Passei o dia todo dirigindo pela cidade, buscado uma forma de tirá-la de tudo isso antes que a guerra se inicie de vez e não tenha mais volta. O único problema é que não consigo abrir mão dela, não agora, não mais.

Senti meu celular vibrando em meu bolso pelo que seria a milésima vez, com certeza era Felicity ou Diggle querendo saber onde estou. Sai de seu apartamento essa manhã assim que ela dormiu, nem mesmo preguei os olhos, eu deveria ter previsto o que estava por vir, deveria ter protegido melhor as pessoas que amo. Resolvi olhar quem era tão insistente a ponto de ligar tantas vezes seguidas. Atendi assim que vi quem era.

–Sara. Eu queria mesmo falar com você.

–Não agora Ollie. –Disse apressada. –Felicity me contou que vocês descobriram meu real motivo de voltar, mas agora ela precisa de você aqui na casa dela.

Desliguei o telefone sem pedir mais explicações e sai em disparada. Nesse segundo encarei aquilo como um sinal de que deveria continuar ao seu lado. Ou talvez o pânico me fez ficar mais egoísta.

FELICITY

Algumas horas antes...

Acordei sozinha em minha cama com a campainha tocando. Levantei-me assustada procurando por Oliver que deveria estar ao meu lado. Contrariada com a insistência do meu visitante importuno, vesti uma calça de flanela e uma regata e fui atendê-lo, por algum motivo sentir a necessidade de colocar meu celular no bolso. Maldita hora que resolvi abrir aquela porta. Parecia ter entrado em uma espécie bizarra de túnel do tempo, eu nem mesmo tinha certeza de que ele ainda estava vivo...

–Oi Felicity, não vai me convidar para entrar? –Disse com seu sorriso lindo que costumava me fazer sonhar acordada.

–O que faz aqui Cooper? –Meu tom acabou saindo mais ríspido do que imaginei.

Ele colocou seus braços em volta de mim, me prendendo neles. Fiquei sem me mexer por algum tempo sem saber como reagir ao que estava acontecendo. Cooper Sheldon foi meu namorado por três anos em minha época de MIT, ele é um cara bonito de porte atlético, cabelos e olhos castanhos e um rosto que o fazia parecer o namorado da Barbie. Nós estávamos apaixonados e tudo era muito intenso, até o dia em que ele me pediu em casamento em frente ao prédio dos nossos dormitórios e eu disse sim. Pulei em seus braços com minhas pernas em volta do seu quadril ele me beijava apaixonadamente quando fomos bruscamente separados. Pelo FBI. Mais tarde humilhada e com o coração partido descobri que ele andava hackeando várias contas privadas e transferindo todo o dinheiro para uma terceira nas Bahamas, ele queria me usar como fachada para seus crimes por isso propôs casamento, para passar todas as contas fantasmas para meu nome. Cafajeste!

–Ficou linda loura. –Falou em meu ouvido me trazendo de volta a realidade. Espalmei minhas mãos em seu peito o empurrando com toda a força que pude.

–Vai logo embora! –Disse já fechando a porta. Cooper me impediu no ultimo segundo, por mais que eu lutasse, ele era bem mais forte.

–Só quero conversar, explicar o que aconteceu. –Ele entrou em minha casa fechando a porta em seguida.

–Não tenho nada para conversar com você Cooper. –Respondi cuspindo cada palavra cheia de fúria. –Como conseguiu me encontrar?

–Você não é a única que pode rastrear pessoas Felicity. –Ele deu um passo para frente e eu dei dois para trás. –Fica longe de mim seu cafajeste! –Gritei.

–Eu só preciso de um favor e então saio de sua vida para sempre. Prometo. –Pediu com a voz tremula.

–O que você quer? –Perguntei enfiando a mão em meu bolso, discando o primeiro número da discagem rápida e rezando para Diggle atender.

–Preciso de ajuda em um trabalho, é muito mesmo para mim e você é a segunda melhor hacker que conheço.

–O que te faz pensar que eu vou ajudar você? –Perguntei reprimindo a vontade de gritar.

–Por que eu sei em qual lanchonete sua amada mamãe trabalha lá em Las Vegas. –Ameaçou sorrindo.

–Droga Sheldon! –Praguejei furiosa. –Você desapareceu de minha vida por anos! E agora quer que eu te ajude em um crime?

–Eu não tenho escolha. Estou sendo ameaçado e não posso ir para a cadeia novamente. –Justificou. –Então vai fazer suas malas! –Ordenou.

–Você deve estar bêbado se acha que eu vou a algum lugar com você. –Respondi enojada. –Agora sai da minha casa!

Cooper deu dois passos cobrindo a distancia entre nós, me segurando pelos braços com força. Ele colocou seus lábios em meu ouvido. –Eu não queria ter que chegar a esse ponto querida. –Sua mão prendeu meus cabelos com força fazendo minha cabeça pender para trás. –Agora você vai colaborar e colocar algumas roupas na mala, sem mais violência. Acho você muito gata para estragar esse rostinho lindo com um soco.

Nesse instante a campainha da minha casa voltou a tocar novamente, respirei aliviada por seja lá quem fosse meu salvador. –Dispense quem quer que seja, ou não respondo por mim. –Ele me lançou novamente em direção a porta, respirei fundo antes de abri-la o mínimo possível.

–Sara! –Disse feliz com lágrimas nos olhos. Coloquei um dedo sobre os lábios para que ela não perguntasse o que estava acontecendo, ela assentiu parecendo entender o recado. –O que faz aqui?

–Preciso de uma roupa emprestada, você sabe, viajem de ultima hora, acabei não trazendo bagagem suficiente. –Ela apontou para a lateral do meu apartamento onde Dig estava. –E acabei conhecendo um gatinho.

–Desculpa, mas eu já estava de saída. –Disse com o olhar significativo.

–Não vou tomar seu tempo. –Respondeu empurrando a porta. –Oi eu sou Sara. –Disse a Cooper estendendo sua mão em um cumprimento.

–Cooper Sheldon. –Falou aceitando o aperto de mão com uma cara de bom moço que me revirou o estomago.

Sara o derrubou no instante que suas mãos se tocaram, nesse momento Diggle já estava em minha sala se colocando em minha frente de maneira protetora.

–Você está bem? –Perguntou preocupado sem tirar seus olhos de Cooper sobre a mira de sua arma.

–Estou. –E realmente estava alivia e segura. –Obrigada por vir tão rápido.

–Qualquer coisa por você.

–Isso é por ter a machucado seu canalha. –Sara falou dando lhe um soco que o fez perder a consciência. –Vou ligar para meu pai vir limpar a bagunça. Importa-se de amarrá-lo Diggle?

–Claro que não, deixa comigo.

John o amarrou a uma cadeira na cozinha. Sentei-me ainda em choque remoendo o que havia acontecido, era tudo muito surreal. Senti braços me envolverem e só então percebi estar chorando.

–Vai ficar tudo bem. –Sara dizia acariciando meus cabelos.

Diggle voltou com um copo de água para mim e se sentou a minha frente na mesa de centro se certificar de que eu realmente estava bem. Alguns minutos depois o Sr Lance chegou com seu parceiro para levar o traste.

OLIVER

Cheguei à casa de Felicity a tempo de ver uma viatura arrancar de sua porta. Estacionei de qualquer jeito e corri para dentro sem me importar em bater. Ela estava sentada ao lado de Sara que tinha os braços em volta de seus ombros e Diggle a sua frente segurando sua mão, fiquei se reação com mil coisas passando em minha mente. Sara foi a primeira a perceber minha presença, soltou Felicity e caminhou furiosa em minha direção.

–Onde você estava? –Sussurrou parecendo irada. –Liguei umas mil vezes para você!

–Ela está bem? –Perguntei me sentindo extremamente culpado. –O que aconteceu?

–Ela foi atacada por um idiota. –Ela narrou a história do ex-namorado rapidamente, sem perder a oportunidade de me fazer sentir o mais culpado possível, destacando o fato de que se eu não tivesse surtado e tentado me afastar para protegê-la ela estaria segura. –Sinceramente Oliver, você precisa perder essa mania. Agora vai lá e a faça sentir melhor, é o mínimo que pode fazer agora. Diggle! –Chamou. –Vamos.

Diggle passou por mim com o semblante fechado de preocupação e tocou meu braço em despedida. –Cuida dela. –Pediu, eu assenti confirmando.

–Felicity. –Chamei me sentando onde antes Diggle estava. –Sara me contou o que aconteceu. Desculpa-me. –Pedi.

–Por quê? –Ela levantou a cabeça me analisando confusa, seus olhos azuis estavam inchados e vermelhos, a expressão desolada em seu rosto infantil fez meu coração se partir mais uma vez.

–Se eu estivesse...

–Oliver. –Interrompeu colocando suas mãos em meu rosto me fazendo encará-la. –Não me diga que você estava pensando em me afastar por causa do Ra’s Al Guh. –Engoli em seco surpreso por ele ter chegado à conclusão certa tão rapidamente.

–Eu só quero que fique segura. –Defendi. Felicity se levantou como um furacão, agora muito menos frágil, e muito mais irada.

–Ok. Então vamos ter essa conversa. –Disse se virando em minha direção. –Quer terminar agora Oliver, por seja qual for o motivo que você acredita que vai salvar minha vida? –Ela me olhava com os olhos cheios de certeza. Levantei-me assustado, sem conseguir emitir nenhuma reação. –Eu escolhi essa vida. Não por você, mas por ser quem eu sou. Vá em frente Oliver, diga! –Gritou.

–Eu não posso colocar sua vida em risco. Você não consegue entender que só faço isso por que te amo? –Gritei de volta vendo seus olhos se encherem de lágrimas.

–Acho que precisa aprender a deixar que as pessoas amem você de volta. –Sua voz era suave. –Não percebe que essas atitudes machucam mais a você do que a qualquer outra pessoa? –Ela não esperou minha resposta. –Se lembra de quando fomos pegos pela psicopata? –Confirmei com um aceno. –Por que acha que meu tanque permaneceu seco e o seu não?

–Nunca parei para pensar nisso. –Admiti olhando para meus pés.

–Oliver, eu não me arrependo de nada que me levou até você. –Ela estava a alguns metros de distancia, por instinto dei um passo em sua direção. –E por todas as coisas que passou em sua vida consigo entender o porquê é tão difícil ter alguém ao seu lado. Eu fiquei magoada é claro com o plano contra o Slaide, mas apenas até perceber que eu sou algo muito pequeno dentre tudo o que estava em jogo no momento. E eu amo você por ser capaz de ser tão altruísta e bom. Faça o que achar melhor. –Disse com um sorriso triste nos lábios. –Eu prometo tentar entender.

Fiquei parado por alguns instantes apenas olhando em seus olhos, então fiz o que julguei certo. Sai de seu apartamento.


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Notas finais do capítulo

Quem quer me matar levanta a mão!
Desculpa gente, mas tem muita água para rolar, não me odeiem please.
Não esqueçam de comentar...
Bjnhos meus chuchus