Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 16
Momento heroico




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–Estou preparada! - gritei, já indo para a parte traseira do avião.

–Lembre-se: O ponto de encontro é o Empire State, às 19:45 - gritou o piloto.

Assenti com a cabeça e o avião se abriu. Eu saltei e esperei o momento certo. Atirei minhas teias, que grudavam nos prédios. Não sabia o quanto era bom fazer isso. O vento batendo em meu rosto, meu cabelo voando e eu me balançando pelos prédios de uma das maiores cidades do mundo. É o momento perfeito. Além disso, posso apreciar novamente uma linda vista do pôr-do-sol, que me apaixonei imensamente. Ainda tenho que descobrir o que é o Empire State e onde fica.

Passados alguns minutos, me balançava por esta bela cidade. Ouvi gritos de socorro vindos de um prédio. Ou da rua. Não sei exatamente, mas alguém precisa de ajuda. Agucei mais minha audição e consegui encontrar precisamente de onde vêm os gritos.

Eles estão vindo de um prédio em chamas. Não foi difícil encontrá-lo - está pegando fogo, afinal. Me balancei até aquele prédio e pude ver o corpo de bombeiros tentando apagar o incêndio. Eu cheguei até um bombeiro e puxei conversa.

–Com licença, senhor bombeiro.

–Homem-aranha?! - gritou ele, estranhando - Mudou de visual? Que cabelo longo!

–Não sou o Homem-aranha. - falei - Preciso salvar quem estiver no prédio. Estou ouvindo gritos.

–Então vai! O que ainda está fazendo aqui?

Ele gritou e eu entrei desesperada no prédio. As chamas eram sufocantes, só sentia o cheiro insuportável de fumaça. Também ouvia as labaredas queimando a madeira do prédio. Apesar de todas estas perturbações, tinha que encontrar a pessoa.

Tossia mais a cada segundo. Estava confiando apenas em meu sentido-aranha para que me guiasse. Socorro! , eu ouvia a voz. Estava em algum lugar ao meu lado. Apurei mais meus ouvidos e chutei uma porta, quebrando-a. Encontrei uma criança chorando, escondida embaixo de uma mesa.

–Ei, garotinha! - falei para acalmá-la - Ei, eu sou do bem! - ela tossia e chorava - Vou tirar você daqui, está bem?

Ela assentiu com a cabeça, mesmo com dificuldades. A menininha não conseguia enxergar bem, seus olhos estavam sujos da fumaça.

–Pegue. - tirei minha máscara e coloquei nela. - Use, protegerá seus olhos.

Eu a peguei, ela era pesada, porém conseguia levá-la. O apartamento começou a desmoronar, bloqueando minha saída. Ela se encolheu em meu ombro, tinha muito medo. Só havia uma saída.

–Tampe o nariz e se proteja! - pedi para ela e obedeceu.

Olhei em direção à uma janela. Chutei-a e quebrei-a. O prédio ia desmoronar em questão de segundos. Me afastei da janela e corri contra ela. Usei minhas costas para proteger a criança e pulei para fora do prédio. Ouvi uma explosão atrás de mim, fugi do prédio no momento correto.

Mas ainda não estávamos salvas. A queda daquela altura nos mataria. Ergui minha mão e lancei uma teia até o outro prédio. Consegui equilibrar meu corpo e o da garotinha. Desci graças à teia e aterrissamos em segurança no chão. Me sentei junto com a menina e os bombeiros vieram até nós.

–Muito bem...qual seu nome?

–Tem alguma máscara de oxigênio? - disse, ofegante ao começar a tossir

Um dos bombeiros trouxe uma máscara conectada a um tubo de oxigênio. Pus em minha boca.

–Você foi corajosa, menina. Parabéns! - ele falou.

Não tinha fôlego suficiente para retribuir o que ele dizia. Apenas tentava recuperá-lo. O bombeiro pegou a menina, que estava com os olhos fechados. Eu tentei por minha máscara de oxigênio para a menina, mas eles não permitiram. Já traziam outra.

A menina pareceu despertar e tirou a máscara que havia lhe dado. Ela me entregou e esboçou um sorriso. A ambulância chegou e a tirou de perto de mim.

–Quer ajuda? - perguntou um paramédico, mas eu recusei. - Sua atitude foi incrível! Parabéns! - disse

–Onde - tentava falar - onde fica o Empire State?

–Fica para o leste.

Me levantei com dificuldades, o paramédico tentou evitar que eu fizesse a ação.

–Você inspirou muita fumaça. - disse ele - Precisa se recuperar.

–Não, eu preciso ir para o Empire State. Tenho que encontrar alguém lá.

Eu me levantei e caminhei mancando. Ele falou leste, é para lá que eu vou.

Não acredito no que fiz. Salvei uma criança de um incêndio. A garotinha poderia morrer, porém acreditei em meus poderes, principalmente em meu sentido-aranha.

Continuava mancando pela imensa avenida de Nova York. A minha máscara de Mulher-aranha estava em minha mão, sentia-me cansada e meu sentido-aranha não parava de vibrar. Passei por um imenso espelho e pude ver minha aparência: Rosto preto, calça e camisa rasgadas, cabelo sujo.

Perguntava a cada pessoa onde era o Empire State, elas me olhavam assustadas.

–Com licença. - chamei um rapaz de camisa casaco polo azul

–Oi? - quando ele se virou, os olhos castanhos dele pareceram surpresos em me ver. Não é para menos se contar meu estado.

–Você sabe me dizer onde é o Empire State?

–Sim, é por aqui. - ele puxou minha mão, ajudando-me a andar - O que houve com você? - ele perguntou, parecia sensibilizado.

–Salvei uma garotinha em um incêndio.

–Você parece o Homem-aranha com essa roupa - ele falou - Quer dizer, sem contar com seus...bem... - ele gaguejava, sabia do que ele falava.

–Entendi. Não, não sou o Homem-aranha. Sou a Mulher-aranha. E não temos nenhum parentesco.

–Eu sei - ele disse, mas estranhei - Não, quer dizer, você não se parece com ele. - ele parecia se enrolar com as palavras. Aquela voz era familiar para mim. - Meu nome é Peter Parker. - ele se apresentou.

–Prazer.


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