Love Different escrita por Louise Borac, Miss Volturi


Capítulo 27
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Então... Desculpem a demora com o capítulo, eu estava com uns problemas pessoais (ainda to, na verdade) e não deu pra escrever antes. Se quiserem, leiam o capítulo ouvindo a música A New Hope do Broken Iris, o capítulo foi inspirado nela.
Espero que gostem /HeloisaM.



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Ele sabia que não havia nada ali, tudo era somente uma forma inútil dos humanos de tentar homenageá-la, dar-lhe uma forma de descanso eterno. Sabia que aquilo era ridículo, conversar com um pedaço de pedra, colocar flores em sua superfície e ficar lá, somente observando tudo ao seu redor. Sabia de tudo isso e mesmo assim não conseguia parar de ir todos os dias ao cemitério e se sentar ao lado de seu túmulo, onde uma foto dela estava pregada.


Já fazia mais de duas semanas que a haviam dado como morta. E mais de três meses que ele estava a sua procura, revirando cada canto daquela maldita ilha, nunca tendo sucesso em suas buscas. Mesmo com a ajuda de Jane e Heidi, tudo que havia restado do local do acidente fora um carro amassado, com janelas quebradas, lotado de sangue já seco.


Ninguém sabia o que havia acontecido com o corpo. Especulações não faltavam principalmente dos policiais e dos malditos adolescentes humanos que insistiam em criar teorias absurdas, uma mais ridícula do que a outra. Depois de um tempo, Alec aprendeu a ignorá-los.


Parou de ir à escola. Pouco se importava se os humanos estavam suspeitando dele ou de Jane, não aguentava mais ir para aquele lugar infernal e ser atacado por perguntas. Ou xingamentos. Dependia do dia, do humor dos humanos, mas eles sempre vinham até ele. E a cada dia se tornava mais impossível se controlar para não quebrar o pescoço de um.


Claro que Alec não aguentou muito tempo.


Mais duas mortes foram anunciados no jornal naqueles dois meses. Ele não se importou em descobrir os nomes dos humanos, bastava saber que eram amigos dela e não iriam mais perturbá-los com perguntas. Depois disso, Heidi insistiu para que ele saísse da escola, para que nenhuma suspeita fosse levantada.


Essa atitude não ajudou muito, obviamente. O vampiro acabou por matar mais três humanos, de novo, amigos dela. E em seguida, todos os que ele conseguia encontrar na frente, restando somente o híbrido e sua irmã. Foi quando as especulações aumentaram e os três vampiros tiveram que se refugiar no campo, mas não antes de Alec cometer outra besteira.


Matar a mãe do hibrido... Sabia que isso havia sido a pior de suas idiotices. O meio vampiro o havia provocado, é verdade. E sua irmã humana era uma peste, obviamente. Uma menina sem educação que não sabia seu lugar. Porém, ele não deveria ter feito o que fez, só piorou a situação toda.


Heidi foi embora duas semanas depois disso. Alec sabia que ela iria acabar contando a Aro o que ele andava fazendo. Pouco se importou com isso. Jane, por outro lado, mal deixou que ela chegasse à fronteira com a cidade mais próxima antes de arrancar-lhe a cabeça. Ela não iria deixar que ninguém, nem mesmo Aro, fizesse algo contra seu irmão.


Por precaução, a loira mandou uma carta ao mestre, dizendo que em uma briga com um vampiro local, Heidi acabou sendo morta, por incompetência na hora da batalha. Perfeito. Ninguém jamais iria suspeitar de nada, a vampira nunca fora boa em um corpo a corpo. Os dois estariam a salvo até chegar a hora de voltarem para Volterra.


Talvez essa fosse à única razão por Jane não estar apressando a partida, concluiu Alec um dia. Ela jamais se importaria em encontrar uma humana, ela odeia humanos, só está usando isso como desculpa por estar com medo de encarar Aro. Ele pouco se importava com a razão de ela estar ali, na verdade. Bastava que estivesse. Nunca havia precisado tanto da presença da irmã como naquelas semanas.


Ele se sentia um idiota por estar no estado deplorável que estava. Não era a primeira pessoa que morria por sua causa e com certeza não seria a última. Então, porque seu peito doía cada vez que se lembrava do nome dela? Ou de seu rosto? Ou de seu cheiro, seu sorriso ou o simples fato de ela ter existido? Por quê? Porque tinha que doer tanto?


Mais uma vez, ele estava no cemitério. Já era a quinta vez naquela semana. Alec nunca deixava as flores envolta do túmulo secarem, trocava-as todos os dias por novas, limpava o mármore, retirava qualquer vestígio de sujeira que conseguia encontrar. E quando terminava, sentava-se embaixo da embaixo de uma enorme árvore que havia ali e ouvia Skye Sweetnam cantar. Mesmo odiando todas as músicas. Ele precisava ouvir algo que lembrasse ela, algo que não fosse triste. Mas hoje, Alec não levou o MP3 consigo, sentia que não iria precisar dele.


Já passava da meia noite quando ele finalmente teve a coragem de dizer algo em voz alta. Sentia-se ridículo fazendo aquilo, afinal, ela não estava lá, somente havia um caixão vazio enterrado a 5 metros abaixo do chão. Depois de várias tentativas, Alec desembuchou tudo que estava preso dentro de si.


Falou de todos os momentos em que os dois passaram juntos. Relembrou os beijos, mesmo que poucos, o primeiro dia em que se conheceram, como ela estava bonita mesmo que estivesse com olheiras e a pele mais pálida que o normal. Pediu desculpas por tudo que fez. Implorou para que ela voltasse por vários minutos, mas nada aconteceu. Não se atreveu a chorar aquele choro sem lágrimas, se despedaçar todo não iria adiantar em nada. Falou tudo que conseguiu até escorregar no chão, sem aguentar mais ficar em pé. E ficou lá.


Duas horas depois, Jane apareceu. Ela não precisou dizer nada para que Alec soubesse que estava na hora de ir.


– Alec...


– Eu já vou Jane. Pode ir à minha frente.


– Tem certeza?


Alec assentiu sem olhar na direção da irmã. Ao perceber que ela já estava longe o suficiente para não ouvi-lo, ele se levantou e colocou uma flor em cima do túmulo.


– Sei que isso não é muito, mas é o máximo que posso te dar agora. Eu tenho que ir e não acho que vá poder voltar tão cedo. Aro irá ficar furioso ao descobrir o que fiz e provavelmente irá me punir, até mesmo matar. Mas talvez seja melhor assim, assim terei uma chance mínima de te encontrar em outra vida e fazer as coisas de forma certa. Prometo que tentarei voltar logo, tudo bem? E saiba que eu sempre te amei. Adeus, Heloisa.


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Notas finais do capítulo

Por favor, comentem, porque se eu não tiver comentários, eu juro que não posto a terceira temporada u.u