Pra te Entregar escrita por Alexis R, Bia Granger


Capítulo 22
Amor e Fúria - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra vocês! Espero que gostem!



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René praticamente esmurrou a porta.

–O que você tá fazendo aqui? –questionou Lucrécia.

–Primeiro, eu quero saber: com que direito você deixa minha filha sair daqui só com a roupa do corpo?!

–Ela que quis ir embora! –rebateu.

–Porque ela não aguenta mais ser tratada que nem lixo por você! Foi pra isso que você me escondeu ela?! Pra poder fazer da vida dela um inferno, pra querer que ela seja tudo o que você não conseguiu ser?!

–René, você estava com a Sara!

–Aí você me puniu por ter acabado tudo com você assim?!

–De que importa? Você virou um drogado e abandonou os seus filhos.

–Você não sabe pelo que eu tive que passar. E eu me afastei, sim, mas pra proteger eles! Agora eu tô limpo e eu não vou mais permitir que você maltrate a minha filha!

–Nossa filha!

–“Nossa”, só quando você começar a agir como uma mãe. Aonde é o quarto da Jade? Eu vim buscar as coisas dela.

–Ela escolheu sair, daqui ela não leva nada!

–Para de ser tão dura, tão amarga! Pensa um pouco na Jade!

–Tá bom, pode levar! Quero ver você conseguir lidar com aquela garota!

–Não fala assim dela. –Lucrécia o levou até o quarto da filha. Ele jogou tudo o que pôde na primeira mala que viu.

–A Jade só precisa de amor, de carinho e isso você nunca deu a ela. Tudo que ela faz, é querendo isso de você. –ele saiu, deixando Lucrécia confusa.

–--*---

Karina chegou em casa, e encontrou o pai e a madrinha na sala, agitados.

–Onde foi que você se meteu Karina? –questionou Gael.

–Não te interessa! –rebateu.

–Como assim não me interessa?! Eu sou seu pai! –exclamou Gael.

–Você nem tem certeza disso! Por que não me deixa em paz e vai cuidar da sua princesinha?!

–Karina, para de agir assim. Nós estamos preocupados com você! Até em briga tá se metendo... –disse Dandara.

–A fofoqueira da Bianca já abriu a boca, né?! E não enche também, Dandara, você sempre preferiu a Bianca. –disse ela, indo pro quarto.

–Viu, Gael, não é culpa sua. Eu dei mais atenção pra Bia, sim, mas porque ela precisava mais de mim. A K tinha uma irmã mais velha pra cuidar dela, falar coisas que não poderia falar com você...

–Eu sei, meu amor. –disse abraçando Dandara.

–--*---

Cobra estava sentado no chão, pensando em Jade. Como fora estúpido ao ponto de estragar a coisa mais importante que tinha? Mas era melhor assim. Jade merecia coisa melhor. Por mais que não quisesse isso, preferia se afastar da sua dama, do que fazê-la sofrer. Ele foi interrompido de seus pensamentos por Sara.

–Mestre...

–A Jade brigou com a Lucrécia, ela tá lá em casa, acho que você deveria ir lá.

–Eu terminei tudo. Ela merece coisa melhor do que eu.

–Cobra, para de se rebaixar. Você é um bom garoto, para de achar que existe um gene da maldade que você herdou do teu pai, porque não existe. Primeiro, caráter não se transmite por genética. Segundo, ele era um bom homem, me ajudou muito no momento mais difícil da minha vida.

–Mestre...

–Escuta, eu vou te contar uma coisa muito séria, e você não repita pra ninguém.

–Sim, senhora. –ela contou toda a história de Lobão e Ana.

–Quando a Ana deu a luz à Karina, eu sabia que ela podia não aguentar. Eu achava que ele tinha ido e eu não queria ir, mas o seu pai me convenceu a ir vê-la. Se eu hoje posso ter um pouquinho de paz, agora que eu descobri a verdade, é porque eu fui lá. –ela disse, já em lágrimas. –Portanto, Cobra, eu não vou desistir de você.

–Mas, estraguei tudo... –ele contou sobre a tentativa de roubo, cabisbaixo. –Eu sempre detestei vê-la chorar, e dessa vez era por minha causa. Ela merece coisa melhor.

–Não, Cobra, ela precisa de você e você também precisa dela. E você está disposto a abrir mão dela porque acha que isso é o melhor pra ela; essa é a maior prova de amor que pode se dar.

–“Amor”. Eu nem sei o que é isso...

Ainda que eu falasse

A língua dos homens

E falasse a língua dos anjos

Sem amor, eu nada seria.

É só o amor! É só o amor!

Que conhece o que é verdade

O amor é bom, não quer o mal

Não sente inveja ou se envaidece

O amor é o fogo que arde sem se ver

É ferida que dói e não se sente

É um contentamento descontente

É dor que desatina sem doer

Ainda que eu falasse

A língua dos homens

E falasse a língua dos anjos

Sem amor, eu nada seria.

É um não querer mais que bem querer

É solitário andar por entre a gente

É um não contentar-se de contente

É cuidar que se ganha em se perder

É um estar-se preso por vontade

É servir a quem vence, o vencedor

É um ter com quem nos mata a lealdade

Tão contrário a si é o mesmo amor

–Essa música é mais confusa do que as coisas que eu tô sentindo... –disse Cobra ao ouvir a música tocando no rádio ao fundo.

–É porque o amor é assim, Cobra, a gente não explica, só sente. –Bianca entrou no QG, e, logo que viu a tia, a abraçou.

–O que aconteceu, Bi?

–A Karina. O Pedro disse que ela estava cheia de hematomas. Cobra, você sabe de alguma coisa?

–Juro que não, Bia. Se eu soubesse, nunca iria acobertar a K numa coisa que a colocasse em risco. Aliás, eu preciso te contar uma coisa.

–Eu vou deixar vocês sozinhos. Bia, fala pro seu pai que mais tarde eu passo lá. –disse Sara, deixando o QG.

–O que foi, Cobra, é sobre a K? –questionou preocupada.

–Não, é sobre você e o Duca...

–Como assim? –perguntou confusa.

–Aquelas fotos, foi tudo armação minha e da Jade. O Duca estava dopado, nem viu aquela garota.

–O quê?! –gritou. –Vocês dois se merecem mesmo, não prestam! –ela saiu do QG, indo direto para a casa de Duca.

–--*---

BB e Jade entraram na casa e foram direto para o quarto da ruiva.

–Eu vou pegar uma roupa minha pra você usar...

–Aonde é o banheiro? Eu preciso tomar um banho.

–Segunda porta à direita. –respondeu entregando uma muda de roupa para a irmã.

–--*---

Jade chorava enquanto a água quente corria pelo seu corpo. Ela não deveria ter dito aquelas coisas para a mãe, ela nunca iria perdoá-la. Ela se vestiu e começou a puxar os cabelos compulsivamente. Com o movimento, acabou esbarando em um pote de vidro. Ela parou e se abaixou. Começou a olhar para um caco de vidro grande; seu coração deveria estar igual. Ela sentia que havia estragado tudo, sentia que estava sozinha. Cobra nunca tinha gostado dela, só queria se aproveitar. Tudo o que ela tinha agora era uma família que não a conhecia, que ia acabar a abandonando também. Sentia que precisava se punir. Ela pegou o pedaço de vidro e fez um corte no seu antebraço. Logo, ouviu uma batida na porta.

–Jade, tá tudo bem? –era BB. A garota paralisou e não conseguir responder. –Jade, eu sei que você não tá bem, abre essa porta! –mais uma vez, ela não respondeu. –Jade, se você não for abrir, se afasta da porra da porta, porque eu vou derrubar! –BB se afastou da porta e deu um chute. A porta se escancarou e revelou Jade no chão com o braço sangrando. BB correu até a irmã, pegou uma toalha de rosto e começou a estancar o sangue.

–Me escuta, eu sei que você tá confusa, mas eu tô aqui pra te ajudar. –disse a ruiva pressionando o ferimento. Bete, que estava fazendo uma faxina na casa, se aproximou.

–Toma, ruiva, o kit de primeiros socorros.

–Obrigada, Bete.

–Por nada. Qualquer coisa, eu estou na sala.

–Isso vai arder um pouco. –disse, jogando antisséptico no ferimento e enfaixando o braço da irmã em seguida.

–Obrigada por cuidar de mim.

–Eu sou sua irmã, vou cuidar de você sempre. Vem, vamos pro seu quarto...

–Meu quarto?

–É, o quarto de hospedes agora é seu, ordens da Dona Sara. –ela levou a irmã até a cama e deitou-se ao seu lado.

–Por que você fez isso? –perguntou a ruiva, após um tempo.

–Eu não sei. Aconteceu tanta coisa hoje. A briga com a minha mãe, ela me disse coisas horríveis, e o Cobra terminou comigo. –BB abraçou a irmã e fez cafuné em seus cabelos. Jade não estava acostumada com esse tipo de cuidado. Carinho? Apenas Cobra era assim com ela, e era tudo uma mentira. René entrou no quarto e interrompeu seus pensamentos e o silencia do quarto.

–Filha, eu trouxe as tuas coisas. O que é isso no seu braço? –questionou preocupado.

–Não é nada... –desconversou e escondeu os pulsos.

–A Jade se cortou de propósito... –revelou BB.

–Ruiva! –repreendeu Jade. O pai não precisava saber do ocorrido.

–Escuta, eu não vou te julgar. Eu sou seu pai, vou te ajudar a não fazer mais isso. Agora, descana, que o dia hoje foi cheio. –deu um beijo em sua testa.

René ouviu a campanha tocar.

–Oi René, a BB tá em casa? –disse Zé, um tanto inseguro por estar em frente ao “ex-futuro-possível-sogro”.

–Ela tá com a Jade no quarto de hospedes. –respondeu René, um tanto desconfiado pela procura do rapaz. Zé estranhou, mas foi até a porta do quarto. Abriu lentamente e encontrou a ruiva abraçada com a outra garota, fazendo carinho nos cabelos dela. Ao ver isso, saiu sem dizer nada. Agora entendia porque a garota não queria compromisso com ele.

René nem percebeu o rapaz saindo e ligou para Sara.

–Amor, vem pra casa... –pediu o ator, aflito.

–O que foi? –perguntou Sara, do outro lado da linha.

–A Jade, ela se cortou de propósito. Ela tá bem, mas...

–Eu tô indo pra casa. –cortou Sara.

–--*---

–O que foi, mestre? –perguntou Cobra, ao ver a cara da mulher.

–A Jade se cortou... –respondeu aérea.

–O quê?! Eu vou pra lá agora! Ela tá bem? –questionou, aflito.

–Tá, sim, fica calmo. Vem no meu carro, você não tá em condição nenhuma de dirigir.

–--*---

Bianca estava parada na porta do ex-namorado, procurando coragem para bater. Ela não havia dado a mínima chance para ele se explicar. Ele tinha visto ela e Tony juntos, e temia que ele não a perdoasse. Logo agora, que ela precisava tanto dele... Ela finalmente tomou coragem e bateu. Dona Dalva abriu a porta.

–Oi, minha filha. O Duca tá no quarto.

–Obrigada, Dona Dalva. –sorriu.

–Bianca, o que você tá fazendo aqui? –questionou Duca, quando viu a garota parada em sua porta.

–Eu vim falar com você. –respondeu Bianca, tímida.

–Achei que você tivesse com o seu priminho. –resmungou.

–Não, Duca, eu não tenho mais nada com o Tony.

–Então, quer dizer que você teve?! –perguntou.

–A gente estava separado... –argumentou. –Me escuta, Duca. Eu sei que você não me traiu. O Cobra me contou que foi tudo armação dele e da Jade. Eles te doparam e pagaram um garota pra deitar do seu lado e tirar aquelas fotos

–Eu sabia que esses dois estavam metidos nisso. Vem cá, Bia, você nem me ouviu...

–Eu sei, Duca, mas se põe no meu lugar. O que você faria?

–Eu acho que eu... Eu não sei. –suspirou.

–Então, não deixa essa sujeira continuar separando a gente...

–Eu te amo muito, Bi. –disse enxugando as lágrimas que caíam. –Eu sei que eu não posso te cobrar, já que a gente estava separado, mas eu preciso saber se você ainda sente a mesma coisa por mim...

–Du, o Tony foi uma paixonite adolescente, que apareceu quando eu estava carente, mas é você que eu amo. Só você. Mesmo quando eu achei que isso era verdade, eu tentei lutar contra o que eu sinto por você, mas eu não conseguia. –ela passou a mão no rosto dele.

–Você também é a única que eu amo. –eles se beijaram com paixão, saudades e urgência. Duca jogou a namorada na cama, e ela tirou a sua blusa.

–Eu senti muito a sua falta. –disse Bianca.

–Eu também. Eu nunca mais vou deixar nada separar a gente. –prometeu ele beijando o pescoço da garota. Eles se entregaram um ao outro, como se fosse a primeira vez. Pela primeira vez em muito tempo, todas as preocupações sumiram da cabeça de Bianca.

–--*---

BB viu que a irmã havia adormecido e decidiu ir para a sala. Deparou-se com a mãe entrando em casa com Cobra, que parecia atordoado.

–Cadê a Jade? –perguntou olhando em volta.

–O que você tá fazendo aqui?! Você... –questionou, acusando-o.

–BB, ele errou, mas ele gosta da sua irmã e ela precisa dele. –BB, mesmo contrariada, ficou em silêncio e indicou o quarto da irmã para Cobra. Ele correu pra porta do quarto, entrou e arrastou a cadeira da escrivaninha para o lado da cama. Ele olhou para o curativo no braço de sua dama, e não conseguiu conter as lágrimas. Ele passou a mão nos cabelos dela, fazendo-a acordar.

–O que você tá fazendo? –questionou com a voz arrastada. Jade ia manda-lo embora, mas percebeu que ele chorava muito. –Por que você tá chorando?

–Porque a garota que eu amo tá se machucando cada vez mais, e eu tô com medo de perdê-la...

–Se você me ama tanto, por que você fez aquilo?

–Eu estava desesperado. Achei que podia pegar aquela maldita estátua, penhorar e depois te devolver, mas quando eu te vi chorando por minha causa, eu achei que era melhor eu me afastar, do que fazer você sofrer por minha causa. Eu só queria o melhor pra você, mesmo que fosse o pior pra mim, Jade. Isso é o quanto eu te amo. Mas, agora eu vi que eu tenho que te proteger de você mesma.

–Eu também te amo, Ricardo. Por favor, não faz isso comigo nunca mais. –pediu chorosa.

–Eu prometo. Jura que não vai mais se machucar?

–Eu juro. –ele a beijou de uma forma que nunca a havia beijado. Não era só desejo, era amor, carinho, um misto de sentimentos os dominava. Cobra se deitou do lado dela e a abraçou contra o seu peito. Foi como se tivesse medo que ela sumisse se ela a soltasse; e ele tinha.

–--*---

Pedro tocou a campainha da casa da namorada.

–Oi, Mestre Sogrão. A K tá em casa?

–Tá no quarto, tenta conversa com ela...

–Claro. –ele entrou e foi direto pro quarto dela.

–Esquentadinha. –chamou Pedro entrando no quarto.

–O que você tá fazendo aqui, moleque? –perguntou Karina.

–Eu vim te ver. Olha, Karina, eu sei que eu exagerei, mas eu tô preocupado com você. –disse se aproximando dela.

–Eu só não queria a Bianca no meu pé. Ela se mete demais na minha vida...

–K, a sua irmã te ama, ela só quer o seu melhor.

–Ele quer é pagar de perfeitinha... –resmungou.

–Eu não quero brigar com você. Meus pais e a Tomtom vão sair. Vamos ficar um pouco juntos só nós dois? Sem brigar, só ficar junto.

–Tá bom. –ela aceitou. Eles saíram do quarto de mãos dadas.

–Mestre Sogrão, a K pode dormir lá em casa hoje?

–Pode, cuida bem da minha filha... –ele pediu. Eles saíram.

Gael aproveitou que as duas filhas não estavam em casa e resolveu sair com a namorada.

–Morena, vamos aproveitar essa paz e sair um pouco? Que tal darmos uma volta na praia?

–A gente tá precisando disso mesmo. Vamos. –sorriu.

–--*---

Karina e Pedro se sentaram no sofá e começaram a namorar. Foi quando o celular de Karina apitou.

M.L.: “Te busco na praça em 1 hora.”.

–Quem é, esquentadinha? –perguntou Pedro.

–Ai, é só a chata da minha irmã enchendo o saco. –respondeu rapidamente.

Karina precisava arrumar uma forma de sair sem que o namorado percebesse. Ela, então, lembrou-se de que a sogra ás vezes toma um remédio para dormir.

–Pê, eu vou no banheiro, já volto. –ela foi até o gabinete de remédios, que era um espelho, e pegou um comprimido. O colocou no bolso e saiu rapidamente.

–Esquentadinha, pega um suquinho pro seu namorado?

–É um abusado mesmo. –Karina aproveitou-se da situação pra colocar o comprimido no suco.

Voltou pra sala com o copo de suco de laranja e o entregou para o namorado, que bebeu todo o conteúdo em um gole. Eles ficaram namorando mais um pouco, e logo Pedro adormeceu. Karina aproveitou e foi embora. Logo, o carro de Lobão parou e ela entrou. Eles foram em silêncio até chegar ao local da luta. Karina iria lutar 3 vezes. Nas duas primeiras lutas venceu com facilidade.

–Bom, Karina, agora você vai pro próximo nível.

–Lobão, por favor, ela é só uma menina, nem é graduada... –argumentou Nat.

–Nat, são negócios. Eu vou arriscar alto pra ganhar mais alto ainda.

Karina entrou tensa no octógono improvisado no chão de cimento. Via pelos olhares de Nat e Alan que a luta não seria fácil. O oponente era muito maior que ela, do tamanho de Duca. Karina conseguiu se defender por algum tempo, mas levou uma joelhada nas costelas e acabou caindo. Ele montou a meia guarda em cima dela e começou a golpeá-la sem dó. Karina conseguiu acertar uma cotovelada certeira no queixo dele e o levou chão. Inverteu as posições e escapou do adversário.

–Levanta, Karina, ele é muito bom de chão. Não deixa ele levar a luta pra baixo! –gritou Lobão. Karina se levantou mais rápido que o adversário e aplicou um chute de capoeira no rosto dele, que desmaiou.

–Vocês foram ótimos hoje.

–Lobão, a Karina vai precisar levar pontos. –disse a lutadora tentando estancar o sangramento no supercílio da mais nova.

–Thales, dá um jeito nisso aqui pra mim. –o homem sentou Karina em um banco e começou a fazer os pontos. Nat percebeu que ela estava nervosa e segurou a sua mão.

–Agora, vamos embora, cambada. –anunciou Lobão.

–--*---

–Bom dia, meu amor. –disse Duca para a namorada deitada sobre seu peito.

–Bom dia, meu lindo.

–Tá tudo bem? –perguntou Duca, vendo a expressão da namorada.

–Eu não sei... Tô com uma sensação ruim. Eu acho que vou pra aula da tia Sara.

–Leva o carro, que a praça é perigosa, mal amanheceu. Eu vou ter ficar com a minha avó. Avisa para mestre.

–Tudo bem. –disse lhe dando um beijo.

–--*---

Já era de manhã. Cobra acordou bem cedo, pois tinha aula de capoeira.

–Vai aonde tão cedo? –perguntou Jade, acordando pelo movimento do rapaz.

–Aula da Mestre Águia. –respondeu.

–Eu vou com você. –disse se levantando.

–Tem tempo ainda. –disse olhando para o relógio.

–Eu quero passar na minha casa. O René... Meu pai pegou minhas roupas, mas deixou o meu celular. O Ed avisou pra ele que a minha mãe viajou de novo.

–Tá, eu te levo. –disse Cobra.

Cobra e Jade foram até o apartamento da garota. Quando iam entrando, se surpreenderam ao ver Eva. Cobra fez sinal pra saírem, mas acabaram ouvindo uma conversa.

–Então a Karina ganhou as três lutas? Sei... Vocês tão voltando pra Khan? –não ouviram o resto e fecharam a porta devagar.

–O Mestre tá fora com a Dandara, mas dá pra falarmos com Sara. –disse Cobra.

–Vamos logo. –ele dirigiu até a academia. Desceram do carro à procura de Sara. Eles não a acharam, então Jade correu para o vestiário feminino.

–Cadê a sua tia? –perguntou para Bianca.

–O que você quer com ela, garota? –perguntou Bianca.

–Olha, sua sonsa, eu não vou com a sua cara, mas eu também não sou nenhum mostro. Eu ouvi uma conversa da Eva, a sua irmã tá na Khan. Acho que ela estava numa luta ilegal! –Bianca nem se preocupou em responder; saiu correndo, pegou a chave do carro de Duca e saiu em disparada.

Bianca dirigiu a 180 km/h até a academia de Lobão. Saiu cortando pelas ruas do Rio...

–--*---

–Muito bem, Karina, você rendeu muita grana hoje. Sexta-feira que vem, você luta de novo.

–Mas Lo... Mestre, eu ganhei essa luta por pura sorte, eu não tô preparada pra esse nível...

–Eu não sou o Gael, Karina, se você não tá preparada, treina mais.

–Mestre, ela tá toda machucada. –argumenta Alan.

–Cala a boca, Alan. –retrucou Lobão.

–Eu não quero mais essas lutas. Você falou que ia me transformar numa campeã! Você mentiu!

–Olha o tom que fala comigo. Não quer levar outra surra, dessa vez de mim...

–Lobão, por favor, olha o estado que ela já está. –argumentou Nat tentando segurar a o braço de Lobão.

Bianca chegou na porta da Academia, entrou pisando pesado. Se deparou com Lobão prestes a agredir Karina, que já estava muito machucada

–Experimenta encostar um dedo da minha irmã, pra ver o que te acontece! –gritou Bianca.

–Nossa, Bianquinha, tô morrendo de medo. O que você tá fazendo aqui? Não temos aulas de capoeira.

–O que você pensa que está fazendo levando minha irmã pra essas rinhas?!

–Bianca... –começou Karina.

–Cala a boca, Karina. –virou pro Lobão. –Quem você pensa que é, Lobão, pra colocar a minha irmã pra lutar como se ela fosse um bicho?! Olha o estado dela!

–Ela veio pra Khan porque quis, eu não obriguei ninguém! Agora, some da minha academia!

–Vem comigo, Karina. Agora! –gritou.

–A minha conversa com a minha lutadora não terminou. –disse Lobão.

–Ela não é nada sua! –gritou Bianca.

–Maré, dá um jeito nessa patricinha.


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Notas finais do capítulo

"Ministério da Saúde adverte: Leitores fantasmas fazem mal pra saúde da autora." :(
Beijos!