Músicas Para Viver escrita por Katsudon


Capítulo 2
Não Consigo Parar De Te Olhar Can't Take My Eyes Off You - Heath Ledger


Notas iniciais do capítulo

2º capítulo um pouquinho atrasado porque minha net deu problema e só voltou agorinha.

A música do capítulo de hoje é de " 10 coisas que odeio em você"...amo esse filme e amei particularmente fazer esse cap.

Espero que gostem e mandem comentários



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Minhas mãos suavam, meu coração batia forte e minha respiração falhava. Oh shit. Isso é tão idiota, estar apaixonado é idiota. Principalmente quando se está apaixonado desde os 8 anos. Katniss Everdeen tinha conquistado meu coração no momento em que pus meus olhos sobre ela.

Clichê! Clichê! Clichê! Clichê! Clichê! Clichê! - Minha mente acusa.

Mas quem mandou meu coração se apaixonar perdidamente. Meu amor por ela é tão clichê. Numa tarde do verão de 94, esbarrei numa menina na escola e derrubei os livros dela. Quando fui ajudá-la nossas mãos se tocaram e meus olhos prenderam-se nos dela enquanto meu coração bombeava sangue mais rápido. Viramos amigos e eu nunca criei a coragem para dizer a ela que estava enamorado.

Crescemos e passamos normalmente pela adolescência como melhores amigos, apesar de eu querer algo mais com ela. Depois dos quatros anos de Ensino Médio fomos para Columbia University. Depois da formatura eu finalmente criei coragem para dizer o que sentia.

Meu coração foi esmagado.

Marquei um almoço no lugar de sempre, Tom’s Restaurant que ficava na própria Broadway. Katniss chegou excepcionalmente feliz aquele dia dizendo que tinha uma ótima notícia para mim.

– Eu vou finalmente sair do seu pé. Estou namorando sério. – disse com um sorriso absurdamente grande.

Eu fiquei chocado e calado. Como assim no dia em que resolvo me declarar, a morena acaba com minhas esperanças assim? A Everdeen não é de namorar, então quando acontece ela está realmente apaixonada.

Vi seu sorriso morrendo aos pouquinhos quando permaneci calado.

– Fala alguma coisa, Peeta. – pede preocupada.

Ainda abismado, levantei-me e a abracei.

– Meus parabéns! Espero que de tudo certo entre vocês.

Ficamos num silêncio que começou a ficar constrangedor.

– A propósito, como é o nome do azarado? – brinquei tentando amenizar o clima. A morena me mostrou a língua.

– Gale Hawthorne.

Quase cuspi o suco que estava bebendo.

– Gale Hawthorne? – ela afirma. – O cara que tem a fama de “Heartbreak”?

– O próprio. Porém eu não sou aquelas bobinhas que ele pegava, sou muito mais esperta que elas e o Hawthorne.

Ela ia sair com o coração quebrado.

– Só tome cuidado com o cara. Não quero ver lágrimas rolando por seu rosto. – dei um beijo em sua têmpora e meio saí correndo.

A tristeza que me preencheu naquele momento foi tão grande que não assisti mais nenhuma aula e passei o resto do dia chorando trancado no meu dormitório. A sorte não estava nunca a meu favor.

Hoje eles são noivos. Casam-se mês que vem. Clichê, não?

A campainha toca me tirando de meus devaneios. Quem poderia ser nesse temporal que tá caindo? Quando atendi, surpreendi-me em ver Katniss encharcada com o rímel descendo por seu rosto perfeito.

– Katniss? – indaguei ainda surpreso.

Minha morena não disse nada, apenas correu até mim abraçando- me fortemente. Meu coração partiu-se mais uma vez ao perceber que ela estava chorando. Chorando desesperadamente. Eu a apertei contra mim esperando que isso a protegesse do mundo, nem ligando para o fato dela molhar minha roupa toda.

– O que aconteceu, baby? – perguntei carinhosamente e afastando-a delicadamente. Assim que terminei a pergunta Katniss passou a chorar ainda mais e voltou-se a grudar em mim.

Sentia-me um completo inútil por não poder entender o que acontecia e acalentá-la. Ficamos horas assim e coloquei-a para tomar banho para evitar que ela pegasse uma gripe enquanto preparava algo para comer.

Retornando a sala, Katniss já estava lá encolhida com uma coberta no sofá. Seus olhos ainda estavam inchados, mas parecia bem mais calma.

– Desculpa molhar você. – ela disse com a voz rouca por causa do choro. Olhei para mim.

– Não tem problema, Kétinha.

– ARGH! Já falei que odeio esse apelido. – ela me tacou uma almofada.

– E eu já falei que não to nem aí. – sentei-me ao seu lado sério. – No forno tem um bolo de chocolate, daqui dez minutos você tira porque eu vou tomar banho. – o rosto dela iluminou-se ao ouvir chocolate. Era bom ver esse sorriso. – Mas depois nós vamos conversar sobre o que está te afligindo. – ela voltou a fazer cara de choro. – E se você chorar de novo vai dormir na casinha. – riu novamente.

Quando terminei meu banho vesti a calça moletom e fiquei sem camisa mesmo. Katniss não estava na sala, segui então para a cozinha onde ela provavelmente estaria devorando o bolo.

Oh shit.

Assim que entrei na cozinha o calor subiu totalmente. Minha amiga estava com uma camiseta minha que só cobria o que tinha que cobrir e mexia a cauda de chocolate. OH! Aquela cena era tão fodidamente sexy que fiquei olhando sem conseguir parar. Finalmente notou minha presença e meu olhar também.

– Pare de me olhar assim. – corou

– Perdoe a maneira como te olho – respondi ainda alienado.

Voltamos para sala e voltei a perguntar o que tinha acontecido de novo. Seus olhos voltaram a se encher de água. Katniss era minha kriptonita, minha fraqueza, aquela situação estava me quebrando.

– Ele me traiu.

Eu pisquei algumas vezes não acreditando no que entrou em meu ouvidos.

– Aquele desgraçado. – levantei rapidamente fechando os punhos. – Eu vou matá-lo.

Já avançava em direção a porta quando Katniss entrou em minha frente.

– NÃO! Não vale a pena você sujar as mãos.

– Não vale? Claro que vale.

– Sei que não foi legal o que ele fez comigo, mas a vida vai encarregar de dar-lhe o troco. Além disso, eu preciso muito de você agora.

–Okay! – Acabei concordando. Pedi que ela me contasse essa história direito. O relato foi o seguinte: ela conseguiu uma promoção no trabalho e foi comemorar com as amigas numa boate. Teve a maior surpresa ao encontrar Gale com a língua na garganta de uma periguete qualquer. Minha baby foi tirar satisfações com ele, discutiram e terminaram (confesso que essa parte me deixou feliz).

– Você sabe que ele não merece uma lágrima sua e muito menos seu coração. Você é incrível. Doce, generosa, inteligente, independente e muito sexy. Você é boa demais para ser de verdade. Não precisa dele.

Eu a abracei ternamente tentando passar todo meu amor. Ela não se convenceu, mas não discutiu comigo. Depois fomos dormir. No dia seguinte quando acordei ela já estava de pé ao lado da janela, bem pensativa.

– Está melhor?

– Na verdade estou ótima. – disse virando-se para mim. – Eu não dormi essa noite pensando no que aconteceu. E quanto mais pensava mais percebia que não o amava. A gente ficou um mês sem se ver e nem senti saudades. Claro que a traição doeu, contudo acho que vou superar.

Boa demais pra ser verdade.

– Assim que se fala garota. – uma ideia passou por minha cabeça. – Que tal uma tarde no shopping?

– Ai Kétinha, vamos logo embora.

– Ué! Mas não foi você que sugeriu.

– Foi e estou começando a me arrepender.

– Awn. Não fala assim. – apertou minhas bochechas e que revirei os olhos.

Finalmente ela nos permitiu sentar na praça de alimentação.

– Lembra quando a gente derrubou o lanche de uma velhinha e ela queria bater na gente? – pergunta repentinamente.

– Lembro - sorrio com a lembrança. – “Voltem aqui seus moleques atrevidos”. – imitei a velha.

Katniss gargalhou.

– E quando descemos as escadas rolantes pelos corrimãos e de costas? – pergunta rindo. Minha vez de gargalhar.

– Claro! Os seguranças ligaram para nossos pais recebi uma bronca tão grande. Bons tempos.

Não tinha notado como tínhamos nos aproximados. Estávamos com os rostos praticamente colados. Nossos olhares se prenderam. Azul no cinza. Nenhum de nós dois ousou quebrar o contato.

Aproximei-me ainda mais colocando uma mão em seu rosto e trazendo-o para mim. Nossas respirações se encontram e misturavam-se. Katniss fechou os olhos e no momento em que ia beijá-la, ela recuou.

– Não podemos. Isso pode estragar nossa amizade.

Levantou- se, porém antes que pudesse dar um passo já estava a trazendo até mim por sua cintura. Colei nossos corpos voltando a aproximar nossos rostos.

– Eu quero tanto te abraçar, cuidar de você. Quero levá-la para ir ao cinema ou ao parque só para vê-la sorrir. Eu te amo tanto, baby. Deixe-me mostrar o que é amor verdadeiro, deixe-me te amar.

Ela me olhava com um misto de confusão e medo. E quando ia beijá-la se afastou de mim e saiu correndo. Fui inutilmente atrás dela.

Droga! Droga! Droga! Droga! Droga!

Consegui estragar tudo agora. Katniss não vai nem ser minha amiga mais. Parabéns, Mellark. Você conseguiu afastar a pessoa que mais ama no mundo.

Voltei para casa totalmente derrotado e triste. Eu não posso viver sem minha Kétinha. Levei as compras delas e larguei no sofá. Tentei ligar o resto da tarde pra ela, contudo ela recusou todas as chamadas. A noite desisti e fui tentar dormir.Falha. Estava preocupado demais com Katniss para dormir.

Ding dong. Olhei no relógio as horas e eram 2:26 da manhã. Quem faz visita as 2:26? Eu já ia mandar passear quando identifiquei a morena de olhos verdes. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ela pulou no meu pescoço e encostou nossos lábios. Logo estávamos num beijo envolvente e cálido. Quando o ar se fez necessário, Katniss sorriu para mim e disse a palavra mais linda que podia nesse momento.

– Deixo.


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Notas finais do capítulo

Lembre-se dos coments pra incentivar a escritora.
Até amanhã!



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