O Alvorecer De Um Novo Sol escrita por Marimachan


Capítulo 8
Capítulo 7 - Memórias Agonizantes


Notas iniciais do capítulo

Olá amados! *-*
Capítulo SEM flashback pq o anterior foi SÓ flashback. Sempre vou tentar equilibrar dessa forma. :)
E tmb, capítulo bem centrado no Zoro, maaaaas é porque tem informações bem importantes nesse cap que serão compreendidas melhor no próximo. ^^
Bem... sem mais enrolação... Boa leitura! ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/541820/chapter/8

Faziam três dias que os Mugiwaras estavam na Ilha. Usopp, Brook e Franky jogavam um jogo qualquer de cartas na grama do jardim, enquanto Nami, Robin e Chopper desenrolavam assuntos diversos em uma conversa animada na varanda da casa da morena. Sanji preparava o almoço e ora uma, ora outra, ia até à varanda dar atenção máxima à suas queridas damas. Nara e Seion estavam no bosque com Ken e Issa. Por mais que a vontade de Seion era ficar ali na companhia de sua família, não iria demorar muito para ele e seus amigos partirem para o mar e precisavam continuar treinando arduamente para encararem o quê vinha pela frente. Entre todos os Mugiwaras, Zoro era o único que se encontrava quieto.

O espadachim estava sentado no chão ao final da varanda. Observava seus antigos nakamas agindo de forma descontraída, interagindo com bastante animação entre si. Era fato que todos estavam felizes em estarem reunidos por aqueles dias e ele com certeza compartilhava dessa felicidade, mas algo estava o incomodando. Nos últimos dias, a frequência dos sonhos que traziam as lembranças de seu passado era assustadora e aquilo não estava o agradando nenhum pouco.

Por que diabos ele estava tendo aqueles sonhos depois de 17 anos? Por que seu subconsciente insistia em trazer à mente fatos os quais o deixavam tão desconfortável? Por que a lembrança de Luffy estava tão presente naqueles dias?

Aquilo era estranho, desagradável e o incomodava de forma extrema.

Não que não gostasse da lembrança de seu amigo. Muito pelo contrário, tinha orgulho e agradecia todos os dias por ter conhecido seu antigo capitão. Porém, as lembranças que se faziam presentes eram agonizantes.

O desespero do bando ao descobrir alguns meses depois de terem conseguido encontrar o One Piece que Luffy iria morrer; o fato deles terem que aguentar a angústia de ver os sintomas agindo sobre ele até Chopper conseguir descobrir um tratamento; a forma como o capitão sabia que sua hora chegava, mas permanecia dizendo que estava tudo bem só para evitar o desespero dos amigos; a promessa que haviam feito à Luffy; a esperança destruída quando descobriram que não poderiam conseguir a cura à tempo; a morte do amigo; a separação do bando; a tristeza por ambos nos olhos de cada um; a forma como Nami quase se afogou naquela escuridão... eram lembranças terríveis. A única coisa boa no meio disso tudo fora a descoberta sobre a gravidez da navegadora.

Aliás, a existência de Seion fora o que dera forças para todos eles voltarem a se erguer e acreditarem que existia uma luz no fim do túnel afinal. Ainda assim, a ideia de que Luffy morrera antes mesmo de saber que seria pai trazia um sentimento de injustiça ― mesmo que lá no fundo Zoro sentisse que Luffy sabia. Não fazia ideia de como, mas ele sabia. Tudo aquilo vinha de forma violenta contra si à todo momento nos últimos dias. Tudo que o espadachim queria saber era por que.

A guerra dentro de sua mente, entretanto, fora interrompida por sua esposa, que se sentou de frente para ele e o observou de forma curiosa e terna. Zoro a encarou nos olhos, tendo consciência de que Robin tentava com aquele olhar desvendar todos os pensamentos do marido. Hábito da morena que às vezes o surpreendia, porque ela sempre sabia o quê ele estava pensando.

Aliás, ela sempre sabia o que todos estavam pensando.

― Você anda mais quieto que o normal ultimamente. Quer partilhar comigo o que está acontecendo? – a voz dela era gentil e calma, como de costume, porém com um leve tom de preocupação.

― Não acho que seja necessário. – o fato de estar casado não mudara em nada o fato de Zoro ser extremamente reservado.

― Tem certeza? – perguntou agora enfatizando sua preocupação. ― Talvez tenha alguma relação acerca dos sonhos que você tem tido ultimamente?

Ele nem sabia por que ainda se surpreendia com aquilo.

Um suspiro é ouvido pela arqueóloga, mostrando que ele finalmente havia se rendido, fazendo-a sorrir satisfeita.

― Ultimamente as lembranças da morte do Luffy vêm aparecendo com uma frequência muito estranha pra mim. Eu sinceramente não faço ideia do porquê. – encarou-a esperando pela resposta.

― Hum... entendo. Por isso está tão quieto. Mas realmente não entende o porquê? – questionou o observando. Zoro negou em um movimento com a cabeça. ― Bem, vejamos... – parecia analisar as informações. ― Você é um homem que sempre odiou se sentir incapacitado diante de qualquer situação. Principalmente quando essa situação envolve pessoas com as quais você se importa. Todos nós nos sentimos impotentes diante da morte do Luffy, porque não conseguimos cumprir a promessa que fizemos a ele de encontrar de qualquer forma a cura para sua doença. Até hoje carregamos esse sentimento, por mais que tentemos abafa-lo. Por isso essas lembranças te incomodam tanto.

― Isso eu sei, não preciso de uma arqueóloga intrometida para descobrir. – sorriu irônico. –Quero saber por que elas estão aparecendo com tanta frequência.

― Eu ainda não terminei. – afirmou ainda tranquila. ― Você em especial tem outra promessa com o Luffy. Uma promessa de uma vida inteira, se podemos assim dizer. Seion está prestes à ir para o mar finalmente. Talvez essas lembranças estejam tão ativas em você porque tem medo de que com isso, não possa cumpri-la... Porque mesmo que a promessa não tenha sido diretamente com Seion, está relacionada indiretamente com ele, já que ele é filho da Nami e sua promessa é relacionada diretamente com ela. Faz algum sentido pra você? – o observou, enquanto Zoro parecia realmente pensar sobre o assunto.

― Realmente... faz todo o sentido. – concordou. ― Agora a questão é... como diabos eu paro isso? – perguntou um pouco indignado consigo mesmo. Tudo que pôde observar, porém, fora um sorriso gentil nos lábios bem desenhados de sua mulher.

― Não acho que tenha um método verdadeiramente eficaz. Apenas tente não pensar nisso o tempo todo e aproveite esses dias únicos que estamos tendo com nossos amigos, enquanto Seion ainda está conosco. Deixe para ficar pensando em tudo isso quando ele já tiver partido. Aí você terá reais motivos para se preocupar. – se aproximou, depositando um selinho nos lábios do espadachim. ― O que me diz?

Então se levantou, ainda com o sorriso nos lábios e a mão estendida em direção ao marido. Esse pareceu pensar por um momento e então toma a mão da morena, se levantando também e caminhando em direção à Nami e Chopper, que permaneciam conversando animadamente.

Como ela havia dito... deixa pra se preocupar com seu sobrinho idiota e imprudente quando ele já tiver partido para longe de sua proteção.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu confesso que adoro escrever ZoRobin. É tão... :3
Ao menos pra mim, né. ^^
Até mais! O/