O Alvorecer De Um Novo Sol escrita por Marimachan


Capítulo 35
Capítulo 33 - As Três Decisões do Conselho


Notas iniciais do capítulo

Yey! O/
Bem, pessoas, só avisando que a partir de agr a fic entra em uma fase mais complexa. Agr a porra vai começar a ficar séria de vdd. :p
A partir deste capítulo começaremos a abordar de forma mais constante um dos plots principais da fic: A Guerra, suas consequências - tanto a curto quanto a longo prazo - e a situação atual do mundo.
Eita porra, agr tenho que tomar mais cuidado com o que escrevo. /CORRE
Enfim, boa leitura! ;)



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17 anos e 9 meses antes...

O cenário se contrastava totalmente com os gritos de comemoração.

O fogo trepidava ao longe, cada vez mais distante. As lascas de madeira encontradas por todo canto se tornavam cinzas arrastadas pelo vento, o qual naquele momento não passava de uma brisa suave. Se não fosse pelas centenas de corpos sem vida e homens e mulheres feridos à beira do mar, a imagem das grandes chamas refletindo nas águas poderia ser considerada uma das sete maravilhas do mundo.

Dali de onde se encontrava, já à uma distância considerável do centro da comemoração, ele podia enxergar seu orgulho queimando em meio a madeira. A forma como o fogo queimava o Quartel General da Marinha era a mesma com que o fogo que havia dentro de si queimava sua alma. Uma fúria absurda tomava conta daquele homem e o singelo barquinho que ele estava usando para sua fuga parecia ser pequeno demais para toda a ira que emanava de si.

Naquele instante, enquanto ouvia os gritos do Exército Revolucionário ao comemorarem a vitória e assistia a justiça a qual seguiu sua vida toda ser destruída junto daquele prédio, tudo o que conseguiu pensar era em devolver.

Iria suportar o sentimento de derrota e sua ira. Iria guardá-los. Guardá-los para quando chegasse o momento da vingança. E esse dia chegaria. Ah... Com certeza chegaria. Não importava quanto tempo iria levar.

Ele chegaria.

E quando finalmente chegasse, os gritos daqueles que agora comemoravam tornar-se-iam gritos de dor e desespero. E então, o orgulho que eles tinham da vitória que agora existia iria ser engolido por fogo e se tornar cinzas...

Assim como aquelas lascas de madeira.

(...)

Na costa de alguma ilha do Novo Mundo...

As coisas estavam calmas e o homem tentava tirar um cochilo depois do almoço em seu navio, atracado na ilha. Alguns dos seus haviam descido à terra para comprar mantimentos, enquanto ele decidiu esperar por ali mesmo, já que eles faziam todo o trabalho do navio.

Ser vice-almirante tinha algumas vantagens.

Mas ele merecia isso, certo? Trabalhou muito para chegar ali, então as pequenas vantagens eram apenas consequências de um árduo trabalho. Trabalho esse que levou a vida inteira para ser feito.

― Kojima-san! Kojima-san! ― os pensamentos do marinheiro foram interrompidos por um de seus subordinados.

― Diga de uma vez. ― disse mal-humorado. Queria muito um cochilo depois de tanta correria na última semana.

― Dragon-sama está no Den Den Mushi. ― explicou enquanto ainda respirava ofegante por ter corrido até ali.

― Dragon?! Por que não disse antes, garoto?

O vice-almirante mal tinha terminado a frase quando correu para sua cabine.

― Dragon-sama, como posso ajudar? ― perguntou assim que pegou o Den Den mushi em suas mãos.

― Boa tarde, Kojima. ― a voz do homem era tranquila, embora séria. ― Eu só quero avisar que amanhã Sabo chegará à ilha em que você está no momento. Então, por favor, permaneça aí até que ele chegue.

― Oh, sim. Sem problemas. Iríamos partir pela manhã, mas já que ele virá até nós, podemos continuar atracados aqui.

― Ótimo. Obrigado. Ele está passando em cada um dos nossos com o mesmo propósito. Estou avisando a todos para que não sejam pegos de surpresa.

― Tudo bem... Mas, Dragon-sama, aconteceu alguma coisa? ― questionou preocupado.

Nas últimas semanas era esse o sentimento que resumia a maior parte do Governo Mundial: preocupação.

― Não exatamente. Ele só estará aí para passar algumas informações e decisões que todo o conselho tomou em conjunto. E já que estamos em um momento delicado, não podemos arriscar passá-las de outra forma que não seja pessoalmente.

― Entendo. Estarei esperando então.

― Certo, qualquer coisa entro novamente em contato. Fique atento.

― Sim, senhor. Ficarei. ― afirmou determinado e então ouviu o clique indicando que o Den Den mushi do líder havia sido desligado.

(...)

― Sabo-san! É um prazer revê-lo! ― atravessou o convés do navio em direção ao loiro.

― Bom dia, Kojima. ― sorriu simpático, em resposta ao cumprimento.

― Vamos até minha cabine. Lá podemos conversar melhor. ― sugeriu cortês, já mostrando o caminho para o Conselheiro. Esse caminhou até o cômodo e, ao chegar, sentou-se, retirando seu chapéu e o colocando de lado.

― Acredito que Dragon-san já tenha explicado minha presença aqui.

― Oh, sim. Ele me ligou ontem à tarde dizendo que viria.

― Ótimo. Então não vamos enrolar muito. Tenho uma tarefa importante para cumprir na ilha. ― ajeitou-se na cadeira. ― Primeiro de tudo, quais são as informações que você conseguiu?

― Bem, não muita coisa. ― abriu a gaveta de sua mesa e jogou sobre a madeira polida uma pasta, a qual Sabo logo tomou em mãos e passou a ler com atenção. ― Aí está tudo o que conseguimos. Encontramos alguns ex-marinheiros foragidos, mas nenhum deles deu muitos detalhes. Oferecemos diminuição de pena, privilégios e tudo o mais que estava ao nosso alcance, mas eles não abriram o bico. Apenas um deles disse alguma coisa útil realmente. Terceiro interrogatório. ― apontou para a pasta.

― Hum... ― um sorriso desgostoso surgiu no rosto do ex-revolucionário. ― Então eles estão mesmo montando um “Exército Revolucionário”? Bastante irônico, não...?

― Sim. ― suspirou pesadamente. ― E como pode ver, não são apenas ex-marinheiros insatisfeitos e antigos nobres que estão no meio. Há cidadãos comuns também. Só não consigo compreender, Sabo-san. Por quê? Digo... Ex-marinheiros tudo bem, não aceitaram a derrubada do Governo antigo e se revoltaram. Mas os cidadãos... Qual o motivo?! ― questionou indignado. ― O Governo atual é muito mais justo e organizado. É mais benéfico para o povo! Não tentamos privilegiar os mais abastados, mas sim somos justos com todas as classes. Não consigo entender o que se passa na cabeça dessas pessoas para agirem de tal modo.

― É algo que também não compreendo, mas que precisa ser investigado. E por isso as decisões que tomamos. ― colocou a pasta sobre a mesa e começou. ― Bem, não preciso dizer nada sobre a situação em que nos encontramos no momento. Famílias inteiras estão sendo destruídas e assassinadas, aparentemente, por simples vingança. De famílias importantes e com muita influência às mais humildes e simples.

“Até agora os ataques foram apenas no North Blue, mas tememos que vá se evadir para os outros mares também. A nossa esperança é que a garota sobrevivente dos Haruki consiga chegar até nós a tempo de conseguirmos resolver isso. Contudo, pode ser que isso não aconteça. Por esse motivo, o conselho chegou a uma decisão. Na verdade, três.

“Primeira. Vamos coletar todos os nomes dos cidadãos comuns que estão envolvidos nisso e chegaremos às nacionalidades de cada um. A partir disso, investigaremos a fundo se está ocorrendo algum tipo de corrupção ou desigualdade no país, que talvez estejam fazendo com que se revoltem com o Governo.

“Segunda. Tentaremos chegar ao centro de tudo. Temos uma mera noção de quem seja o líder, mas temos que investigar mais para chegarmos a uma conclusão certa. Por isso, todas as patentes de vice-almirante para cima, assim como profissionais diretos do Governo, estarão trabalhando exclusivamente para essa missão. Chegar a quem está por trás disso tudo. Qualquer coisa não relacionada a isso será passado para as patentes mais baixas e eles se responsabilizarão pela situação a partir de então. Assim como qualquer informação relacionada aos ataques que as outras patentes descobrirem serão passadas às patentes superiores.

“Terceira. ― parecia ser uma decisão forte, já que a feição do loiro ficou mais séria e sombria. ― Uma investigação será feita nas próximas semanas dentro do Governo. Todo e qualquer traidor que for encontrado será interrogado e punido severamente. Não queríamos chegar a esse ponto, mas foi necessário. No último mês descobrimos três espiões infiltrados. Precisamos tomar cuidado. Por isso, toda e qualquer informação deve ser passada diretamente para os conselheiros, de preferência diretamente à mim, ou para o líder, Dragon-san.

“Essas foram as três decisões a que o Conselho chegou. Estamos as repassando para todos, então não se preocupe em transmiti-las a outras frotas. Concentre-se em sua missão.

― Sim, senhor. Compreendi perfeitamente. Acho que no momento, foram as melhores decisões que poderíamos tomar. ― comentou pensativo, enquanto Sabo já devolvia seu chapéu à cabeça e se levantava.

― Acredito que sim. ― pegou a pasta e colocou sob o braço direito. ― Obrigado pelas informações, Kojima. Contamos com você. ― afirmou grato. ― Agora realmente preciso ir. Tenha um bom dia. ― sorriu se despedindo e seguiu para o convés, mas ali mesmo parou. ― Oh! Quase me esqueci!

― O que houve? ― o vice-almirante caminhou ligeiro até Sabo, este tirou um pequeno envelope do bolso interno e entregou ao marinheiro.

― Se encontrá-los por aí, não façam absolutamente nada para prejudicá-los. E claro, se puderem, nos informe.

― São procurados? Mas por que não têm um cartaz? ― perguntou confuso com a informação.

― Oh, não. Não são procurados. São piratas, mas não criminosos. Novatos. ― deu de ombros. ― Apenas queremos acompanhá-los. ― abriu um grande sorriso. ― Ordens do Dragon-sama! ― gritou já descendo do navio, de forma animada, deixando o marinheiro sem entender nada, com a foto de um garoto muito sorridente em mãos.

Observando melhor, aquele garoto lhe parecia familiar. Ao menos aquele sorriso, sem dúvidas, lhe trazia boas lembranças.


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