─ O que será que a Luna queria falar com a Lya? ─ Mione perguntou com uma careta e Harry riu.

─ Sim, o que será? ─ Gina perguntou curiosa.

─ Deve ser coisa de garotas. ─ Draco deu de ombros, e Gina e Mione olharam indignadas para ele.

─ E nós somos o que? Homens? Se fosse coisa de garotas, ela chamaria a gente também! ─ Mione vociferou.

Draco deu um olhar assustado e levantou as mãos, em sinal de rendimento.

─ Calma! Calma! Não foi isso que eu quis dizer. Estava só comentando, oras... ─ Se defendeu.

─ Vocês sabes que Luna é meio vidente ─ Harry começou. ─ Deve ter ido contar algo que ela viu, ou algo assim.

─ Hey pessoal! ─ Ouviram alguém gritar e eles viraram-se para olhar. Eram os outros que se aproximavam.

─ Ron, Matt! ─ Mione sorriu.

─ Cadê a Lya? ─ Matt franziu a testa.

─ Foi conversar com a Luna. Relaxa, elas estão bem! ─ Harry tranquilizou.

─ Não, não estão. ─ Ele disse com um olhar estranho. ─ Ela está apavorada!

─ Como sabe? ─ Mione assustou-se.

─ Eu sinto. ─ Matt suspirou e disparou a correr pelo corredor, mas antes que chegasse ao fim dele, ouviu-se um alto grito. Era um grito semelhante ao que foi ouvido no último ataque. ─ LYA! ─ Gritou.

─ Oh, não. Luna está junto com ela! Será que elas foram atacadas? ─ Draco se apavorou.

Os cinco dispararam a correr atrás de Matt, mas pararam de repente, no meio do corredor. Com expressões de semelhante horror, os seis encaravam a cena horrenda a frente deles.

Lya e Luna estavam caídas no chão, com os rostos desfigurados pelas marcas de garras. E no chão, mais uma mensagem estava escrita: “Três já foram em meio ao sol, céu e grama. Dois faltam, as folhas e as gotas de sangue”.

─ O que estão fazendo parada no meio do corredor? ─ Questiona a professora McGonagall aparecendo atrás deles. Mione solta um soluço e então a professora vê a cena, empalidecendo e cobrindo a boca com as mãos. ─ Oh, não! Mais dois.

Com os olhos estranhamente umedecidos, a mulher olha com pena para as seis crianças, que devastadas observavam a cena sem conseguir se mexer.

─ O que faremos? ─ A professora murmura e manda um patrono buscar Dumbledore. ─ Urgente, perto das escadarias. Segundo corredor. ─ Sussurra quase sem voz.

Dumbledore chega correndo, empalidecendo também ao ver a cena.

─ Oh, caro Merlin! ─ Sussurra, em seguida olha para os alunos. ─ Minerva, leve-os para a enfermaria por favor, precisam de uma poção tranquilizadora. Peça para Poppy ir para a sala de emergência e deixar Charlotte no comando da enfermaria. ─ O velho pede.

─ É claro. ─ Minerva atende o pedido, empurrando levemente as crianças na direção contrária a cena. ─ Vamos, vamos crianças. Vai ficar tudo bem, elas ficarão bem.

─ Mas e se estiverem mortas? E se não voltarem? Elas estão em coma, não é? ─ Mione chorou, fazendo Ron a abraçar de lado, mesmo estando tão devastado quanto à garota de cabelos espessos.

─ Elas vão voltar. ─ Minerva falou tentando passar certeza, mas nem ela parecia acreditar.

Chegando à enfermaria, uma jovem enfermeira estava esperando, junto com Madame Pomfrey.

─ Minerva? ─ Poppy Pomfrey perguntou. ─ O que houve com eles?

─ Mais um ataque, Poppy. ─ A velha senhora sussurrou para a amiga. ─ Duas garotas, uma sonserina do 2º ano e uma corvinal do 1º ano.

─ Quem?

─ Lya Skyford e Luna Lovegood.

─ Skyford? ─ Poppy empalideceu. ─ Logo Sean aparece aqui, então. É bem capaz de Hogwarts fechar após isso. Merlin! Devo ir a sala de emergência.

─ Eu sei.

Enquanto as senhoras conversavam, a jovem enfermeira dava poções tranquilizantes para o grupo.

─ Eu sinto muito. ─ A moça sussurrou. ─ Meu nome é Charlotte, conheci a pequena Luna. Já ouvi falar de Lya também, irmã de Sean certo?

─ Sim. ─ Gina fungou. ─ Você sabe dizer com sinceridade se elas vão ficar bem?

A moça abaixou a cabeça, pesarosa.

─ Não deveria dizer, mas... Não tem cura. ─ Falou baixo. ─ Não sabemos como acordá-las.

─ Pelos deuses, não... ─ Matt sussurrou e se levantou, saindo da sala.

─ Matt! ─ Gina exclamou. ─ Vou atrás dele.

Os outros assentiram, compreendendo o que a garota pensava. Ela era uma peça amarela, então quem os atacou não a atacaria, mesmo que uma peça vermelha estivesse junta.

─ Matt. ─ Gina chamou, colocando a mão no ombro do garoto.

─ Porque ela? De todas as pessoas na escola, por que ela? ─ Ele perguntou, com o olhar vazio.

─ Porque ela é a única peça da “quinta casa”. ─ Gina murmurou. ─ Não se preocupe, vamos arrumar uma forma de salvá-las.

─ E se não conseguirmos? ─ Ele esbravejou. ─ Hein? E se elas morrerem? Não vai ser você que perderá o amor da sua vida!

─ Não, mas perderei duas irmãs! ─ A ruiva retrucou, mas abaixou a cabeça logo em seguida. ─ Por favor, Matt. Concentre-se no problema atual. Vamos resolver isso. Ela vai voltar para você, eu prometo! Mas apenas não deixe a dor te dominar. Lya, se ela pudesse dizer algo agora, te mandaria ir se ferrar e parar de tanto drama, não é? Precisamos de sua ajuda... Lya precisa de sua ajuda, Matt! ─ A garota tentou e com sucesso, pois Matt respirou profundamente, com lágrimas nos olhos.

─ Tem razão. ─ Disse, com a voz falha. ─ Eu também prometo que as ajudarei. Tirarei Lya e Luna de lá, nem que eu tenha que dar minha própria vida por elas.

Ambos voltaram para a enfermaria, onde os amigos estavam cada um deitado em uma cama, com os olhares congelados no teto branco.

─ Você está bem, Matt? ─ Mione perguntou baixinho.

─ Não, mas quando salvarmos a Lya eu vou ficar. ─ Foi sincero. Mione sorriu tristemente e concordou.

Charlotte, a enfermeira, estava sentada na mesinha de madame Pomfrey e deu um pulo quando alguém abriu a porta da enfermaria com força. Era Sean, que estava cercado por uma aura verde de raiva.

─ Sean! ─ Gina exclamou aliviada. ─ O que faremos?

─ Não se preocupem. Tenho uma ideia. Já descobri tudo, graças a Lya! ─ O rapaz informou.

Os seis levantaram de suas camas e se agruparam em duas delas. Charlotte aproximou-se, temerosa.

─ O que vão fazer? ─ Perguntou trêmula.

─ Vamos salvar nossa família, e ninguém nos impedirá. ─ Rony exclamou confiante.

─ Não irei impedir, apenas peço que... Salvem minha irmã. Ela... Ela é a garota da Lufa-Lufa, que foi pega no primeiro ataque, Mandy. Por favor, salvem-na! ─ Pediu com lágrimas nos olhos.

─ Nós iremos. ─ Mione a tranquilizou.

Com isso a enfermeira sorriu e entrou no escritório de madame Pomfrey, dando privacidade a eles.

Mesmo assim, Sean colocou barreiras de som, para impedir que a conversa chegasse a ouvidos alheios.

─ Lya foi pega, não? E pelo visto Luna também. ─ Ele suspirou. Ao ver o olhar triste dos seis, ele teve a certeza de que precisava. ─ Eu sei o que as atacou. É um corvo mutante, criado por Rowena. Ele foi feito para proteger a escola, mas provavelmente alguém está o controlando para outros fins. Descobri isso quando Lya gritou palavras desconexas, provavelmente segundos antes de ser atacada. CORVO, RAVEN, GUARDIÃO, HOGWARTS, LUNA. Foi o que ela gritou. Aí cheguei à conclusão de que era o corvo Raven de Rowena. Com Guardião e Hogwarts, creio que a intenção de quem controla o corvo, é dar vida ao Guardião de Hogwarts.

Ele tomou fôlego, antes de continuar.

─ Entendam... Cada um de nós criou um guardião para Hogwarts. Eu criei Medusa, o basilisco; Rowena criou Raven, o corvo; ─ Sean eu uma olhada para Matt antes de prosseguir ─ Godric criou Laxus, o leão; Helga criou Saphirae, um texugo fêmeo falante.

─ Mas... E Lya? ─ Mione questionou.

─ Exatamente. E Lya? ─ Ele sorriu. ─ Ela criou ser único, um felino alado. Nunca soubemos o nome dele, sempre o chamávamos de Guardião de Hogwarts. Eu suponho que Raven, o corvo de Rowena, queira acordar o Guardião. Mas, ele jamais conseguirá mesmo com as cinco peças sacrificadas. A única pessoa que tem a chave para despertá-lo é Lya e eu acho que nem ela se lembra disso.

─ Quer dizer que esse corvo doido está ferindo pessoas inocentes em vão? ─ Draco vociferou. ─ Temos que impedi-lo.

─ E vamos. ─ Sean sorriu. ─ Matt, quer fazer as honras?

─ Claro. ─ O garoto sorriu aliviado. ─ Farei de tudo para salvar minha Lya. ─ Fechou os olhos e em seguida bradou em alta voz. ─ Laxus, guardião dos guerreiros, leão rei dos vencedores, venha a mim, seu mestre, Godric Gryffindor.

Após isso, uma brilhante luz vermelha surgiu na sala e quando esmaeceu, um leão majestoso estava presente. Ele era da cor branca, o que era mais surpreendente. E seus olhos eram de um verde impressionante.

─ Mestre? Chamou-me? ─ O leão perguntou, com uma voz firme.

─ Sim, Laxus. Temos uma missão: parar Raven e fazê-lo devolver as oferendas com vida. Temos de salvar nossas amigas! ─ Matt respondeu.

Os outros seis assentiram, confiantes. Eles iam salvar as garotas, de qualquer forma.