Rainha dos Corações escrita por Angie


Capítulo 18
Segunda Fase | Hannah


Notas iniciais do capítulo

Oi genteeeee! Primeira capítulo de 2015!!!!!!! Hoje é terça, hoje não é dia de RDC, mas eu estou aqui uhuuuuu Depois de muito sofrimento tentando postar, consegui. Escrevi à mão, no celular, no talblet e agora estou postando no computador da minha vizinha e rotenado internet do meu celular. Tudo isso tem uma única explicação: eu estou na praia sem meu amado computador! Eu iria voltar para casa na semana passada, mas daí minha mãe inventou de ficar aqui mais uma semana. Mereço
E ainda tem as outras vizinhas que ficam me apressano, então, se estiver muito ruim ou se vocês chararem algum erro, me avisem imediatamente.
PS: LEIAM AS NOTAS FINAIS!
xoxo ACE



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Hannah dava passos largos e apressados pelos corredores de Martim de Amalienborg, à procura do escritório da irmã. O Palácio parecia um labirinto de tão confuso. Todas as passagens pareciam iguais por serem acolchoadas da mesma forma por carpetes vermelhos. Achar uma sala específica alí era praticamente impossível.

A procura parecia infinita, porém depois de vinte longos minutos, a lady germânica se deparou com uma porta branca como todas as outras. A única coisa que diferenciava aquele pedaço de madeira dos outros era a luz que saia de trás dele.

Silenciosamente a porta foi aberta. Hannah encostou-se à batente. Daquela posição conseguia observar Juliane, que analisava um maço de papel. O escritório em que se encontrava tinha paredes cor de malva, ornamentadas com gesso branco no rodapé de cima. Mesmo sendo um dia chuvoso, a claridade entrava no espaço pelas grandes janelas.

A Rainha estava de pé à frente da escrivaninha branca, com os cabelos louros cacheados caindo sobre a face. A luz artificial que iluminava parte do espaço fazia o simples vestido de verão turquesa dela brilhar. Até trabalhando aquela mulher era estonante.

"Sempre a filha mais bonita, mais inteligente. Agora a mais importante e atarefada." pensou Hannah, ainda sem entrar na sala. " Mamãe tinha razão quando disse que a que casasse com Christian teria poder, mas Viktoria acertou dizendo que não seria tão bom assim."

Ela resolveu, então, entrar. Cautelosamente, os pés pisavam no chão branco do escritório, o qual era coberto de carpete e era tão fofo que se assemelhava a uma nuvem. Felizmente, a irmã não a notou de primeira. Com isso, a mais nova conseguiu chegar sem ipencilhos até o meio do espaço.

— Muitos problemas? - perguntou Hannah, olhando para os inúmeros papéis em cima da mesa.

Juliane não levantou a cabeça com a pergunta. Continuou lendo sem parar, ignorando totalmente a mulher que se encontrava a seu lado. Sua voz não foi ouvida por vários minutos, que pareciam intermináveis para Hannah.

— Além da guerra? - ela finalmente respondeu, dando de ombros de ombros- Alguns... Nosso amado país de origem anda um tanto revoltado. A colônia russa, aliás, o império soviético inteiro, está estranho. E muita gente quer visitar Amalienborg durante a Seleção.

— Hóspedes! Quem virá? - perguntou a lady, abrindo um grande sorriso.

— Não fique tão animada assim. - respondeu a outra.

Logo em seguida, as mãos pequenas e suaves da rainha levantaram a pilha de papéis. Sem responder à pergunta antes feita, ela guardava os documentos nas grandes prateleiras de vime que cobriam toda a parede lateral. Guardava-os seguindo a classificação de cada um; Urgente, Grave, Importante, Em Andamento e Espera.

Mesmo sabendo que a irmã ficaria com raiva, Hannah a seguiu, atitude que sempre tomava quando ainda dividiam a casa. Naquele momento, com a mais nova no encalce da mais velha, as duas voltaram a ser as meninas do sul da Germânia de antigamente. E Juliane, como sempre, apenas virava as costas.

— Por favor me conte! - implorou a lady, puxando a manga do vestido da outra.

A Rainha, por sua vez, deu um suspiro impaciente. Ainda deixando a irmã curiosa, ela passou a mão pelos cabelos, que estavam muito bagunçados, ajeitou o vestido e encarou seu trabalho de classificação de petições.

“Será que ela nunca irá me dizer?” pensou Hannah, também ficando estressada.

— As primeiras são nossa querida avó, Sybbie e Althea. Depois virá uma comissão siberiana; Odelle, Katherina e Yelizaveta. - ela disse, finalmente, quase gritando.- Não quero saber quem mais, espero que pare por aqui.

Com os gritos, a lady se afastou, andando de costas. Quando pequena, costumava fugir para os braços da mãe quando as mais velhas começavam a vozear. Como filha caçula, teve de aprender a se proteger das mais velhas. Porém, nos tempos de infância, não existiam assuntos que a obrigassem a ficar perto das brigas.

— A priminha Aline me escreveu avisando que viria também. - afirmou a mais nova, enquanto sentava em uma das poltronas no outro extremo da sala. - Acredito que ela vá trazer Arthur também.

— Essa visita eu não dispenso. - Juliane admitiu, já mais calma, indo até a irmã. - Estou há meses falando com Victoria para arranjar um casamento entre ele e Ingrid.

— Você não deveria se preocupar com o casamento de Alexander primeiro? - questionou Hannah. - Afinal, a esposa dele vai tomar o seu lugar como consorte um dia.

A Rainha encarou a irmã por um breve momento. Seus olhos azuis escuros, que lembravam muito os da mãe, traziam ao mesmo tempo raiva e tristeza. A qualquer segundo ela poderia gritar, porém as lágrimas também ansiavam a brotar.

— Sempre achei melhor para ele ter um casamento arranjado como as irmãs. - admitiu a mais velha, massageando as têmporas. - Há tantas meninas nobres que fariam um bem melhor para a Dinamarca.

— Você ainda tem tempo de cancelar tudo. - sugeriu a lady, esperançosa. - Podemos fazer um baile de despedida para as Selecionadas e arrumar uma esposa para Alexei entre as princesas siberianas, já que elas estão vindo.

Juliane suspirou novamente, como se a ideia já tivesse sido dada há muito tempo. Colocou, então, as mãos no rosto, dramaticamente, o que impedia a irmã de ver sua expressão, que poderia muito bem ser de ódio. Afinal, parar algo que começara com tanto esforço exigia um pouco de fúria

— Christian nunca vai aceitar isso... - declarou a soberana, irritada. - E se você quer um baile, organize. Essas garotas precisam de alguma ocupação. Mas eu não irei ajudar em nada.

Hannah começou a ficar eufórica. Tudo que ela mais gostava era agito, festa, confusão. Na verdade, era esse o motivo por ela estar naquele Palácio, mesmo não gostando dali. O sorriso em seu rosto aumentava cada vez mais. Ela imaginava uma linda festa, com luzes coloridas e enfeites sofisticados. Ela teria muita dificuldade par arrumar tudo até a chegada das siberianas, que seria dali uma semana, mas, com certeza, todo o esforço valeria apena.

—Agora pare de atrapalha meu trabalho e vá até o Salão Nobre ajudar seu sobrinho, pois acredito que a situação dele não é das melhores.

****

O Salão Nobre, que tradicionalmente era usado para confraternizações com membros da realeza e diplomatas, era coberto de vitrais milenares. A mobília, trazida como presente do Império Soviético, era igualmente luxuosa. Havia inúmeras cadeiras de veludo vermelho, mesas de pinho entalhado manualmente e tapetes cor de vinho. Para completar, um lustre de cristal iluminava o ambiente.

Alexander estava sentado em cima de um pequeno elevado, que fora posicionado ali especialmente para a ocasião. Hannah conseguia vê-lo de longe, enquanto caminhava entre as 35 cadeiras enfileiradas tal qual um auditório. A luz do sol, colorida por conta dos vitrais, batia no rosto do menino de uma maneira angelical. Afinal, tudo ficava mágico com a luz produzida por aquelas janelas decoradas.

O garoto parecia tão alheio à vida sentado ali. Ele passava os olhos de forma lenta pelos extremos do Salão. Aparantemente, nem notara a chegada da tia, mas as aparências enganam.

— Não posso fazer isso. - reclamou ele, ainda olhando para as paredes.

— Claro que pode. - retrucou ela, com um ar severo. - Você não é o príncipe todo poderoso?

Alexander deu uma risada fraca. O nervosismo em seu rosto era nítido. Os olhos castanhos não traziam o brilho alegre de sempre. Até o corpo demonstrava inquietação, pois os ombros, que eram erguidos por instrução da Rainha, estavam caídos. A situação realmente era séria.

Já em cima do elevado, ela parou na frente dele por um instante. Em silêncio, os olhos azuis claros dela a encontraram os dele.

— Alex. - disse ela, triste, com a voz carregada de sotaque.

Ajoelhando-se na frente do sobrinho, ela o olhava diretamente nos olhos. Hannah sempre teve um afeto especial por Alexander e até tinha um apelido exclusivo "Alex". Ela que, aos oito anos, recebeu a notícia de que Juliane dera à luz a um menino, o herdeiro da Dinamarca, nunca pensou que, 19 anos depois, estaria dando concelhos a ele.

— Eu entendo que deve ser difícil para você. Para falar a verdade, essa história de Seleção me assusta até hoje. Ainda acho que você deveria casar com aquela princesa siberiana, a Serena. - falou ela com muita ternura. - Além de tudo, é você quem manda. Você é quem decide. Não fique assim.

— Mas como vou decidir se mal as conheço? - questionou ele, em explícito tom de choro.

— O bebê vai chorar? - uma voz soou do fundo do salão.

Isabella apareceu sorridente em uma das portas de madeira, seguida por Ingrid. As duas, vestidas de maneira semelhante com saias e blusas sociais de cores vibrantes, correram até a frente do espaço, onde estavam os outros dois. Diferentes do irmão, elas pareciam animadas.

— Tante Hannah, você não conseguiu acalmar os hormônios dele? - perguntou Bella, posicionando-se atrás da cadeira de Alexei.

A tia lançou-lhe um olhar reprovador. Percebendo isso, ela fechou o sorriso. Hannah conseguia ver a irmã nos olhos da jovem princesa. Com certeza, puxara pelo lado germânico da família, até mesmo no senso de humor.

Ingrid, que tomara o lugar da tia na frente do irmão mais velho e lhe dirigia palavras de apoio, era totalmente o contrário. É claro que ambas as gêmeas eram risonhas e divertidas, mas a de olhos castanhos tinha um ar mais sério, mais nortista.

Era até estranho observar como elas agiam de maneira diferente naquela situação.

Alexander, por sua vez, não se animara nem com a chegada das irmãs. Continuava com a expressão mórbida de antes. Até mesmo as sempre sábias palavras de Gridy não ajudaram. Nada iria salva-lo daquela responsabilidade tão temida.

— Você não precisa falar os nomes. - Ingrid falou, com o queixo encostado nos joelhos do menino. - Discurse e depois passe a palavra para mim, não tem problema.

— E se elas atacarem, eu protejo você. - propôs Isabella, acariciando a cabeleira castanha dele.

Hannah teve de sorrir. Ver os três em um momento tão fraternal era raro, ainda mais se a boa ação vinha das garotas. Aquele momento, apesar de ser traumático para o mais velho, era digno de foto.

A cena familiar, porém, foi interrompida. O som das pesadas portas do Salão sendo empurradas pelos guardas, seguido pelo barulho estridentes de trinta e cinco sapatos de salto alto preencheu o Salão. As Selecionadas haviam chegado.

Todas foram vestidas com vestidos, cada um com apenas uma cor pastel, a pedido da Rainha. Alguns eram mais elaborados, ornamentados com pedras brilhantes, outros eram feitos de tecidos luxuosos. Apesar de terem opções limitadas de tons, as criadas fizeram um trabalho fantástico, pois as garotas abrilhantavam o Salão Nobre.

Alexander, assim quenas viu, dispensou o carinho das irmãs e se levantou. Com as mãos cruzadas na frente do corpo, ele as observava com atenção. Ele estava sério, parecendo um general vistoriando suas tropas. Um general magrelo, nervoso e sem farda.

A euforia corria solta pelo espaço. Certamente, nenhuma delas sabia o motivo pelo qual estavam ali. Acreditavam, provavelmente, que seriam submetidas a mais um teste, algum desafio. Porém uma avaliação boba não faria o príncipe ficar tão aflito.

Enquanto as meninas tomavam seus assentos na platéia do auditório improvisado, Hannah procurava alguma que se parecesse com uma Rainha. Havia loiras, morenas e ruivas, a maioria sem a pompa da nobreza. Não era de se impressionar que Juliane quisesse cancelar o evento. Nenhuma fechava com seus modelos perfeccionistas.

Isabella e Ingrid também encaravam as futuras cunhadas, porém não tão críticas quanto a tia. Elas já conheciam as garotas. E, pelo que falavam, não amaram nenhuma.

“Essas duas são como a mãe em alguns aspectos, coitadas.” Analisou Hannah, olhando para as sobrinhas.

Quando todas já estavam devidamente sentadas, o cerimonial começou. Alexander deu um passo à frente, tremendo. Ele tinha um pequeno papel em suas mãos, contendo as palavras que iria declamar. De tanto nervosismo, a folha balançava.

— Minhas queridas Selecionadas, vocês passaram por muitas coisas nessa semana, de continências a provas. Sei que foi difícil, mas tenham consciência de que foi tudo para seu bem. - ele leu, tentando ser firme e, ao mesmo tempo, carinhoso. - Todas vocês são especiais apenas por estarem aqui. Foram sorteadas entre mais de 10.000 candidatas. Porém, para chegarmos a uma única vencedora, a eliminação se faz necessária. Por esse motivo, uma prova foi aplicada. Infelizmente, nem todas obtiveram resultados satisfatórios e, por isso, foram consideradas inaptas para continuarem na competição. Peço, então, para que as meninas a seguir chamadas se aproximem. Ingrid, você poderia me ajudar?

A princesa andou em passos lentos até a frente do elevado. Sua velocidade aumentava ainda mais a tensão entre as competidoras. Elas, de tão quietas, nem pareciam as mesmas meninas que recepcionaram Saphira no dia anterior. Não trocavam nenhuma palavra, não davam risinhos, não sorriam. Hannah tinha a impressão de que todas haviam sido trocadas por esculturas de pedra.

"Alex é realmente muito cobiçado!" pensou a Lady, encarando, com divertimento, as pretendentes do sobrinho. " Essas meninas parecem aterrorizadas apenas com a ideia de sair daqui."

—Senhorita Scarlet Herth Mouvins.

Do fundo do salão, uma menina de pele morena apareceu. Com seus cabelos negros presos em uma trança delicada, seu rosto espantado ficava à mostra. Aos olhos de Hannah, ela aparentava ser alegre e simpática, mas, infelizmente, nunca teria a chance de mostrar essas qualidades ao príncipe. Porque, com o nome na lista, não havia nada que poderia ser feito.

—Senhorita Annabella Srassacapa.

Mais à frente do Salão, um par de olhos azuis apareceu atrás de outras cabeças. A dona das duas beldades estava assustada tal qual sua antecessora. Desajeitada, ela percorria o curto caminho entre as cadeiras até o corredor. As demais garotas a encaravam brutalmente, o que parecia ser o mais difícil naquele caminho cheio de mágoas, pois, além de enfrentar as lágrimas, tinha de encarar os olhares reprovadores das concorrentes.

—Senhorita Anna Carolina Mikaelson

Concidentemente, duas cadeiras foram desocupadas em sequência. A morena bronzeada e Annabella sentiram a dor da rejeição uma atrás da outra. Não era possível dizer qual das duas estava mais chocada.

—Senhorita Juniper Vrai Omdahl

Diferente das outras, a menina de cabelos castanho-claros tinha a raiva estampada em seu rosto. Passava pelas outras competidoras com agressividade, como se fosse bater em alguma a qualquer momento.

"Duvido que isso seja por causa do amor." pensou Hannah, enquanto a menina se posicionava ao lado das outras. " Ela queria a coroa, certamente."

—Senhorita Thea Spillum. Senhorita Kiara Ludwig. Senhorita Yasmin Kikiana.

Mais três meninas se juntaram ao grupo, semelhantemente tristes. O caminho até o fim do corredor parecia cada vez maior. Os vestidos, que antes ebanjavam tanta alegria, viraram pesarosos. O rostos tão alegres de antes sorridentes, traziam uma expressão caída e aborrecida.

—Senhorita Olivia Hudson. Senhorita Jakeline Popoulos. Senhorita Henrietta Lovus. Senhorita Caroline Waters.

As quatro outras meninas, da mesma maneira, estavam melancólicas. Como todas as suas antecessoras, que somavam 11 naquele momento, elas andavam em passos lentos. Alexander, que estava um pouco à frente de Hannah, parecia não aguentar mais. Ele se balançava para frente e para trás com os calcanhares. Eliminar algumas de suas pretendentes deveria ser muito difícil mesmo, ainda mais levando em conta que ele mal falara com elas.

—Senhorita Marie Wierlik. Senhorita Aimeé Stahl. Senhorita Amari Hooval

Agora com o grupo completo, as 14 garotas de pé tentavam acalmar seus soluços. Algumas mais calmas tentavam amenizar a dor das mais desesperadas. Um momento de companheirismo que a tia nunca pensara que iria ver naquela competição.

Por outro lado, as 21 que ainda permaneciam sentadas davam suspiros de alívio. Elas abraçavam umas as outras, porém eram mais frias que as eliminadas. Afinal, para elas, a concorrência ainda estava no ar.

O salão, naquele momento, estava dividido entre a alegria e a tristeza. E era assim que a Segunda Fase começaria.


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Notas finais do capítulo

A PRIMEIRA ELIMINAÇÃO, GENTENEY!
Critérios individuais:
Scarlet: pediu para sair
Annabella e Anna Carolina: nunca comentaram
Outras: nomes aleatórios que eu criei.

Sobre o baile: no próximo capítulo (quando eu estiver em casa) eu falo as regras.
Semana que vem eu posto uma matéria sobre as eliminadas no blog :D

Espero que tenham gostado (porque eu não curti muito, não)

xoxo ACE