O Começo de Um Novo Fim - Dramione escrita por Valkyrie Narissa


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!!

Desculpa pela demora, eu estava viajando e estou fazendo cursinho à noite, e não ta um pouco foda de postar. Aqui está mais um capítulo para vocês, ainda não tem a festinha (Sim, sou má e estou torturando vocês!)

Provavelmente a festa será no próximo capítulo, ou não.. hahahahahaha Espero que gostem, fiz com muito carinho e esse capítulo bateu o recorde em tamanho de toda a fic, são mais de quatro mil palavras.

Aproveitem e não se esqueça de comentar.



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~Pov Hermione

Passei meu tempo livre lendo nos jardins da escola para relaxar. A aula de DCAT foi um tanto estressante e desnecessária para o meu gosto, acabou que me deixou muito nervosa e confusa.

O Malfoy que sempre me desrespeitou e fazia crueldades comigo e meus amigos, estava se mostrando gentil e carinhoso quando estamos "sozinhos", mas hoje ele falou bem de mim para a classe toda.

Richard que se mostrava carinhoso e respeitoso, hoje quase me beijou e humilhou um aluno durante a aula falando barbaridades, tudo bem que era o Malfoy e ele merecia ouvir cada palavra dita, mas mesmo assim não precisava disso tudo. Richard terá sorte se o Malfoy não for reclamar sobre o tratamento recebido durante a aula para a Diretora McGonagall.

Estava começando a escurecer quando resolvi voltar para o castelo. Limpei a terra e as folhas secas de minhas vestes e voltei para o salão comunal dos monitores para tomar um banho.

Durante todo o caminho pensei em Draco e em como ele estava se mostrando uma pessoa diferente. Ele mudou muito durante as férias pós-guerra, pelo menos até agora eu acho que mudou, e principalmente, mudou na aparência. Ele nunca foi um garoto feio, sua fama de pegador comprova que de feio nunca teve nada, mas agora ele está com uma aspecto mais másculo e viril graças a sua rala barba loira acompanhada de longas madeixas também loiras, estava mais alto com seus agora 1,80 metros e seu porte físico de dar inveja em qualquer um. Todos esses anos jogando Quadribol fizeram bem a ele, parece uma escultura grega viva.

Cheguei ao quadro que guardava meu dormitório e ouvi vozes vindas de dentro do salão e as reconheci como sendo de Pansy Parkinson e Draco Malfoy. Sei que é errado ouvir a conversa dos outros, mas não contive minha curiosidade.

– Não quero continuar falando sobre isso. Vamos mudar de assunto. - pediu a garota. - Como está seu convívio com a Granger?

– Poderia estar pior. Não aguento mais conviver com ela todos os dias e não poder fazer o que eu realmente quero. – respondeu calmamente e sem emoções, típico dos Malfoy.

– E o que você realmente quer? – perguntou. Pude imaginar a loira arqueando a sobrancelhas de modo debochado com sempre faz.

– Matá-la. – deu uma breve pausa. Tomou fôlego e continuou. - Eu a odeio por estar fazendo isso comigo. Eu a odeio por ter sangue sujo. Eu a odeio por ser uma grifinória. Eu a odeio por ser Hermione Granger. Eu a... - Não aguentei ficar para ouvi-lo terminar a enorme lista de critérios que o faz me odiar.

Com minhas bochechas úmidas devido à enorme quantidade de lágrimas que corriam livremente pelo meu rosto e com olhos embaçados, saí de lá correndo em direção a Torre da Grifinória. A Mulher Gorda me deixou entrar e graças a Merlin o salão estava vazio. Corri para o dormitório de Gina e abri a porta sem bater, por sorte ela estava sentada em sua cama lendo um livro de transfiguração e quando viu o estado deplorável em que eu me encontrava correu para me abraçar.

Sentamos em sua cama e chorei em seu colo enquanto ela acariciava meus cabelos. Gina era a melhor amiga que alguém poderia ter, ela sabia exatamente o momento de falar e de ficar calada. Depois de muitos minutos quando meu choro e soluços finalmente cessaram, ela se pronunciou.

– Você quer me contar o que aconteceu? - balancei a cabeça afirmamente e contei tudo o que eu ouvi. - Ele pode estar mentindo. – concluiu.

– Nã-Não est-estava – gaguejei. Fiquei em silencio por alguns segundos para normalizar minha voz e minha respiração antes de continuar. - Eu estava escondida e ele não sabia que eu ouvia a conversa. Ele não mentiria para a Parkinson. Mentiria?

– Não sei, mas pelo o que você me falou, a senhorita não ouviu toda a conversa. - afagou meus cabelos carinhosamente do mesmo jeito que eu afago os pelos macios e alaranjados de Bichento. - Você quer que eu cancele a festa do pijama? – perguntou. Em sua voz pude sentir que ela implorava para eu dizer que não era necessário cancelar nossa festinha.

– Não. Eu preciso mais do que nunca dessa festa. - abri um pequeno sorriso que foi retribuído.

– Tudo bem. Agora se levante e use meu banheiro para se arrumar para o jantar, vou ao seu quarto buscar suas roupas para irmos ao salão e seu pijama. Sua antiga cama ainda está aqui, você pode usá-la.

– Obrigada, Ginny. - dei-lhe um abraço fraternal.

~Pov Gina

Não acreditei em nada do que ele disse de acordo com a Mione. Não é possível que ele continue a odiando depois de tudo que aconteceu durante a guerra e sem contar que ele vem se mostrando preocupado com ela esse ano. É claro que essas últimas semanas não anulam os seis anos que ele nos humilhou e nos desprezou por sermos "sangues ruins" e "traidores de sangue", mas acredito que ele tenha mudado e todos merecem uma segunda chance.

Estava quase chegando ao quadro da cobra com o leão que guarda o salão comunal dos monitores quando esbarro com Pansy Parkinson.

– Parkinson! - disse surpresa fazendo a loira para e me encarar. - Estava mesmo querendo falar com você.

– O que quer comigo Weasley? Não tenho tempo para perder com você. – sonserinos nunca mudam mesmo. O mesmo tom de deboche, a mesma cara fria e enojada de anos de desprezo continuam.

– Quero que me diga exatamente o que o Malfoy falou da Hermione para você. – respondi no mesmo tom da loira em minha frente. Pude ver que pela cara de espanto que ela fez era muito provável que pensava como eu soube disso. – A Mione ouviu parte da conversa. Quero saber a história completa. – cruzei meus braços na frente do corpo em sinal de que não desistiria de saber.

– Eu não tenho que te falar nada. - se virou para ir embora, mas segurei seu braço com força impedindo sua saída. - Me solta, pobretona.

– Não. Você só sai quando me responder. - apertei seu braço ainda mais a fazendo soltar um gemido de dor. - Fale.

– Eu já disse que não vou falar nada para você. Isso é assunto pessoal dele. – pela primeira vez vi o desespero em sua face, por mais que fosse coisa mínima estava lá. O que quer que ele tenha dito era realmente forte.

– Eu não queria ter que apelar, mas será necessário. - cheguei bem perto de seu ouvido e sussurrei. - Eu sei do seu namoro com meu irmão. - vi seu rosto perder a cor até ficar mais branca que papel. Ela abriu a boca para contestar, mas a interrompi. - Não adianta negar, meu irmão nunca foi bom em esconder segredos, principalmente de mim. Começa a falar. - com um suspiro de desistência ela narrou toda a conversa com o Malfoy e a cada palavra eu ficava mais surpresa e boquiaberta. Eu não esperava por isso. Despedi-me de minha cunhadinha e continuei meu caminho, peguei as roupas da Mione e voltei para o meu dormitório.

~Pov Hermione

Durante todo o banho pensei nas palavras ditas por Malfoy. "Como pude pensar que ele teria mudado e que teria deixado de ser o garotinho mimado, filhinho de papai e preconceituoso? Como pude pensar que ele sentiria algo por mim, uma "sangue ruim", algo além de ódio e repulsa? Sempre nos odiamos e agora eu sei que assim deve continuar."

Terminei meu banho e peguei uma toalha branca e felpuda no armário do banheiro. Com calma, paciência e delicadeza acariciei meu corpo com a toalha capturando todas as gotículas de água. Saí do banho e vi que Gina havia deixado minhas roupas em cima da cama que eu usaria.

Desci já vestida e cheirosa e encontrei meus amigos me esperando no salão comunal da Grifinória. Nesse momento percebi que não valia à pena chorar por uma pessoa que me fez sofrer tanto como o Malfoy fez. As pessoas que realmente se importam comigo estavam aqui. Harry, Ron, Gina e até mesmo Luna me esperavam sorridentes. Os envolvi em um abraço em grupo e sussurrei "Eu amo vocês." recebendo vários "Também amamos você." em resposta. Luna foi para a biblioteca, pois estava sem fome e entramos juntos no salão principal, Harry e Gina de mãos dadas e logo atrás Rony e eu entravamos abraçados com Ron segurando minha cintura. Fomos para a mesa da Grifinória e olhei de esguelha para os Sonserinos, muitos nos olhavam com nojo, mas um loiro e uma loira nos olhavam friamente e com raiva.

Durante todo o jantar sentia que um par de olhos me encarava, mas não ousei olhar para a mesa da Sonserina, já que eu estava de costas para as cobras. Tirando essa sensação chata, tudo ocorreu tranquilamente.

Rony comia como um porco e Harry trocava olhares esquisitos com Gina, não eram como os olhares apaixonados que trocavam antes. Olhei inquisitiva para minha melhor amiga e com outro olhar me respondeu que depois me explicava. Fomos interrompidos pelo tilintar de um talher batendo em uma taça de cristal vindo da mesa dos professores. Todos do salão dirigiram os olhares para a mesa onde estava em pé a Diretora de Hogwarts, Professora Minerva McGonagall.

– Alunos. Atenção - ampliou a voz com um feitiço para atrair a atenção dos alunos que ainda estavam dispersos. - Quero lhes informar sobre uma mudança no corpo docente. Como todos sabem esse ano eu assumi a direção da escola, assim fazendo com que as aulas de Transfiguração fossem suspensas. Depois de muitas entrevistas e avaliações encontramos a professora perfeita para me substituir não só com a matéria, mas também com o cargo de Diretora da Grifinória. - cochichos eram ouvidos por toda mesa dos leões. - Quero lhes apresentar a nova professora de Transfiguração, Senhorita Candice Grey. - uma mulher muito bonita de aproximadamente 24 anos que poderia facilmente ser confundida com uma herdeira do sangue veela levantou-se acenando para todos os alunos do salão. Suspiros dos meninos eram ouvidos vindo de todas as mesas. Era uma mulher de cabelos loiros e lisos na altura dos ombros, possuía olhos verdes e um corpo cheio de curvas. Vários meninos babavam na nova professora. Após a algazarra de animação pela chegada da Senhorita Grey se cessar, a diretora agradeceu a todos e continuaram a desfrutar o banquete.

Terminei o jantar e arrastei Gina para a Torre de Astronomia, assim poderíamos conversar melhor. O tempo estava frio e começa a chuviscar deixando os pelos de meus braços eriçados. Gina não mudou muito de humor desde o jantar e isso estava realmente me deixando preocupada.

– O que está acontecendo, Ginny? - perguntei com a voz doce quando nos sentamos no chão frio da Torre.

– Mi, eu realmente não sei. - abaixou a cabeça e uma lágrima escapou de seus olhos que rapidamente foi seca pelas costas de sua mão. - Harry está mudado, alguma coisa está acontecendo com nós. - fungou - Eu não sinto mais aquele calor e mágica de antes. Ele me olha indiferente, seus beijos são frios e mecânicos. Eu... Eu... Eu... - agora as lágrimas corriam livremente por seu rosto vermelho. - Eu acho que ele não me ama mais.

– Ginny, deixa de bobagem. É claro que o Harry te ama. - deitei sua cabeça em meu colo e fiz cafuné em seus cabelos. - Alguma coisa está acontecendo, mas não acho que seja esse o motivo. Converse com ele. Provavelmente seja por outra coisa que ele esteja agindo assim.

– Tomara que você esteja certa. Eu não quero acabar com esse relacionamento. Eu o amo muito. – respondeu ainda fungando.

– Eu sou Hermione Granger, estou sempre certa. – disse em tom superior e rimos pela primeira vez no dia - Vocês vão se entender, Ginny, vão se entender. - parei com as carícias e nós levantamos para um abraço apertado. - Acho melhor você voltar para o seu dormitório e descansar. Já está na hora da monitoria e não quero eu tirar pontos da nossa casa.

– Você irá dormir no salão comunal da Grifinória? – perguntou fazendo um biquinho de criança.

– Não. – respondi e seu bico aumentou. - Vou encarar esse problema de frente. Cansei de chorar sem motivo pelo Malfoy. Eu não sinto nada por ele além de ódio, não tenho motivo nenhum para estar assim.

– Vou fingir que acredito. - piscou para mim rindo. - Tchau, Mi. Boa Noite.

– Boa Noite. - descemos da Torre e fui para as masmorras, começaria a ronda por lá.

~Pov Draco

A conversa que tive com Pansy no salão dos monitores após o treino de Quadribol não saiu de minha cabeça durante o jantar. Não conseguia acreditar que ela iria tornar público uma coisa tão pessoal e chocante como essa.

FLASHBACK ON

Aproveitei que a Granger estava ocupada nos jardins para conversar tranquilamente no nosso salão comunal com a Pan, já que o da Sonserina é muito movimentado. Ficamos sentados no sofá de couro de dois lugares em silêncio por alguns minutos até Pansy começar a falar.

– Draco, eu... eu... - gaguejou e segurei sua mão a encorajando a continuar. - O que eu irei lhe falar agora é desconhecido por todos, mas eu estou pensando em revelar esse segredo porque eu não aguento mais escondê-lo e queria que você fosse o primeiro a saber.

– O que está acontecendo Pan? Você está me assustando. - fiquei preocupado, minha irmã nunca escondeu nada de mim antes.

– Eu estou namorando. - "Ufa! Não era nada sério." pensei. Minha cara de surpresa deve ter sido muito engraçada porque ela explodiu em risadas.

– Meu Merlin, Pan! Você faz todo esse suspense para dizer uma coisa dessas? Parabéns! - a abracei. Pansy nunca namorou sério depois de Adrian Pucey, um babaca dois anos mais velho que a gente que traiu a Pansy. Desde o ocorrido, Pan nunca mais namorou ninguém, só saia com uns caras para se divertir, e acabou recebendo o título de vadia da Sonserina.

– Porém o problema não é esse. - disse secando as lágrimas dos olhos devido à risada exagerada. A olhei inquisitivo e ela ficou séria novamente. - Eu estou namorando o Weasley.

– O QUE? - explodi. Nunca imaginaria uma coisa dessas. De todos os caras de Hogwarts o Weasley seria o último cara que eu pensaria estar namorando a Pansy, até mesmo o meio gigante idiota amigo do Potter estaria em sua frente. - VOCÊ ESTÁ NAMORANDO O POBRETÃO? HÁ QUANTO TEMPO VOCÊS ESTÃO JUNTOS?

– NÃO FALE ASSIM DELE, DRACO. EU O AMO. - sentei-me novamente para processar a informação, nem havia percebido que eu estava em pé. - Eu o amo. - repetiu mais calma. - Estamos juntos desde antes da guerra - peguei em sua mão e lhe dei um sorriso fraternal.

– É realmente muito tempo. - rimos. - Você está feliz? Digo, ele te faz feliz?

– Sim, muito. - nunca a vi com um sorriso e um olhar tão sonhador como ela está agora. Quem a visse nesse instante acharia que ela estava passando muito tempo ao lado da Di-Lua, o que não é verdade. Ela realmente estava muito feliz.

– Vejo que sim. Nunca a vi tão em paz e sorridente. Fico muito feliz por você estar feliz. Pelo menos um de nós está conseguindo seguir com a vida de forma agradável. – terminei cabisbaixo.

– Draco, vem cá. - me abraçou forte e tive que segurar minha vontade de chorar. Apesar de tudo o que aconteceu eu ainda era um Malfoy e um sonserino, tinha que manter as aparências, não poderia chorar abertamente. - A tia Cissa está se recuperando bem, o pequeno Teddy está fazendo bem a ela. Seu pai só precisará cumprir mais alguns meses de pena em Azkaban e depois ele estará em casa novamente na prisão domiciliar. Vocês serão uma família novamente. - sorriu solidária e eu a acompanhei. - Tente esquecer tudo o que aconteceu e viva sua vida. Tenho certeza que lá fora tem uma linda garota te esperando para lhe fazer feliz assim como eu estou.

– Espero que sim, Pan. Não quero mais viver na sombra dessa terrível guerra sendo lembrando apenas como um ex-Comensal da Morte. – desabafei.

– Não quero continuar falando sobre isso. Vamos mudar de assunto - pediu - Como está seu convívio com a Granger?

FLASHBACK OFF

Minhas lembranças foram interrompidas pelo barulho estridente da grande porta de madeira do salão principal sendo aberta. Por ela passaram o Potter de mãos dadas com a Weasley fêmea sendo seguidos pelo Weasley que estava abraçado com a Granger. Uma raiva se apossou do meu corpo, ele estava namorando com a Pansy e estava abraçando a Granger, a MINHA Granger. “Ok, ela não era minha, mas ele tem namorada. Eu irei matá-lo se eu descobrir que ele está tendo um caso com Hermione. Se ele fizer minha irmã sofrer ele pode se considerar um homem morto.”

Fiquei todo o jantar os encarando e, graças a Merlin, não mostraram indícios de estarem juntos. A Diretora McGonagall interrompeu o jantar para apresentar a nova professora de Transfiguração e diretora da Grifinória, Candice alguma coisa. Ela era muito bonita, mas meus olhos só queriam observar a morena na mesa dos leões. Passado algum tempo, Granger saiu do salão arrastando a Weasley fêmea e assim, finalmente, pude terminar de comer sem distrações.

Quando acabei de comer, metade dos alunos já tinham saído do salão. Levantei-me e fui para a sala,de poções onde cumpriria a detenção com o Slughorn.

– Boa Noite, Senhor Malfoy. - disse o professor quando abri a porta da sala nas masmorras. Não me dei ao trabalho de respondê-lo, apenas acenei com a cabeça. - Hoje o senhor me ajudará a separar os ingredientes para as aulas de amanhã e rotular algumas poções. - o olhei com cara de tédio. - Tudo que o senhor precisará se encontra naquele balcão e qualquer coisa me chame.

– Tudo bem. - dirigi-me para o local indicado. A detenção foi relativamente rápida. Terminei em duas horas e pude ir embora.

Quando saí da sala vi que ainda era cedo e faltava aproximadamente uma hora para o fim da monitoria. Resolvi procurar Hermione para ajudá-la a terminar a ronda.

Após uma longo hora andando por todo o castelo a procura da morena decidi voltar para o dormitório. Afinal, já tinha acabado a ronda e provavelmente ela estaria lá.

Já estava de volta as masmorras, perto da sala de DCAT, quando ouço vozes. Escondi-me para que pudesse observar e ouvir a conversa das duas pessoas sem ser visto. Um homem, que reconheci sendo o idiota do Singer, prensava um garota contra a parede. Cheguei mais perto para escutar melhor.

– Já disse para se afastar de mim, Singer. - a voz era de Hermione, nunca ouvi sua voz com tamanha frieza e desespero antes. Uma raiva se apossou de mim e por pouco não me revelei.

– Calminha, Hermigatinha. Não farei nada com você. Só quero lhe fazer algumas perguntas e como uma verdadeira sabe-tudo você as responderá. – disse frio e cheio de cinismo na voz.

– O que é? – a morena revirou os olhos.

– O que você tem com o Malfoy? Estão namorando? – pude perceber uma pontada de ciúmes. Agucei minha audição, estava mais do interessado na resposta dela.

– O QUE? - riu em deboche. Deu uma risada tão forçada que me lembrou minha tia Bella e consequentemente a cena dela sendo torturada em minha casa. A lembrança me fez estremecer. - Não acredito que você está me perguntando isso. Eu não tenho NADA com aquele demônio loiro.

– Mas você sente algo por ele. – a prendeu entre seus braços contra a parede. - Eu vejo isso em seus olhos e o modo como você o defendeu te entrega. Você o ama.

– Eu não sinto nada além de ódio e repulsa pelo Malfoy. - senti-me destruído por dentro. - Eu só o defendi porque você não tinha o direito de fazer o que fez.

– Se isso for verdade, eu tenho chances com você? - não esperei para ouvir a resposta, desviei o caminho e corri de volta para o dormitório. Cheguei ao quadro que guarda o salão dos monitores e disse a senha "Rugido da Cobra". Entrei batendo a porta atrás de mim.

"Por que eu imaginei que ela estaria afim de mim? De todas as garotas de Hogwarts, ela é a única que nunca me olharia com outros olhos. A atormentei durante seis anos, lutei ao lado de Voldemort, o cara que queria matar seu melhor amigo, e por minha causa Dumbledore e muitos outros estão mortos. Também não sei de onde veio essa minha "atração" por ela, não sei se são seus cabelos castanhos, seus lindos e grandes olhos chocolates, seus lábios carnudos, sua maneira de ajudar a todos ou se é seu vício em leitura e sua inteligência indiscutível, sinceramente eu acho que é tudo isso e mais um pouco. Estou me apaixonando por ela e farei de tudo para esquecê-la, se ela quiser pode ficar com o Singer, com o Weasley, com o Potter, com o raio que o parta."

Tomei um banho gelado para deixar a água levar para o esgoto todo o meu tesão pela Granger. Quando saí visualizei uma coruja negra com olhos amarelos em cima da minha cama com uma carta amarrada em sua pata esquerda. Estranhei a presença da mesma já que o correio só é entregue durante o café da manhã no salão principal e não diretamente para o aluno no dormitório, outro fato estranho é que meu quarto fica nas masmorras e a janela tem vista para o fundo do lago negro, ou seja, elas não abrem e não tem como ela ter entrado aqui porque a porta principal estava fechada. Fiz carinho em suas penas e recebi uma bicada carinhosa em meu dedo, dei um petisco para a coruja e tirei a carta de sua pata, ela voou para fora do meu quarto e desapareceu. Reconheci o brasão oficial dos Malfoy, era uma carta de minha mãe, provavelmente em resposta da primeira que mandei falando sobre a Granger. Como não estava a fim de fazer nada que envolvia a sangue ruim resolvi guardar a carta em uma das gavetas da minha cômoda. Deitei em minha cama vestindo apenas uma box preta e uma calça de moletom cinza e com muita dificuldade me entreguei ao mundo dos sonhos.

~Pov Hermione

A ronda foi tranquila, encontrei apenas dois alunos do primeiro ano da Lufa Lufa perdidos e alguns casais que foram devidamente punidos. Estava voltando para meu quarto, dobrei o corredor que fica a sala de DCAT e senti meu corpo sendo jogado com demasiada violência contra a parede. Abri meus olhos com certa dificuldade e aos poucos reconheci Richard Singer na minha frente.

– O que pensa que está fazendo? - ralhei.

– Quero me desculpar com você. Não pelo o "quase beijo" - fez aspas no ar com os dedos - Disso nunca irei me arrepender, quer dizer, me arrependo sim de não ter te tomado mais rápido. - apertou seu corpo contra o meu despertando um súbito medo. Estávamos sozinhos e ninguém me escutaria.

– Se afaste, professor. – enfatizei a ultima palavra, ma ele ignorou minha fala e me apertou ainda mais contra seu corpo e a parede. - Já disse para se afastar de mim, Singer.

– Calminha, Hermigatinha. Não farei nada com você. Só quero lhe fazer algumas perguntas e como uma verdadeira sabe-tudo você as responderá. – disse frio e cheio de cinismo na voz.

– O que é? –revirei os olhos.

– O que você tem com o Malfoy? Estão namorando? – pude perceber uma pontada de ciúmes e raiva.

– O QUE? - ri em deboche. - Não acredito que você está me perguntando isso. Eu não tenho NADA com aquele demônio loiro.

– Mas você sente algo por ele. – me prendeu entre seus braços contra a parede. - Eu vejo isso em seus olhos e o modo como você o defendeu te entrega. Você o ama.

– Eu não sinto nada além de ódio e repulsa pelo Malfoy. - menti - Eu só o defendi porque você não tinha o direito de fazer o que fez.

– Se isso for verdade, eu tenho chances com você? - fiquei atordoada com tal pergunta. Richard não era um homem feio, muito pelo contrário, era um homem muito lindo e arrancava suspiros sempre quando passava, mas era meu professor e estava me cantando na alta. Sem me dar chances de responder, tomou meus lábios em um beijo forçado e violento. Sugava meus lábios com vigor e apalpava meu corpo com entusiasmo, senti uma lágrima escorrer por minha bochecha direita. Mordi seu lábio com demasiada força e senti o gosto de seu sangue em minha boca. Ele se afastou o suficiente para eu dar um belo chute em suas partes baixas e me livrar de seu aperto.

– Claro que não. E nunca mais se aproxime de mim. - deixei-o sozinho no corredor se contorcendo de dor no chão frio.

– Você será minha, Granger. Guarde minhas palavras. Passarei por cima de qualquer um que entre em meu caminho. - gritou nas minhas costas.

Cheguei ao quadro do leão com a cobra e disse a senha temerosa em encontrar com Malfoy no salão comunal, abri a porta e coloquei apenas a cabeça para ver se ele estaria por lá. Por sorte ele não estava. O salão estava vazio. Entrei em meu quarto, vesti meu pijama e deitei em minha cama deixando o cansaço me dominar.

SONHO ON

Estava correndo pela Floresta Proibida com um enorme lobo selvagem em meu encalço, por um momento me desesperei pensando que o lobo estava me perseguido, mas quando o mesmo se aproximou de mim percebi que estávamos correndo juntos. Por alguns segundos o observei, ele era todo branco e uma pata estava suja de sangue, corria com determinação e pouco de... desespero? Suas enormes orbes cinza exalavam raiva.

Chegamos a uma cabana velha e abandonada. Com muito esforço consegui arrombar a porta de madeira na entrada. Entramos em um cômodo que parecia ser a sala principal, um sofá velho e rasgado que estava tombado no meio do cômodo era o único móvel do local. Um forte cheiro de enxofre inundou minhas narinas fazendo com que eu ficasse um pouco tonta. A casa estava muito escura devido aos madeirites que tapavam as janelas impedindo a luz do dia entrar e a única fonte de luz da cabana era a minha varinha devido ao feitiço "Lumus".

O lobo farejou por toda a casa, deu um pequeno uivo para chamar minha atenção para o segundo andar. Subi as escadas correndo quase caindo diversas vezes e entrei no quarto em que o lobo estava. O quarto estava sujo e empoeirado, fedia mais do que o resto da casa, tive que tampar meu nariz com a gola da blusa que eu usava. Fiquei totalmente desesperada, perdi o chão quando reconheci o corpo pequeno encolhido em posição fetal sobre a cama. A menina, que logo reconheci de outro sonho que tive, estava coberta de arranhões e sangue seco, seus cabelos que antes eram loiros platinados estavam mais escuros devido à sujeira. Abracei-a e comecei a chorar, o lobo subiu na cama e deu-lhe uma lambida carinhosa na bochecha esquerda fazendo-a despertar. Abriu os olhos com dificuldade e ao me ver, lágrimas descontroladas rolaram por sua face machucada.

– Ma-Ma-Mamãe? - gaguejou com a voz embargada pelo choro. - Pa-Papai? - disse olhando para o lobo, que uivou em resposta, e lhe dando um forte abraço. Não entendi, mas resolvi ignorar por hora. - Temos que achar o Scorpius e sair daqui antes que ele chegue. Ele nos torturou mãe, o professor...

Uma forte luz vermelha que atravessou o quarto atingindo o lobo branco em cheio interrompeu sua fala. Uma onda de desespero tomou meu corpo e não contive um grito desesperado que foi acompanhado por minha filha. O lobo foi se transformando em um homem corpulento e muito pálido com cabelos loiro platinado quase branco, seu corpo estava cheio de cortes profundos e perdia muito sangue.

SONHO OFF

Acordei com um par de olhos cinza me encarando com preocupação, eram os mesmos olhos da garotinha dos meus sonhos, os mesmos olhos do lobo que corria em meu encalço na Floresta Proibida. Ele era o lobo, ele era o pai da garotinha que dizia ser minha filha, ele era Draco Malfoy.

– Malfoy? - sussurrei

– Sim, Granger, sou eu. - ele disse. Meus olhos lacrimejaram e me joguei em seus braços chorando feito uma criança. - Calma, minha pequena. Eu estou aqui, foi apenas um pesadelo. - retribuiu o abraço fazendo carinho em meus cabelos, aos poucos o choro cessou e ele me deitou em minha cama novamente e se despediu com um beijo em minha testa. Virou-se para sair, mas segurei seu braço o impedindo.

– Dorme comigo? Só hoje. - pedi com a voz embargada. - Por favor!

– Claro. - deitou-se ao meu lado e me aconcheguei em seu peito nu. Não demorou muito para eu adormecer recebendo cafuné do loiro.

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What Could Have Been Love | F.R.I.E.N.D.S


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Notas finais do capítulo

O que acharam desse capítulo? Mereço reviews? Favoritos? Recomendações?

Sim, o lindo do Draco Malfoy será um animago na fic. Nos próximos capítulo isso será explicado. Eai? Ambos escutaram a conversa do outro, o que farão?

O que acharam da Candice Grey? Eu vou explicar, eu fiz essa personagem baseada na Candice Cody, uma ex participante de um reality show americano chamado Survivor (foto).

Beijos :* Amo vocês.