Story of Us escrita por Sophie Valdez


Capítulo 23
Um dos mocinhos


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Desculpem, eu prometi postar ainda ontem mas não deu...
Mas não demorei né?

Boa leitura!



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Irrompi a porta da Ala Hospitalar e procurei meu amigo ranzinza. O lugar tinha alguns outros jogadores recebendo curativos e poções. Cruzei com a velha Madame Pomfrey no caminho e finalmente avistei Jack, sendo colocado na cama por... James?

_ O que você fez com ele? – indaga nervosa, apresso o passo até eles e observo Jack. Ele estava com roxos e cortes na boca e no olho esquerdo, e a pele embaixo no nariz estava cheia de sangue seco. Ele estava horrível.

_ O que EU fiz? – James pergunta exaltado, mas eu o ignoro e ajeito Jack na cama.

_ Ele está desmaiado? Inconsciente? Por quê? Isso é mau sinal certo? – digo ansiosa e antes que James possa dizer algo, Madame Pomfrey aparece e força um liquido azul pela garganta de Jack. – O que é isso?

_ Não se preocupe, ele vai ficar bem. – ela diz se voltando para mim. – Eu já cuidei de coisas piores! Ele provavelmente vai acorda em breve, novinho em folha.

_ Obrigada. – diz abrindo um sorriso tremulo mas agradecido.

_ E o senhor! Trate de fazer essas reuniões bárbaras pararem! – ela exclama apontando para James. – Todos os anos! Um monte de alunos! Parece coisa de gente não civilizada!

_ Farei o possível Madame. – James responde e a velha enfermeira saí suspirando o gritando para alguém não sair da cama. Dou mais uma olhada em Jack e então encaro James com os braços cruzados. – O que foi?

_ Vai me dizer o que aconteceu? – indago irritada.

_ Talvez, se você parar de ser grossa! – ele retruca também irritado e eu bufo. – Desculpe desapontá-la Dominique, mas infelizmente não fui eu que machuquei seu amiguinho.

_O que houve então? – indago já me sentindo mal por ter chegado acusando-o daquela maneira. Mas eu estava nervosa poxa!

_ Bom, a reunião esse ano foi meio perturbada, como pode perceber. – James diz indicando os outros machucados. – Parece que o time da Sonserina roubou as jogadas do time da Corvinal, e o capitão Malfoy não estava lá... Aquele imbecil do Nicholas ainda colocou mais lenha na fogueira e então a confusão começou. – ele continua fazendo uma careta e apertando o pulso. Percebi que James estava com um dos olhos roxos também. – Seu amiguinho pode até ser bom no Quadribol mas não é bom de luta. Ele foi tentar defender um pessoal do time dele e esse é o resultado. – diz apontando para Jack desmaiado. – E eu, como boa pessoa que sou, diferente do que você pensa, entrei no meio da confusão, ajudei ele e o trouxe para cá. Portanto... de nada.

_ Desculpe, eu estava nervosa, e quando te vi carregando ele...

_ Pensou logo que eu era o vilão da história? – ele completa enquanto eu sinto minhas bochechas corarem de vergonha, isso era algo muito raro. – Surpresa Nique, eu sou um dos mocinhos.

_ Já pedi desculpas. – digo coçando minha nuca. – E você devia cuidar dos seus machucados também.

_ Estou bem. – ele diz e eu reviro os olhos. – É sério!

_ Como quiser. – murmuro ainda desconfortável. Fazia tanto tempo que eu discutia com James que não sabia o que fazer agora que ele fez algo realmente certo. Graças a Merlin, depois de longos minutos em um silencio constrangedor, Jack soltou um gemido e abriu os olhos. – Hey Pierce, como está?

_ N-não me chame pelo sobrenome! – ele diz fazendo uma careta. – Que porra de gosto é esse na minha boca?

_ Você está bem! – exclamo suspirando aliviada e me viro para James com um sorriso. Notei que ele me encarava antes de desviar o olhar.

_ Bom, seu amigo está bem, e eu já vou. – James diz se afastando. – Tenho que ver se meus jogadores estão vivos.

_ Hey. –o chamo antes que saia de minha visão, James se vira com a sobrancelha arqueada. – Obrigada.

_ Ok. – ele diz acenando levemente com a cabeça e indo embora. Virei-me novamente para Jack que estava mais dormindo do que acordado, os roxos dele pareciam ter diminuindo nesses últimos segundos e eu atribui isso a poção de Madame Pomfrey.

_ Como está, de verdade? – pergunto apertando sua mão e ele faz uma careta de dor.

_ Você está apertando a minha mão, que está dolorida pelo murro que eu dei. – ele diz e eu o solto imediatamente. – Lei da física, tudo que vai volta... O impacto na cara daquele Corvinal idiota foi o mesmo na minha mão...

_ Cala a boca. – digo nervosa e ele arregala os olhos. – Que ideia é essa de se meter em briga Jack? Você não é desse tipo! Consegue se dar bem em uma discussão, mas não em uma briga física!

_ Estava me impondo, como você sugeriu. – ele rebate e eu solto um muxoxo.

_ Não venha por a culpa em mim. – murmuro suspirando. – Jack... James te ajudou mesmo?

_ Quem..? Ah, seu primo... Sim... Digamos que ele estava do mesmo lado que eu no inicio, depois virou uma confusão total. – ele responde olhando pro teto. – Mas foi ele que me trouxe para cá, eu me lembro disso.

_ Ótimo. – sussurro e vejo seus olhos vacilarem. – Você precisa descansar briguento!

_ Olha só, um apelido! Que maravilha... – ele diz tombando a cabeça de sono mas sem perder o sarcasmo na voz. – Sabe, de uma forma torta, essa briga enorme nos ajudou em uma coisa.

_ O que? – indago curiosa.

_ O antigo capitão da nossa casa... – ele responde indicando a cama ao lado com a cabeça, na cama tinha um menino de cabelos castanhos claro dormindo e com uma perna enfaixada e erguida. No seu criado mudo tinha um monte de presentes e cartões de melhoras. – Ele quebrou a perna, não pode jogar a temporada. E adivinha quem ele indicou como capitão no lugar dele?

_ Não brinca! – exclamo animada e ele tenta sorri, mas sai somente outra careta de dor. – Isso é incrível! Quer dizer... não é incrível ele ter quebrado a perna mas... Você finalmente será capitão!

_ De certa forma foi graças a você. – ele diz com uma voz arrastada de sono e eu rio baixo. – Obrigado Domi...

_ Não foi nada Pierce.

_ Não me cham...

_ Ok, descanse. – eu o corto e segundos depois Jack apaga.

*

“Bonjuor amiga ingrata da Inglaterra!

Já que você parece muito preocupada comigo (note o sarcasmo) saiba que eu estou bem, obrigada. E totalmente nervosa com você loira aguada! Como pode ficar semanas sem mandar uma carta para sua melhor amiga? Já me esqueceu é? Me trocou por uma inglesa? Pois saiba que nenhuma delas vai enfrentar patricinhas francesas com você do jeito que eu enfrentei!

Bom, pulando o surto, como você está? Anseio por notícias suas, da última vez me disse que estava se saindo bem por aí.

Aqui na França está uma bosta! Sério, é terrível! As vezes eu só quero enfiar a cabeça de algumas meninas na privada. Piranhas do jeito que são eu não ficaria surpresa se conseguissem respirar embaixo d’agua.

Clémence tomou o posto de princesa, para a total infelicidade da nação. Aquele nariz empinado dela me dá nos nervos, e tudo que você mudou aqui ela está estragando. As meninas mais velhas voltaram a implicar com as mais novas, as roupas e os cabelos viraram prioridade novamente e eu estou prestes a vomitar por causa de tanta falsidade.

Monique Rosie Léclare esteve por aqui um dia desses, visitando a escola. Ela não ficou nada feliz por saber que você foi embora e que agora Clémence é quem manda. Mas você sabe, aquela menina é doida!

Ela também ficou muito tempo conversando com a diretora, parecia que estava combinando algo. E os professores andam bem agitados também... Tem alguma coisa rolando aqui.

Queria que ainda estivesse aqui para investigarmos juntas, mas enquanto não nos vemos, só resta manter contato... ENTENDEU? ESCREVA UMA CARTA SUA PREGUIÇOSA!

Espero ansiosamente sua resposta loira, com amor...

Giulia.”

Não pude deixar de rir com a carta de Giulia. Sentia falta da minha amiga da França, ela tinha sido meu braço direito por todos aqueles anos, compartilhando segredos, alegria, frustrações, raiva... Era estranho não ter ninguém como ela comigo. Jack era um ótimo amigo, mas não era menina, e tem coisas que só meninas entendem.

*

_ Eu já falei que estou bem!

_ Eu sou a curandeira aqui mocinho, eu dito as regras. – Madame Pomfrey respondeu enquanto eu sentia minhas costelas quase se partirem por ter que segurar a risada. Era realmente hilário ver Jack discutindo com ela. Mas achei melhor, como boa amiga que sou, intervir...

_ Madame Pomfrey está certa Jack. Por conta dela você vai ficar novinho em folha depois de ter sido um irresponsável e se metido nessa briga.

_ Muito bem. Escute sua amiga Sr. Pierce. – Madame Pomfrey diz categoria acenando com a cabeça e se afastando dali.

_ Bela amiga você. – Jack resmunga me olhando. – Eu só queria poder dormir na minha cama hoje a noite.

_ Pare de reclamar como um velho babão Jack! – digo revirando os olhos e ele respira fundo olhando por teto. Ele ainda estava sobre o efeito de alguns remédios para dor e parecia meio aéreo. – Você vai sofrer algo por ter se metido na briga?

_ Talvez uma detenção. – ele diz dando de ombros.

_ Talvez escrevam pros seus pais. – sugiro cautelosa. A curiosidade sobre a família nunca mencionada de Jack sempre me incomodava, como uma coçerinha atrás da orelha.

_ Isso seria realmente hilário. – ele responde soltando um riso seco e ficando tenso de repente.

_ Porque? – indago hesitante, e no mesmo instante que Jack abre a boca, Madame Ponfrey abre a porta da salinha dela.

_ Srta. Weasley, já passou do toque de recolher! Vá para sua sala comunal e deixe seu amigo descansar.

_ Ok, Madame. – digo contrariada, me levantei da cadeira e dei boa noite para Jack.

Hogwarts era um lugar mágico, divertido, aconchegante... Mas sabia ser um lugar digno de filme de terror quando queria. Andar nos corredores desertos a noite não era nada legal, principalmente quando o toque de recolher já passou e você tem que correr sem cruzar com nenhum monitor.

Só conseguia ouvir meus passos enquanto andava, e me concentrei neles. Não era uma pessoa medrosa, mas aquelas armaduras eram sinistras a noite. E talvez eu estava pensando muito sobre histórias de Terror, porque logo pereci ouvir mais passos andando junto com o meu. Parei no meio do corredor e olhei para trás, mas não tinha nada, então balancei a cabeça e tentei pensar em outra coisa.

Eu teria gritado de susto quando aquela mão puxou meu braço, mas a pessoa foi ágil e também tampou minha boca. A pessoa que eu não consegui identificar na hora me empurrou para a parede e me apertou ali.

_ Ei, ei... calma Nique. – a pessoa disse e pela voz grossa notei ser um menino. Sua voz pareceu me tirar do choque e eu comecei a me debater, conseguindo chutar sua canela e morder sua mão até sentir o gosto horrível de sangue. – Ai! Você me mordeu!

_ Me solta! – exclamo alto e me debato mais, conseguindo que ele afrouxe o aperto, mas ainda assim não consegui me soltar. – Eu vou gritar!

_ Não, não vai não. – ele diz empunhando a varinha e apontando para mim. – Silencio.

Tentei dizer algo, mas é claro que nada saiu, então só fuzilei-o com o olhar. Agora eu já conseguia ver seu rosto. O garoto alto de cabelos castanhos não me era estranho, mas eu também não o conhecia.

_ Você deve estar confusa não é? – ele indaga rindo e eu dou mais um chute na sua canela me animando com sua careta de dor. – Caralho menina! – ele exclama apertando ainda mais meus braços fazendo meus olhos lacrimejarem. – Sossegue Nique... Mais alguns minutinho e vai estar livre. – ele diz sorrindo e colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. – Você só precisa cumprir seu papel de vitima indefesa!

Dei mais um chute na sua perna tentando acertar uma parte mais sensível dele, e continuei me debatendo enquanto pensava no porque que esse garoto desconhecido estava fazendo isso. Afinal, o que faz alguém atacar outra pessoa assim, do nada? E porque ela fica me chamando de Nique? Quem me chama assim é só, ou era só o James. E Nicholas... mas esse cara não era nenhum dos dois...

Ele olhou impaciente do relógio de pulso para o corredor e de novo para mim.

_ Vamos... – ele murmurou ansioso olhando mais uma vez para o relógio como se esperasse alguma coisa. Esperei que seu nervosismo o distraísse suficiente para que pudesse sair, mas antes de me mexer ouvi passos no fim do corredor. Ele sorri com isso e pegou a varinha mais uma vez. – Hora do show Nique. Finite Encantatem.

_ Seu filho da p... – antes que eu pudesse xingá-lo de acordo ele me beijou, ou melhor, me atacou, mas também afrouxou seu aperto de modo que consegui me debater em meio aos seus braços. – M-ME SOLTA! IMBECIL! – gritei enquanto seus lábios ainda eram prensados fortemente nos mesmos. Ele parecia ficar mais animado cada vez que eu me debatia. – ME LARGA!

E então ele saiu de cima de mim, e segundos depois estava deitado no chão recebendo socos e mais socos. Eu não sei de onde James saiu, mas ele parecia irritado.

James levou uma joelhada no abdômen mas isso não o impediu de fazer um belo estrago no rosto do menino que estava... sorrindo? Quem é ele , um psicopata?

_James... James Para! Já chega! – digo tentando me aproximar, e assim que a mão de James para em punho no ar outros passos são ouvidos e Molly e Kate aparecem correndo.

_ Por Merlin, o que é isso? – Molly indaga ofegante. – James, saia já de cima desse garoto! – exclama, e James a obedece. – Mas o que é isso? – pergunta novamente parecendo irritada.

_ Ele estava agarrando a Dominique, a força. – James explica também ofegante.

_ Eu... vou levá-lo. – Kate diz se intrometendo e ajudando o menino maníaco que me atacou se levantar. – Para a Ala Hospitalar.

_Mas e seu problema Kate? – Molly indaga ainda olhando nervosa para James.

_ Não era nada. – Kate responde abanando a mão com desdém e indo embora, carregando o menino mancando.

_ Não pode deixá-lo ir! – exclamo apontando para os dois que já seguiam pelo corredor. – Aquele menino é um psicopata, me atacou do nada...

_ Chega!- Molly diz me cortando com um aceno de mão. – Eu sou só uma monitora Domi, e como encontrei vocês dois nessa confusão depois do horário eu vou ter que levá-los até a Prof. McGonnagal.

_ Vai nos levar para a diretora por causa disso? – James indaga. – Eu estava defendendo ela.

_ Eu só estou fazendo meu dever James. – Molly diz relutante. – Só por estarem nos corredores a essa hora já motivo suficiente.

_ Ótimo. – James murmura.

_ Sinto muito James. – Molly diz torcendo as mãos quanto James bufa e eu arqueio minhas sobrecelhas confusa.

_ É só ir para a diretora. – digo ao ver suas expressões. – Vamos explicar o que houve, ela não vai nos punir por causa disso. Eu fui atacada, você me ajudou...

_ É, é... é só ir para a diretora. – James repete com uma expressão sombria. Molly pareceu pedir desculpas com o olhar para ele e então seguimos em silencio até a sala de Minerva.


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Notas finais do capítulo

Próximo em breve, muito em breve, quem sabe amanhã ou ainda hoje.
Comentem sobre o que acharam.... E uma dica, essa confusão do final tem muitos mistérios envolvidos.... no proximo vocês saberão.
beijos