Duas Mulheres escrita por Tina Granger


Capítulo 12
Capítulo 12




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Severus entrou no apartamento de Cassandra, escutando as vozes dos gêmeos. Cassandra consultara durante a semana o medi-bruxo que lhe atendera durante a gestação. Victoria Regina, apesar de ser uma garotinha muito saudável, apenas poderia viajar via rede de flú depois que completasse um mês de idade.

Cassandra dera encaminhamento para se desligar de seu cargo no Ministério e haviam decidido a data do casamento, enquanto continuava a morar no apartamento. Severus ia dormir todas as noites com ela.

Estava estranhando o fato dos Cavendish não terem aparecido para conhecer o mais novo membro da família. Não acreditava que já passara uma semana desde que sua filha nascera. Ao escutar a algazarra no quarto de Cassandra, ele foi até lá, encontrando a menina no colo do avô e os tios adolescentes a observando com interesse.

- Não há como negar que é uma Cavendish. Ou melhor, que é filha de Cassandra.

- Apesar dos cabelos pretos, e dos olhos se puxarem para o pai.

- Alguma coisa dos Snape ela teria que ter. - os gêmeos pularam quando escutaram a voz dele.

- Contanto que a cor dos olhos e dos cabelos seja a única coisa que ela tenha dos Snape. Por que o seu mal-humor nos dá dor de barriga!

- Mas não se preocupe, se ela tiver o seu gênio, nós ensinaremos a ela como ter o bom humor Cavendish. - Victoria tinha a testa franzida. Quando Zach terminou de falar, simplesmente abriu o berreiro.

Miles e Thomas começaram a rir, Zach fez cara de quem não entendeu nada. Severus se aproximou da filha. Com um olhar, Thomas a passou para os braços dele. Falando suavemente, Severus conseguiu em poucos minutos que a criança parasse de chorar e até adormecesse. Colocou-a no berço, sob o olhar atônito dos gêmeos, e divertido do pai de Cassandra.

- O que houve? - ele ergueu a sobrancelha.

- Basicamente, deu para perceber que a filha herdou o péssimo gosto da mãe. - Zach fez uma careta.

- Quem herdou o que? - Cassandra saiu do banheiro. Os cabelos pingando água molhavam a camiseta rosa-choque.

- Sr. Cavendish, podemos ter uma conversa? - Severus pediu, após abraçar e beijá-la na face, recebendo mais baixas dos gêmeos.

- Então conversem na sala, enquanto os gêmeos me explicam essa história de "herdou péssimo gosto". - ela sorriu.

Severus e Thomas se dirigiram a sala, o homem mais velho se sentando no sofá.

- Então... Quer falar comigo sobre o que?

- Eu fui um assassino. Matei muitos tro... Pessoas não mágicas, senhor Cavendish.

- Thomas. E por que está me falando isso?

- Estou sendo procurado, para ser julgado. Se eu entregar-me, existe a possibilidade de conseguir uma redução na pena.

- E é isso que você pensa em fazer. E Cassandra?

- Quero lhe pedir para cuidar dela e de Victoria. Não vou conseguir ficar em paz, sabendo que as mulheres a quem devo proteger estão jogadas por ai.

- Pretende voltar para Cassandra, Severus?

- Eu jamais abriria mão de Cassandra. Ela se tornou minha vida.

- Vamos cuidar delas, não se preocupe. Quando você vai fazer isso?

- No mais tardar amanhã.

- Ter um bebê em casa vai me trazer boas memórias. - Severus assentiu, e sem aviso algum abriu a porta do quarto. Os gêmeos caíram no chao, sinal que estavam tentando escutar a conversa.

- Os dois saindo comigo agora mesmo. - Thomas ergueu-se com um olhar de "vocês me pagam". - Cass, não se preocupe se só voltarmos pela manhã. Seus irmãos e eu estamos precisando de um tempo "juntos". - os gêmeos engoliram em seco. Conheciam muito bem aquele olhar.

- Agora é conosco. O que aconteceu Severus?

- Como você sabe que aconteceu alguma coisa? - ele pediu, tentando ganhar tempo.

- Posso ler no seu rosto. E sua aura está do jeito que sempre está quando aconteceu alguma coisa.

- Cassandra, isso quer dizer...

- É, eu não sei que nome dão, mas de certa forma consigo ver as auras das pessoas. E com animagos, vejo o animal que a pessoa se transforma, como se fosse uma sombra. Como você acha que eu descobri a respeito de Remo? Foi assim. Agora, responda minha pergunta.

- Diversos comensais foram presos. Falaram o meu nome. - a cor sumiu das faces de Cassandra. Sabia as implicações disso. - Se eu me entregar, existe a possibilidade da pena ser reduzida.

- Desde quando uma prisão perpetua tem chances de ser reduzida, Severus?

- Dumbledore vai interceder por mim. E nós sabemos que o diretor possui uma grande influencia no mundo mágico.

- Mas isso não é garantia de nada! - ela sacudiu a cabeça, espalhando água pelos lados. - Eles podem muito bem ignorar isso, já que você é um professor de Hogwarts e... - ela sufocou um soluço, ele a abraçou.

- Eu não vou deixar nenhum outro homem criar nossa filha, Cassandra. Posso deixar que seu pai cuide um pouco de vocês, mas eu vou voltar, entendeu bem? - arrumou os cabelos dela. - Você devia secar os cabelos. Melhor, deixa que eu seco eles... - Severus tirou a toalha que ela segurava nas mãos e delicadamente, começou a secar. Cassandra ficou imóvel, não compreendendo o que aquilo significava. Quando estavam mais ou menos secos, ela pegou a escova e começou a penteá-los.

Severus ficou observando calado aquele momento. Cassandra tinha os cabelos tão claros...

- Tem certeza que os Cavendishs são totalmente trouxas?

- Absoluta. Por que?

- Acho que você tem parte veela. Só assim eu consigo explicar...

- O que?

- Essa atração que você exerce em mim.

- Está dizendo que eu fiz uma poção de amor e que você bebeu?

- Poções de amor têm efeito de curto prazo. E isso que eu sinto é muito diferente.

- Do que você está falando? - Victoria acordou, chorando novamente. - Ela está com fome. - Cassandra explicou desnecessariamente, pois ao pegar o bebe, parou de chorar, procurando o seio da mãe, e quando encontrou o bico, começou a chupar com vontade. - Eu não entendo, Severus. Você está falando de um jeito que parece que eu sou culpada de alguma coisa... - depois que Cassandra a havia amamentado e trocado, ela adormeceu. Severus não deixou que Cassandra a colocasse no berço, pegando-a novamente no colo. Cassandra cruzou os braços, a espera de uma explicação. Ela precisava disso, pois não conseguia entender nada.

- Você é. - ele colocou a criança onde já deveria estar. Pegou o rosto de Cassandra com as duas mãos. - Culpada por me ter tido a ousadia de me tocar, culpada por me tirar do lugar que eu tinha decidido estar... - ele começou a intercalar as palavras com beijos. - Culpada por dar voz a minha consciência, culpada por me fazer desejar você, a cada instante do dia, de ouvir a tua voz, ver o seu sorriso, sentir o seu toque...

- Severus... - eles se abraçaram.

- Mas é mais culpada ainda por não deixar que eu vá, sendo obrigado a me despedir de você. Eu não quero ir, Cassandra. Você não me deixa ir.

Ela se afastou dele.

- Você está livre. - ele negou com a cabeça.

- Você me prendeu. Aqui. - colocou a mão no coração dela. - Eu amo você, Cassandra. - as palavras, embora simples, envolviam uma complexidade de sentimentos, que Cassandra não suportou que ele a tocasse. As lagrimas escorriam silenciosas, o queixo tremia...

- Estou chorando porque não acredito no que você me disse...

- Pode acreditar, moça. Vai ter que me aturar o resto da vida, depois.

- Esse é o maior milagre, Severus... Você dizendo que me ama.

- Enquanto eu estiver em Azkaban, a única coisa que vai me dar forças para sair de lá vão ser as nossas lembranças... Você e nossa filha. Não precisa chorar.

- Não. - Cassandra negou com a cabeça. - Enquanto você estiver lá, não pense em nós... eu quase enlouqueci quando passei um mês lá, durante o meu treinamento... Eu só escutava Catherine e você... Gritando comigo, dizendo tudo o que você já sabe... Quando eu saí... Eu não percebia nada... Os gêmeos se revezavam para me vigiar, com medo que eu fizesse uma loucura... - ela suspirou com a lembrança. Severus a abraçou com força.

A primeira coisa que Severus fez pela manhã, foi ficar observando a filha. Tirou o pingente em forma de S com a corrente de ouro branco que tinha no pescoço, e colocou nela. Por um breve momento, as pedras tornaram-se vermelhas.

- Por que isso?

- Essa corrente eu já devia ter colocado nela semana passada. - ele se virou para ela, com o rosto até sereno. - É um amuleto, que protege apenas os primogênitos Snape. Agora essa corrente do seu pescoço só vai sair com duas condições. Ou quando Victoria tiver um filho ou se ela... - engoliu em seco. - Se acontecer alguma coisa com ela, e que nós estejamos longe. Vai funcionar então como uma chave de portal, levando o corpo...

- Severus... Eu não quero escutar. – Cassandra, meneando a cabeça, percebeu que a corrente diminuía de tamanho sozinha.

- Enquanto ela for uma criança, a corrente será pequena, crescendo a medida que Victoria cresce. A corrente não vai cortar o pescoço da nossa filha, Cassandra. Ela é construída toda magicamente. Quem tentar tirar a corrente, vai ter a mão queimada.

- Eu não sei o que pensar, ou o que dizer.

- Então não pense. Não diga nada.

Tomaram o café da manhã em silencio. Victoria estava dormindo. Quando chegaram na porta, Severus limpou as lágrimas dela com cuidado. Ela não merecia estar sofrendo daquela maneira.

- Eu sei que você vai voltar. - ela o beijou. - Eu confio minha vida a você e a nossa filha. O senhor não pense que, por ir para Azkaban, na volta não vai ter que aturar meus irmãos. - ela tentou brincar, mas a voz embargada fazia que a brincadeira fosse quase um lamento.

- Não se preocupe. Eu vou voltar. E vamos morar na mansão Snape, e EU vou cuidar de você e de Victoria... Eu juro.

- Eu acredito em você. - Severus assentiu e saiu. Sua ultima visão de Cassandra foi ela encostada na porta, apertando o maxilar enquanto o olhava fixamente. Não suportaria ficar e escutar mais do choro que escorria pelas faces de Cassandra.

Entregou-se na porta do ministério. Levado diretamente a Azkaban, só saiu dois meses depois. Azkaban foi o inferno que Cassandra lhe falara. Escutara as vitimas que fizera, os gritos ecoavam firmemente em seus ouvidos. Cassandra lhe aparecera, nos pesadelos. Sorrindo de modo desdenhoso, apenas para se aproximar de outros homens que ele não via o rosto, mas que a abraçavam e beijavam com paixão, sendo acariciados por ela.

Quando pôs os pés na costa, Henry Weasley lhe esperava.

- E eu que achava que não podia ter mais visões do inferno, e eis que me aparece o morcegão mor!

- Idiota. - Severus apenas olhou em volta. Cassandra não estava ali.

- Você pode me chamar de pinheiro em chamas, que eu não vou me importar. - Severus o olhou por um momento.

- O que aconteceu com ela?

- Ninguém sabe ao certo. Ninguém tem indícios do que aconteceu.

- Cassandra está viva? E minha filha?

- Por partes está bem? Quero lhe examinar, para ter certeza que...

- Weasley!

- Ok, mas você tem que me deixar te examinar depois. Depois de duas semanas que você estava em Azkaban, a marca negra foi conjurada novamente. Sob o prédio de Cassandra. Eu só fiquei sabendo uns três dias depois, estava com algumas matérias atra...

- Não quero saber da sua vida! O que aconteceu com Cassandra? - apesar de fraco, Severus tentou puxar Henry pelo colarinho.

- Escuta então! Cassandra e eu fomos no julgamento dos Lestranges, e do Bartô Jr., quando o diretor Alvo afirmou que você tinha espionado Voce-Sabe-Quem, que estava do nosso lado. Quase fiquei cego com o sorriso orgulhoso que ela deu para mim. "SEVERUS FEZ ISSO POR MIM", ela me disse. Achei que ela precisava de um babador. Saímos, e ficamos conversando por alguns minutos, sobre o imbecil do Bartô pai... Por fim, ela se despediu de mim. "Vou aparatar na pracinha em frente ao meu prédio, já que deve estar quase na hora da minha filha se alimentar. Não quero correr o risco dos meus irmãos afogarem ela no banho." Estourei numa gargalhada. "Brincadeira," ela continuou "meu pai é quem está com ela, os outros três só estão lá para incomodar o pobre velho..." Daí, ela bateu continência, e aparatou.

- O que aconteceu depois?

- Isso é o que ninguém consegue descobrir. Eu namorei com uma auror do ministério, a Fellini, que me contou que todos os irmãos e o pai de Cassandra foram encontrados mortos na sala. A Avada foi usada neles. Cassandra estava com os olhos arregalados a um canto, cantando "brilha brilha estrelinha" com um monte de panos enrolados no colo.

- E Victoria?

- Nenhum sinal dela. A marca negra foi conjurada, mas eu acho que quem fez o serviço, voltou para fazer isso. Foi como se estivesse debochando do Ministério. - Severus sentiu-se golpeado por uma faca. A cada frase que Henry pronunciava.

- Onde Cassandra está agora?

- Aa ala psiquiátrica do St. Mungus. Ela apenas responde quando quer, mas dá-se para perceber que está se escondendo dentro da mente. Foram feitas diversas tentativas de se tentar descobrir isso. A poção da verdade, legitmancia... Se bem que a tentativa com a ultima foi boi dormir, já que Cassandra é excelente oclumente. Se não fosse, porque... - Severus não prestou atenção no que Henry falava.

- Eu vou tirá-la de lá.

- Acho melhor você parar de voar e voltar para o chão, morcegão. St. Mungus é o melhor hospital da Inglaterra, não só pelos médicos, mas também pela segurança. A menos que você fosse irmão dela, ou casado com ela, é que conseguiria alguma coisa. Mas como legalmente vocês não são nada...

- Tivemos uma filha juntos!

- E daí? A criança estava registrada quando você foi para o inferno congelado? Pelo que sei não. E mesmo que estivesse, você não vai conseguir tira-la de lá usando esse argumento. Cassandra sabe muito sobre o Ministério para que eles a deixem por aí. E como ela não tem nenhum parente vivo... - Henry balançou as mãos.

- A mãe de Cassandra está viva. - Severus falou após um instante.

- É mesmo? - Henry pareceu surpreso. - Puxa, achei que tivesse morrido a anos atrás... E agora, senhor Snape, - Henry ficou sério. - vai tocar nessa moeda e vou atrás de você. Cassandra me mataria se descobrisse que eu não fiz nada para te ajudar... - ele apertou o braço de Severus, que apertou os lábios com força. - Nem pense em aparatar. Está muito fraco para isso.

Severus estava de certa forma amortecido. A chave o levou para a sua casa. Dois segundos depois, Henry estava lá, e tirando a varinha da capa, Henry começou a examiná-lo. Dyndy estava ao lado da cama, onde Henry o obrigara a se deitar. Depois de fazer o diagnostico, Henry aparatou. Aos poucos, Severus começou a perceber a onda que varrera a sua vida. Cassandra numa ala psiquiátrica, sua filha desaparecida...

No dia seguinte, arrumou as malas e foi até Madrid. Não descansaria enquanto não tirasse Cassandra daquele lugar. Sabia que se a visse, não sossegaria até arranca-la de lá.

Foi de certa forma difícil localizar a mae dela. Mas conseguiu. Catherine Cavendish, agora Ortega, casara-se com um homem rico, e ao entrar na casa deles, estava esperançoso que iria conseguir a assinatura dela para retirar Cassandra do St. Mungus. Embora fosse Outubro, a casa já encontrava-se muito aquecida.

Severus quase não reconheceu a mulher pálida e magra que o recebeu. Após mandá-lo sentar, ela quase exigiu que ele fosse direto ao ponto. Severus contou o que ela necessitava saber. Em determinado momento, pareceu que ela ia desmaiar. Fechando os olhos, ela murmurou o nome dos filhos.

Quando os abriu novamente, levantou-se. Tinha um olhar de decisão.

- Eu vou lá, Snape. Posso não gostar da sua cara, mas Cassandra além de ser a única filha que eu tenho no mundo, não merece esse castigo. Se aqueles imbecis do Ministério pensam que vão tirar de circulação uma Cavendish, então eu não nasci nessa família. Maria! - chamou a empregada. Após algumas instruções em espanhol, ela o encarou novamente. - Não sei o que pode ser feito com relação a minha neta, mas sei que se Cassandra o escolheu como pai, é porque você vai dar um jeito nessa coisa toda. Eu mandei Maria ligar para Vanessa, secretaria do meu marido Antonio. O mais tardar depois de amanha vou voar para a Inglaterra, e eu sugiro que você descanse. Está com uma cara horrível.

Cassandra herdara a energia da mãe, além da beleza. Disso Severus não teve duvidas, pois em três dias, Cassandra estava na sua casa. Quando vira Catherine lá, o mesmo olhar de ódio lhe assomara a face, e as palavras aos lábios.

A mulher mais velha não pronunciara nenhuma palavra, saindo em seguida. Quando Cassandra estava no quarto, dormindo, Severus foi até o hotel onde sabia que ela estaria.

- O que posso fazer para pagá-la? - o rosto, apesar de frio, deixava uma certa gratidão transparecer.

- Coloque Victoria nos braços de Cassandra. É o único pagamento que peço. E cuide de minha filha. Outro pagamento eu não quero.

- A senhora tem a minha palavra que vou fazer isso. Mesmo que custe a minha vida. - ela o observou por um momento. Então concordou com a cabeça. Esticando a mão, ela pegou um papel que estivera escrevendo.

- Aqui está a guarda de Cassandra. Ela só vai ser válida após a minha morte, mas já quero deixar esse aspecto garantido. Caso contrário, eles a levam de volta. - depois daquele dia, Severus não a viu mais.

Alguns depois, Severus estava observando alguns papéis quando Alvo aparatou na sua frente.

- Olá Severus. Como vai? - sem cerimônia o diretor sentou-se em uma cadeira. - Imagino que esteja tendo muito trabalho. Reforçar proteções em sua casa, tomar conta de uma mulher doente...

- Por que veio aqui, diretor? Com certeza não foi para verificar se Cassandra ainda está viva. Eu...

- Escute antes de falar alguma coisa. No começo desse ano, - Alvo levantou-se e começou a andar pela sala. - você veio até mim, oferecendo sua ajuda para derrotar o Lord. Seu motivo? A segurança de Cassandra. Nada além disso. Você me disse que não se importava se passasse o resto de sua vida em Azkaban, ou se recebesse o beijo de um dementador. O que importava era ela, queria uma chance para que ela continuasse viva. - Alvo o encarou seriamente. - Agora sou eu quem oferece essa ajuda. A você. Para que você fique vivo. Como irá proteger Cassandra, se não conseguir sobreviver?

- Isso foi golpe baixo. - não se importou de rosnar para o diretor. - Eu preciso achar minha filha.

- Severus, você por acaso conseguiu entrar nos arquivos do ministério, que contém as investigações sobre o acontecimento na casa de Cassandra? Ou melhor,... Conseguiu entrar na mente dela? Se não conseguiu, como pretende descobrir quem matou a família de Cassandra? Quem seqüestrou sua filha?

- O que sugere? - ele percebeu que não adiantava discutir.

- Assim está melhor. Smith vai se aposentar por volta do natal.

- Já vai tarde. - Cassandra se soubesse, ficaria contente?

- E iremos ficar sem mestre de Poções. Se estiver interessado...

- Porque não Defesa?

- Cassandra foi o seu farol para voltar para o nosso lado, Severus. Você esteve muito envolvido com as Artes, e foi apenas o amor que sentiam um pelo outro que permitiu a sua volta. Com ela nesse estado, temo por você.

Harry Potter estava no segundo ano da Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts. Apenas Severus sabia o quanto lhe custara no ano anterior interferir no jogo de Quadribol, protegendo Potter. ele tinha a mesma arrogância do pai...

Novo ano, e Severus sentia-se mais animado para começar o ano. iria reencontrar sua filha! Ela não o reconheceria, mas ele...

Quando percebeu os alunos entrando para a Seleção, Severus sorriu internamente. o momento estava próximo. Será que ela seria uma das primeiras ou das ultimas? Nesse ano, Alvo mudara um pouco a ordem dos lugares a mesa, e sentara Severus ao seu lado. Um mínimo de interesse era dado as crianças selecionadas, um pouco maior quando iam para a Sonserina, já que ficariam 7 anos sob a sua responsabilidade.

Após um primeiro olhar, ele não conseguiu identificá-la, mas quando estavam na metade da seleção, uma garota de cabelos negros foi para a borda do grupo que ainda não fora selecionado. Tinha os cabelos meio soltos, conseguiu perceber que usava um laço de fita laranja nos cabelos, quando ela se virou para olhar o Barão Sangrento. O nariz arrebitado, as maçãs do rosto delicadas, os lábios finos... Era como se Cassandra tivesse voltado a ser criança, mas dessa vez com cabelos negros. E mais uma coisa lhe chamou a atenção. O pingente em forma de S cintilando ao pescoço.

A garota ficou olhando para a mesa da Sonserina por alguns minutos, em um ponto fixo. do nada, mostrou a língua, e virou-se novamente para o grupo.

- Samara Sanders! - quando McGonagall chamou, ela respirou fundo e se aproximou do banco. Severus por um instante, sentiu as mesmas emoções da sua seleção. Medo, expectativa, um certo frio na barriga... Quando Minerva colocou-lhe o chapéu na cabeça, mal o mesmo tinha encostado, quando gritou:

GRIFINÓRIA!

Severus sentiu raiva. Aquele chapéu devia estar velho demais... uma Snape na Grifinória? Brggg! Reparara que Potter e Weasley não estavam na mesa ao lado daquela sangue-ruim sabe-tudo... Murmurou no ouvido de Alvo.

- Vou ver se encontro uma resposta para o fato de Potter e Weasley não terem chegado.

- Está bem Severus... E a propósito, parabéns. É uma bela garota a sua filha. - Alvo sorriu com a carranca do mestre de poções.

Caminhando pelos corredores, Severus encontrou Potter conversando com Weasley.

- Espere aí... - falou Potter para o ruivo. - Ha uma cadeira vaga na mesa dos funcionários... Onde está o Snape?

- Vai ver ele está doente! - Severus percebeu o tom de esperança na voz do Weasley.

- Vai ver ele foi embora, porque não conseguiu o lugar de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas!

- Ou vai ver ele foi despedido! - o ruivo estava entusiasmado. - Quero dizer, todo mundo o detesta...

- Ou vai ver - Severus falou secamente. - está esperando para saber por que vocês dois não chegaram no trem da escola...

Os dois grifinórios deram um pulo..."


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