Parceiros escrita por Endy


Capítulo 7
Capitulo 7


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Lembram de mim?! Pois é, eu sei que faz tempo, mas eu disse que não iria abandonar a fic, então estou de volta! Peço desculpas pela eternidade sem postar nenhum capitulo, mas ano novo vida nova e capitulo novo também, então aí está!
Espero que gostem e ainda estejam lendo a historia.



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Anteriormente...

–Para de falar besteira Rodgers, estamos perdendo muito tempo! Ainda temos que falar com os meus pais. –Antes que eu falasse alguma coisa para tentar convencê-la da insanidade que é falar com os seus pais sobre esse assunto, ela levantou o dedo indicador balançando a cabeça me impedindo de dizer qualquer coisa como se previsse a minha intenção. –Não tem discussão, vamos falar com eles!

Eu sei que não deveria, mas não tenho escolha. Talvez Beckett tenha razão; talvez seja melhor pedir ajuda, assim quem sabe eu e minha mãe nos livramos desse infeliz de uma vez por todas.

Espero que eu não esteja fazendo besteira e acabe trazendo mais problemas, tenho medo de dar tudo errado outra vez, mas agora talvez seja diferente porque eu sei que não preciso passar por tudo isso sozinho.

Acho que realmente posso dizer que eu e a garota imatura, irritante, egocêntrica, teimosa e que não para de falar, somos parceiros e isso não me parece tão mau.

Não acredito que estou mais nervoso por conhecer os pais dela do que quando pensei que Chad estava morto. Mas que droga é essa?! Não tem nada de mais em conhecer os pais dela, certo?! Então, porque que minhas mão suam e eu tenho vontade de sair correndo para o mais longe possível!

Enfim chegamos à frente da casa dos Beckett, na verdade para mim parecia mais um palacete. Eu andava pelo pequeno jardim que levava a casa, sendo puxado pela Kate que não parava de tagarelar algo que sinceramente eu não prestava muita atenção, meus olhos miravam a casa pintada em um tom claro com um grande portal de madeira, visivelmente de origem nobre. Até ali nunca tinha sido tão claro o abismo que existe entre mim e ela, eu sou um garoto problemático e que não tem dinheiro nem para ir ao cinema e ela... Bom, ela é uma princesa que sempre teve tudo o que quer, e que agora está levando esse garoto problemático para conhecer os seus pais. O quê que ela tem na cabeça?!

– Por que você não anda mais rápido Rodgers? Não é tão difícil, é só colocar um pé na frente do outro! –Ela bufou e parou na frente da grande porta, tentando encontrar algo nos bolsos. Eu estava a alguns passos atrás dela, ainda pensando que aquela opção de sair correndo não era tão ruim assim. –Ai que droga.... Achei! –Levantou a chave acima da cabeça como se fosse algum prêmio, eu ri da sua animação infantil por encontrar uma chave e isso por alguns segundos aliviou a tensão que dominavam os meus músculos.

– Se meu pai oferecer alguma bebida.. –Ela usou um tom sério, fazendo uma pausa quase teatral, colocou a chave na fechadura e se virou para mim. –Não tome, não vai querer que aconteça o mesmo que os outros! –Eu a olhei assustado, sentindo minhas mãos soarem e a tensão retornar aos músculos do meu corpo como se já estivessem habituados a isso.

–Eu...eu..O que..o qu.. –Não conseguia formular uma frase se quer, o nervosismo me impedia. Beckett interrompeu a minha tentativa falha de falar algo com uma gargalhada, jogando a cabeça para trás, o que me deixou momentaneamente confuso, mas logo entendi o motivo.

–Você é muito infantil Beckett! –Eu revirei os olhos colocando as mãos nos bolsos, enfim compreendendo que ela estava fazendo mais uma de suas brincadeiras. Ajeitei a postura, enquanto ela não parava de rir tentando abrir a porta.

–Eu não acredito que você acreditou mesmo nisso. Deveria ter visto a sua cara.. –Ela respirou fundo controlando o riso e enfim abrindo a porta. –Vamos lá Rodgers, eu te dou minha palavra de escoteira que não vou deixar eles torturarem você! –Ela levantou a mão esquerda com dois dedos para cima, como se fizesse o juramento. Eu segurei o riso me aproximando dela.

–Beckett, o sinal de juramento dos escoteiros é com a mão direita...-Ela trocou a mão, levantando a mão direita, repetindo o símbolo e mantendo a mesma pose. –E são três dedos, não dois! – Peguei a sua mão levantando o seu dedo anular. –Assim! Viu?! Se eu depender dos seus juramentos eu estou muito ferrado! –Sorri e ela revirou os olhos me imitando.

–Do mesmo jeito é valido! Agora, para de me enrolar e vamos logo falar com os meus pais! -E mais uma vez, lá estava eu sendo arrastado por ela porta adentro.

A casa por fora parecia bem maior do que realmente era, logo quando entramos me deparei com uma sala bem arejada, com dois sofás pequenos e uma poltrona, tudo devidamente alinhado em uma harmonia de cores claras, e uma grande escada para o segundo andar. O piso era de madeira e tudo parecia ter saído de algum comercial de margarina, onde famílias felizes vivem rindo sem nenhum motivo aparente. A casa era bem iluminada pela luz solar que entrava pelas grandes janelas de vidro na lateral. Acho que nunca estive em um lugar parecido a esse.

–Mãe... Pai!! –Kate gritava ao pé da escada, enquanto eu me concentrava em não falar tanta besteira quando estivesse em frente aos seus pais. –Senta aí Rodgers vou ver se eles estão no escritório! Fique a vontade..Quer beber alguma coisa?

–Não, estou bem! Obrigado. –Ela sorriu e começou a subir a escada correndo. Eu continuei em pé, não queria acabar sujando ou quebrando nada.

Olhei ao redor e vi em cima da lareira alguns porta-retratos, a curiosidade falou mais alto e me aproximei. Logo reconheci o rosto da Beckett em quase todas as fotos, algumas ela estava ainda criança, mas os olhos e o sorriso continuam os mesmos, se bem que o sorriso agora tem mais dentes. Eu ri pegando o retrato com a pequena Kate Beckett sem os seus dois dentes da frente, os cabelos amarrados em duas tranças, e a boca suja de sorvete, já se vê que ela não era a menina mais comportada do mundo, a julgar pelo braço engessado.

–Meus pais já vão descer, nem quero saber o que eles esta... O que você está olhando aí? –Ela olhou para as minhas mãos e eu acompanhei o seu movimento.

–Isso?! Uma menininha com o braço quebrado e sem os dois dentes da frente..-Eu ri e ela correu para perto de mim e escondi o retrato atrás das minhas costas para que ela não arrancasse das minhas mãos.

–Me devolve! É muito feio ficar bisbilhotando as coisas dos outros Richard Rodgers! –Ela tentava alcançar a foto que agora com uma mão segurava acima da minha cabeça, e pela diferença de altura, Beckett por mais que se esticasse e pulasse, eu conseguia impedir que alcançasse.

–Primeiro que eu não estava bisbilhotando nada, e segundo, que palavra é essa?! De que século é isso?! –Eu ri mais uma vez enquanto ela continuava tentando pegar o retrato. Não posso negar, ela é forte e não é nada fácil mantê-la longe da foto.

–Não posso fazer nada enquanto ao seu vocabulário pobre, Rodgers! Agora, me devolve isso!

Ei!! –Nós dois paralisamos ao ouvir a voz da Sra. Beckett parada ao pé da escada com o seu marido ao lado, Kate parou a escalada pelas minhas costas para alcançar a bendita imagem e eu ajeitei a postura, não era uma situação nada favorável para se construir uma boa primeira impressão. Acho que pela cara que o pai da Kate me encarava, vou seguir o conselho dela e não beber nada que ele me ofereça. –Posso saber o que está acontecendo aqui?

–Mãe, o que essa foto ainda está fazendo aqui na sala?! Eu odeio ela! –Ela enfim tirou a foto das minhas mãos e levou para mais longe possível de mim.

–Você odeia um monte de coisas, Katie! Agora pode me dizer o que está acontecendo aqui?

–Foi ele quem começou! –Ela apontou para mim. Grande juramento de escoteiro esse.

–O Quê?! Foi você quem começou! Quem veio pra cima de mim, foi você! –Ouvi o pai dela fazer um som com a garganta e parei de falar, pelo jeito minha frase não foi nada apropriada. Vi Kate segurar o riso enquanto eu pensava em algo para reverter aquela situação.

–Quem é você rapaz?

–Rodgers.. Richard..Richard Rodgers, senhor!-Eu limpei a garganta oferecendo a minha mão direita a ele que depois de algum tempo apenas me encarando, apertou-a com força e eu retribuí com da mesma forma.

– Então, você é o rapaz que a Katie nos falou!

–Acho que sim senhora! –Olhei um pouco hesitante para Kate que me lançou um sorriso tímido.

–Ora Richard, não me chame de senhora! Não sou tão velha assim. –Ela sorriu levemente apontando o sofá para mim. –Sente-se, fique a vontade!

–Obrigado. –Fiz o que ela disse, sentando no sofá confortável, limpando as mãos que estavam suadas pelo nervosismo na calça jeans.

–Mãe.. Pai, queremos contar algo pra vocês, e não é um assunto muito fácil! –Kate olhou apreensiva para os pais enquanto eu tentava ficar menos nervoso.

–Espero que não seja nada do que estou pensando! –O pai dela me encarou de forma ameaçadora e senti meu corpo enrijecer.

–Pai, eu garanto que nem passa perto do que você está pensando! –Ela soltou um riso e eu a olhei repreendendo, o que prontamente ela ignorou. –Queremos a ajuda de vocês! Eu não confio em mais ninguém e preciso de vocês!

–Mais uma confusão Katie?

–Não senhor, ela não tem nada a ver com isso e...

–Deixa que eu falo Rodgers..-Eu arqueei a sobrancelha olhando para ela. –Tudo começa quando em uma manhã ensolarada, eu adentrei a escola confusa pela mudança e...

–Katie, nós adoramos as suas longas narrativas e etc, mas será que pode ir direto ao ponto?! –Agradeci mentalmente a mãe dela por isso.

–Vai perder totalmente a graça, mas...

–O que ela quer dizer é que, eu preciso saber o que fazer! Meu padrasto pode matar a mim e a minha mãe. –Falei de uma só vez, os pais dela entreolharam-se e visivelmente preocupados voltaram os olhos para a Beckett que apenas balançou a cabeça soltando um suspiro.

–Conte-nos essa historia direito, rapaz! Katie está correndo perigo também? –Ele me perguntou aflito, e eu sei saber bem o que dizer, abaixei os olhos, passando as mãos pelos cabelos.

–Eu não sei...-Respondi incerto, pois eu sei que Chad deve ter visto nela uma nova forma de me atingir, ele já fez isso antes, eu afastei todo mundo porque sei do que ele é capaz.

–Como assim não sabe? –Ele fez menção de levantar, mas foi impedido pela Sra. Beckett.

–Jim, vamos ouvir o rapaz! Vamos lá Richard, nos conte a historia toda.

E assim eu fiz, contei a eles tudo o que tinha contado a Beckett mais cedo naquele parque, às vezes, quase sempre, ela me interrompia ajudando com fatos relevantes e outros nem um pouco relevantes. Eles nos ouviam atentamente, e quanto mais eu falava mais eu via a preocupação crescer em seus olhos. Não sei se depois de ouvir tudo o que eu tenho a dizer, eles vão querer me ajudar ou deixar eu me aproximar da filha deles. Talvez seja melhor assim, ela vai ficar bem longe de mim, agora só falta saber se eu vou ficar bem longe dela.


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Notas finais do capítulo

E então, alguém aí?! Espero saber o que vocês acharam!

Bjos!!! ;)