As Time Goes By escrita por May


Capítulo 9
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Notas iniciais do capítulo

Olá pequeno lírios do campo?
Todas estão bem?
Bom, eu estou levando, deixando a vida me levar.
Gente eu sei que eu demorei muito, muito, muiiiito mesmo. E peço desculpas a todas vocês.
Eu comecei a faculdade esse ano de Eng. Civil (para quem ainda não sabe) e honestamente ainda estou buscando um ponto de equilíbrio na minha rotina. Já que passo em média 12 horas na universidade, mais meu deslocamento de ida e volta e o tempo de comer, tomar banho e fazer trabalhos então quando vejo o dia já passou e eu ainda não escrevi. Porém esse fim de semana eu finalmente consegui escrever, na verdade acho que estou começando a conseguir me organizar.
Então para as queridas que me enviaram mensagens perguntando se eu ia abandonar a fic, a explicação está ai em cima, de qualquer maneira não tenho a intenção de abandonar as fanfics, os capitulos podem demorar de sair, mas a fic vai até o final. Prometo.
Beijos e Boa leitura



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DUAS SEMANAS DEPOIS

–Cas... Cas.... Não vá por aí.

A garota caminhava por entre árvores e mesmo com cuidado não consegui impedir a si mesma de tropeçar em algumas raízes. O chão era íngreme e a floresta espessa. Aquela noite parecia que a floresta estava mais escura do que das demais vezes que estivera ali, desta vez havia algo maligno naquelas velhas árvores que agora projetavam sombras a luz do luar que se transformava em sombras macabras.

Ela continuou seguindo por onde acreditava ter visto o sobretudo passar, mas a neblina não colaborava. A ruiva sabia que o estava perdendo novamente.

–Cas! –Gritou ela mais uma vez sem, novamente, obter resposta. –Cas!

Enquanto tropeçava por entre raízes e galhos algo chamou sua atenção: a lua. De repente as faixas de luz que chegavam a floresta não eram mais esbranquiçadas, e sim alaranjadas, e depois levemente avermelhadas, até que quando olhou para o céu viu a lua complemente vermelha. A lua se transformou em sangue e o sangue no olho de Crowley.

–NÃO!

Ashley tentou erguer seu corpo com o susto, mas as correntes que lhe rodeavam a impediram e fizeram com que soltasse um pequeno gemido de dor. Desta vez a bruxa ao seu lado permaneceu em silêncio, Ashely se perguntou se a loira estava finalmente morta, ela ponderou por alguns instantes se verificava ou não, até que se encostou novamente na maca a qual sua vida agora estava ligada e fechou os olhos.

Já fazia algumas noites que a garota tinha aquele sonho, todavia a cada noite parecia ficar mais aterrorizante e a cada noite ela parecia ser menos capaz de desenhar as feições de Castiel em seus sonhos. Será que sua memória também estaria o levando embora? Ashley aceitaria a morte de bom grado após aquelas semanas no covil de Crowley, mas, claro, isso não era o que planejava o demônio. Ela pensou sarcasticamente.

Seus pulsos e tornozelos estavam completamente machucados por todas as vezes que tentara se soltar. Suas cordas vocais não lhe permitiam emitir mais do que pequenos e inaudíveis sons entrecortados, seus olhos não tinham mais lágrimas para derramar e sua roupa não era mais do que trapos após tantos objetos que transpassam os tecidos e sua pele. Ela queria a morte, ela ansiava por qualquer coisa próxima a morte. Naquele instante nada mais importava.

Não importava se Castiel não estava mais ali, não importava onde e como Sam estava, nem que Dean também estava desaparecido com seu anjo e importava ainda menos onde estava Mia ou Katherine ou Kevin. Ashley não se importava com nenhum deles, não podia, não era capaz de sentir mais nada. Todos os seus sentimentos foram dia após dia esmagados naquele lugar, eles haviam a drenado de todas as formas possíveis.

– Ainda não está pronta para morrer. – Resmungou a bruxa antes de se engasgar com seu próprio sangue. – Você está dizendo a si mesma que não se importa com aquelas pessoas, mas se importa. Pateticamente você ainda se importa. Nenhum deles procura por você, nenhum deles se importa com você, mas você se importa com eles. Você é patética!

Ashley respirou fundo e ordenou a si mesma não se afetar com as palavras daquela naja, porque um dia ela se engasgaria com o próprio veneno.

***

Sam e Dean continuavam na estrada. Eles haviam encontrado o lugar onde Ashley tinha estado por último há duas noites e, naquela manhã, encontraram o carro da garota abandonado na estrada.

O irmão mais novo agora estava ocupado rastreando os últimos números que haviam discado para o celular da ruiva, pois havia um número que aparecia com frequência nas chamadas e não estava identificado com o nome da pessoa. Já o irmão mais velho se dividia entre comer o pedaço de torta que estava a sua frente e ler algo no notebook da garota.

O loiro viu que ela havia rastreado a sua chamada de algumas semanas, quando ele havia voltado para a terra dos vivos e sorriu orgulhoso da garota que ele já considerava como irmã mais nova.

–Nerd. –Ele resmungou para a tela do computador com um sorriso discreto, antes de voltar sua atenção para a porta. Sam havia entrado no quarto com um sorriso vitorioso, Dean nem havia o visto sair.

– Encontramos Katherine. – Anunciou o mais novo, o sorriso colado no rosto.

– Encontramos? –Perguntou o mais velho.

Sam caminhou até a mesinha onde o irmão estava sentado e puxou uma cadeira para si.

–Eu estava mexendo no celular da Ashley e vi que tinha várias chamadas perdidas de um mesmo número, mas não tipo as ligações frequentes de uma pessoa, estava mais para ligações desesperadas. Entretanto o número não estava salvo no celular da Ashley. O que só podia significar que Ashley não costumava receber chamadas deste número com frequência, certo? - Perguntou Sam e continuou empolgado- O que é bem contraditório já que haviam várias chamadas num intervalo curto de tempo. Então eu rastreei a ligação e descobri que era de um orelhão não muito longe daqui.

Sam parou olhando para o irmão em expectativa, mas tudo que Dean fez foi pender a cabeça para o lado esperando que o irmão continuasse. Sam suspirou, mas não deixou de sorrir.

–Lembra que eu comentei que tinha uma ligação para o número de Charlie? Então eu liguei para ela e advinha? Ela me falou que Katherine estava aqui e que Ashley tinha vindo para cá a procurando.

–Então você está me dizendo que... temos um número qualquer ligando para Ashley e que você supõe que seja Katherine.

–Dean, essa é a melhor pista que temos desde que saímos para procurá-la e sinceramente, é quase impossível que não seja Katherine. Temos que ir!

Dean respirou fundo e deixou a colher abandonada ao lado do seu pedaço de torta e pensou na melhor forma de explicar as coisas a Sam que ainda o olhava em expectativa. Após um longo suspiro o Winchester mais velho passou a mão pelos cabelos e começou:

–Sam, eu sei que há uma boa chance de ser Katherine e eu sei que você realmente está tentando limpar a sua bagunça, mas também há uma boa chance de ser uma armadilha, afinal se Katherine esteve aqui advinha só: o Crowley também esteve. – O Winchester estava pronto para contestar o irmão, mas Dean continuou:

–E além de tudo isso, não podemos ir atrás de Katherine sabendo que Ashley está desaparecida.

Isso freou Sam por alguns instantes, Dean tinha um ponto quanto a isso, o carro estava abandonado com todos os pertences da garota ali dentro, eles seguiram um pouco por dentro da mata, mas não havia sinal dela e segundo Charlie o esconderijo de Crowley estava por ali o que só podia indicar que a garota fora pega. Dean percebeu que seu argumento começava a fazer sentido na cabeça do irmão e resolveu tentar mais uma vez.

– Sammy, se Kath está ligando para Ashley significa que ela está bem.... Ou pelo menos que conseguiu escapar do Crowley. Agora Ashley.... Sam, nós devemos sua vida para aquela ruiva, eu não posso simplesmente saber que ela está em perigo e fingir que nada está acontecendo. Eu tenho uma dívida com ela.

Dean tinha razão, eles precisavam ir atrás de Ashley antes, mas ele não conseguia parar de pensar no olhar de Katherine para ele quando Crowley a levará para longe. Todas as noites ele sonhava com ela, toda noite seu rosto e o rosto de Jéssica se confundiam nos seus pesadelos e isso estava acabando com ele.

–Nós vamos encontra-la, Sam. Apenas tenha paciência.

– Eu sei que vamos. –Respondeu o mais novo.

Katherine e Kevin estavam sentados no meio da antiga igreja olhando um para o outro. Já se passara duas semanas que estavam naquele lugar. Sobrevivendo de nada a mais que a água que se acumulara com a tempestade e das frutas das árvores que encontraram cercando a construção abandonada. Os dois sabiam que o tempo deles ali estava acabando. Ashley não atendera nenhuma ligação deles, Mia tão pouco. Katherine sabia que os dois teriam que assumir os riscos a partir dali e seguir para longe.

–Se ela não atender em dois dias nós vamos embora. – Murmurou a morena e o profeta apenas assentiu.

O silêncio perdurou mais alguns segundos, antes dos dois procurarem refúgio nos braços do outro. Os dois se abraçaram, era tudo que restara um para o outro.

– Vai ficar tudo bem. –Sussurrou Katherine.

–Sim, nós vamos ficar bem. –Concordou o profeta.

As horas passaram lentamente enquanto Ashley escutava ora alguns gemidos da bruxa ao seu lado ora os engasgos da mesma com seu sangue. A sensitiva sentia que o fim da sua companheira estava próximo, se preguntava se seria aquela noite ou se o sofrimento da mesma ainda perduraria mais algum tempo e, apesar de estar cansada da mesma destilando seu veneno, não podia deixar de ficar triste com a morte dela -o fim sempre era triste- ela tentou não se queixar dos seus próprios ferimentos, apenas permaneceu em silêncio, enquanto se dedicava em tentar aliviar um pouco da dor da bruxa.

O dia se arrastou, naquele dia ninguém apareceu com nenhuma refeição o que era ruim pois Ashley sentia-se ainda mais esgotada por estar com fome, machucada e gastando o resto de energia em seu corpo para aliviar a dor da bruxa moribunda; porém era bom afinal também não aparecera ninguém para lhes torturar ou ironizar o fim da outra.

Já era noite quando a loira soltou um suspiro pesado e com um gemido abafado se virou para a ruiva.

–Obrigada. –Sussurrou ela surpreendendo Ashley. – Eu sei... Que não mereço o que você está fazendo por mim, afinal eu não fui nem um pouco legal om você desde que chegou aqui, mas obrigada.

– Não é por nada. –Respondeu Ashley fitando o teto, após alguns instantes de silêncio a bruxa voltou a falar.

– Ashley, você precisa escapar daqui.- sussurrou a bruxa em tom urgente, usando o que lhe restava de forças.

–Bem... isso não é uma opção. –Respondeu a ruiva em tom sarcástico.

– Crowley está tramando algo perigoso, algo maligno demais até para ele mesmo. –Sussurrou ela e engasgou-se. Ashley não pôde deixar de se sentir curiosa, mas continuou olhando para o teto. – Você precisa escapar daqui e encontrar Jesse. Você precisa proteger ele e a si mesma e não permitir que Crowley coloque as mãos em vocês. –A bruxa disse com dificuldade.

– Porque está me dizendo isso? Quem é esse Jesse e porque Crowley está atrás dele? –Perguntou a ruiva finalmente sendo vencida pela curiosidade e encarando a bruxa.

–Porque ele...- a bruxa respirou fundo tentando encontrar novamente sua voz. – Jesse é... Jesse... Jesse...

A bruxa engasgou mais uma vez e seus olhos se encheram de lágrimas. Ashley sentiu quando a vida da outra acabou. Quando o coração da bruxa deu sua última batida a ruiva sentiu algo dentro de si a dor que ela apenas sentiu quando perdera seus pais quando ainda era criança, ela tinha passado anos tentando apenas se esquecer daquela sensação. A sensação de morrer algo dentro de si.

Ashley percebeu que sua visão começava a ficar embaçada. Ela queria gritar, queria culpar e matar todos aqueles demônios que fizeram isso com a loira ao seu lado, mas apenas continuava presa àquele lugar.

***

Sam e Dean estavam novamente no lugar onde encontraram o carro de Ashley. Desta vez ambos se embrenharam no matagal. Os dois andaram em silêncio, nas duas semanas que se passaram Dean estava se empenhando em esquecer o que acontecera até ali, empenhado em seguir em frente, enquanto Sam tentava entender o que se passara com seu irmão.

Não demorou muito para os Winchester avistarem a casa, parecia completamente abandonada, de onde olhavam, entretanto Dean tinha certeza que o rei do inferno ainda estava ali. O Winchester mais velho segurou a faca de Ruby com mais força e continuou a caminhada em direção ao casebre seguido pelo irmão. Lá dentro Crowley sorriu e chamou seus subordinados após alguns instantes todos abandonaram a casa, Crowley sabia que agora era apenas uma questão de tempo.


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Notas finais do capítulo

Já faz muito tempo que eu não escrevo nada, (além da faculdade) então se encontrarem erros me mandem para que eu possa corrigi-los.
Amo todas vocês.
Até breve.



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