O outro lado da Cicatriz escrita por Céu Costa, Raio de Luz


Capítulo 28
O dia perfeito II


Notas iniciais do capítulo

Altas aventuras no cap anterior! Mas o dia ainda não acabou! Esse aqui também ficou meio grandinho, mas tem muita coisa importante rolando! Respirem fundo e Accio Capitulum!



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Pov Sophie

O fogo crepitava na fogueira. Já estava escuro, e o céu estava povoado de estrelas cintilantes. Todos estão dentro da tenda, terminando de jantar, mas eu não quero entrar. Algo me faz querer ficar aqui fora, sozinha.

– Eu posso me sentar? - Belle perguntou, se aproximando.

Eu concordei com a cabeça. Belle sentou do meu lado, enrolada em um cobertor verde. Eu estava vestindo o moletom vermelho que havia trazido, pois estava mesmo frio.

– Você não me deixou falar tudo aquela hora. - Belle começou.

– Eu sei. Não queria que o Harry ouvisse. Eu já deixei escapar que posso entrar na mente de Você-Sabe-Quem, que dirá se descobrir o segredo da luva? - eu repreendi - Eu não posso correr esse risco, Belle, não por enquanto.

Eu suspirei, olhando a lenha arder no calor. Eu me sentia daquele mesmo jeito.

– Por isso que eu sei que Nico tem razão, por mais que as palavras dele me doam. Eu tenho que parar de me envolver nesse mundo. - eu concluí.

– E como pretende fazer isso? Sophie, isso é inpossível! Você já mexeu com o Harry, e com todo o resto do ninho de cobras. Sabe que é só uma questão de tempo até ele achar o Harry, e te achar também. - Belle falou - E além do mais, você fica imaginando o que sua querida mamie vai dizer por você receber elogios do Harry, mas não foi ela mesma quem te enviou pra cá? Não foi ela que te fez vir pra Hogwarts, e desencadear o dominó que levará à Você-Sabe-Quem?

Pensando assim, Belle tem razão. Mamie não pode me julgar por ter sentimentos positivos pelo Harry, (não, não vou admitir que me apaixonei) porque foi ela quem me mandou pra cova! Ela quer que eu enfrente meu destino! Mas eu não quero ainda. Não ainda.

– O que duas mocinhas fazem aqui fora, tão sozinhas? - Fred e Jorge se aproximaram, sentando bem na nossa frente.

– Hum, fogueira, noite estrelada.... - Jorge suspirou - Alguém quer marshmallows? Eu vou buscar!

– Eu quero! - eu e Belle dissemos juntas.

Os dois foram buscar. Harry e Rony vieram com eles, e Harry sentou do meu lado, com Rony do lado dele.

– E agora? - eu perguntei.

– Bom, sempre que eu vou acampar, a gente conta histórias de terror. - Belle sugeriu.

– Perfeito! - os gêmios exultaram - Conhecemos uma ótima!

E eles fizeram aquele clima de silêncio pra contar a história deles.

" Há muitos anos atrás, um grupo de amigos resolveu fazer uma aposta; entrar a meia-noite numa cova aberta em um cemitério. Todos os cinco entraram, mas o último, ao sair da cova gritou de horror... alguém o segurava e o puxava para dentro da cova. Apavorados, os outros quatro fugiram. No dia seguinte encontraram um jovem de mais ou menos 25 anos, com os cabelos totalmente grisalhos, e expressão de horror, morto, dentro da cova aberta e vazia. Às suas calças estava agarrado um pedaço de raiz, que o prendeu, e o matou de susto..."

– Háhahahahaha - Belle riu histericamente - Achei que era de terror, e não uma piada!

– Eu conheço uma. - Rony se pronunciou.

"Era uma vez um garoto bonzinho que tinha um amigo que só se metia em problemas. Um dia esse amigo entrou na Floresta Negra, e o arrastou junto. Eles caminharam por um tempo, até que encontraram um enorme ninho de aranhas gigantes, e o rei aranha decidiu que deveria comê-los, e aí eles fugiram correndo dentro de um carro voador, e quase foram expulsos de Hogwarts. Mas o garoto continua sendo assombrado pelas aranhas em seus pesadelos todas as noites."

– Fim. - ele disse.

– Isso aí não é história de terror, é só você contando nosso segundo ano em Hogwarts! - Harry retrucou.

– Encare como quiser, eu ainda tenho pesadelos. - Rony cruzou os braços.

– E você, Sophie? Conhece alguma lenda de terror? - Fred perguntou.

– Eu só conheço a Lenda do Desertor. - eu suspirei - Muito contada na França.

"Dizem que há muito tempo atrás, havia uma peste terrível que se alastrou por toda a Europa, causando a morte de milhões de pessoas. Matava ricos, pobres, bruxos e trouxas. Certa noite ao retornar da caçada, um homem percebeu febre alta em seu único filhinho. Era o início da peste. Ele procurou ajuda em vários curandeiros e mestres em poções, mas a cada dia que passava, o menino piorava cada vez mais.

Mas numa fria noite de inverno, um homem pediu abrigo em sua casa. Ao ver o menino febril na cama, o homem deu-lhe umas gotas de uma poção, e milagrosamente a criança ficou melhor. O homem implorou para que ele curasse seu filho definitivamente, mas o peregrino respondeu que havia um preço a se pagar. Ele jurou pagar o preço, nem que fosse com seu próprio sangue. O viajante então retirou seu capuz, revelando ser nada além de uma névoa negra, e se apossou do corpo daquele homem, tornando-o para sempre um servo das trevas.

Desde então, todos os seus descendentes foram serviçais das trevas, trabalhando incansavelmente para atender os desejos dos Senhores Negros de suas épocas. Devido seu grande desempenho e habilidades, e sua crueldade nata, eram os melhores guerreiros, e quase todas as guerras da história foram comandadas por aqueles seres cruéis e sanguinários, zumbis comandados por seus mestres.

Mas na primeira noite de primavera, uma luz nasceu. Ele era especial e diferente, uma alegria para todos que o cercavam. Quando chegou a idade dele se tornar o servo do Lorde das Trevas de sua época, ele se recusou, pois não queria esse destino para ele. Isso trouxe o ódio de seus antepassados, e do Senhor do Escuro de sua época, que jurou vingança.

Por muitos anos ele foi caçado, mas jamais encontrado. Dizem que quando o vento bate no topo das Montanhas Azuis, pode-se ouvir os gritos de fúria e ódio do Lorde que perdeu um servo. Relatos pesquisados por mim mesma e muitos outros jornalistas contam que bruxos avistavam sempre em noites de neblina, uma criatura curiosa, vestindo uma capa e um cajado, e que sempre que perguntavam, ele respondia estar fugindo."

Todos ficaram olhando para mim. Eu não sabia identificar a expressão em seus rostos, até que Jorge suspirou. Eles ficaram encantados, e não assustados, como era a intenção inicial do jogo.

– Muito bem... - Belle respirou fundo, tirando a todos da hipnose - quem quer ouvir a história de Jack, O Estripador?

– Eu! - os gêmeos disseram, empolgados.

***

– Oi. - uma voz me fez olhar pra direita.

– Ah, oi Harry. - eu suspirei, cruzando os braços.

– O que está fazendo aqui? Todos já foram dormir. Exceto aqueles lá fora. - ele caminhou, com as mãos nos bolsos da jaqueta.

– Não quero ouvir a história de Jack, O Estripador. - eu respondi. - Belle é boa com suas histórias de Hollywood. Até demais.

Ele riu, sacudindo a cabeça. Daqui de dentro da tenda, dá pra ouvir os gritos dos gêmeos. Pelo visto, agora ela está contando outra. Pareceu ser Premonição ou alguma coisa assim.

– Achei bem legal o que você fez com as tábuas hoje. - Harry comentou, sentando-se - Como foi que fez aquilo?

– É uma magia ensinada nos primeiros anos. Lá em Beauxbatons, achamos que elfos são criaturas mal interpretadas, e que não deveriam ser escravos de bruxos. Portanto, os alunos são ensinados a ajudar como podem. - eu expliquei - Eles ainda tem que cozinhar, mas nós ajudamos, cada ano tem uma responsabilidade. Os mais velhos aprendem feitiços de limpeza, e os anos iniciais, a fazer as camas. Como recompensa, os elfos nos dão conselhos, ensinam feitiços e contam lindas histórias.

– Nossa, parece uma bela maneira de se trata-los. Queria que o Dobby tivesse tido essa sorte... - ele suspirou. Sei lá quem é Dobby.

– Oh, sim, o feitiço que você perguntou. - eu lembrei - Aprendemos ele assim que descemos do trem. Os elfos não carregam nossas coisas até os quartos, nós é que temos que carregar. O feitiço de animação de objetos é bem útil, assim só precisamos conduzi-los até onde queremos, sem precisar se esforçar muito. É muito bonito, assim que chegamos, vemos centenas de malas e malões latindo, miando, saltitando como coelhinhos, e os alunos mais avançados sabem fazer as malas voarem.

– Pode me ensinar? - ele me olhou, ansioso.

– Claro!

Ele pegou sua varinha. E eu peguei a minha.

– Escolha um objeto pequeno. Aquela almofada tá ótima. - eu instrui, e ele pegou a almofada, colocando no chão, na sua frente. - Certo, agora feche os olhos e visualize. Imagine o que quer que aquela almofada seja. Ela pode ser o que você quiser. Mantenha a imagem bem clara na mente, e conjure Animus Corpus.

Ele olhou fixamente para a almofada. Pensou um pouco, e depois apontou a varinha, conjurando. A almofada absorveu a magia, mas nada aconteceu, aparentemente. E Harry ficou triste.

– Não fique assim, foi só a primeira tentativa. - eu falei - Por que não junta ela do chão?

Harry se abaixou, e tocou na almofada. Ela começou a ronronar.

– Ouviu isso? - ele perguntou, alegre.

E passou a mão na almofada, fazendo-a ronronar. Ele a pegou no colo, e ficou acariciando suas cerdas macias, ouvindo aquele som fofo e quente, característico dos gatos.

– Posso transformar em qualquer animal? - ele perguntou, empolgado.

– Pode transformar em qualquer coisa que quiser, Harry. - eu sorri.

Havia um pequeno candelabro com três velas sobre a mesa. E eu já sei no que vou transformá-lo.

– Animus Corpus! - eu conjurei.

Ele abriu os olhos, e um rosto simpático, com um nariz engraçado, formou-se nele.

– Pardon, mademoiselle, - ele falou, com seu sotaque característico - mas milade viu meu amo? Não o encontrro em lugar nenhum!

– Oh, olá Lumiére! - eu o cumprimentei - Como vão Horloge, aquele relógio, e Madame Samová, ainda é um bule de chá?

– Non, na verdade, meu amo conheceu uma moça no inverno passado, e ela quebrrou o feitiço! - ele informou - Na verdade, me imprressiona eu estar como candelabrro agorra!

– Esse é o Lumiére, de A Bela e a Fera? - Harry perguntou, fascinado. - Que incrível!

– Se me permite, mademoiselle, prreciso retornar ao meu amo! - ele pediu.

– Oh, sim! - eu apontei a varinha para ele - Finiti Animae!

E ele voltou a ser apenas um candelabro.

– Entendeu, Harry? - eu olhei para ele - Finiti Animae anula o feitiço, tornando o objeto inanimado outra vez.

– Finiti Animae! - Harry conjurou, e a almofada voltou a ser apenas uma almofada.

Pov Belle

Fred e Jorge ficaram morrendo de medo de minhas histórias. Mas como se assustam fácil! Quando estrear Premonição 2, vou levar eles pra assistir, só pra ver os gritos.

– Pronto, seus covardes, chega de histórias. - eu me levantei.

– Onde vai? - eles perguntaram.

– Dormir, ué! Tô morrendo de sono! - eu bocejei.

– Depois disso, acho que não vou dormir por uma semana! - Rony gemeu.

– E essa é a diferença entre um Weasley e um Scolfh! - eu pisquei - Bons sonhos, pros três!

Eu estalei os dedos, abrindo um portal para o meu quarto. Eu estava tão exausta, que me joguei na cama, sem nem trocar de roupa.

– Ai! - eu me sentei.

Passei a mão sobre a cama, procurando aquilo no qje bati minha cabeça. Embaixo do travesseiro, ele estava ali, para me assombrar denovo. O livro de capa negra.

" ...Não consigo ler!

Porque você não quer. Quando quiser, ele vai se revelar a você..."

Se revelar a mim. Eu preciso me concentrar no que quero.

Peguei o livro, e o abri. As páginas estavam em branco, todas elas.

– Que esquisito... - eu coloquei o livro no criado-mudo, e apaguei o abajur.

Ao olhar para as páginas, vi algo que pareciam letras. Peguei o livro outra vez, e acendi o abajur. Elas desapareceram.

– Muito esquisito...

Eu tornei a apagar o abajur. Sob a luz da Lua, começaram a surgir letras prateadas, meio difíceis de ler.

"Leia em voz alta a partir deste ponto."

Por mim tudo bem.

" Livro que contém os segredos do universo, que guia os perdidos e ilumina os sábios, traga a luz aquilo que estava na escuridão, e dissipa da minha mente a completa confusão. Revele a mim aquilo que sou, mostre-me agora por quem eu devo usar meus dons. Oraculum Revelae!"

Uma luz azul iluminou as letras, e e tomou as páginas do livro. A luz cresceu, ficando mais e mais forte, e me envolveu por completo. Ao tocar em meus olhos, eu senti minha cabeça queimar, como se fosse explodir.

Diante de meus olhos, vi imagens, formadas pela luz. Ali eu vi Sophie conversando com Dumbledore, e ele já sabia da cicatriz. Vi uma grande batalha em Hogwarts. Aqueles corpos por todo o lado, o sangue dos bruxos mortos, os gritos, os feitiços, o terror. E ali, no meio da floresta, jaziam dois corpos juntos, lado a lado. Harry e.... Sophie.

"Minha vingança!..." a voz de Voldemort ria, ecoando em minha cabeça "Minha vingança!..... Vingançaaaaaaa!"

De repente, tudo se apagou. Sophie segurava minha mão, mantendo o livro negro fechado. E ela estava ofegante.

– O Ministério da Saúde adverte... - ela suspirou, ofegante - ler no escuro provoca dores de cabeça. E epifanias em casos mais graves.

Eu apenas ri. Sophie estava ali.

Agora, eu sabia de três coisas: sou um oráculo, sei o futuro, e Sophie é minha protegida. E eu não vou deixar esse futuro se realizar. Sophie não vai morrer.


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Notas finais do capítulo

Ufa! E aí, curtiram as emoções?



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