O outro lado da Cicatriz escrita por Céu Costa, Raio de Luz


Capítulo 13
Uma noite agitada, mas apenas na minha mente.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Pov Belle

Eu estava no pátio da escola. Era todo de pedra, e olhando para o alto eu via a torre de astronomia. Comigo, eu via Hermione, Ronald, Eric e Sophie, rindo e conversando. Era uma noite clara, de lua cheia. Tudo estava bem. Sophie conversava com Hermione, enquanto eu distraía os garotos com meus truques. Um pique-nique entre amigos.

Sophie se levantou do chão, assustando a todos.

– O que foi? - eu me aproximei dela.

Ela mexia os dedos da mão direita freneticamente, e contorcia o pescoço. Seus olhos estavam rubros, e ela estava febril.

– Sophie, olha pra mim! - eu segurei o rosto dela com minhas mãos, fazendo-a me olhar. - Olha pra mim!

De repente, ela soltou um grito agudo, a plenos pulmões, e sua luva se manchou de sangue. Ela se contorceu, levando a mão ao peito, e segurando-a com a que estava sem luva. Ela fechou os olhos, e curvou-se, até cair de joelhos. Então parou de gritar.

Hermione correu para o meu lado, abraçou Sophie com um dos braços, perguntando-a o que estava acontecendo. Mas de certa forma eu já sabia.

O céu tornou-se negro, povoando-se de nuvens, e tudo ficou muito escuro. Eu então olhei para cima, e apenas confirmei meu terror. Um corpo caía vertiginosamente.

Eu estiquei minhas mãos, e gritei Aresto Momentum. O corpo parou, a cerca de meio metro do chão, e depois caiu.

Sophie se soltou de Hermione, e correu até o corpo. Era Dumbledore. Ela se ajoelhou do lado dele, chorando. Ele olhou para ela, e segurou-se o rosto com a mão. Disse-lhe coisas, as quais eu não conseguia ouvir. Apenas ouvi uma coisa.

– ....... escolhida..... - eu o ouvia sussurrar, entendia apenas fragmentos - ........ ajude o Harry...... igual a ele....... escolhida ......

E então, ele morreu. Sophie gritou alto. Hermione chorava, assim como Ronald. Mas eu me sentia estática.

– Sophie! - eu gritei o nome dela - Sophie! SOPHIE!

Eu me sentei na cama. Meu coração batia, acelerado. Olhei ao meu redor. Ainda estava no dormitório, e Sophie dormia tranquilamente em sua cama. Foi só um sonho. Não, foi mais que um sonho.

Vesti um hobby, e saí do quarto. Sinto-me extremamente sufocada. Caminhei pelos corredores escuros, descendo as escadarias até as masmorras. Todas as imagens do meu sonho povoavam minha mente, e eu me sinto tonta.

Eu me escorei na parede, e sentei no pé da escada. Aquelas cenas estavam me enlouquecendo.

– Por favor!....... - eu abracei meus joelhos, enterrando a cabeça em meus braços - Pare!...... Alguém me diga que foi só um sonho..... Só um sonho!.....

Eu senti as lágrimas rolarem involuntariamente pelo meu rosto, minha garganta queimava. Nem Eric poderia me consolar agora. Talvez nem a própria Sophie.

– O que faz fora da cama tão tarde? - ouvi uma voz grave me repreender.

Eu ergui meu rosto, sem olhá-lo. No meu desespero, comecei a me balançar lentamente, indo apenas para frente e para trás.

– Srta Scolfh? - Professor Snape parecia surpreso. - Vamos, controle-se!

Ele se aproximou de mim. Segurou-me pelo antebraço, tentando me levantar. Eu me apoiei nele. Então minha mão e a dele se tocaram, e algo ainda mais assustador que meu sonho inundou minha mente.

Eu via imagens passarem rapidamente diante de meus olhos.

Eu vi uma garota, de cabelos ruivos, olhos azuis e sardas suaves no rosto. Ela sorri, e o vento frio do outono carregado de folhas douradas agita seus cachos cobreados. Ela era tão bonita...

A cena muda. Cinco garotos da grifinória começam a me perseguir, chamando-me de Seboso Ranhoso. Um tem os cabelos vermelhos, e usa óculos, outro tem os cabelos negros e olhos azuis. O ruivo inscita os outros a rirem de mim. Me eleva no ar, prendendo-me em uma árvore. E de algum jeito, me humilha na frente de todos.

Depois que eles foram embora, uma moça loira, de olhos azuis, corre em minha direção, acompanhada de um rapaz de cabelos castanhos, e a ruiva.

– Oh, Severo! - a loira diz.

– Catherine... - eu imploro.

O rapaz pegou sua varinha, e conjurou Finiti, derrubando-me no chão. A loira corre, e se ajoelha do meu lado. Olhando para seu rosto, percebo como ela parece estranhamente com a Sophie.

– Eu estou bem! - eu me levanto, erguendo a calça - Não preciso de ajuda.

– Oh, Severo! - a loira diz - Esta não é a primeira vez que o Potter faz isso. Você precisa aprender a se defender!

– E o que eu deveria fazer, Catherine? Mudar para grifinória?! - eu ironizei.

– Você é bom com feitiços. - o rapaz falou - Por que não cria um? Nada muito forte, apenas para repelir os inimigos, claro.

– Não estou gostando desta conversa... - a ruiva se pronuncia.

– Ah não, é Lillian? Por que não vai até o Potter, seu namoradinho? - eu ironizei, furioso - Fica lá, na toca da grifinória, com ele!

– Severo! - Catherine se pronunciou - Eu e o William também somos da grifinória, e amigos do Tiago. Mas isso não quer dizer que concordamos com tudo o que ele faz!

– Então não são meus amigos. - eu disse, ríspido.

– Somos, sim! - William retrucou - Sempre fomos seus amigos, Severo! Mas Tiago também é nosso amigo!

– Vamos falar com ele, ele vai parar! - Lillian disse.

– Não quero caridade. - eu caminhei para longe deles - Muito menos da namorada do Potter.

– Não sou namorada do Potter! - a voz de Lillian ecoava em minha mente - NÃO SOU NAMORADA DO POTTER!

Snape puxou a mão com força, apoiando-se na parede. Ele me olhava, com os olhos arregalados e a respiração ofegante.

– Lillian..... - eu sussurrei as palavras, antes que eu pudesse sair do transe - Você a amava....

Snape respirava ofegante, olhando para mim. Um homem assustador, agora assustado.

Ele abriu a porta atrás de si, e me empurrou para dentro da sala, tendo o cuidado de trancar a porta. Eu me sentei em uma carteira de sua sala de aula, e ele correu até seus aposentos, buscando uma vela.

– Agora, escute bem, Srta Scolfh! - ele me olhou, ameaçador - Não é só porque sua família é da mais alta classe, que significa que você pode conjurar feitiços para entrar na mente de outras pessoas, sem que elas permitam, eu fui claro?

– Dumbledore..... - eu sussurrei, lembrando-me de meu sonho - Caiu da torre de astronomia....

– Do que está falando? Ele está dormindo em seu quarto agora mesmo! - Snape retrucou.

– Eu vi..... Em meu sonho.... - eu sussurrava, sentindo as lágrimas correndo pelo meu rosto - Ele morreu!....

Snape se afastou de mim lentamente, caminhando pela sala.

– Há quanto tempo tem tido esse sonho? - ele perguntou.

– Eu tive este sonho apenas hoje. -eu solucei, tentando me acalmar.

– E já teve algum outro? - ele tornou a perguntar.

– Muitos! E sempre se realizam! Eles sempre morrem! - e eu voltei a chorar.

– Mas são apenas os sonhos? - Snape parecia um policial de filme americano.

– Ás vezes, vejo pessoas também. Pessoas ainda vivas, que tem coisas urgentes para dizer. Já entrei também na mente de muita gente. - eu me acalmei aos poucos - Posso ver o que aconteceu e o que acontecerá com elas. Eu posso saber tudo o que eu quiser saber sobre elas. O que eu sou, professor? Eu sou perigosa? O que devo fazer?

Ele apenas olhou para o nada, pensativo. De repente, como se acordasse de um sonho, ele caminhou apressadamente até seus aposentos. E ficou uns minutos lá.

– Ah, Sophie! Sophie!...... - eu sussurrei, ainda angustiada - Espero que este sonho jamais se realize!.....

– Aqui está. - ele retornou, com um livro aberto em mãos.

Eu peguei o livro. Não dava para ler muito bem, por causa da pouca luz. Eu me esforcei, mas as letrinhas eram muito pequenas.

– Não consigo ler. - eu cruzei os braços, fechando o livro.

– Por que você não quer. - ele falou tristemente - Quando quiser, ele vai se revelar a você.

Se revelar a mim..... se revelar a mim.... Com essas palavras latejando em minha mente, voltei para o meu quarto, e sentei em minha cama. Aquele livro de capa negra estava em minhas mãos, e parecia me encarar.

– Maldição! - eu gritei, jogando o livro longe.

Ele bateu na cama de Emília Boustrood. Ainda bem que ela não se mexeu. Parece que ainda está dormindo.

– Quieto, Nico, a Belle vai te ouvir.... - Sophie gemeu, mexendo-se na cama.

Eu me aproximei da cama dela. Belle parece dormir profundamente. Seus cabelos loiros lhe cobrem o rosto, e sua mão esquerda está protegida pela luva azul que ela insiste em usar para dormir.

– Será?.....

Eu me aproximei dela. Sua mão direita estava em cima do travesseiro, aberta, sem luva. Eu estendi minha mão, e tentei tocar a mão dela. Será que funciona com ela, do mesmo modo que funcionou com o professor Snape?

Ela segurou meu pulso, com a mão da luva, levantando de repente. Seus cabelos loiros lhe cobriam o rosto, mas eu sabia que ela estava me olhando, de alguma forma.

Eu senti meu corpo gelar, a medida que minha respiração acelerava. Então ela soltou minha mão, e gemeu, virando para o outro lado.

– Vai dormir, Belle!.....

Eu puxei minha mão para junto de meu peito, enquanto me recuperava do susto. Esqueci que ela faz isso as vezes. Sério, é terrível acordá-la de manhã, se você não estiver preparava, você grita.

Logo, ela estava completamente apagada. Eu me afastei de sua cama, voltando para a minha. Mas lá, no pé da cama de Boustrood, aquele livro negro me encarava.

– Não!..... - eu me levantei da cama, pegando-o - Você não vai me assombrar!

Eu o coloquei dentro do meu travesseiro, e deitei em cima. Espero que ele não me assombre mesmo.


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Notas finais do capítulo

O que será que a Belle é?



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