É Megan! escrita por HuannaSmith


Capítulo 42
Boa Noite Mamãe


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo! Obrigada por acompanharem.

Obs= os capítulos não são diários, ou seja, pode ter passado um, dois, cinco dias entre um capítulo e outro.



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Como dizer “não”? Logo eu, que sempre disse “não”, para tudo que não estava de acordo com o que eu queria, com o que eu idealizava, como posso sentir tanta dificuldade em dizer “não”? Talvez os olhinhos brilhando á minha frente contenham a resposta.

O que eu posso dizer? O que posso falar pra ele? Que eu “não posso” ser sua mãe? Ou que isso simplesmente não estava “nos meus planos”, é uma criança e não um adulto, apesar delas entenderem muito mais do que achamos que entendem, também se machucam muito mais fácil, cada palavra, cada gesto, deve ser minimamente traçado, em sintonia com a resposta que esta vai dando a cada um deles.

Responsabilidade, palavra-chave na criação de um outro ser, como poderia eu adotar Samuel? Que nunca cuidei nem sequer de um dog? Até pouco tempo atrás minha cabeça girava em torno de Vegas, Ibiza, hot boys... eu conheci Davi, estou like mais “madura”, mas não é por isso que eu estou pronta para ter um filho, não sei nem se um dia quero ter.

Davi e eu nunca conversamos sobre isso, é porque não está na hora, vou sentir falta do Samuel é claro, mas ele vai ter uma família incrível, com pessoas que o amam e, ele vai aprender a ama-las também, vai ser feliz.

A Megan “de antes” atenderia ao pedido do Samuel, mas a Megan mais “Lily”, mais “responsável”, vai fazer com que ele entenda que ser adotado por esse casal, foi a melhor coisa que poderia ter acontecido com ele.

– Me adota tia Megan! Por favor!

– Samuel – fiz com que ele sentasse no meu colo novamente – o casal que vai te adotar, vai ser como sua mãe e seu pai, ok?

– Não...

– Vai ter uma família, do you remenber? Você lembra? Com uma mamãe, um papai e você, vai ser feliz, ter um quarto só seu, com brinquedos

– Mas eu vou sentir sua flauta e de todo mundo da Plugar – uma lágrima escorreu de seus olhos

– Eu também vou sentir sua falta, Samuel – a emoção tomou conta de mim

Samuel colocou as maõzinhas em meus ombros e repousou a cabeça em um destes, um abraço tão simples, tão delicado, mas que ao mesmo tempo falava por si só, ele não queria ir embora e, também não queria que o fizessem contra sua vontade.

Levantei com Samuel em meus braços, para que esse momento não vá mais além do limite do que já ultrapassou, interrompendo o momento triste, emocionante.

– Você não quer comer um sanduíche? Tia Rita fez um delicioso!

– Eu não tô com fome – ela disse esfregando os olhinhos

– Sei que você tá, vamos, só um pouquinho

Ele fez que sim com a cabeça, balançando os pequenos e longos fios de cabelo, o sorriso torto, quase escondido, confirmou, ele estava com fome, não havia comido nada desde que chegou.

Levei ele até a Plugar, Rita me mostrou a mesa onde as crianças comem e, claro, onde está o sanduíche do Samuel, que quando o viu já foi logo querendo descer do meu colo, coloquei ele sentado na cadeira e entreguei o sanduíche com um pouco de suco.

Me virei para ir até a pequena pia amarela, para lavar minhas mãos que devem estar sujas do campinho, Davi me parou no meio do caminho, dei um beijo nele segurando seu rosto com as costas da mão, para não suja-lo, mas ele parecia ansioso em me dizer algo.

– Preciso... - ele olhou pro Samuel- conseguiu fazer ele comer?

– Yeah... só estava precisando conversar um pouco

– Não sei como conversa com uma criança de três anos

– Ele entende muito mais do que você pensa, ok?

– Tá...

– Porque demorou tanto? Achou Herval?

– Não, ele não tá lá em cima, deve ter saído e a tia Rita nem viu, mas é estranho, não imagino para onde ele tenha ido

Meu MarraPhone vibrou no meu bolço, era uma mensagem, de "Jonas Marra" estava escrito, abri e, com poucas palavras, ela continha uma ordem direta.

"Preciso de você amanhã na Marra, é muito importante, conto com sua presença"

– Você vai? - Davi tinha lido

– Of course not! Não volto pra Marra nunca mais

– Pode ser importante, você deveria ir, afinal, tudo aquilo vai ser seu um dia, né?

– Do you think?

– É eu acho, mesmo com raiva dele, tem que mostrar que está madura, não precisa sorrir pra ele, apenas escutar as instruções, vai ser melhor aprender agora, quando ainda não tem que assumir de verdade

– Yeah, acho que você tem razão...

– O que?! Megan Lily aceitando ir trabalhar? Eu não acredito, me belisca, cê tá doente

Belisquei o braço dele, fazendo ele soltar um "ai!", mas ele não tinha pedido?

– É isso mesmo, eu vou, mas se ele me irritar demais eu voltou

– Ok...

Davi colocou meu cabelo atrás da minha orelha e me beijou, um beijo um pouco demorado, olhei pro Samuel e ele estava entretido com o sanduíche, mas mesmo assim empurrei Davi para salinha que ele chama de escritório, pelo menos ali não tem nenhuma child.

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Herval ajudou Pamela a subir o degrau de cimento, com seus saltos agulha ela tentou se equilibrar, como um cavalheiro ele puxou a cadeira de plástico do humilde restaurante para que ela sentasse.

Pamela ficou encantada, e não é com a decoração, que é feita com latas de cerveja e relógios antigos, e sim com a vista que o local proporciona do Rio de Janeiro, digno de aplausos.

Como um diamante em meio a pedras, Pamela se destacava entre os humildes moradores da comunidade, mas ao lado de Herval ninguém tinha coragem de mexer com ela.

– Nossa, eu... eu não tinha percebido o quanto você tá linda

– Herval...

– Não, é sério, acho que é a luz, aquele salão tava muito abafado, pouca luminosidade, não consegui ver bem - ele ficou nervoso

– Thank you

Herval deu um meio sorriso para ela, em meio a isso, antes que um silêncio mórbido se formasse, a comida foi servida por uma senhora de pele escura, com um vestido velho e um avental de renda sujo.

O sorriso faltante exalava humildade, Pamela agradeceu e a senhora foi para a próxima mesa, anotar os pedidos de um casal jovem, aparentemente muito apaixonados.

– Eu tinha esquecido quanto isso é bom! - Pamela disse ao colocar a primeira colher na boca

– Quando agente veio, em 2013, você amou, até levou a receita

Pamela riu.

– Aquela viagem foi boa, apesar de ter vindo sozinha - ela relembrou

– Você lembra da ponte de pedra que eu te levei? Que fica suspensa? Ela é bem perto daqui, se você quiser...

– Of course! Ali tem uma vista linda, eu adoraria, claro, se não for incomodo

– Não é incomodo algum

Pamela sorriu e os dois continuaram a comer, claro que risos e mais sorrisos acompanharam essa refeição, enquanto Herval contemplava a americana se deliciar com a culinária brasileira, ele sentiu o celular vibrar dentro do bolço, leu o sms isoladamente, sem deixar que Pamela lesse.

"Amanhã é o grande dia, em menos de uma semana você terá o que deseja, mas antes, vai ter que cumprir com sua parte"

A mensagem, de remetente "Zac", fez Herval soltar um leve e malicioso sorriso, fazendo Pamela ficar com uma ponta de curiosidade, mas a mesma não se intrometeu, afinal, não é da conta dela as mensagens que Herval recebe.

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– Você tem noção do tanto de dinheiro, Manuela?

– Tenho, agora tira o pé da mesa

A engenheira empurrou o pé do namorado para o chão, em quanto limpava com um pano a mesa de centro.

– Agente vai ser rico, rico! Nunca mais vamos ter que depender daqueles idiotas, eu vou pagar o Boris e ainda vai sobrar uma boa grana pra gente se divertir

Zac puxou bruscamente a namorada para perto de si, alguns fios de cabelo escaparam da piranha vagabunda, ele ficou frente a frente com ela e lhe deu um beijo, parecia mais que queria engoli-la pela boca.

– Ah é? - ela o interrompeu colocando a mão em seu ombro

– É...

Manuela pulou para os braços de Zac, entrelaçando as pernas em sua cintura, ele segurou suas coxas e a levou para o quarto onde os dois passam noite e noites juntos, a jogou na cama e arrancou sua blusa de renda, deixando a mostra seu sutiã vermelho.

Zac lambeu os lábios e passou as pernas lado a lado na cintura daquela que ele costuma chamar de "presa", arrancou o sutiã da mesma e apertou um dos seios dela, se masturbando, jogou o cinto de sua calça do outro lado do quarto e foi logo tirando a mesma, já não aguentava mais ficar vestido.

Como rápida é seu nome do meio, Manuela já tratou de tirar o short de pano, deixando o caminho livre para que o seu amor lhe chame de "presa" até que ela mesma não aguente mais aquele momento de sexo selvagem, de um amor diferente, um amor voltado para o prazer, um amor primitivo em pontos mas rebelde em outros, um amor incomum.

Parecendo até cena de alguma série adulta, os dois soltavam gargalhadas entre os beijos daquele sexo selvagem, diferente do tradicional, o qual normalmente os casais apaixonados fazem, um amor quase pornográfico, como se o que importasse fosse só o prazer, pouco o amor existente na relação.

O amor da Manuela e do Zac é algo mais como dependência, um vive em função do prazer que o outro lhe dá e, isso não é no sentido de carinho, afeição, é no sentido de prazer sexual, como dizem por aí, os dois realmente se merecem.

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– Já tá tarde, né? - perguntei

– A Plugar já tá fechando, a gente faz uma hora lá em casa e depois vai pra festa do desfile da Baylee

– A post party?

– É a "post party"

Davi fez biquinho e falou com voz de bebê, so cute que eu tive que dar um beijo naquele cover de bico de pato, ele passou o braço em volta da minha cintura, para eu não cair do seu colo, mas eu estou mais preocupada se a cadeira giratória vai aguentar nós dois juntos.

– Mas antes eu queria deixar Samuel no orfanato, me despedir dele, podemos?

– É claro que a gente pode amor - Davi me deu outro beijo

– So let's go!

Levantei e puxei Davi da cadeira, peguei as chaves do carro em cima da mesa de madeira rústica e já fui logo abrindo a porta pintada de mãos de criança, vi Rita logo depois, levei o maior susto.

– Desculpa Megan, não foi minha intenção flor

– It's ok, onde tá o Samuel? Davi e eu queremos leva-lo pro orfanato

– Ai que bom, isso é ótimo assim vocês se despedem melhor, né? Eu vou ver se encontro ele

Rita saiu a procura de Samuel, algumas kids vieram me dar um abraço de despedida, com a saída delas a Plugar ficou vazia, Davi passou a mão na minha cintura e me girou, fazendo ficar cara a cara com ele, colocou meu cabelo atrás da minha orelha, passou os dedos nos meus lábios e me deu um rápido beijo.

– Aqui tá ele Megan

Quando virei vi Samuel dormindo como um anjinho no colo de Rita, ela me entregou ele e eu o segurei com cuidado entre meus braços, tudo para ele não acordar, Davi pegou a mochila dele no cabide e fomos para o carro.

– Você dirige - entreguei as chaves para Davi e sentei no banco de trás

– Eu não acho muito bom esse contato que você tem com ele, Megan - Davi disse em quanto ligou o carro e começou a dirigir

– Why not?

– Ele vai pra São Paulo amanhã, a probabilidade de ele ser adotado e não voltar mais é enorme, você tá se afeiçoando demais á ele

– Não é nada disso, eu vou sentir a falta dele of course mas eu sei que ele vai estar bem

– Só não quero que sofra - Davi me olhou pelo reflexo no espelho

– E eu não vou - sorri para ele

Davi suspirou e continuou a dirigir, temos pouco tempo, o orfanato fica na esquina então tentei aproveitar ao máximo esse momento, saber que talvez eu não vá voltar a vê-lo chega a doer um pouco, mas Davi tem um pouco de razão, não posso me afeiçoar muito, mas e se eu já estiver encantada por ele? O que faço?

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– É sempre lindo aqui, não importa quanto os anos passem, vai continuar perfeito

Pamela disse em quanto observava as estrelas penduradas no céu, com os cotovelos apoiados na divisão, feita de pedras, entre a ponte suspensa e o abismo

– Pra mim é comum, sabe? Venho aqui desde menino, nasci e cresci nessa periferia, mas pra você que veio de longe, imagino como possa ser - Herval disse também apoiando um dos braços ao lado de Pamela

– Mesmo sendo comum não pode negar a beleza

– É... você tem razão, não posso - ele admitiu contemplando o céu

Pamela baixou a cabeça de repente, deixando um ar de tristeza no ambiente, Herval conseguiu ver uma lágrima escorrendo pelo seu rosto, a mesma brilhava com a luz da enorme lua no céu, ele ficou sem jeito mas resolveu se intrometer.

– Tá tudo bem, Pam? - ele colocou a mão no ombro dela e a mesma levantou a cabeça, o observou - eu posso te chamar de Pam?... não posso?

– Yeah, é que quem me chama assim é o... - Pamela engoliu as palavras, interrompeu a frase

– Quem? O Jonas? - Herval foi direto e Pamela desviou o olhar - é por isso que você tá assim, né? Vocês brigaram

– What? Como, como você sabe? Você não estava lá, ou estava?

– Eu não preciso ver pra saber, você tá triste e não quis falar o nome de alguém que tem intimidade suficiente pra te chamar de "Pam", ele era a conclusão mais óbvia

– Você é um bom observador

– Não costumo me gabar disso - Herval fez Pamela rir - e então "Pam", não mereço nenhum agradecimento por ter te trazido aqui?

– Well... o que você quer?

– Cavaleiros não pedem, apenas aceitam o que as donzelas os oferecem

– Parece que você já tem uma certa experiência com essas donzelas, não é mesmo?

– Talvez...

Pamela soltou um meio sorriso, abaixou o olhar e se inclinou para perto dele, depositando um beijo na lateral de seu rosto, demorou alguns segundos e depois sussurrou uma ordem em seu ouvido, o ar quente o arrepiou.

– Me leve pra casa

Após a ordem, Pamela simplesmente deu as costas para Herval, indo na direção do carro dele estacionado ao longe, um sinal claro para que ele fosse junto, mas ele nem quis saber, puxou-a pelo braço, fazendo-a girar e esbarrar nele.

Com uma mão no ombro e a outra no peito dele, Pamela segurou o esbarrão, mas essa era exatamente a intenção de Herval, que passou a mão entre seus cabelos, segurando sua nuca, inclinou sua cabeça e a fez olhar no fundo dos seus olhos.

Herval simplesmente ama esses olhos verdes que comportam o rosto de Pamela, algo tão forte, tão intenso, que vai além da compreensão de muitas pessoas, precisa já ter sentido ou vivenciado para entender, o quanto Herval esperou para que esse momento se tornasse realidade novamente.

Como uma doença, que não mata mas gera dor, ela é a cura, somente ela pode fazer a dor parar ou se intensificar mais ainda, mas isso não importa, o que importa é que ele precisa dela e, vai fazer de todo o possível para conquistar o seu amor, quanto mais agora, que ele tem o caminho livre, ou seja, sem Jonas.

Pamela até que se comportou ao beijo inesperado, bem, nos primeiros segundos, ela empurrou o ombro dele fazendo o mesmo soltar sua boca, mas ele continuou a segurar sua cintura e sem a menor intenção de solta-la.

– Tá confundindo as coisas, você é só meu amigo - Pamela disse

– Só amigos

Herval sorriu e soltou sua cintura, deu ás costas para ela e foi em direção ao carro, não olhou para trás em nenhum momento, nem sequer para saber se ela estava o acompanhando.

Pamela ficou perplexa, como ele pode lhe dar um beijo assim e sair? Como se nada tivesse acontecido? A verdade é que Herval sabe bem como conquistar uma mulher, aquele beijo tinha despertado um sentimento que há muito tempo, Pamela não sentia.

Sem dizer nada, ela apenas o acompanhou, aliás, ele é o único meio para ela voltar pra casa, um táxi aquele horário em uma periferia? Seria difícil de encontrar, mas Herval se comportou, sem mais susto, seguiu o caminho apenas com uma gostosa conversa, a qual Pamela ia respondendo com um sorriso, a vida.

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– Você tem certeza de que é aqui Davi?

– Claro que tenho, é o endereço certinho, rua da graças, 243 - Davi repetiu o endereço

– Isso não tem cara de ser um orfanato

– Não tem mas é o que a placa está dizendo

Ele tinha razão, a placa de madeira fixada no prédio de pouco mais de três andares não mentia, "Orfanato Gambiarra, para crianças", mas o estado do local faz vir diversas coisas na mente, menos que é um orfanato.

O prédio tão sujo que esconde a tinta que pode estar em baixo de toda essa poeira, faz com que o mesmo pareça ter sido pintado de um cinza escuro, o portão baixo que divide a calçada da grama amarela e queimada, rangeu quando Davi o abriu, sorte que Samuel não acordou.

Esse lugar não tem a menor chance de abrigar crianças, parece mais abandonado ou algum tipo de penitenciaria, Davi tentou tocar a campainha, quase quebrou o dedo apertando o botão todo enferrujado, o jeito foi usar a manual, uma espécie de argola presa na própria porta, que jogou poeira pra todo lado ao ser utilizada.

Depois de longos minutos alguém veio nos atender, uma menina de no máximo doze anos, usando um vestido branco rasgado e remendado em alguns pontos, abriu a porta pra gente, de cara reconheceu Samuel, já queria o tirar dos meus braços, mas eu pedi para coloca-lo na cama, ela assentiu, mas pediu para que fizéssemos silêncio.

Davi me olhou negativamente, mas essa pode a última vez que eu vá ver ele, tenho que me despedir direito, a menina abriu mais ainda a porta nós entramos, o ar oriundo de dentro cheira a mofo, me fez espirrar duas vezes.

A menina de cabelos carambolados apontou apara a estreita escada colocada na parede e depois sumiu entre os escombros, sem nenhuma luz não conseguimos ver aonde ela foi, Davi segurou meu pulso e me puxou em direção a escada.

Os degraus são enfeitados por um tapete antigo, que a cada passo que demos soltou um carnaval de pó, quando chegamos lá em cima, um pequeno corredor nos recebeu, acomodado de oito portas simetricamente iguais e, uma entre aberta.

A menina de cabelos carambolados surgiu no meio da escuridão, quase matou nós dois de susto, mas ela pediu desculpas, alegou ter pegue um caminho mais rápido, coisa de criança, apontou para a porta entre aberta no fim do corredor e se foi, disse que já estava tarde e precisava dormir, pediu para que fechássemos a porta.

– Boa noite - desejei e ela sorriu pra mi antes de ir embora

Davi já foi logo empurrando a porta, estava com pressa, por ele não tínhamos nem entrado ali, o acompanhei, parando para deitar Samuel mais em meu ombro, ele tava quase caindo.

O quarto é ocupado por diversas beliches, tantas que eu não consegui contar, a única coisa que divide o quarto com ela é um armário grande e antigo no fim do quarto, encostado na parede.

Cada beliche estava ocupada por um colchão pequeno e uma criança, a beliche inferior próxima a uma das janelas, a única que esta vazia, indicou que é ali onde Samuel dorme, Davi também se tocou disso.

Davi balançou a tela brilhante do MarraPhone pra mim, uma mensagem da Baylee.

"Where are you, guys?"

– Eu vou esperar lá em baixo - Davi disse guardando o celular

– Ok, eu me troco no carro

Davi assentiu e se foi.

Coloquei Samuel com cuidado na cama, abaixando minha cabeça para não bater na beliche superior, depositando sua cabeça sobre o travesseiro, enrolei ele com o cobertor azul claro, mas ele acabou acordando, meio sonolento.

– Boa noite meu anjo - disse passando a mão entre os fios de seu cabelo, macio e suave

– Boa noite mamãe

Samuel fechou os olhos e caiu em sono profundo, eu fiquei perplexa o observando, mamãe? Isso é muito sério, Samuel está certo do que quer, mas... eu não posso adota-lo, não, não agora, seria como uma criança cuidando de outra criança

Mas confesso que aquele "mamãe" sonolento apertou meu coração, tanto até quase esmaga-lo, depositei um beijo na testa dele e, a partir desse momento tive a certeza, de que não posso viver longe dele.

Saí do quarto, parando alguns segundos na porta para ver ele dormir, depois a fechei, fui até o carro, onde Davi tá me esperando, e já tenho uma idéia fixa, preciso fazer algo para que Samuel volte dessa viagem.

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Pamela entrou silenciosamente pela porta, caminhou pela sala em direção a escada, uma figura escura sentada no sofá falou, ela levou um susto, e que não levaria?

– Chegando uma hora dessas, Pam? - a figura perguntou

– Se você nunca teve horários Jonas Marra, porque eu deveria ter?

Jonas engoliu a seco e Pamela começou a subir os degraus, na direção de seu quarto. Sem ter o que fazer, Jonas virou e deitou sobre as almofadas do sofá, é ali onde ele vai passar a noite, na suite presidencial só reina uma pessoa agora, Pamela Parker.

Mas Jonas não é homem de dormir no sofá, muito menos "ordenado" por uma mulher, mesmo sabendo que o erro é seu ele não se dobra, vai dormir no quarto de hóspedes.

No momento, Pamela está pouco se importando sobre aonde Jonas vai dormir, ela está ocupada demais pensando em poucas horas atrás, em uma famosa ponte suspensa, nada como um banho de de espuma para aliviar a tensão e, foi isso mesmo que ela fez,

Pamela encheu a enorme banheira com seus sais de banho preferidos, a espuma rosa clara que se formou indica que está na hora de entrar, ela deixou o roupão branco escorregar de seus ombros até parar no chão, deixando sua linda sinueta a mostra.

Entrou na água e deixou que a mesma cubra todo o seu corpo, deixando apenas a cabeça na superfície, mas é inevitável, os pensamentos sobre o beijo de Herval vem todo tempo a tona, Pamela mergulhou completamente na água, tentando esquecer o inesquecível.

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A fumaça artificial, as luzes coloridas, o calor das pessoas dançando na pista, as conversas paralelas, o bar sempre lotado, beijos e amassos pelos quatro cantos, yeah, I miss that!

Puxei Davi para pista, ele estava com raiva pois a fumaça embaçara seus óculos tão nerd que me faz suspirar, sugeri que os guardasse e ele o fez, colocando no lado de dentro da camisa.

Baylee nos avistou assim que adentramos a pista, fomos até ela que estava com todos os nossos amigos, bem, os meus amigos.

Davi como sempre parado, não queria saber de dançar, mas fui soltando ele aos poucos, girando seus braços e remexendo seu quadril ele foi entrando na música, batendo i pé no chão ele parecia o robocop, but wherever! É lindo do mesmo jeito.

Danilo tá empolgado com a festa, não solta Baylee nem por um minuto, fazendo-a dançar o tempo todo, mas ela não está com uma cara muito boa, parece... enjoada.

Só precisei parar meus pensamentos, como alguém fecha a boca no meio de uma suposição, Baylee veio ao chão, Danilo conseguiu segura-la por pouco, mas ela desmaiou! Está inconsciente! Davi pegou o MarraPhone e ligou para a emergência.

Me ajoelhei ao lado de Danilo que segura a Baylee no chão, desesperado eu tentei acalmá-lo, mas foi em vão.

– A ambulância já tá vindo!


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Notas finais do capítulo

Esperam que tenham gostado e comentem suas opiniões! Beijos e até a próxima.