FLASHBACK ON

Era o meu segundo ano em Hogwarts, minha mala estava pronta e eu extremamente ansiosa.

-Hermione, amor! Vamos logo, você não pode se atrasar! – Minha mãe me gritou do andar de baixo.

-Tô descendo! – Gritei de volta enquanto passava o perfume e colocava-o na estante.

Eram 9:30 e o Expresso de Hogwarts sai sempre às 11:00, então entramos logo no carro e fomos conversando o caminho todo, cada vez chegando mais perto do momento da despedida. A única coisa que me acalmou foi o fato de que eu veria logo o Harry e o Rony, meus melhores amigos.

-Tchau, pai – Falei, dando um abraço apertado nele quando chegamos na estação de trem. Abracei minha mãe também, mas não falei nada.

Olhei para o relógio pendurado na pilastra antes de me afundar nela: 10:45.

Do outro lado encontrei a família Weasley que tão bem me acolhia. Lembrei que esse ano a Gina estaria conosco.

Falei com todos e quando cheguei havia alguma coisa de diferente nele.. Não percebi logo o que foi, então fiquei olhando-o por um tempo. Ele estava mais bonito.

Finalmente alguém pigarreou e eu corei como nunca havia acontecido. Ele riu, mostrando os seus dentes brancos e afiados... Definitivamente ele estava mais bonito.

A senhora Weasley falou comigo: “oi, filhinha! Que bom que nos encontramos! Oh, Gina!” eu ri e a abracei, chamei a Gina e entramos logo, antes que a gordinha com cabelos cor de fogo nos arremessasse dentro do trem.

Vi o Harry entrando logo atrás de Rony e seguido por Jorge e Fred. Tivemos sorte de pegar uma cabine só nossa. Conversamos o caminho inteiro.

***

- Ah, Gina, graças a Merlin você ficou na Grifinória! Vem, vou te mostrar o nosso dormitório! – Falei, puxando a pequena ruiva comigo.

Mostrei o nosso salão comunal e o dormitório para ela, apresentei à alguns amigos e a deixei conversando com estes enquanto ia a biblioteca, afinal ela disse que não gostava muito de ler (ora, mas que pecado!).

Escolhi uns dois livros que achei interessantes e peguei o meu caminho de volta, até que uma voz cínica que eu conhecia muito bem chamou o meu nome:

- Aí, é a Granger! – Disse Malfoy. Revirei os olhos e continuei a andar, o que pareceu irritá-lo. – Não me ignore, sujeitinha de sangue-ruim!

- Cala a boca, Malfoy! – falei com raiva.

- Crabbe, Goyle, acho que essa cabeça de vassoura não tem medo do perigo! – Eles riram e eu dei um chute nas partes baixas de Draco. Ele se contorceu de dor por uns instantes , o que me fez rir, porém, logo os seus “capangas” me jogaram na parede e Draco segurou meu pescoço com a mão direita, enquanto que a esquerda ainda segurava o local onde eu chutei.

Ele abriu a boca para falar algo, mas alguém o interrompeu.

- É covarde demais para lutar com alguém do seu tamanho, Draco? – Fred gritou.

- Você deu sorte, Granger! – Draco disse ao meu ouvido e derrubou os meus livros enquanto corria.

- Você está bem? – Fred perguntou.

- Estou, obrigada. – Eu disse, ainda tremendo.

O Fred me levou para o dormitório e ficamos conversando sobre besteiras. Ele ainda sem acreditar em como eu estava lendo livros no primeiro dia de Hogwarts.

FLASHBACK OFF

Eu estava sozinha na sala do Dumbledore. Ele havia me mandado colocar as minhas memórias mais fortes desde o segundo ano na penseira.

Com o feitiço, ele retirou-as e guardou-as, com a ordem de que a cada dia eu olhasse pelo menos uma, para que, por algum motivo que eu ainda desconhecia, eu percebesse os detalhes existentes em cada memória.

Esta ainda era a primeira, porém, não entrei nada útil nela, então resolvi simplesmente ignorá-la ao lembrar da fala de Dumbledore: “srta Granger, retirei as suas memórias mais fortes. Algumas delas podem não ser importantes para a nossa investigação. Suponho que a maioria delas não seja, então não se preocupe. Tenha certeza de que, quando as memórias que desejamos chegarem, a senhorita saberá”.

Parti para a próxima, aproveitando que Dumbledore não encontrava-se presente na sua. sala. Peguei mais um frasco e despejei o seu conteúdo na penseira.

FLASHBACK ON

“A CÂMARA SECRETA FOI ABERTA, INIMIGOS DO HERDEIRO CUIDADO.”

Todos daqueles corredores cruzados olhavam para mim, para o Harry e o Rony. Pegos na cena do crime.

Vi Malfoy empurrando as pessoas para o lado, um certo desespero nos olhos que logo se desfez ao se cruzarem com os meus. Ele leu as palavras gravadas na parede com um líquido vermelho que parecia ser sangue e se calou, fazendo uma cara de pensativo.

Alguns professores, estranhando a movimentação, chegaram pelo lado as Sonserina, afastando alguns alunos.

Todos os funcionários estagnaram-se com a imagem da Madame Nor-ra pendurada pelo rabo. A professora Minerva abriu a boca trêmula, mandando todos para os seus dormitórios, exceto nos três, já que Filch não parava de gritar no seu ouvido que Harry havia matado a sua gata.

Prontamente seguimos-na e eu tive que passar pelo Draco, que sussurrou um simples “cuidado, Hermione” para mim. Não foi um cuidado cínico, muito menos ameaçador. Pareceu um simples aviso preocupado que amigos murmuram para os outros quando estão achando necessário.

FLASHBACK OFF

Com tudo que passei no segundo ano, nem me lembrava do acontecido com o Draco... Sentei-me e pensei por um breve tempo... Estaria ele preocupado comigo de verdade? Ora, mas é claro que não, Hermione, presta atenção de quem você está falando... Ele não é qualquer sonserino... É o DRACO MALFOY!

Peguei logo mais um dos frasquinhos e despejei.

FLASHBACK ON

Eu já estava ajudando o Fred a estudar na biblioteca há umas duas horas. Sei que é irônico eu ajudar alguém mais velho com as atividades de casa, mas ele precisou fazer 40 centímetros de pergaminho sobre um assunto que eu já tinha estudado nas férias somente por diversão.

-Só mais 10 cm, graças a Merlin! Oh céus, já estamos aqui há muito tempo! – Ele disse, levantando os braços de um modo bobo que me fez rir.

-Não é minha culpa de você escreve devagar! –Eu provoquei.

Ele riu também e um silêncio estranho se fez.

Ele se aproximou de mim devagar e eu me confundi. O que ele estava fazendo? Pensei que estivesse ficando com uma tal de Angelina que também jogava com ele no time da Grifinória... Quando saí dos meus devaneios, Fred se desviou de sua rata até a minha boca e deu um leve beijo no canto dela, me deixando vermelha.

Ao acabarmos toda a atividade de Runas do Fred, voltamos para o nosso salão comunal, afinal já estava tarde.

Ao meio d caminho nossas mãos se tocaram e ele a segurou, entrelaçando os nossos dedos. Perto do quadro da mulher gorda ele soltou, me fazendo pensar que ele não queria que nos vissem assim, afinal, havia a Angelina. Mas não. O vi secar o a mão suada nas vestes e procurar a minha de novo minutos antes de entrarmos no salão comunal, atraindo alguns olhares curiosos.

FLASHBACK OFF

O Fred nunca teve nenhuma ligação com Voldemort. Provavelmente só estava entre as minhas memórias mais fortes devido à emoção que senti naquele momento, apesar do fato de que eu estava focada apenas nos estudos... Até agora.