Scream For Me escrita por Camila


Capítulo 21
Trancafiado


Notas iniciais do capítulo

Oi galera! Tudo bem?
Apesar de ter demorado um pouquinho para postar (é Carnaval minha gente!!!), aqui estou eu com mais um capítulo de SFM pra vocês! ♥♥
Obrigada ao Djonatan Leindecker por ter favoritado a fic e deixado a sua deliciosa opinião lá nos reviews! Um grande thanxxx também a galerinha que comenta diretão Scream For Me, Desconhecido, Natalia, Senhorita Bipolar, Sammy... É muito bom ver o review de vocês em todo capítulo! E um outro thanxxx a geral que comenta (mesmo que não seja constantemente) ♥
Bom, hoje tem POV do John né? Porque quando tem um capítulo narrado por ele, pode esperar que o seguinte também é hahaha
Esse capítulo, em especial, é muito importante para a fic, porque já vai encaminhando para o final da 1ª temporada, que vai acabar por volta do capítulo 30. Falamos mais sobre isso lá nas notas finais blz?
Bora lá ver o que acontece com a nossa turma hoje? ;)



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POV John

Descemos para o primeiro andar da loja de departamentos. Nossas mochilas já estão lotadas de roupas, mas resolvemos dar mais uma olhada por aqui, vai que achamos alguma coisa útil.

Depois da ceninha desnecessária de Jackie, preferi me manter o mais afastado possível. Não preciso de mais problema na minha vida, ainda mais que envolva mulher. Sempre tive problemas com mulheres, elas sempre arrumaram um jeito de ferrar comigo. Não quero me meter em encrenca desse tipo, ainda mais na porra de um apocalipse.

O primeiro andar se resume a pequenos quiosques, daqueles com quinquilharia feminina. Ando até um e vejo um colar com um pingente de uma pedra azul em formato de gota. É bem bonito. Sorrio. Isso me lembra alguém. Pego o colar e o guardo no meu bolso.

Quando damos conta de que pegamos tudo o que precisávamos e parece não haver mais nada para fazermos aqui, decidimos ir embora. Precisamos voltar para o ônibus, já que de acordo com Logan, que tem um relógio, se passaram um pouco mais de uma hora desde que saímos.

Damos o fora da loja de departamentos e logo já estamos na rua novamente. Andamos em silêncio pelo meio da rua. Há pouco walkers por aqui, nada preocupante, mas mesmo assim mantenho minha arma em mãos. Nunca se sabe né?

Viramos o quarterão e continuamos andando. Fomos obrigados a mudar o caminho por causa de uns malditos walker que estavam no caminhão. Revolvemos desviar. Não é uma boa ficar desperdiçando balas a toa, muito menos arriscando a vida por bobeira. Apenas fizemos o contorno e fomos por outro quarteirão. Mais chão para andar? Sim, mas ainda temos tempo para isso.

Logan, Jackie e Russell estão na frente, enquanto Craig e eu, um pouco mais atrás.

– Obrigado. - digo a Craig, baixo. Bem, o cara salvou a minha vida lá na loja, então o minimo que eu posso fazer é agradecer. - Você sabe, por ter salvado a minha pele mais cedo.

Craig assente com a cabeça e sorri pra mim. Como nos velhos tempos.

– Tá de boa cara. Você é meu amigo, faria o mesmo por mim. Além de que, eu adoro acabar com walkers. - Craig ri dando um tapa companheiro nas minhas costas.

Ri, meio sem graça. Não sei exatamente o que responder. Eu venho desconfiando de Craig desde que nos reencontramos em Staunton e agora parece que foi tudo merda da minha cabeça. Ele salvou a minha vida, não precisava ter feito isso, mas fez. Foi como antes quando estávamos no nosso antigo grupo. Se eu fosse daqueles que tivesse consciência pesada, ela estaria em uma tonelada agora. Decido deixar pra lá.

– Então, - Craig começa, mudando de assunto. - A Jackie está te dando um mole do caralho. Aproveita cara.

Olho para Craig e franzo a testa. Arrumo uma das mochilas em minhas costas. Mas que porra, até ele percebeu.

– Não estou interessado. - digo, cortando o papo. Craig insiste.

– Como assim não está interessado? Ela é gostosa pra caramba. Você é gay por acaso? - ele ri.

Reviro os olhos e olho para frente.

– Não, só não quero nada com ela, só isso. Nem é uma coisa pessoal.

– Me deixa adivinhar. Está afim de uma certa loira irritante. - Craig diz. Olho para ele e levanto uma sobrancelha. Que ótimo, ele percebeu isso também.

– É, estou. - respondo, simplesmente. - Desconfiava mesmo. Eu também estava afim dela, mas eu caio fora para deixar o caminho livre para os pombinhos. Não é justo se eu estiver na disputa, você sabe. - Craig ri sínico, e depois faz sua cara de arrogante.

Engasgo uma risada, mas então ela flui perfeitamente. Como assim não é justo? Pra mim? Ah que filho da puta... Coitado.

– Isso é ridículo Craig, nem vou te dar uma resposta. - digo, ainda rindo, mas então fico sério. - E só pra deixar claro, não há disputa nenhuma aqui entendeu?

Craig assente e bate continência pra mim.

– Sim senhor!

Ignoro e continuamos andando. Porra, está muito calor. Pego uma garrafa de água de uma das mochilas e dou um longo gole. O asfalto está quente o bastante para queimar meus pés calçados e o sol está fritando meu couro cabeludo. Uma chuva mais tarde cairia muito bem.

O trajeto de volta está bem mais comprido desta vez. Viramos mais um quarteirão e praticamente damos de cara com uma escola. Bem, pelo menos o que sobrou dela. Um pedaço do prédio principal está derrubado, provavelmente por causa de um pequeno mono-motor caído que não se encaixa na paisagem. Estico o pescoço e vejo barracas e carros militares abandonados no gigantesco jardim aberto da escola. Franzo a testa. Tudo parece tão morto.

– Isso era uma base militar.

– Tem certeza? - Logan pergunta.

– Claro que sim. Já morei em uma dessas. - digo para os outros. Russell me olha rapidamente e depois se vira para a escola de novo.

– Vamos dar uma olhada? - ele sugere. Todos concordamos e, atentos, atravessamos os portões.

Armas a postos e olhares aguçados. Ninguém quer ser pego desprevenido. As pessoas tiveram que aprender a prestar atenção em tudo a sua volta. Olho ao redor e vejo apenas coisas abandonadas. Carros, barracas, construções. Nada sobrou daqui. Os caras que lutavam em guerras, que deveriam proteger as pessoas, que sempre fizeram isso, parecem ter evaporado da face da Terra. O último militar que conheço, sou eu mesmo.

Andamos juntos pelo jardim, pelo caminho dos mortos. Há carros deixados de lado, barracas sujas de sangue e corpo para todo lado. E quando digo para todo lado, quero realmente dizer isso. Há mortos, mortos, em todo lugar. Vejo uma ambulância mais a frente, suas portas de trás abertas, corpos jogados ali de qualquer jeito. O cheiro de coisa podre está impregnado no ar.

Vou até uma caminhonete parada a poucos metros de mim. Ela parece estar em bom estado, podemos usá-la para dar o fora daqui mais rápido. Olho pela janela do motorista e vejo uma mulher morta. Ponho a mão na maçaneta e abro a porta, me afastando um pouco. A mulher não faz nenhum movimento. Cutuco-a com a ponta da arma e ela não esboça nenhuma reação. Bom, essa está realmente morta mesmo. Puxo seu corpo para fora da caminhonete e ela vai ao chão. Vejo que uma arma caiu de sua mão. Me agacho e a pego. Olho mais uma vez para a mulher fardada. Ela tem um buraco de bala na cabeça, um tiro, que pelo jeito, foi ela mesmo que deu. Contornando o corpo, sento no banco do motorista e vejo que a chave está na ignição. Giro-a, fazendo a caminhonete ganhar vida. Sorrio. Já temos um meio locomotivo de sair daqui.

Saio da caminhonete e avisto os outros. Russell está lutando com um walker, o que não dura muito tempo, já que ele logo enfia sua faca na testa do zumbi. Jackie está andando, olhando rapidamente pelas janelas do primeiro andar da escola. Craig e Logan estão andando por entre as barracas, com suas armas na mão, prontos para qualquer coisa. O mais estranho nisso tudo, é que não há vivos nem mortos por aqui. Claro que tem alguns walkers, mas nada preocupante, tudo muito sem vida.

Arrumo mais uma vez as mochilas nas minhas costas. Está começando a ficar desconfortável. Vou até um carro parado não muito longe e procuro, na parte de trás, alguma coisa para transportar gasolina. Acho um galão pequeno e um pedaço de mangueira. Serve. Vou até a tampa do tanque do carro e abro-a, empurrando a mangueira para dentro. Puxo o ar pela mangueira, sugando o combustível do tanque, que rapidamente começa a fluir. Encaixo a mangueira na boca do galão e espero até que a gasolina esteja toda no galão. Nunca se sabe né? É sempre bom prevenir. Pego o galão e a mangueira e coloco-os na carroceria da caminhonete.

Procuro pelos outros. Vou até Russell.

– Podemos usar aquela caminhonete - aponto para ela. - para cair fora daqui.

– Tá funcionando certinho? - Russell me pergunta.

– Aham. Esvaziei também o tanque de um dos carros e coloquei a gasolina num galão. Pode ser que precisemos depois.

Russell assente e dá um suspiro pesado.

– Quero chegar em casa o mais rápido possível. - ele diz. Com casa, acho que ele está se referindo ao ônibus ou talvez à Lea.

– Eu também. - digo.

Jackie nos chama a atenção ao gritar nossos nomes. Ela está parada na frente de um pequeno galpão, daqueles que guardam materiais esportivos, eu acho. Vamos até ela, e ao chegarmos perto, ouvimos alguém gritando por socorro do lado de dentro.

– Me tirem daqui, pelo amor de Deus! - a voz masculina grita. Ele bate, chuta e se joga contra a porta, que continua do mesmo jeito. - Me tirem daqui!

– Vamos te ajudar se você calar essa boca! - Jackie diz pra ele, tentando fazer o cara parar de grita e chamar a atenção para nós. Walkers sempre ouvem as coisas.

– OK! - o cara diz, mais baixo.

Jackie olha para nós e tira sua mochila das costas. Ela abre o zíper e puxa de dentro um belo pé-de-cabra. Caralho, onde ela arrumou isso? Na loja de departamentos? Tá zoando. Jackie encaixa o pé-de-cabra no vão da porta e empurra o mais forte que consegue. Bem, não funciona.

– Mas que merda! - ela diz, irritada.

– Posso ajudar? - pergunto.

Jackie olha pra mim e, após se dar por vencida, me entrega o pé-de-cabra. Faço o mesmo que ela havia feito, mas uso mais força. A porta solta um rangido, a trava faz um barulho e eu abaixo o pé-de-cabra, entregando-o de volta para Jackie. Puxo a porta e ela se abre, iluminando o interior da sala escura. Lá realmente era usada para armazenar materiais esportivos, e um homem com farda do exercito está parado no meio da sala, olhando para nós com cara de assustado. Saio do caminho, dando espaço para ele vir para fora. O cara faz isso numa velocidade surpreendente. Ele nos encara.

– Obrigado. - o cara nos diz. - Obrigado mesmo.

– A quanto tempo está preso ali? - Jackie pergunta.

– Não sei ao certo. Uns três, quatro dias talvez.

– Por quê? - Russell pergunta, posso notar uma pontada de desconfiança em sua voz.

– Quando aquelas coisas chegaram aqui, acabaram com tudo. Todo mundo foi pego de surpresa, ninguém esperava. Achavam que aqui era seguro. - o cara respira e continua a falar. - Bem, eu não queria ser comido vivo, então me escondi aqui, mas não sei, depois que tudo se acalmou a porta não abria mais, eu entrei em pânico.

– Espera, você simplesmente se escondeu e deixou os seus amigos à mercê dos walker? - pergunto, franzindo a testa. Covarde. O cara olha pra mim e depois analisa minha roupa, igual a sua.

– Foi errado, eu sei, mas não tinha nada que eu pudesse fazer, eu juro. - o cara me diz, assustado. Passo a mão no meu pescoço. Senhor, o que esse cagão estava fazendo no exercito americano?

– Ok cara. Não estou aqui para julgar ninguém. - digo. O homem parece relaxar um pouco, um pouco.

– Qual o seu nome? - Russell pergunta.

– Edward Parker, mas todos me chamam, - ele faz uma pausa, e engole em seco - me chamavam apenas de Parker. - ele corrige.

– Ótimo Parker. - Russell se vira e começa a ir até a caminhonete. - Você pode vir conosco se quiser.

– Vocês tem um acampamento? - Parker pergunta.

– Quase isso. Melhor do que isso, eu diria. - Russell diz e chama Craig e Logan com a mão.

– Não tem nada por aqui. Tá tudo bem morto. - Logan diz, ao se aproximar.

– Quem é esse? - Craig pergunta, estranhando a presença de Parker, o mesmo se retrai um pouco e olha para longe. Franzo.

– Esse é o Parker. - Russell diz. - Parker esse é Craig, Logan, John, Jackie e eu sou o Russell. - ele nos apresentar.

Todos vamos em direção a caminhonete. Parker, Craig e eu vamos na carroceria. Logan no volante e Russell no passageiro, há mais um lugar na frente, mas é claro que Jackie quer ir conosco atrás. Logan começa a dirigir pra longe da escola, e logo logo estaremos de volta ao onibus.

– Então Parker, qual é a sua história? - Jackie pergunta, se encostando na borda da carroceria. Parker parece meio embasbacado. Reviro os olhos e observo a paisagem correr.

– Não tenho meio que uma história minha, mas tenho uma pra contar. - ele diz, sorrindo para Jackie.

– Manda ver então. - Jackie diz.

– Bem, antes de sermos atacados, nosso comandante da base recebeu um comunicado lá de cima dizendo para irmos para o QCI, o Quartel de Controle de Infecções, em Richmond. Ao que parece, há um centro de refugiados lá.

– O que você disse? Centro de refugiados?- pergunto para Parker, para ver se escutei direito. Não sei de nenhum centro de refugiados que tenha dado certo, todos de que fiquei sabendo, infestaram de walkers.

– É isso mesmo. - Parker diz, agora pra mim. - Parece que eles obtiveram êxito em agrupar pessoas, sobreviventes, e os cientistas do QCI, estão trabalhando dia e noite em busca de alguma cura para o vírus Z.

Franzo a testa. Será que isso é realmente possível? Um centro de refugiados bem sucedido? Uma cura? Uma salvação para esse maldito mundo? Meu lado pessimista me diz que isso tudo é papo furado, mas a esperança já voltou a arder.


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Notas finais do capítulo

Espero de todo o meu coração que vocês tenham gostado. ♥♥♥♥
Não deu tempo para uma revisão, então perdoem qualquer erro por favor.
Em relação ao fato de que Scream For Me será dividida em temporadas, eu estou em dúvida sobre abrir outra fic sabem? Tipo, deixar SFM aqui e criar outra para Scream For Me - 2 temporada. Até porque tem gente que fica meio perdido, e acaba não indo acompanhar a continuação, talvez pelo fato de abrir outra história e blablabla vocês estão entendendo o que eu quero dizer? Enfim, estou pensando em continuar aqui mesmo sla... Deem a opinião de vocês, pleaseee.
Se quiserem falar comigo no twitter, estou ao seu dispor! http://www.twitter.com/camilasolli/
Então, sobre a surpresinha que eu disse que tinha para vocês no capítulo passado... Bom, não deu tempo de ficar pronto, está semi pronto, mas eu quero mostrar completo para vocês. Do próximo capítulo não passa, prometo. ♥
Agoooora, falando em próximo capítulo, vou atender ao incessantes pedidos de vocês e vou escrever um HOT HOT entre John e America! Sim, é isso mesmo, estou me referindo a sexo quente. Prometo fazer o meu melhor e deixar a coisa detalhada ok? Tá passando da hora né? HAHAHA
BJOOOO e até mais ♥
PS.: Fantasminhas, eu sei da existência de vocês. Materializem-se. Apareçam pelo bem da nação! ;)