Princesa da Neve. escrita por Mary Dias


Capítulo 3
A espera de alguém que possa me salvar.


Notas iniciais do capítulo

Não resisti postar novamente. É que esta ideia não me sai da cabeça! Cortei um dobrado para fazer a música, espero que gostem.



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Deitou a cabeça no travesseiro e fechou os olhos. Há muito cantava essa melodia. Sempre que estava sozinha.

Sempre que o belo campo andar

Em meus sonhos sei que vais estar

Sozinha nunca estará, oh moça de azul vem me encontrar

Os botões das flores no inverno irão mudar, o rumo das estações

Se estiveres comigo medo não terei, apenas venha me salvar.

Espero alguém para me salvar

O inverno, não vai te incomodar

Espero, alguém que coragem tenha

Alguém para me salvar...

Em Arendelle, um vento frio e agonizante surge do sul. A rainha daquele vasto reino encontrava-se parada, olhando tristemente para o horizonte de seu quarto, onde a sua pequena Ella havia nascido e sumido. Ela nunca culpara Anna, o causador de sua dor era outro. Breu.

Espero alguém para me salvar

O inverno, não vai te incomodar

Espero que não sofras mais

Minha filha volte logo, a mamãe te esperará

Não precisa ter medo, a mamãe vai te encontrar

O rosto dela se banhou em lágrimas. Não era uma coisa que Elsa deixaria que os outros vissem, mas era o único jeito de expressar os seus sentimentos.

~ Volta para a Rússia ~

Quanto tempo, eu ainda vou esperar?

Mamãe, papai para quê me abandonar?

Por quantos dias vocês choraram?

Será que eu faço parte deste lar?

A família, fotografia sagrada de uma só religião

Será que um dia eu irei ter uma?

Espero alguém para me salvar

Meus pais sozinhos devem estar

Será que nunca vou encontrar?

Alguém vai me salvar?

~ Arendelle. ~

Escute-me filha, nada vai nos separar

Estando perto ou longe, sempre vou te amar

(Jack entrou na cantoria)

Filha, nada vai nos separar, você é nossa princesa

O Breu não vai te machucar

Prometo-te sempre iremos te amar

Espera, a calma irá encontrar

Relaxe logo vamos te achar

Te amo, e isso não vai mudar...

~ Rússia. ~

Espero alguém para me salvar

A calma nunca me encontrará

Venham! Não posso mais ficar

Mas enquanto não veem, posso esperar

E sem pré estarei

A esperar

Sem reclamar

Ou pestanejar

Eu ficarei...

A espera de alguém que possa me salvar

~ Elsa e Jack. ~

A espera de alguém que possa me salvar

~ Ella. ~

A espera de alguém que possa me salvar...

A loira suspirou, levantando-se novamente. A época em que as pessoas vinham escolher crianças para adotar estava chegando. Após o final do Natal, com a chegada do Ano Novo, Hilary e Martha estariam completamente engajadas à causa. Elas instruiriam as crianças do orfanato a serem mais educadas. Novamente Ella teria que descer as escadas para tentar ser agradável. Mais uma vez ela não iria ser adotada, por que ela era uma aberração e ninguém adotaria uma adolescente de dezesseis anos, eles sempre preferiam os pequenos.

(...)

Arendelle, um vasto reino distante. Condenado novamente ao inverno sem fim. Os vendedores de gelo foram completamente extintos daquela região. As pessoas não brincavam muito pelas ruas, apenas o frio prevalecia lá.

Anna de Arendelle, a princesa mais doce de todas, estava em frente aos portões, em companhia do inseparável boneco de neve, Olaf. Eles encaravam a água congelada do lago do reino.

– Você acha que a Elsa vai encontrar a Ella? – perguntou Olaf, encarando Anna.

– Não sei Olaf, eu espero que sim. – respondeu.

Desde que Elsa condenara novamente Arendelle a um inverno tenebroso, o pequeno boneco de neve não precisara mais da neblina que a própria rainha criara. Ele queria o verão de volta, mas uma coisa era certa. Se a princesa não retornasse até o meio do ano que estava para chegar, este inverno duraria para sempre.

– E se nós nos juntássemos para procurar a Ella? – perguntou Olaf, assumindo uma postura um tanto... Engraçada.

– Como assim? – Anna arqueou a sobrancelha.

– Eu, você, Kristoff e Swen! – Olaf bateu seus galhos uns nos outros. – O que você acha?

Anna riu. – Sua ideia é boa Olaf, mas e a Elsa e o Jack? Como eles ficariam?

– Não sei... – o boneco pareceu ponderar. – Quem sabe não podíamos dizer que vocês iriam fazer uma viagem para comemorar o casamento?

As bochechas de Anna enrubesceram.

– É uma boa ideia. – concordou. – Mas eu ainda tenho medo de deixá-los sozinhos.

– Eles têm um ao outro, isso não é o bastante? – Kristoff entrou na conversa, sentando-se ao lado da esposa. – Acho que Olaf está certo. Podemos procurar por Ella. Só não sabemos por onde começar.

– Ok! – Anna suspirou. – Nós vamos. Apenas temos que reunir mantimentos e avisar à rainha da neve.

~

Elsa segurou forte na barra de sua sacada. Será que a sua filha, mesmo que com toda a energia sua e de Jack, não havia nascido com poderes da neve? Onde será que Breu havia levado-a? Será que havia feito dela sua escrava? Criado-a como uma filha? Como a sua rainha?

As perguntas eram muitas. Qual delas teria uma resposta verdadeira?

– Ella, a mamãe te ama. – disse o que estava em seu coração. – Não importa onde esteja.

(...)

Os flocos de neve dançavam perto de sua janela. Durante todos os dias, a pequena – não tão pequena – Ella observava-os, desejando sair do quarto. Faziam algumas horas que Martha havia entrado lá. Sem mais nada para fazer, com o que ela preencheria o seu tempo livre?

Tricô? Ela até que tentou só que furou a luva e congelou o tecido.

Crochê? Era a mesma coisa, sempre que tentava, congelava o seu trabalho.

Xadrez! Com quem iria jogar?

A única coisa que ela não congelava nada e que há muito não fazia era escrever. Que tal escrever para Papai Noel? Pegou umas folhas em branco, algumas canetinhas coloridas, sentou-se na escrivaninha e pôs-se a escrever.

Caro Papai Noel,

Sou Ella Tsorf, tenho dezesseis anos e não deveria estar a escrever uma carta para o senhor. Motivo? Sou velha demais, esquisita demais e uma aberração.

Não sei se já lhe contei, mas... Contenho poderes da neve. Nunca recebi um presente seu no Natal. Nunca ganhei um ovo da páscoa do coelho, acho que nunca tive um sonho bom na vida. Apenas – creio eu – recebi a visita da Fada do Dente. – ou foi da diretora do orfanato.

Fui abando nada por meu pai aqui quando tinha algumas horas de vida. Quando descobriram que eu tinha poderes do gelo. Se você ler esta carta, quero que saiba que eu não quero nenhum presente material. Apenas peço encarecidamente que toque no coração de meus pais para que eles me salvem deste lugar e me aceitem como filha.

Sei que estarei lhe devendo uma, atenciosamente,

Ella T.

Ella enrolou a folha – que mais parecia um pergaminho – e depositou-a perto do abajur. Trocou-se, vestindo uma camisola azul bebê e deitou-se na cama.

– Boa noite mamãe, boa noite papai. Espero que Papai Noel receba a minha carta. – ela sussurrou antes de fechar os olhos.

Um brilho surgiu no recinto. Um dos duendes de North apareceu no quarto de Ella. Ele olhou para a carta e deu um amplo sorriso. Pegou-a em suas curtas mãozinhas e “aparatou” com ela para o Polo.

~ Arendelle. ~

– Boa noite filha. – sussurraram Elsa e Jack, antes de se abraçarem ternamente. – Espero que você volte para nossos braços. – a loira completou.

Espero alguém para me salvar

Viver sem você não dá.


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