Lílian Evans narrando

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20 de setembro de 1979, Inglaterra, Londres.

Eu me olho no espelho e vejo meu reflexo reluzir por causa do meu vestido totalmente branco. Meu cabelo me destacava ainda mais agora com esse tecido claro sobre o meu corpo. Ele é tomara-que-caia com um corte reto um pouco rodado, bem simples, porém lindo. James cismou em ver esse vestido, mas eu não deixei. Ele acha essa tradição trouxa do noivo não poder ver o vestido da noiva antes do casamento pura bobagem. Não custa nada garantir, não?

Era hoje. O grande dia finalmente chegara. Também só faz vinte e três dias que James me pediu em casamento, mas para mim parecia uma eternidade ter tido que esperar até hoje. O desmiolado do meu futuro marido colocou o Sirius e a Marlene como padrinhos, aqueles dois juntos não dá certo, é como juntar a vontade de comer com a fome. Eu escolhi como padrinhos a Alice e o Remo que são meus melhores amigos, embora a Alice praticamente me implorou para eu colocar o Frank porque ela estava namorando com ele.

Nós vamos nos casar bem perto de Hogwarts, o lugar onde nos conhecemos. Uma cerimônia ao ar livre. Já estava tudo pronto, só faltava a minha chegada. Minhas amigas diziam coisas a mim, mas eu estava tão nervosa que eu não conseguia processar nada do que diziam, só tinha consciência de que elas estavam mexendo a boca.

Subi na carroça que andava sozinha, a mesma que usávamos quando chegávamos do expresso de Hogwarts para irmos até o castelo. A professora Mcgonagall generosamente deixou que nós a usássemos. Ela podia ser durona, mas tinha um coração de manteiga derretida. Também a convidamos para a cerimônia, aliás, a maioria dos professores, incluindo Dumbledore e até mesmo o zelador Filch.

Dorcas e Emmeline seguravam minha mão, Marlene e Alice já estavam no altar do lado de seus pares e a carroça estava chegando cada vez mais perto até parar em um trecho escondido.

– Olhe entre os troncos das arvores – disse Emmeline e assim fiz – aquela é a sua cerimônia de casamento, não está linda? – e realmente estava, parecia como em um sonho, todos os convidados só esperando a minha chegada envoltos de uma decoração com arranjos de flores e tules brancos – é só seguir aquele caminho e andar para o tapete vermelho.

– Quem vai me levar ao altar? Acabei me esquecendo desse detalhe.

– Mas nós não – disse Dorcas abrindo espaço para alguém que estava vindo.

– Lindo dia para um casamento, não acha Srta. Evans, em breve, Sra. Potter? – e um bruxo com barba longa prateada apareceu em minha frente.

– Professor Dumbledore?

– Permite-me levá-la até o altar?

– Seria uma honra! – falei sorrindo.

– O prazer é todo meu. Vamos, antes que achem que a noiva desistiu – disse Dumbledore esticando o braço para eu me apoiar nele.

Lá estava eu, caminhando pelo tapete vermelho em direção ao altar. Eu fui me aproximando com os olhos vidrados em James, e foi quando ele abriu um sorriso que minhas pernas ficaram bambas a ponto de que, se o professor Dumbledore não estivesse me apoiando, eu teria caído com toda certeza.

Toda a cerimônia foi linda, sem dúvidas. Até que finalmente tinha chegado a hora decisiva.

– James Potter, você aceita se casar com Lílian Evans, prometendo amá-la e respeitá-la, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe? – perguntou o padre.

– Sim. – ele olhava profundamente em meus olhos.

–Lílian Evans, você aceita se casar com James Potter, prometendo amá-lo e respeitá-lo, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, ate que a morte os separe?

– Sim.

– Confirme o Senhor, benignamente, o consentimento que manifestastes perante a sua igreja, e Se digne enriquecer-vos com a sua bênção. Não separe o homem, o que Deus uniu. Pelo poder investido a mim, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva, eu sei que você está louco pra fazer isso. – falou o padre inesperadamente. E assim James o fez.

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31 de dezembro de 1979, Inglaterra, Londres.

Naquele dia acordei morrendo de fome, mais especificamente querendo um bolo de abacate.

– Mas não existe bolo de abacate, Lílian. – disse James ainda sonolento deitado na cama.

– Claro que existe! E Eu estou praticamente adoecendo de tanta vontade. – agora eu comecei a chacoalhá-lo.

– Então porque você não conjura um pra você? – disse ele.

Mas eu não pude responde-lo, fui direto correndo para o banheiro. Uma vontade enorme de vomitar tinha me invadido.

– Lílian, você está bem? – perguntou James preocupado se levantando da cama.

– Viu? É isso que acontece quando você rejeita um bolo de abacate para mim!

– Okay, vem aqui. – ele me levou até a cama, conjurou um bolo de abacate e me deu para comer. – Ei, você não acha que está comendo rápido demais, não?

– Não, claro que não. – respondi.

Marlene era sempre quem organizava as festas, ou seja, a festa de final de ano seria na casa dela. No mesmo quintal que em um dia deixamos lamacento de tanta água, agora havia luzes penduradas acima de nossas cabeças e uma mesa cheia de comida em uma extremidade.

– Comida! – foi a primeira coisa que eu disse quando cheguei naquele lugar.

–Oi pra você também, Lílian. – disse Marlene que viera falar comigo quando cheguei e eu nem tinha notado. – ela está bem? Parece que nunca viu uma torta de abóbora na vida.

– Ela anda meio esquisita em relação à comida nos últimos dias, cada dia ela me acorda com vontade de comer algo diferente, e pelo menos uma vez por dia vomita.

– Sério? Eu acho que sei o que pode estar acontecendo a ela – disse Alice entrando na conversa – vem Marlene vou precisar de ajuda.

– Agora não posso, tenho que recepcionar os convidados e contar a sua novidade ao James.

– Ah, é mesmo, tinha até me esquecido! – disse ela abrindo um sorriso de orelha a orelha. – só não conto eu mesma pra você James, Por que a Lílian realmente precisa da minha ajuda agora. – ele olhou pra cara delas sem entender nada – Ei, Dorcas vem aqui!

– Oi, Lílian – disse Dorcas se aproximando de mim com Alice.

– Espera só um pouco, preciso comer aqueles bolinhos com aparência esquisita. – respondi.

– Eu tenho uma novidade. – com a cara que as duas faziam eu parei no meio da mordida e olhei pra cara da Alice – estou grávida! – Alice tinha se casado com Frank há pouco tempo, agora ela era oficialmente a Sra. Longbottom.

– Não brinca! Parabéns pra vocês dois! Onde está o Frank?

– Terminando de decorar a parte da frente da casa com Sirius. Bem, mudando de assunto, você não acha que está comendo muito não?

– Não. – falei simplesmente.

– Vem aqui. – Dorcas me puxou pela mão me levando para dentro da casa. Ela chegou ao banheiro, abriu a porta, me empurrou lá dentro e disse – segunda gaveta a direita, boa sorte. – e com um sorriso fechou a porta.

– Mas o que diabos aquelas duas estão aprontando? – falei comigo mesma.

Abri a gaveta indicada e vi um saquinho com algodões e... testes de gravidez. Mas eu não estava grávida! Ou estava? Só fazendo o teste para saber.

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James Potter narrando

Faltavam apenas alguns minutos para o ano novo quando Lílian apareceu radiante vindo na minha direção.

– Seu humor anda mudando bastante ultimamente. – falei.

– Por quê? Eu não estava feliz antes?

– Estava, mas seu temperamento estava mais para esfomeada. – falei dando risada e ela me bateu. – Aí! Andou fazendo musculação sem me dizer, Sra. Potter?

– Muito engraçado você, pois saiba que a Sra. Potter aqui, vai mudar o humor logo, logo para agressiva. – ela disse e sorriu para mim.

A contagem regressiva começou. Dez, nove, oito, sete, seis...

– Preciso te dizer uma coisa. – falou ela enquanto eu bebia uísque de fogo. Quase lá, cinco, quatro, três... E se aproximando do meu ouvido ela disse – estou grávida.

– Feliz ano novo! – todos gritavam enquanto eu cuspia a bebida da minha boca.

– O que? Eu não acredito! – então abracei e a levantei do chão. Olhei para o céu e pensei que os fogos de artifício que ali explodiam podiam descrever exatamente a minha sensação de alegria.