Narrado na 3º pessoa.

Hope encarava a apresentação de bruxas. Seus olhos estavam cinzentos e seus pensamentos perdidos. Ás vezes ela se permitira olhar para Samantha e imaginar porque tantos sorrisos se formavam ao vê uma pequena demonstração de poder, é normal uma pessoa se alegra com pouca coisa?

– Legal né? - Samantha se direcionou a ela.

– O que é legal?

– O que elas fazem.

– Não vi nada de interessante. - declarou Hope fazendo um minimo sorriso surgi em seus lábios.

– Ah claro! é porque todos os dias você vê uma pessoa controlar o fogo. - reclamou. Samantha mantinha o olhar nas bruxas, observando cada movimento e ansiosa em saber qual seria o próximo truque.

– Isso não passa de idiotices - sussurrou Hope se afastando daquela multidão.

– Ei, Anna! - Samantha gritou.

– Oh céus! o que tenho que fazer para você para de me seguir?!

– Apenas me informar um bom lugar para passar a noite e outro para me alimentar. - Samantha disse quase esperançosa. O que ela não sabia, era que Hope também é nova na cidade.

– Acredite. Nem se eu soubesse te falava.

– Você é uma menina estranha. - Samantha resmungou. - Você me lembra eu mesma.

– Não somos nada parecidas, e se forcemos, faria questão de me suicidar. - Hope disse.

– Além de estranha, é engraçada! - respondeu rindo. Hope rolou os olhos e tentou mais uma vez se livrar da morena.

– Olha aqui, nós não somos amigas ok? Não me dirija a palavra, nem se quer olhe para mim. Agora segue seu caminho de pôneis rosas e eu sigo o meu. - Hope deu as costas e se sentiu vitoriosa ao percebe que ela não a segui a.

– Eu sei que não somos amigas, só estava tentando ser gentil, coisa que você não conhece e nem está acostumada.

– Não preciso da sua gentileza.

– Isso eu já sei. - Samantha deu de ombros e acompanhou Hope. - Não irei levar como bondade se você me informar um bom lugar para comer.

Mais uma vez, Samantha consegui o arrancar um sorriso de Hope, que apenas assentiu e segui o a procurar uma lanchonete em silêncio.

(...)

– Sério que essa é a melhor que você conhece? - resmungou a dar de cara com uma espelunca.

– Parece ser...agradável. - era uma verdadeira espelunca! a garçonete era uma velha de no minimo 76 anos. O lugar pareceu pouco frequentando e muito sujo.

– Qual será o prato principal? Baratas a bolonhesa? - Samantha falou com tom irônico, mas com olhar sério para Hope.

– Deve ser uma delicia. - Hope respondeu. - Vou indo, foi horrível te conhecer, tchau.

– Vai me deixar aqui? - Samantha grunhiu chorosa.

– Não seria sacrifício nenhum para mim, amor. - Hope passou pela porta sem olhar para traz. Diversas vezes tentou imaginar a cara de Samantha ao comer cada refeição ali.

– Sério que é vazio? - disse um dos homens entrando no estabelecimento. Hope olhara curiosa para os dois, uma sensação estranha a invadira. Como se fossem suspeitos.

Ela diminui o os passos e encarou eles sendo atendidos pela velhinha. Talvez sejam apenas pensamentos tolos, ou um pressentimento...

Hope se manteve imóvel a metros da lanchonete, ela sabia que algo de ruim iria acontecer e suspirou quando viu um dos homens fechar a cortina atrapalhando sua visão, segundos depois sentiu um cheiro incontrolável de sangue.

Cerrou os punhos e correu de volta a lanchonete. Empurrou a porta e encontrou a senhora inconsciente no chão e com o pescoço completamente rasgado, rodou o olhar e viu Samantha, encolhida no chão e com a mão na boca. Seus olhos emanavam desespero.

– A- Anna. - gaguejou.

– Oi gracinha. - um dos caras segurou Hope e tentou gravar os dentes no pescoço da mesma.

– Bela recepção eu recebi. - em milésimos o caçador virou presa e sua cabeça rolava pelo chão da lanchonete.

– Ai meu Deus! - Samantha gritou com a situação, nunca na sua vida havia presenciado uma pessoa ser decapitada na sua frente.

– Oras...Oras...Onde está o outro? - Hope falou lambendo o sangue de sua mão.

– É contra as regras matar vampiros. - uma voz logo surgiu atrás do balcão. Mais um vampiro...

– E quem disse que eu sigo regras? - Hope agarrava o coração do vampiro e o puxava devagar, sorria com a cara de dor que ele fazia. - Eu que decido quem vive e quem morre aqui.

– Ei, por favor relaxem. - um homem moreno apareceu e se sentou-se encima da bancada. - Me desculpe, agora se quiser ser gentil e não matar mais um dos meus caras... - tarde demais, Hope já segurara o coração que parava de bater os poucos.

– Que cara? - disse deixando o coração cair no chão.

– Sei que é nova na cidade, mas não ache que vou lhe obedecer. - ele disse meio irritado ao vê o corpo do amigo inerte no chão.

– Não me desafie e não terá motivos para me obedecer.

– Meu nome é Marcel e eu sei quem você é.

– Ainda bem que sabe, odeio apresentações. - Hope caminhou em direção a Samantha que ainda estava em choque com tudo. - Você está bem?

– Não, não me toque! - Samantha se encolhia cada vez mais, sua voz de medo ecoava pelo lugar. - O que vocês são...?!

– Isso não te interessa. - Hope respondeu rapidamente. - Não se preocupe.

– Recomendo leva-lá para um lugar seguro. - Marcel disse e logo desapareceu.

– Eu eu... - Samantha disse.

– Vai ficar tudo bem.