Ghostly escrita por Xtraordinary Girl, Kep


Capítulo 15
Filha de Cho Chang


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, X. Girl aqui!!! Como foram de natal e ano novo? Espero que bem!
Inaugurando os meus caps de 2015, espero que vocês gosteeem



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POV James Sirius Potter

Mas que merda. Eu sabia que ia dar errado a ideia de contar para o papai da Alex, mas eu tinha que fazer isso. Afinal, o rosto daquela mulher – tão parecido, mas tão distante de Alex – sempre o perturbou. Cho era o nome dela, eu acho, mas não tenho ideia do sobrenome. Algo oriental, também.

A resposta de papai tinha sido imediata, praticamente.

James Sirius,

Temos muito a conversar.

Estou a caminho de Hogwarts, chego ainda hoje.

E fique longe dessa menina até eu chegar, combinado?

Dessa vez, obedeça, por favor. Até que eu chegue, não chegue perto da suposta filha da Cho.

Harry Potter

Longe eu até conseguia, estava morrendo de raiva. Mas o fato de ele estar vindo a Hogwarts me assustava. Papai só vinha a Hogwarts em situações muito graves. E Alex Corner era, pelo visto, uma situação dessas. O por quê, eu não tenho ideia. Mas, se eu estivesse certo, e a mulher da foto fosse a mãe da Alex, eu estava ferrado.

Porque se uma imagem perturbava tanto Harry Potter, ela era importante, da pior maneira possível.

Despistei esses pensamentos assim que saí da aula de Herbologia, discutindo com Alex. É, isso já era uma rotina.

– Você é um idiota, Potter.

– Vai falar com o Parker e para de me encher, vai. - disse com raiva. Por que ela não ia, mesmo? Ele não era o namoradinho perfeito?

Não. Mas ela não queria saber. E se soubesse o que ele fez com a Lily, não se aproximaria. Pelo contrário, acho que os tapas que normalmente ardem na minha cara iriam para a do Parker. Pelo menos eles seriam merecidos.

– ALEXANDRA CHANG CORNER! - ouvi o professor Neville falar e me virei instantaneamente, observando a morena se dirigir de volta a sala. Era a segunda vez que alguém a chamava assim.

Chang. Eu já tinha ouvido esse sobrenome antes. Ouvido não, lido. Há muitos anos atrás, em uma carta direcionada ao meu pai. "Cho Chang". A mulher da foto. Eu tinha cada vez mais certeza de que Cho Chang era mãe da Alex, e cada vez mais certeza de que eu tinha me apaixonado por uma das únicas garotas que eu não podia.

Mas, se ela tinha esse sobrenome, por que sempre a chamavam de Corner? Eu precisava tirar essa história a limpo, antes de meu pai chegar.

POV Alex

James era definitivamente um nome que me assombrava, pelas melhores e pelas piores razões. Em menos de seis meses, dois já haviam surgido na minha vida, e virado ela de cabeça para baixo.

Como se descobrir que magia existe já não fosse o suficiente para fazer isso.

James Idiota Potter – o moreno conquistador barato, que já tinha conseguido de mim tudo: beijo, choro, gritos, brigas. E maldição, que tinha conseguido me deixar irritada todos os dias desde que eu cheguei.

James Deus Grego Parker – o loiro vingativo que, por alguma razão que eu ainda vou descobrir, odeia o Potter e é, aparentemente, afim de mim. Ou melhor, afim de humilhar seu xará.

Agora, se alguém me perguntar a razão do meu incômodo, aí está: eu não quero, e nem tenho o menor interesse, em namorar o Parker. Mesmo que o seu beijo seja viciante e, caramba, ele tenha aquele corpo. Ele era um amigo.

– Alex? - Roxy me chamou e eu a encarei. - Deu pra falar sozinha, agora?

– Fa-falar sozinha? - Gelei.

– É. - a outra deu de ombros, rindo discretamente. - O James que é "só seu amigo" está te chamando no salão comunal.

Merda. Por que ninguém nunca tinha me falado que eu penso alto? Assenti, com as bochechas levemente coradas e me levantei para encontrar o Parker.

– Nem uma palavra sobre o que você ouviu, Roxanne. - disse, em tom de ameaça. Ela revirou os olhos e me olhou, risonha.

– Pode deixar, Alex. Agora vai lá para o seu deus grego.

– Cala a boca, Weasley. - gritei das escadas, com raiva. Mas era Roxy, ela não contaria a ninguém. Então tudo bem.

Desci os últimos degraus depressa, imaginando o que James Parker iria querer comigo à essa hora da manhã.

– Oi James.

– Branquela. - ele me chamou, me abraçando.

– Algum problema com o meu nome, Parker? - revirei os olhos. Odeio apelidos "carinhosos", mas o loiro ao meu lado parecia nem ligar.

– Tenho, na verdade. Sabe, nomes que começam com A me irritam um pouco, prefiro B. - disse com um tom de sarcasmo, o que me fez empurrar o ombro dele. - Ah, vai. Se o Potter te chama de morena, eu vou te chamar de branquela.

– Primeiramente, o Potter não me chama de morena, ou pelo menos não com o meu consentimento. - rebati, cruzando os braços. - E segundo: você não é o Potter.

E nunca vai ser. Completei mentalmente. Ele deu de ombros sorrindo e puxou a minha mão, caminhando para fora do salão comunal.

– Vamos. Primeiramente, eu não posso ficar aqui. E depois, hoje começa o nosso plano. Vamos deixar o Potter louco. - sorri para ele, confiante.

James Potter, você não perde por esperar.

Assumi a minha melhor pose de garota apaixonada e entrelacei os meus dedos nos do loiro, sorrindo e puxando a franja para trás. Só não imaginei que o nosso alvo iria chegar tão cedo.

– Alex! - ele gritou, com uma voz afobada, como quem estava correndo. Logo a cabeleira escura do Potter apareceu e sua face também, vermelha de cansaço. - Eu preciso falar com você.

– Ela já está acompanhada.

– Eu to falando com a Alex, Parker, então cala a boca. - revidou o garoto, me encarando. - Eu realmente preciso falar com você, morena.

– É Alex, ou melhor, é Corner pra você. - respondi mal educada. Ter respostas na ponta da língua era algo que eu aprendi em casa, já que sempre precisava delas quando eu "conversava" com Cho.

– Tá bom, que seja. - ele parecia nervoso. - Dá pra você ir ali conversar comigo, por favor? - estranhei.Potter NUNCA pedia por favor, deveria ser algo grave. O encarei, em dúvida, e só então assenti, virando para o loiro.

– Já volto, ok? - sorri o mais falsamente que eu consegui e dei um beijo no canto da boca do Parker, o que o fez abrir um sorriso enorme. - Vamos logo que eu tenho mais o que fazer, Potter.

– Tem mais o que beijar, você quis dizer. - ouvi o moreno murmurar irritado, o que só aumentou meu sorriso.

Andamos até um corredor menos movimentado e ele parou e me olhou. Passou as mãos nos cabelos bagunçados, olhou para o chão e me encarou de novo. Cruzei meus braços, impaciente.

– Anda, Potter, fala!

– Qual é o seu nome? - ele perguntou e eu franzi a testa. Meu nome? Aquilo só podia ser brincadeira.

– Meu nome? Qual é, Potter, anda logo, para de fazer graça! - mandei, mas ele repetiu a pergunta.

– Alex, qual é o seu nome?

Naquele momento eu entendi o que ele estava perguntando. Ele queria saber meu nome completo, por algum motivo. Cogitei as duas opções: meu nome completo, ou meu nome como eu considerava completo. Optei pela segunda opção.

– Meu nome é Alexandra Corner, mas você já sabe disso. - completei, o encarando. Ele negou com a cabeça e se dirigiu a mim novamente, dessa vez com um olhar mais sério.

– Isso é o seu nome completo? Não tem mais nada? - engoli seco. Ele sabia de alguma coisa, e eu também sabia. Mas nenhum dos dois estava disposto a jogar as cartas na mesa.

Chang. Aquilo era um sobrenome, meu sobrenome, na verdade. No papel, nas listas dos professores, em tudo estava escrito esse nome. Mas como eu poderia considerar Chang, se ele evidenciava a minha descendência, coisa que eu não queria que ninguém soubesse? Chang era o sobrenome que remetia a Cho, a mulher que eu poderia chamar de "mãe", se agisse como uma, é claro.

E eu não queria em mim nada que remetesse aquela mulher, aquela monstra.

– Pergunta logo o que você quer saber, Potter. - disse, cansada e preparada para ouvir qualquer coisa, menos o que ele perguntou.

– Você é filha da Cho Chang, Alex?

Meu silêncio já deu ao moreno a resposta, mas ele não tirou o olhar de mim. Esperava uma devolução, mesmo que uma mentira. Mas não adiantava mais mentir, então o encarei de volta e comecei a falar, sem medir as palavras que saíam de minha boca.

– Se você considerar "ser filha" sair do ventre de uma pessoa, mas ser maltratada a sua infância inteira, nunca ter sido valorizada, não saber o que é "amor de mãe", muito menos carinho, sim, eu sou filha dela. Mas agora, se você quer saber se ela me criou, se eu tenho alguma influência dela, a minha resposta vai ser não, para sempre. Não sei o que você considera ser mãe, Potter, - disse, com a voz rouca e tentando ao máximo conter qualquer emoção. - mas eu considero que ser mãe é amar, dar carinho, respeitar, ou no mínimo cuidar. E nesse caso, eu posso afirmar com toda a certeza do mundo: eu não tenho mãe.

Potter não respondeu, nem abriu a boca. Ele continuou me encarando, como quem não sabia o que dizer. E talvez não houvesse, mesmo. Eu não queria ser consolada, muito menos um "eu entendo", e se ele falasse "mas ela é a sua mãe!" eu daria um belo soco naquele nariz arrebitado. Ao invés disso, o moreno assentiu, finalmente desviando o olhar.

– Eu até ia perguntar o por quê da pergunta, mas você não vai responder. - concluí, dando de ombros. - Então, tchau Potter.

– Porque eu tinha que saber se era verdade mesmo. - ele disse baixo e eu virei, com curiosidade. - Se o meu pai vai realmente me matar, e ele vai. Mas sabe, morena, eu acho que talvez ele até goste de ouvir esse seu discurso sobre como você odeia a sua mãe...

– E eu posso saber o que o seu pai tem a ver com o fato de eu ser filha da Cho Chang ou não? - mais uma resposta na ponta da língua.

– É que eu quero saber se o meu filho está apaixonado por uma Chang, para poder alertá-lo de que é mau caminho. Se bem que, pelo visto, ele não está nem aí para as minhas ordens. - ouvi uma voz grossa atrás de mim e o rosto do Potter ficou branco como cera.

Olhei para trás e arregalei os olhos, avistando um homem bem mais alto do que eu, com óculos redondos e absolutamente igual ao Potter, exceto por uma cicatriz que o mais velho tinha na testa, em forma de raio.

– Alex. - a voz de James saiu tensa, me fazendo olhar para ele. - Esse é o meu pai, Harry Potter. Pai, essa é a Alex.

– Prazer, Alex. James, tenho coisas a resolver aqui, mas quando eu voltar convesamos. Sério.

O pai dele ficou me encarando por bastante tempo e eu desviei o olhar, envergonhada. Não sabia o que a Cho tinha feito para ele, mas parecia grave o bastente para ele proibir o filho de falar comigo.

Se bem que isso não seria algo ruim... Ou talvez fosse, mas eu não admitiria isso nunca. Mas meu coração acelerou, descompassado.

– Relaxa, Alex. - o moreno disse ao meu lado. - Sabe, o meu pai pode parecer meio bravo às vezes, mas ele não vai me impedir de irritar você. É o meu passa-tempo preferido.

– Deixa de ser idiota, Potter. - respondi, mas eu sabia que ele estava falando a verdade.

Eu estava com medo de perder James Idiota Potter e isso estava me deixando louca.


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