Como Assim Apocalipse Zumbi? escrita por Lelly Everllark
Notas iniciais do capítulo
Ok, eu disse que ia postar esse capítulo ontem, mas me deem um desconto, isso ainda foi rápido se levar em conta a minha enrola de sempre...
Espero que gostem desse capítulo e até esqueci de perguntar, o que acharam do Ben? Esse capitulo ele conta um pouco mais da história dele, como ele foi parar no meio daquela confusão? U.u leiam de descubram...
Adoro vocês e BOA LEITURA!! ;)
Eu, Amy e Ben caminhamos meio as cegas, afinal eu já não tinha mais ideia de onde procurar. Andamos por algumas horas e nesse meio tempo eu e Amy tentamos explicar a ele mais ou menos o que aconteceu no bunker e como acabamos sozinhas mesmo com um grupo de oito pessoas.
- ...ai eu e Liz voltamos para buscar, eu minha foto e ela o seu colar, mas quando saímos dos quartos o corredor já estava dominado, então tivemos que sair por outra porta e acabamos sozinhas e perdidas, ai encontramos você – Amy terminou de narrar nossa historia. – Mas e você, como terminou com o seu pai daquele jeito?
Ben suspirou e eu notei sua reação.
- Se não quiser... – comecei, mas ele me interrompeu.
- Não, tudo bem, eu quero contar – ele garantiu – Minha mãe, ela morreu bem no inicio disso tudo, então ficamos só meu pai e eu, e nós dávamos conta, protegíamos um ao outro, aprendemos a sobreviver, achamos uma casa e nos instalamos lá e estava indo tudo bem – ele disse com um sorriso nostálgico – Mas como tudo que é bom dura pouco, nossa casa foi invadida, só que não foi pelos mortos, e sim pelos vivos.
- Vivos? – perguntei confusa – Como assim?
- Um grupo de caras armados, papai e eu nos escondemos, nem tentamos revidar, não tinha lógica, nós éramos dois e eles mais de dez, nós fugimos – ele disse com raiva – Dá nossa própria casa! Mas pra eles não foi o bastante nos fazer fugir, atiraram em nós, acertaram meu pai na perna direita e eu de raspão no braço – ele tocou o braço em que eu tinha feito o curativo – Ai...
- Espera! – Amy o interrompeu – Por que esses caras queriam a casa de vocês se tem tantas casas vazias por ai? Por que simplesmente não se apossar de outra?
- Boa pergunta – concordei – Por que eles queriam a casa de vocês, Ben?
Ele suspirou.
- Eu e meu pai não sabíamos, não antes de nos mudarmos pra lá, mas o maluco que morava na casa antes de nós, o dono provavelmente, tinha um estoque de aramas no porão, tinha de tudo, fuzis, AK’s, espingardas, pistolas, rifles, tinha até metralhadoras lá, e isso era bom por que nós não tínhamos nada além do machado de cortar lenha do meu pai e uma faca de cozinha que eu tinha pego em uma casa que visitamos, mas enfim, de algum jeito eles sabiam, o que era estranho, já que quando chegamos à casa ela estava toda empoeirada como se não tivesse ninguém lá por meses, acho que algum deles já tinham ido lá, por que sabiam exatamente o que fazer e aonde ir, mas mesmo assim eles derrubaram algumas coisas até achar a porta do porão.
- E foi no meio dessa confusão que vocês fugiram – deduzi e ele assentiu.
- Exatamente, e como eu disse os cretinos atiraram em nós, eu e meu pai estávamos feridos, mas não tivemos problemas para fugir e nos esconder, eles não vieram atrás de nós, queriam a casa e as armas. Eu e meu pai ficamos bem por uns dois dias, indo e um lugar para outro como no inicio.
- Mas... – Amy incentivou, eu também sabia que vinha um “mas” por ai, afinal o pai dele estava morto.
- Mas a ferida do meu pai infeccionou, mesmo comigo limpando e trocando os curativos, ele estava fraco e nós fomos cercados, e como se por um milagre nós conseguimos matar todos eles, estava tudo bem – a voz dele ficou embargada, eu sabia que era difícil falar de algo como isso, então não o culparia se ele parasse, mas ele não parou. – Ai apareceu mais um deles, do nada, e foi na direção dele, um minuto que eu abaixei a guarda foi o suficiente para ele ser mordido, eu atirei naquela coisa o mais rápido que consegui, mas não foi o bastante, meu pai já tinha sido mordido e eu fiquei lá com ele, até seus olhos se fecharem pelo cansaço, eu achei que ele só ia dormir, que tínhamos mais algumas horas, mas a ferida já tinha consumido toda sua energia, foi ai que eu entendi que ele não ia mais abrir os olhos, então fiz o que tinha que fazer – disse olhando pra mim com um sorriso triste – E depois vocês apareceram correndo, e pareceram decepcionadas por ver um garoto no meio de um monte de corpos de zumbis e um homem morto.
- E estávamos mesmo – disse dando de ombros o fazendo arquear uma sobrancelha de forma interrogativa – A gente achou que fosse nossos amigos, e não um garoto em uma cena de filme de terror.
- Cena de filme de terror? Isso por que você não viu a coisa toda do meu ponto de vista – disse, mas de repente ele pareceu não achar mais graça – Se vocês tivessem aparecido meia hora antes, acho que meu pai não teria morrido, você é medica e ao que parece atira muito bem.
- Obrigada – agradeci. – Mas acho que você não devia ficar pensando no que poderia ter acontecido, já aconteceu e não podemos mudar isso, o que podemos fazer é viver da melhor forma que conseguirmos, não deixarmos de ter esperança e principalmente acreditar que tudo vai dar certo.
Amy e Ben sorriram pra mim e me deu uma súbita vontade de abraçá-los, mas não o fiz, não era hora e nem o lugar, ao invés disso, sorri pra eles também.
- Vamos pirralhos – disse mais uma vez só para irritá-los e acabar com esse clima de tristeza – Eu quero achar o pessoal, mas primeiro preciso achar comida, então vamos logo com isso.
- Hei! – Amy protestou, mas estava sorrindo.
- Como assim pirralhos? – Ben perguntou indignado, me fazendo rir um pouco mais.
- Parem de reclamar e vamos logo!
Andamos por várias horas até chegar à auto-estrada, só que eu não sabia se era a auto-estrada que dava para o bunker, a que eu e Amy encontramos na noite passada ou era outra completamente diferente, ou ainda, se todas elas não eram a mesma, eu definitivamente não era boa com isso de seguir rotas e caminhos.
A barriga de Amy roncou e ela corou.
- Eu estou bem – ela garantiu – Serio.
- Ben – chamei – Você tem alguma comida?
Ele negou com a cabeça.
- Eu mal consegui pegar minha pistola quando fugi.
- Eu sei como é isso – resmunguei – Mas não importa, temos que dar um jeito de conseguir comida.
- Onde? – Amy perguntou.
Eu olhei em volta pra ver se um mercadinho que ainda não tinha sido saqueado não ia cair do céu na nossa frente, mas não, tudo o que tinha a nossa volta eram carros abandonados e empoeirados. Estava prestes a dizer a Amy que não fazia ideia de onde procurar quando alguma coisa chamou minha atenção.
- Ali – disse apontando para a construção vermelha a mais ou menos um quilômetro a frente torcendo, para que não fosse uma miragem, e que lá realmente tivesse comida, afinal já estava escurecendo e a minha ultima refeição tinha sido a mais de vinte e quatro horas.
Não precisei dizer mais nada para seguirmos na direção da construção, quando a alcançamos a reconheci, era a mesma loja de conveniência que eu e Alex tínhamos entrado antes de seguir para o bunker, a mesma em que eu tinha sido atacada por uma gelatina verde... Algo nessa constatação me fez querer chorar, e não sei se foi o fato de me lembrar do Alex e não ter ideia se ele estava bem, se estava vivo, ou mesmo se já tinha comido alguma coisa, ou o fato de ter sido atacada por uma daquelas coisas de tão perto dentro desse lugar, ou o até, fato de que eu já tinha entrado nesse lugar e talvez não encontrássemos nada ai, sinceramente, eu não sabia dizer.
- Liz – Ben me chamou me tirando dos meus pensamentos – Você vem?
- Vou sim – respondi respirando fundo e os segui.
A lojinha estava como eu me lembrava, só mais empoeirada e o que já tinha sido o zumbi que me atacou era só um resto em decomposição. As prateleiras vazias e caídas não eram nada animadoras e a luz alaranjada do por do sol iluminava todo lugar nos mostrando que não tinha mais ninguém alem de nós.
- Acharam alguma coisa? – perguntei revirando tudo o que pude ver, atrás de uma barrinha de cereal que fosse, não vi nada.
- Achei! – Amy gritou tão alto e de uma forma tão animada que me fez sorrir.
Eu e Ben seguimos na direção dela, e contra todas as probabilidades ela tinha nas mãos, ostentando como um troféu – o que dadas as circunstancias era mesmo -, uma lata de salsichas em conserva, nunca fui muito fã de salsicha, mas naquele momento fiquei mais do que feliz em ver o nome no rotulo da lata.
- Ai meu Deus! – Ben exclamou – Isso é carne?
- Carne, carne acho que não é não, mas é quase carne – disse divertida.
- Hei! – Amy disse ofendida apertando a lata contra o peito – Não reclame das minhas salsichas!
- Ok – disse levantando os braços em sinal de rendição – Acharam mais alguma coisa?
- Essa garrafa de água – Ben disse mostrando a garrafa de 500ml empoeirada, mas que com a graça de Deus estava devidamente lacrada – E você Liz?
- Nada – disse suspirando – Mas acho que isso por hoje dá, comemos as salsichas, que são carne, da Amy – disse divertida e ela sorriu – Bebemos um pouco de água e amanhã nos focamos em achar água e comida antes de achar o pessoal, por que sem isso não vamos a lugar nenhum.
Eles assentiram e nós saímos da loja sem maiores problemas – para o meu alivio – só para nos depararmos com um céu já quase completamente escuro e fomos atrás de um lugar pra passar a noite, se fossemos só eu e Amy podíamos fazer como na noite anterior e dormir dentro de um carro, mas agora éramos três e já tínhamos feito a experiência, não dava certo.
Acabamos por fazer um cercado com quatro carros na beira na estrada e nos sentamos lá dentro, não era a coisa mais segura do mundo, mas pelo menos nos daria tempo caso mais de um deles aparecesse, afinal se não bastasse à falta de água e comida, também não tínhamos munição, a pistola de Ben estava carregada, mas era só isso, as minhas e a minha AK estavam completamente sem munição, só tinha minha faca, Amy também, só tinha a faca que eu tinha lhe dado e isso não era bom, nada bom.
Me livrei dos meus pensamentos quando vi Ben abrindo a lata de salsichas com sua faca, tínhamos feito uma fogueira dentro do nosso cercado, afinal era isso ou morrer de frio, ele terminou de abri-la e a estendeu para Amy, a ruivinha foi a primeira a pescar um salsicha, Ben logo fez o mesmo e depois fui eu, e eu tinha que admitir essa era de longe a melhor salsicha que eu tinha comido na vida, talvez fosse a fome, mas eu não me importava, estava bom de mais.
Em questão de minutos esvaziamos a lata, mas eu estava longe de estar saciada e acho que eles também, bebemos um pouco de água – guardando o resto pra amanhã – e tentamos convencer o estomago de que isso era suficiente por hoje. O meu pelo menos não aceitou. Suspirei olhando o céu depois de um tempo, Amy tinha dormido e Ben encarava o fogo como se de lá fosse sair alguma comida muito saborosa, por que era só nisso que eu conseguia pensar agora, acabei bocejando. Esse era o jeito do meu corpo me dizer que eu não dormia há quase dois dias, isso é claro se não contasse o cochilo dentro do carro hoje de manhã.
- Você pode dormir – Ben disse desviando os olhos do fogo pra mim – Eu vigio e te acordo se alguma coisa acontecer.
- Melhor você dormir – disse quase aceitando sua proposta, eu estava exausta, mas no fim Ben precisava disso mais do que eu – O seu dia foi muito longo, melhor você descansar.
Ele me olhou desconfiado e isso me magoou um pouco.
- Acha mesmo que eu vou te fazer mal a essa altura do campeonato? – perguntei ofendida.
- Não! – ele negou com a cabeça e com as mãos – Isso não, você é a melhor pessoa que já conheci Liz, antes ou depois do fim do mundo, é só que é estranho ter meu sono vigiado por outra pessoa que não meu pai.
Eu assenti sorrindo.
- Sei exatamente como se sente – disse olhando para o fogo e depois pra ele – A primeira noite que passei com meu namorado, nós éramos dois estranhos e fazia muito tempo que eu não conversava com outra pessoa, quem dirá confiar em uma, por isso quando chegou a noite eu fiquei receosa de dormir, mas no fim deu tudo certo, mas acredite é estranho.
Ele sorriu pra mim também.
- Se não vai melhorar, melhor eu ir me acostumando, certo? – ele perguntou bocejando e eu assenti divertida.
- Quando tiver quase amanhecendo eu vou acordar vocês – disse assim que ele se deitou – Também preciso de uns minutos de sono ou vou desabar amanhã.
- Tudo bem – ele disse sorrindo – Me acorde quando quiser. E Liz – ele chamou quando eu voltei a olhar as estrelas, o encarei outra vez – Obrigado.
- Pelo que? – perguntei sem entender.
- Não me deixar ir embora – disse e fechou os olhos.
Sorri outra vez olhando os dois dormindo, Amy ao meu lado e Ben na minha frente, alguma coisa me dizia que eu ia acabar me apegando de mais a esses pirralhos, mas eu não me importei, a gente estava completamente ferrado, mas eu tinha esperança de que logo, logo encontraríamos o pessoal e estaríamos envolta de uma fogueira como essa contando nossas aventuras e rindo das nossas histórias.
Peguei o colar da minha mãe em meu bolso e depois de algumas tentativas fracassadas consertei o fecho e o coloquei no pescoço, para logo em seguida abri-lo, o colar era um porta retrato em forma de coração e tinha uma foto minha de um lado e uma dos meus pais do outro, assim como a foto de Amy, me ajudava a não esquecer o rosto deles.
Mal vi o tempo passar, eu estava cansada então não prestei atenção em muita coisa, quando dei por mim o céu começou a clarear, devia ser umas quatro ou cinco da manhã, decidi acordá-los afinal eu precisava de um cochilo também, e felizmente pra mim só três zumbis apareceram e não foi muito difícil matá-los.
Suspirei tentando manter os olhos abertos e balancei os ombros de Amy.
- Amy! – chamei tentando não assustá-la – Amy! Acorde!
Ela levou alguns minutos para se sentar e abrir os olhos, mas quando o fez, sorriu.
- Bom dia! – disse animada.
- Bom dia! – respondi divertida – Acorde o Ben, eu estou indo dormir, e, por favor, não me deixe dormir de mais temos que continuar. E se alguma coisa acontecer não hesite em me chamar.
- Sim senhora! – ela disse contendo um bocejo e batendo continência, revirei os olhos e ela foi acordar o Ben.
Me virei para o lado e deitei, e acho que dormir antes mesmo de tocar o chão, em questão de segundo eu mergulhei na escuridão sem fim.
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Eai? Gostaram de saber mais sobre o nosso loirinho?
O que acharam do capítulo? Vou ficar esperando o comentário de vocês...
Beijocas de pé de moleque (ok, eu viajei no clima de festa junina #MeJulguem) e até o próximo capítulo!! :*