Slenderman: Beginning escrita por Beyond B Nat


Capítulo 24
Azar


Notas iniciais do capítulo

"Quê? Capítulo novo? Em menos de um mês?!"

Sim sim :v Quebrei levemente a cabeça, mas lancei logo mais um seguido (digo seguido por que não alternei com Legião Vermelha) para compensar um pouco o capítulo curto que foi o anterior para uma espera tão grande.

Bem, espero que gostem, esse capítulo ocorre seguido do anterior.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/527081/chapter/24

A casa da qual acabara de se mudar possui dois andares, e o quarto de Tom ficava com a janela virada para a floresta. Muito conveniente. Não preciso fazer “contato visual”, mas fica mais fácil entrar em sua mente estando perto dessa forma.

Ele não estava muito feliz com a mudança, pois era mais uma de várias outras que ocorriam constantemente, era algo chato e frustrante. Simplesmente as amizades que fazia eram deixadas para trás. Mesmo existindo internet para manter contato, não era a mesma coisa.

Enquanto Tom colocava suas coisas no quarto, seu gato ficava na janela me observando. Creio que não posso me ocultar tão facilmente de animais, apesar de que já testei que posso controlá-los, mesmo assim, não há incomodo com isso.

Um tempo depois, quando estava quase terminando de arrumar suas coisas em seu quarto, seu pai apareceu para conversar. O adulto notou que o jovem não estava animado com a mudança, isso desde que entrou no carro.

Tom falou o que o deixava inconformado e que não queria ter se mudado e, claro, o pai argumentava para ele dar uma chance a cidade e que poderia ser melhor do que uma cidade grande.

— Vou começar o último ano agora, não custava deixar eu me formar antes? Bom que eu nem precisaria sair de Los Angeles, ficava por lá e você e a mãe vinham pra cá.

— Pretendíamos nos mudar antes, mas você sabe que demorou pro apartamento ser vendido. Esse é um novo lar, uma nova vida. Dê uma chance, você vai gostar daqui.

— Tá. (“Nem fudendo.”)

— Quando terminar, desça para mais tarde jantar.

— Ok.

Ele está bem irritado. Após o pai sair do quarto, única coisa que Tom fez foi bufar, deixar a última caixa no lugar e ficar uns minutos sentado no batente da janela, olhando a floresta com o gato junto dele. Ele a princípio estava desconfiado pelo felino ficar tanto tempo olhando para esse lugar, mas rapidamente perdeu o interesse nisso. Ele estava entediado e a única coisa que poderia fazer por hora era aproveitar o silêncio noturno dessa floresta escura.

A calmaria é algo tranquilizador. “Boa noite, floresta negra. Descanse nesse seu lindo silêncio.”

Uns dias depois, chegou o momento dele ir ao colégio, seu primeiro dia. O local não é muito longe, mas não posso focar no que acontece em sua mente tão distante assim. O que posso fazer? Pensei por alguns minutos, até que lembrei de um animal do qual vez ou outra voa por perto. Um corvo.

Não passou muitos minutos para Tom ir ao colégio e eu usar um corvo para observá-lo. Seu pai o havia dado carona, sendo que seria apenas para conhecer o caminho, e ao chegar faltava um bom tempo para a primeira aula, então havia alguns alunos matando tempo conversando. Em um grupo os jovens estavam falando dos “boatos” sobre o parque onde me encontro preso. Não era novidade esse assunto ser falado, principalmente entre adolescentes.

— O quê? Sério que você acredita que o Homem Esguio existe?

— Claro que ele existe, ninguém entra naquela floresta por isso.

— Dizem que ele faz um “jogo” com quem entra lá.

— Ah! Já ouvi falar disso!

— Também ouvi que ele entra nas nossas mentes e consegue nos enganar nos fazendo não conseguir enxergá-lo ou até ver outra pessoa.

— Será que também é verdade que ele tem tentáculos nas costas

— Tentáculos? Ouvi que eram vários braços.

— Pra mim isso é só lenda.

— Mas é verdade! Uma vez… - a pessoa se calou ao ver Tom chegando.

Ao perceber a ação repentina do colega, uns do grupo olharam para trás imediatamente.

Tom passou pelo grupo, sua expressão era indecisa, talvez (não consigo ler sua mente através do corvo). O grupo ficou quieto conforme ele passava e depois de se afastar ou pouco eles sussurraram.

— Aquele cara é novato?

— Acho que sim, nunca o vi antes.

— E por que ficou paralizado, Sam? Lembrou do Homem Esguio só porque o novato é alto? He he.

— Você pode não acreditar que ele existe, mas, qual é, a gente fala do monstro e surge esse cara do nada? “Cê” é louco…

— E o novato passou bem quieto… Sinistro.

— Vocês só pensam besteira. Vamos logo que daqui a pouco começará nossa aula.

E nem posso fazer o corvo entrar dentro do prédio para ver mais claramente o que acontece com o garoto… Acho um pouco estranho o compararem comigo, de fato, ele possui alta estatura, mas lembrar de mim desse jeito? Não faz muito sentido…

Tentei usar o corvo da forma mais discreta possível. Não pude observá-lo muito claramente, já que seria capaz das pessoas suspeitarem do comportamento da ave, mas eu podia observar uma leve dificuldade para socializar, uma certa indecisão no que utilizar para puxar conversa. Ele se muda muito, não devia saber como se adaptar e conhecer novas pessoas? Bom, talvez esse fator não tenha a ver com isso.

Algumas pessoas eram possível notar cochichando pelos cantos quando ele passava num local, em alguma sala uns conversando no fundo o olhando enquanto ele estava logo à frente… No tempo que estou aqui, sei que não é muito comum alguém vir de fora, aí é fácil ser notado um novato no colégio local, mas parece que, por certo azar, a primeira impressão sobre Tom caiu de forma negativa, ligando a mim pelo seu físico.

Além disso, uns dias atrás, na véspera de sua mudança, dois adolescentes foram desafiado a ganhar o meu “jogo” e os matei bem rápido, sem deixar vestígios, com isso sendo dados como desaparecidos. A polícia não está levando muito a sério o que colegas destes informaram, de que dois irmãos foram desafiados a atravessar o bairro só para conseguir sobreviver a noite no parque.

Para a polícia ligar desaparecimentos diretamente a floresta é só para alimentar uma lenda local (garanti que o pensamento fosse esse), mas para parte dos jovens a lenda é real. Possivelmente, há uns que pensem que Tom possui ligação com os últimos desaparecimentos, afinal, ele mora numa casa ao lado da floresta e se mudou justamente no dia seguinte ao desaparecimentos dos dois adolescentes.

Parece que alguém se encrencou com o azar…

O observei por mais um tempo. Havia vez ou outra tentativas suas de puxar conversa, mas eram algo que morria rápido, isso até o ponto que na metade do dia ele perdeu a vontade de tentar falar com alguém. No fim da última aula ele seguiu para casa e quando estava mais perto liberei o corvo de meu controle.

Quando chegou em casa já era possível sentir o seu nível de frustração, apesar de não liberar de cara quando sua mãe o perguntou como foi seu dia. Se restringiu apenas em dizer um “legal” seco e se fechar no quarto.

— “Como foi seu primeiro dia”... Ah, foi ótimo, uma ótima merda! - ele falou irritado e se deitando na cama, chamando a atenção de seu gato e este saindo lá de baixo, onde estava faz um bom tempo.

Veio a sua mente cenas que não pude ver por conta das limitações de usar um corvo para observá-lo. Ele reparou que algumas pessoas o olhavam de forma estranha, ele tentava conversar mas era tratado com desdém, uns ou outros se afastavam, e numa situação, no refeitório, ele tentou forçar amizade de forma um pouco mais direta, mas recebeu resposta grosseira.

Não posso saber totalmente se foi assim, é o ponto de vista dele mas, mesmo tendo sido assim ou não, é bem familiar.

“Que merda! Não sei o que é pior. Esse dia ou minha mãe me fazendo aquela pergunta idiota como se eu fosse criança! Acho que perdi a prática de fazer amizade… Ou isso ou por algum motivo ninguém quis ir com a minha cara.” - ele pensou

— Hunf! Eu não devia ter saído de Los Angeles... O que você acha, Orion?

O gato apenas ficou quieto onde estava deitado no chão.

— Talvez eu devesse aturar isso e tentar me adaptar a esse lugar. Isso até eu me formar e ter uma oportunidade de cair fora.

Ele se levanta e pega seu notebook, pretende assistir um filme que tinha baixado. Tom tentou se afastar um pouco os pensamentos estressantes e pensar que daria certo, que o primeiro diz sempre é difícil, mas dentro de umas semanas teria novas amizades.

Estou levemente curioso para saber no que vai dar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hoje não sei se estou com saudade do Tom ou com raiva, porque eu relendo a antiga fic tou tipo “cara, deixa de ser chato!”, kkkk
Não seguirem 100% a antiga fic, isso é um reboot mesmo aí alguns eventos serão iguais e outros diferentes, não apenas com o fato de tudo agora estar no ponto de vista do Slender, mas também porque há coisas que eu queria mudar faz tempo. Espero que vocês gostem dessa nova fase da fic e que me perdoem por o capítulo anterior ter demorado tanto para sair apenas seiscentas e poucas palavras, kk



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Slenderman: Beginning" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.