Slenderman: Beginning escrita por Beyond B Nat


Capítulo 22
Jogo de tabuleiro


Notas iniciais do capítulo

*postando antes que voltem minhas aulas na facu!!!*

Dessa vez não levei meio século, kkkk

Espero que gostem ^^



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— E o que acha que deve ser feito?

— O de sempre, isso é óbvio, a menos que ele nos diga que devemos fazer outra coisa.

— Hu... É irônico eu estar fazendo isso desde os, sei lá, 12 anos e não sentir remorço algum.

— Acontece, não é? Mas, pra mim, antes isso do que ser mais um caso dos "fake proxies".

— Devo concordar.

— Depois que a mente quebra... Hu, simplesmente "foda-se o mundo". Bom, vamos logo acabar com isso, o Operador está nos observando faz uns 5 minutos.

O rapaz usando um moleton amarelo olhou em minha direção, antes de colocar a máscara negra sobre sua cabeça e o capuz enquanto seu companheiro colocava a máscara branca sobre a face, para assim ambos "cuidarem" de um humano que registrou filmegens das quais eu apareço. Um com uma faca em mãos. Outro com um cano de metal.

Nos últimos anos tem sido assim desde que adotei meu novo método de ter proxies. Apenas o necessário basta. Um humano tem sua mente quebrada e segue minhas ordens sem questionar. Alguns, os "fake proxies", crio em situações de maior necessidade. Estes não sabem que são controlados, algumas vezes são justamente as pessoas que conseguem registros de minha existência, porém, o preço disso é uma leve sequela cerebral, que pode variar a gravidade de pessoa pra pessoa.

Pra ter algo com melhor garantia, ordeno que algum proxy cuide do humano que posso expor minha existência, o problemático é que há certa dificuldade de criar vários. O mínimo que posso fazer é mandá-los ficarem atentos às pessoas que podem perceber minha existência ou transportá-los para onde vejo necessidade deles matarem alguém sem que eu mesmo faça isso.

Após Mask e Hoodie cuidarem do humano, eu já não estava mais no local. Passou tanto tempo desde que me tornem o que eu sou que simplesmente acaba vez ou outra eu passando mais de uma vez em alguma cidade.

Condado de Morgan, há vários com esse nome em vários estados pelo país, nove, para ser exato. Alabama, Colorado, Geórgia, Illinois, Indiana, Kentucky, Missouri, Ohio, Tennessee, Utah e Virgínia Ocidental. Passei por alguns deles, uns mais de uma vez. Esse que estou é a segunda vez, ou seria a terceira?

Se me recordo bem, a vez que passei por esse local foi em 1989. De humanos que tive que dar um fim, há uma garotinha descuidada, aproximadamente da idade de Sally quando morreu. Ela estava voltando pra casa, mas seguiu pelo caminho da floresta, por que seguiu um esquilo para brincar com o roedor, porém se perdeu por estar anoitecendo. A criança andou por um tempo, até que me viu, apenas a encarei. Cometeu um erro, não devia ter me encontrado.

Aquele som que emito, ecoou e sua mente, ela estava imóvel, em choque. Meus tentáculos apareceram, mas, não a matei. Apareceu um vulto que a atacou. Smile Dog, sempre aparecendo... Irritante. Bem, então foi ele quem ela viu.

Smile foi para cima dela, dilasserou sua garganta e comeu sua carne.

"Não possui nada de mais para fazer?"

"Atrapalhei em matar a criança?" — ele falou enquanto a comia - "Foi mal, estou morto de fome, não como a dias!"

"Não é problema meu."

Smile parou para lamber o sangue em seu pelo.

"É, bem o que dizem mesmo, você não liga pra mais nada, que chato."

"Estou no mínimo falando contigo. Se preferir, posso ignorá-lo."

"Só te dou o concelho de sair desse lugar. Não é só você, tou avisando pra outros monstros também. A energia desse lugar não é boa, há uma área, bem perto de onde estamos, que simplesmente não consegui sair durante o dia. Custou pra eu sair de lá, fiquei cheio de fome!"

"Ok, guardarei o concelho."

Me aproximei do que restou da garota. Sobrou somente as roupas e alguns ossos com restos de carne.

"Cão Guloso."

De repente senti uma presença e ouvi uma voz adulta gritando "Jessica! Jessica, cadê você?"

"Um humano."

"Vou nessa!"— Smile falou e antes que eu me virasse, ele sumiu. Esse cão maldito...

Me levantei, estava com as roupas da garota em minhas mãos e o homem me encontrou. Tive que apagar a memória dele, mas não consegui com sucesso. Pouco depois ele se lembrou e foi à polícia falar sobre o desaparecimento da filha. O policial que o interrogara tinha uma atitude séria e tentava acalmá-lo com a situação. Thomas, que era o nome do homem, estava paranóico e desesperado, sabia que eu iria atrás dele e foi assim. Apenas assisti um pouco do seu interrogatório antes de matar ele e o policial. O policial conseguiu atirar em mim, mas isso não me fez efeito.

Esses foram os últimos momento nessa cidade, e estou nela novamente. Passei em vários locais mais de uma vez, isso é normal. Essa cidade encontra-se um pouco maior do que na ultima vez que estive aqui. ainda existe áreas de florestas, apesar de que umas que existiam antigamente foram substituídas por casas.

Observei uns humanos e outros, mas nenhum estava me inspirando muito interesse, na verdade. Cheguei perto de anoitecer, aí, depois de um tempo, notei um pequeno grupo de humanos, entre 14 e 17 anos andando e suas mentes possuiam algo que me chamou atenção "floresta amaldiçoada", "fantasmas", "mostros"... Eles pretendiam fazer algo que era uma péssima ideia, um deles estava carregando um Tabuleiro Ouija. Isso é algo intrigante, um dos meios que humanos usam para falar com espíritos.

Os humanos andaram em direção a uma área cercada e escalaram a cerca com facilidade. Me transportei para dentro da área e entrei na mente do jovem que estava mais atrás. Eles estão com interesse no ar sobrenatural que há nesse lugar. Existem vários boatos, inclusive de monstro como... Espere. Na mente desse humano, há características de alguns monstros que conheci, inclusive o Smile Dog. Não pode ser... Se esse for o local...

— Ei! Parece que aqui está bom! - um dos jovens falou.

Ele estava próximo de uma construção com duas portas. Uma espécie de banheiro do parque. Todos se dirigiram para o local, o que carregava o tabuleiro o posicionou no chão e colocou a peça principal no centro, enquanto outro acendia umas velas e as deixavam em volta.

— E então... Última chance para os medrosos desistirem.

— E quem é que quer voltar sozinho?! Para de enrolar e pergunta logo.

— Ok... - todos colocam o indicador sobre a peça triangular com um buraco no centro - Tem alguém aí?

Nada aconteceu. Bem, não custa nada me alimentar um pouco de seus medos.

— Tem que falar com mais clareza, você é muito medroso, em. Tem alguém aí?

Me concentrei em um dos humanos, ele a moveu sem perceber.

**Sim**

— E-ei, Dave! Não é pra mexer a peça!

— Mas não mexi, eu juro!

— Deixem de ser cuzões! Ei, "o qual fala conosco", você é um fantasma?

**Não**

— Um demônio?

**D*E*P*E*N*D*E**

— Quê?! Só pode ser piada... Gente, para de mexer, não tem graça!

— Já disse que ninguém tá mexendo!

Eles estão morrendo de medo.

— É... Hum... Por que "depende"?

Antes de "mover" a peça, ouvi algo em minha mente. "Não mate os humanos". O quê? Por que não mataria? Se não fossem pra morrer agora, morreriam alguma hora.

**D*E*S*U*A*D*E*F*I*N*I*Ç*A*O*D*E*D*E*M*O*N*I*O**

— "De sua definição de demônio"? Sei lá, criatura do inferno, que veio pra fazer o mal, deve-se pensar assim, não é?

— Bora fazer outra pergunta.

— Deveriamos parar.

Alguns disseram quase ao mesmo tempo:

— Você é uma entidade?

— Qual o seu nome?

— Fará algum mal com a gente?

Comecei a fazer a peça se mover.

— Sim, S, L, E...

— N, D, E, R, Slender... M, A... "Slenderman"?

— Homem esguio? O que isso quer--

Antes de terminar de falar, a peça se posicionou para o "Sim".

— A... Ah não...

— Re-relaxa, galera... Vamos parar com isso, né? Claro que alguém aqui tá é brincando. Ok, de quem é a pegadinha?

Um dos jovens encarou o último que falou e nesse momento viu a silhueta de um dos meus tentáculos atrás dele. O agarrei antes que se virasse, assim os outros gritaram junto com ele.

Dois correram e um não conseguia se mexer pelo medo. Peguei este que estava próximo e apertei um tentáculo em sua garganta o estrangulando, até fazer esta "pular" para fora de seu corpo, enquanto esmagava os ossos do que estava no outro tentáculo. Após matar estes humanos, me transportei para próximo dos que correram. Peguei o mais próximo pelo torax e movi um dos tentáculos para pegar o que estava escalando a cerca. Este peguei o pé, mas ele tentou resistir chutando com a perna solta e consegiu se soltar antes que eu me aproximasse mais.

Me transportei, mas algo deu errado. Não fui para além da cerca. O quê?! Tentei me concentrar, mas não conseguia me transpartar além disso. E ao tocar nela, sentia uma queimação itensa. Por que não consigo sair?

O humano que estava comigo ainda estava tentando se soltar. Posicionem mais dos tentáculos em volta de seu corpo e o fiz em pedaços. Já não basta uma testemunha! Droga!

"Eu avisei para não fazer isso..."

Tentei sentir de onde vinha quem falava em minha mente mas os meus sentidos fora dessa área eram fracos. Porém consegui perceber vagamente de onde vinha e este se aproximou. Era muito parecido comigo, também sem face, mas suas vestimentas eram um suéter marrom sobre uma camisa branca além de óculos sobre onde deveriam ficar seus "olhos".

Mesmo não tendo um rosto, era visível sua expressão. Tristeza.

"Alguns monstros ficam presos quando matam nessa terra amaldiçoada, é difícil sair quando isso acontece."

" Sei que um cão, chamado Smile Dog, conseguiu sair daqui."

"Sim, mas nem ele sabe como conseguiu... Me desculpa, 'irmão', eu queria ajudar, mas não posso fazer nada."

"Irmão?"

"Modo de dizer, já faz muito tempo, aí não dá pra lembrar com total certeza o nível de parentesco. Chamar alguém da nossa família assim é mais fácil, hu."

"E o que faz aqui?"

"Vagando sem rumo... Faz isso também, não é?"

"Sim."

" Bom, não posso fazer mais muita coisa, mais uma vez, me desculpe por não poder ajudar."

Ele se afastou sem "dizer" mais nada e desapareceu.

Eu... Estou preso aqui. Estou preso.


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Notas finais do capítulo

A menção de Morgan pode ser um tanto familiar para os que seguem minhas fics a muito tempo, mais precisamente a fanfic "O Homem Esguio". Alguns eventos da fic original serão mudados, pode-se notar isso se for comparar alguns eventos, pois essa fic desde o princípio é um reboot daquela, porém, narrada desde o "começo" e do ponto de vista do Slenderman. Espero que a galera mais antiga gosta do que virá pela frente.

A partir de agora será trago o reboot dos eventos de "O Homem Esguio".



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