Pouco tempo depois, as três chegaram no shopping para comprar o presente do pequeno Harry. Sofia arrastou sua mãe e a tia até a loja de ursos e ficou procurando junto com Ana o maior da loja.

Kate se afastou um pouco e ficou sorrindo para aquela cena, até que alguém a chamou.

– Beckett?

Ela se virou na direção da voz e sorriu ao reconhecer o amigo que trazia seu pequeno Harry no colo.

– Colin Hunt, o que você está fazendo com o aniversariante tão longe da festa?

– Bem, a Emily me mandou passear com ele. Essa figurinha aqui não para um só segundo! Ele não iria deixá-la preparar as coisas para a festa nunca - o detetive explicou enquanto ajeitava o filho de 1 aninho no colo.

Harry esticou as mãozinhas na direção de Kate, pedindo que ela o pegasse no colo.

– Vem aqui, garotão! - ela falou o pegando nos braços - mas eu sei que é só interesse! - como que para confirmar o que ela tinha acabado de falar, Harry começou a brincar com os cachos do cabelo de Beckett, fazendo com que os dois adultos caíssem na gargalhada.

– Tudo que o que vai, volta. Certo, Katherine?

– Como assim?

– Lembra que quando era menor a Sofia me fazia ficar horas passando a barba nela?

– Ela ria incontrolavelmente. - Kate relembrou - Obrigada. De verdade.

– De nada. Quando precisar é só avisar que paro de aparar a barba novamente.

– Não por isso, seu bobo! Obrigada por ter me ajudado a vir para Londres e por ter sido sempre tão carinhoso com a Sofia... Eu não teria conseguido sem você.

Colin percebeu que a amiga estava com os olhos marejados e colocou o braço nos ombros de Kate, confortando-a.

– Ei, você sabe que sempre estarei aqui para o que vocês duas precisarem. Desde ligações na madrugada pedindo uma fuga para outro continente até cócegas com barba.

Kate sorriu para ele de forma carinhosa e não percebeu que um certo escritor estava a observando de longe.

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– FLASHBACK -

– Castle, atende! Olha, aquele beijo não significou nada... - já era a sétima mensagem que ela deixava gravada na secretária eletrônica dele, mas sabia que seria inútil. Kate nunca havia visto Castle tão zangado.

O caso já havia sido encerrado, então foi para casa de Lanie pois seu apartamento estava sendo detetizado. De jeito nenhum voltaria para o loft, apesar de todas as suas coisas estarem lá.

– Kate, vocês precisam conversar e resolver essa situação. Vocês se amam! - Lanie falou para amiga enquanto sentava do seu lado no sofá. A detetive entregou uma taça de vinho tinto para a legista e balançou a cabeça negativamente.

– Acho que só amor não é suficiente, Lanie.

– O que você quer dizer com isso?

– Eu e Castle não estamos mais como antes... Ele me troca pelo vídeo game, não passamos mais horas conversando ou brincando e agora está ignorando todas as minhas ligações... Poxa, eu só quero explicar para ele o que aconteceu! Não foi nada demais! Não significou nada, porque não era ele me beijando.

– Mas... você o ama, certo?

– Se eu o amo? Você ainda tem dúvidas disso? Mas como te falei... não sei se é o suficiente.

– Calma, garota. Agora os dois estão de cabeça quente, então você dorme aqui hoje e amanhã vocês se acertam.

– Obrigada, Lanie. - Kate abraçou a amiga, mas a largou quando ouviram o barulho da campainha.

Lanie levantou para atender a porta, afinal quem poderia ser uma hora dessas? Já tinha passado das 11h! Quando a médica abriu a porta não viu ninguém, apenas as malas de Kate encostadas na soleira. A detetive estava atrás da amiga e ficou vermelha de raiva ao perceber o que Castle tinha feito.

Beckett saiu correndo pela porta, sabia que ainda poderia alcançá-lo antes de ele entrar no carro.

– ENTÃO É ASSIM, CASTLE? VOCÊ TIROU TODAS AS MINHAS COISAS DA SUA CASA POR CAUSA DE UM MAL ENTEDIDO? - ela o questionou, alterada.

– UM MAL ENTENDIDO? ME POUPE DO SEU DISCURSO, BECKETT! EU VI COM OS MEUS PRÓPRIOS OLHOS! E NÃO TIREI SUAS COISAS SÓ DA MINHA CASA, TAMBÉM TE TIREI DA MINHA VIDA! - ela não acreditava no que tinha acabado de ouvir. Seus olhos marejaram imediatamente, um frio na barriga a fez se curvar e um nó se formou em sua garganta.

– Você está terminando? - Kate perguntou em um sussurro.

– Terminando o quê? Até onde eu sei, tudo o que nós tivemos foi só uma brincadeira para você. Beckett, você é incapaz de amar alguém! A maioria das pessoas amam, sabia? - ele desabafou com a voz firme. Não iria desabar na frente dela.

– A maioria das pessoas não lida com alguém indeciso e com um problema sério de levar algo à sério.

– AI! Olha, essa doeu, seja mais delicada. Ah, e sou eu que tenho problemas em levar algo à sério?! Não me faça rir! Não foi eu que fiquei aos beijos com outra pessoa.

– Cansei de tentar te explicar o que aconteceu, Castle. Preciso de pessoas e coisas mais simples na minha vida. De complicado já basta eu.

– Finalmente concordamos em alguma coisa. – ele falou em tom irônico. – E, Kate, não me procura mais.