Desvenda-me escrita por Mariii


Capítulo 10
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Oiiii!
*tímida*
Não vou nem pedir desculpas pela demora porque enfim não vai adiantar de nada...hahahahaha
Gente, é apenas um Epílogo curtinho que talvez não esteja tão bom, mas espero que vocês gostem. ;)



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Caso me perguntassem, eu diria que a sensação era de estar nascendo novamente. De abrir os olhos para um mundo completamente novo, ainda que não fosse a verdade. Ainda que o mundo sempre estivesse estado ali, apenas oculto de mim por algum tempo.

Aquele primeiro raio de luz que saiu da lanterna que Molly carregava e conseguiu ultrapassar as barreiras de minha visão trouxe uma matiz de cores que eu nem imaginava existir. Cores que até então eu nunca tinha valorizado.

Assustei-me quando o corpo de Molly se chocou contra o meu no momento em que ela me abraçou, tomada pela emoção de ter percebido que sim, talvez houvesse uma solução. Nós choramos e rimos juntos, mas quando nos afastamos senti vindo dela o mesmo medo que estava passando por mim agora. Podia não ser nada, podia ser apenas essa fresta que haveria para sempre na escura janela que são meus olhos agora.

– Não, não, não. Não comece. Pode ser algo.

– Mas pode não ser, Molly.

– E nós não vamos desanimar até saber!

Ergui a mão até alcançar seu rosto e a acariciei. Molly. Com seu temperamento agridoce e uma coragem que não conhecia limites. Puxei-a de volta para mim e ficamos ali até que tivéssemos condições de voltar para trás. Esquecemos do crime e de tudo que estávamos fazendo ali.

Passamos o resto da noite em claro e em silêncio, deitados na cama com apenas nossas mãos se tocando. Eu tentava, mas não conseguia deixar de ter esperança. Sempre fui uma pessoa lógica, mas ali, naquele instante, eu queria ser além de qualquer lógica. Eu queria acreditar, queria ter fé, mesmo que soubesse que era imprudente ter esses tipos de sentimentos.

Quando Molly apertou minha mão, eu percebi que ela se sentia da mesma forma que eu. Nós queríamos e não queríamos nos apegar ao que poderia acontecer.

–-- --- ---

Não foi fácil. Como nada parecia estar fadado a ser.

Quando chegamos ao consultório do médico eu logo fui encaminhado para uma nova enorme bateria de exames. Ainda que eu não assumisse, toda vez que eu via novamente o reflexo de uma luz meu coração disparava. Eu podia sentir a tensão de Molly irradiando ao meu lado quando voltamos à sala e aguardávamos o resultado.

E Molly me puxou, arrastando-me para fora da sala e beijando-me com entusiasmo porque ouvimos que sim, havia uma melhora progressiva. Nós não quisemos saber sobre a parte em que era muito possível que eu nunca voltasse a enxergar 100%, a única parte que nos interessava era que sim, havia uma grande probabilidade de que eu recuperasse parcialmente a visão. Isso bastou. Era o suficiente para nós agora.

"Sim", a pequena palavra que carrega tantos significados. Todo esse tempo em que esperamos ouvi-la. Todo esse tempo em que ela ecoou discretamente ao fundo de nossas cabeças, querendo tomar proporções cada vez maiores.

Sim, por Deus, sim!

–-- --- ---

Reflexos avermelhados sobre tons alvos.

Já faz dois meses desde que minha visão voltava vagarosamente. E eu a enxergava passando à minha frente. Reflexos avermelhados sobre tons alvos.

Ela não se esquecera de nossa conversa e estava cumprindo o prometido. Passo o braço por sua cintura nua quando ela se aproxima de mim e a puxo para meu colo. Meus dedos correm por sua pele, e eu mantenho o hábito de mais senti-la do que vê-la. Os arrepios que vem dela fazem com que eu feche os olhos.

– Olhe pra mim. - A voz dela é sussurrada enquanto seus dedos acariciam meu rosto. - Quero que você me veja. Desvende-me.

Nossos olhos se encontram e eu posso dizer que a vejo enquanto minhas mãos continuam a explorá-la. Os lábios dela me chamam e observo a aproximação do seu rosto, vendo com ainda mais detalhes seus intrigantes olhos castanhos.

Quebro a distância entre nós com um rápido movimento, querendo senti-la de todas as formas. Minha própria pele reage ao toque dela quando os botões de minha camisa são abertos.

Nos separamos por alguns segundos e eu a encaro novamente. Deslizo minha mão pelos cabelos dela, segurando uma de suas mechas.

Reflexos avermelhados sobre os tons alvos de sua pele.

Como o prometido...

No momento em que eu pudesse vê-la.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima, povo! :)



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