Stars Auslly escrita por C H C


Capítulo 25
Torções & Celulares


Notas iniciais do capítulo

Esse é meio tenso... Bom, até eu mesma fiquei curiosa relendo o capítulo, então possivelmente vocês ficarão também... Não vou enrolar mais, quero saber o que acharam :z



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–Onde vocês estão?! Nós estamos ligando faz uma hora, estamos ficando bem preocupados! Jace até saiu com Trish para procurar vocês dois! Eu aconselharia correr para vir para cá, pois Trish já disse que iria cortar a sua cabeça fora, Austin.

Desliguei o celular, colocando-o cuidadosamente no criado mudo. Ally dormia, serenamente, na cama. Suspirei, deitando-me ao seu lado e acariciando seus cabelos.

–Não é justo; ela vai me castrar. - murmuro comigo mesmo, pensando nas ameaças de Trish. Embora não admita com muita frequência em sua frente, a cada vez que recebo uma, tenho vontade de correr e me esconder, como uma criança com medo de palhaços fugindo de um.

Aconcheguei Ally em mim, pensando no que tivemos uma hora atrás. Era perfeito, cada movimento, tudo. Retirei uma mecha de cabelo que permanecia em seu pescoço, sabendo o quanto ela odiaria se a visse ali - Ally odeia dormir com o cabelo no pescoço, faz-lhe cócegas.

Seus olhos parecem abrir-se aos poucos e, como a luz está extremamente fraca, parece não lhe fazer mal. Ela boceja rapidamente e se vira para mim com um sorriso, que eu retribuo. Movo minha mão, acariciando sua bochecha.

–Bom dia. – sussurro. Ally sorri, dando-me um selinho. – Como você está?

–Uh, me sentindo muito bem. E você? – assenti, sorrindo, sem conseguir parar. Seguro-a pelas costas, apertando-a em um abraço. – Eles não estão preocupados conosco? – ela me dirigiu seu melhor olhar desconfiado. Dei de ombros, porém logo arregalei os olhos ao me lembrar da ameaça de Trish.

–Sobre isso... Eu acho que você não vai ter nenhum namorado quando chegarmos na casa de Dez. – estremeço, e sinto-a rir ainda agarrada a mim. Beijo o topo de sua cabeça, incomodado com a sua falta de sensibilidade. – Não vai sentir a minha falta, não?

–Eu morreria junto. – diz ela, abraçando-me mais.

Ao fim, nós nos levantamos ao mesmo tempo, não querendo dar mais motivos para a minha suposta morte. Pego o celular novamente e seguro sua mão, recusando-me a ficar longe de Ally sem algum toque físico.

Destranquei o quarto e descemos as escadas, trocando algumas frases clichês e românticas. Eu apenas queria ficar com Ally, e não queria voltar ao quarto de Dez mais uma vez para assistir filmes sabendo que eu poderia estar aproveitando com a minha namorada. Entretanto, até mesmo eu sabia que nós precisávamos também de um tempo para com os nossos amigos.

–Eu acho que eles claramente nos amam. – comentei convencidamente quando tocamos a campainha. – Estão sempre tão preocupados, é quase como se um de nós fosse matar o outro. – gargalhamos.

–Há alguns anos, poderiam dizer isso mesmo. – ela pisca para mim e eu concordo, ainda rindo. Eu e Ally nos odiávamos quando nos conhecemos, através de Trish. – Será que já foram na polícia? – resmungou ela, tocando a campainha pela terceira vez. Ninguém atendia, e a casa estava silenciosa.

–Provavelmente, não. Kira não deve ser tão desesperada... – digo, tentando acalmá-la. Pulo para o lado, agarrando-me na beira da janela. Puxo meu corpo para cima a fim de ver o interior do quarto. Dez está na cama e Carrie está ao seu lado, e vejo Trish irromper pela porta. Dou uma batida na janela, esforçando-me, e os vejo assustarem-se. Trish me encara surpresa enquanto caio.

Com um baque na terra do quintal, aperto o tornozelo, como se a dor fosse passar. Dói, muito. Ally corre até mim desesperadamente, e produzo uma careta, embora alegando que estou bem. Ela me olha furiosa, como se me mandasse ficar quieto, e eu o faço.

–Austin, onde dói mais? – Ally apertou levemente o meu tornozelo por completo, dando-lhe a volta. Em certo ponto, grunhi com a dor mais forte. A morena interpretou minha expressão. – Droga. Eu tenho quase certeza de que você também acabou fraturando. Espere, eu vou pegar gelo. – Ally retirou um grampo do bolso da calça rapidamente e, em um passe de mágica, abriu a porta. Não consegui produzir som algum para expressar a minha surpresa. Em menos de dois minutos, Ally estava de volta, com os nossos amigos, exceto Dez, apavorados. Jace permanecia atrás de Trish. – Aqui. Passará.

Encaixamos o gelo no local intensamente dolorido. Jace correu para algum lugar, provavelmente a garagem, e eu não consegui ver muita coisa. Trish fralava com alguém ao celular e eu revirei os olhos, o drama todo não era necessário. Somente Ally permanecia ao meu lado, sentada, segurando a minha mão. Com ela ali, eu não precisava de muitas coisas, somente uma assistência médica talvez. Era como se estivesse transmitindo-me força com sua mão na minha.

–Já estou melhor. – Ally me encara após minha fala, gentil. Levanta-se, segura-me e eu me apoio nela, não querendo deixar todo o meu peso, porém basicamente sou obrigado. Ela não reclama, apenas sorri. – Você é uma ótima namorada, sabia?

–Você está machucado, fraturado e vem falar isso para mim? – seus olhos brilham. Eu rio, pulando ridiculamente em um pé só. – Eu amo você. – ri ela. Eu sorrio de canto.

–Eu também amo você.

–Agora, por favor, não se esforce com o pé. Não apoie em ocasião alguma, tudo bem? – assenti, divertindo-me com sua preocupação mal-disfarçada. – Se se sentir desconfortável, me avise.

–Com você? Impossível. – brinco. Ela ri, mas logo para.

–Austin, é sério.

–Tudo bem, certo. – rendi-me. A verdade é que o meu tornozelo apenas começava a latejar mais, entretanto, eu não queria preocupá-la mais. Ally faria o mesmo.

Um carro parou em nossa frente, e eu senti Ally enrijecer ao meu lado. Permaneci tenso enquanto a janela do veículo abria-se de um modo lento, quase torturante, e, por instinto, apertei o ombro de Ally, pensando em uma maneira de protegê-la. Notei que seu corpo escorregava um pouco para a minha frente, de um modo protetor.

–É sério, a janela deste carro é péssima. – Jace produziu uma careta. Suspiramos aliviados. – Venham, entrem. Só tem espaço no banco de trás, tudo bem? – notei Trish inclinada impacientemente ao seu lado. Algo me dizia que não estava confortável em me ver com o pé torcido e possivelmente fraturado.

Ally me guiou cuidadosamente até o banco de trás, onde nós nos sentamos. Ela praticamente jogou-se ao meu lado, e Jace correu, literalmente cantando pneus. Eu somente ouvia os sons indistinguíveis que Trish fazia, resmungando.

Ally apertava minha mão, parecendo contente. Ri disfarçadamente, vendo-a tão feliz sem nenhuma razão aparente. Ela apertou minha mão, apoiando a cabeça em meu ombro, e eu fiz o mesmo, usando sua cabeça. A dor não era preocupável, era somente uma dor qualquer. Os efeitos já estavam passando, e eu começava a acreditar que não havia qualquer fratura.

–Gente, vocês não precisam correr. – digo. Ally me encara, parecendo acreditar em mim. Trish encara-me zombadamente pelo retrovisor. – Sério, o meu tornozelo já não está mais doendo. Só um pouco. – rendo-me diante do olhar de Trish. Ela se dá por vencida, parecendo mais aliviada.

–Bem, suponho que você não está querendo ir para o hospital. – neguei feliz. – Você tem certeza?

–Tenho. – afirmei. Eu não sentia mais nada, ou talvez bem pouco, porém era quase inexistente. Ally me beijou na bochecha, e eu viro o rosto, logo aprofundando o beijo. No início, ela parece surpresa.

–Agora não, casalzinho. Nós estamos aqui e eu não posso aproveitar o meu namorado. – Trish nos cortou, rindo. Rolei os olhos, levemente irritado, porém divertido.

–Não seja estraga prazeres só porque você não pode, Trish. – zombo. Ela me mostra a língua, ainda com um sorriso e se vira. Ainda assim, eu e Ally interrompemos a nossa sessão. Ela parecia estar constrangida, e eu sorri, aproximando-a.

–Hey, hum, vocês podem me deixar ali? – Ally perguntou timidamente para uma loja. – Eu combinei com uma amiga que mora por aqui, é só por alguns minutos. Não precisam me esperar, eu vou para casa depois.

–Está de noite, Ally. – Jace disse. Eu concordei com ele, olhando para Ally. – Olhe, nós te deixamos ali e em... vinte minutos viemos te buscar? – ela assente contentemente. Jace estaciona o carro momentaneamente sem desligá-lo para que a garota possa sair. Antes, quando sua porta já está aberta, eu a puxo pelo pulso e a beijo rapidamente. Ally corresponde e acena para mim.

–Você não presta. – Trish ri do banco da frente. Jace acompanha-a, e eu me pergunto se ele realmente entendeu o quê ela disse ou está somente prestando o trabalho de um bom namorado. Dou de ombros diante do dilema e a encaro procurando uma explicação. – Ela está com pressa e você a beija. Não faz bem a uma garota, Austin.

–Ally é minha namorada, estou apenas deixando claro. – ela gargalha. Jace estende a mão para mim e eu bato.

Nós seguimos em silêncio para a sorveteria. Trish estava, de um modo incrível, sedenta por sorvete. Eu e Ally já havíamos tomado um durante a tarde, porém não havia nada que nos impedisse de repetir a dose.

Não estava muito cheio. Apenas alguns casais e alguns homens que agiam indiferentes. Jace e Trish constantemente deixavam-me segurando vela, beijando-se e trocando carícias publicamente. Nada muito pior do que eu e Ally fazíamos quando estávamos juntos, porém provavelmente todos os que estavam ao nosso redor conseguiam perceber a malícia que emanava de cada um. Bufei com a ignorância que vinha recebendo.

Onde estava aquelas conversas sobre “infectar-me com o amor” provindas de Trish quando tocávamos em algum assunto romântico? Bem, eu esperava que ela realmente tivesse superado. Encarei fixamente um ponto do local, na parede.

Uma garçonete viera nos atender e, de um modo desagradavelmente descarado, dera em cima de mim e Jace, mesmo com ele estando ao lado da namorada e de mãos dadas por cima da mesa. Tinha um corpo exuberante e uma beleza exótica, porém não era do meu interesse. Além disso, eu podia sentir a irritação de Ally se me ouvisse tomando notas sobre a garota.

Pedi dois de menta com frutas para Ally, sabendo o quão importante é o gosto do sorvete – lembrava-lhe sua infância, quando passeava pelo calçadão com o pai. Sorri ao pensamento, caçando em minha mente maneiras de fazê-la feliz. Por mais que Ally dissesse que estava tudo bem consigo, eu sabia que algo não estava encaixando-se. Há algo por trás. Eu só não sabia o quê, e nem ao menos conseguia encontrar pistas para relacionar. Inicialmente, eu havia pensado em Gavin e tentado ligar os pontos, contudo logo notei que não havia nada. E, logo, o mistério do falso namoro também tinha sido resolvido.

Os pedidos encaminharam-se até nós com um garçom que, a meu ver, parecia simpático. Entretanto, quando nos encarou, a raiza zunia, como se estivesse em conflito com si próprio. Não falou nada enquanto agradecíamos o serviço, e deixou os sorvetes com gelo em cima de nossa mesa, deixando claro que não fazia nada além de sua obrigação. Suspirei.

–Já nos atrasamos. Ally deve estar nos esperando. – Trish conferiu o celular pela terceira vez assim que adentramos o carro. Inclinei-me para frente e senti uma dorzinha mínima em meu tornozelo por ter apoiado com força demais.

–Então, por que ainda estamos parados aqui? – Jace fez uma careta irônica a mim quando percebi que tinha deixado a porta aberta. Passei a língua pelos lábios, molhando-os, contrangido. Trish soltou uma grande gargalhada de meu momento vergonhoso. – Cale a boca, Trish. – briguei, abrindo um sorriso pequeno também. A situação, em uma nova perspectiva, era engraçada.

Jace pareceu ter notado o rádio naquele momento, e eu tirei sarro, arrancando risadas de Trish. Ele a fitou fingidamente ofendido e apontou-lhe o dedo, murmurando um “traidora” audível. Isto somente aumentou os risos dentro do veículo.

A loja em que Ally havia nos pedido para deixá-la estava oculta pelas sombras, agora, de tarde da noite. Era nítido que havia fechado há pouco tempo, considerando que um dos funcionários ainda vestia o avental com o logo do trabalho. Franzi o cenho, questionando silenciosamente.

–Onde... ela... está? – Trish arfava a cada palavra, parecendo estar a beira do desespero. Abri a boca, em um grito contido. Ally não estava à vista.

Bati as mãos contra a lateral de meu corpo, exasperado. Algo definitivamente não estava certo. De alguma forma, quando saí para fora do Impala, seguido pelo casal, eu ainda conseguia sentir o seu perfume. Baunilha com rosas.

–Eu sabia que não deveríamos ter deixado-a sozinha! Eu não deveria tê-la deixado! – Jace esmurrou a parede. Eu não estava muito melhor.

–Pare. – falei, autoritário, porém embriagado com a preocupação. – Ela fugiria se não tivéssemos permitido. – Trish concorda com a cabeça, também incapaz de dizer algo.

Tropecei em algo pequeno, sentindo-o quase desfazer-se em meus pés. Recuei um passo, procurando pelo quê eu havia pisado. Um celular. Galaxy.

Peguei-o delicadamente. Algo começara a encaixar-se. Pressionei o botão para ligar, prestes a obter a confirmação do que eu temia. Segurei a respiração; as palavras não batiam em minha cabeça. Não havia nada a ser dito. O walpapper mostrava Ally e eu. Era uma foto fresca, desta tarde.

–Não entraremos Ally por aqui. – finalmente, Trish pronuncia as mesmas palavras que permaneciam engasgadas em minha garganta.


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Notas finais do capítulo

Sooooooo? Eu não tenho aula segunda, então vou postar amanhã e segunda cedo, ACHO. Reviews divos são muito bem-vindos, viu? Obrigada pelos antigos, vocês são incríveis



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