Pov Duda:

–... E foi isso.- Ouvi Sam dizer e assenti na maior cara de pau, como se realmente estivesse concentrada na vida alheia enquanto a minha própria vida está uma novela mexicana. Sem piadinha, por favor!

– Então quer dizer que tu desencalhou?- Lulu perguntou enquanto fingia não ver Carly o olhando fixamente com a maior cara de boboca.

– Bem, acho que sim, nós ainda não resolvemos muita coisa.

– Aham... Então quer dizer que aquele beijo super desentupidor de pia hoje de manhã não quis dizer nada?- Perguntou Carly parando de olhar Lulu, para olhar Sam, e depois voltar a olhar Lulu de novo. Parece que alguém está apaixonada. E parece que outro alguém está aterrorizado. Acho que se eu não tivesse tão melancólica eu riria muito da desgraça de Lulu.

– Ah, sabem como é né?

– Pois é...- Murmurei só pra minha presença não passar em branco.

– O que está acontecendo com você Duds?

– Ah, nada não...

– Conta outra mexicana, dá pra perceber de longe que você está meio obscura.

– Que obscura o que, garoto. Eu estou bem, é isso... MUITO, MUITO, MUITO BEM! Maravilhosamente bem. Contente pra caramba, quer ver? Yupiii.- Dei um saltinho e uma rodadinha e voltei a me sentar com a droga da cara infeliz. Todos estavam olhando pra mim e Sam estava prendendo o riso. Estava. Já que a destrambelhada não se contenta em ver a desgraça alheia, ela tem que RIR da desgraça alheia.

– DÁ PRA PARAR DE RIR?- Berrei com raiva. Não raiva dela, já que eu sou a primeira a rir da desgraça dos outros, mas com raiva da vida. Lembra o que eu disse sobre se apaixonar? Que era algo bom e um monte de baboseira? Deleta da sua vida. DELETA DA SUA VIDA!

Isso não te pertence! Saia dessa, amar é uma DROGA. Droguinha, drogona, enfim, se acha alguém bonitinho não converse com ele, vire a cara e finja que ele é gay, vai sair mais em conta.

– Desculpa Duda, mas aquele seu "Yupi" foi muuuuito ridículo.- Sam voltou a rir e pra falar a verdade eu também. Sabe aquela frase:"Rir pra não chorar"? Pois é.

– Mas o que foi Duda, por que tá assim?- Carly perguntou e eu senti vontade de chorar. Bipolar? Com certeza.

– Ah cara, minha vida é uma droga. Como diz uma amiga minha, a Nanda, vou ali me afogar num copinho de coca-cola e já volto.- Resolvi sair um pouquinho, vou meio que resumir o que tem acontecido:

Depois do selinho-acidental que eu e Lucas demos não nos falamos mais. Cara, o que aquele idiota acha? Se ele não quer ficar comigo, tudo bem, eu nunca forçaria, nunca acabaria nossa amizade por um amor não correspondido. Mas parece que ele não pensa assim.

Sam e Freddie se acertaram. Não sei como isso aconteceu, mas ENFIM aconteceu. Ele terminou com a tal Ceriema (Cujo ninguém sabe o nome) e parece que os dois se ajeitaram. Sei lá, como vocês perceberam eu não ouvi muito a história, mas tinha algo sobre chuva, sol e trovão. Eu realmente não sei o que isso tem a ver com a história.

Carly está cada vez mais presente em nossas vidas, mas acho que isso tem algo a ver com Lulu estar sempre na nossa cola. A mulher está cada vez mais gamada no bicha, e sinceramente, EU NÃO SEI COMO ISSO ACONTECEU!

Carly é uma boa amiga, e ela é a mais sensata, apesar de estar apaixonada por Lulu...

Juliana e Spenc...

– DUDAAA!

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!

– Por que você está gritando?

– Porque VOCÊ está gritando.

– Ai Lucas, sinceramente, tô sem tempo pra bobeira. Que tipo de coisa nobre eu fiz pra ter a honra de você estar falando comigo?

– Ok, você está brava.

– Ah, você ainda tinha dúvida?

– Desculpa.

– Só isso?

– Hã, o que queria que eu falasse?- Me pedisse em casamento, que tal? Pensei em dizer, mas seria muito bizarro, então respondi:

– Não.

– Você queria que eu falasse não?

– Não idiota, eu estou falando que não, eu NÃO aceito suas desculpas!

– Poxa Duda, eu... Cara, nós somos amigos.

– Ah, agora você percebeu isso?

– Não, é que, sei lá, é estranho né? Eu não poderia simplesmente vim falar normalmente contigo.

– É, não poderia mesmo, porque não somos Sam e Freddie, somos Maria Eduarda e Lucas, e eu não aceito meia conversa, não vou aceitar que você me enrole e que nós voltemos a escala zero. Eu gosto de explicação. Eu quero entender, dá pra explicar?

– Hã... É que... Tipo...- Ok, eu acho que eu explodi, e quer saber? DANE-SE!

– É que o que Lucas? Fala. Quer saber? Não fala nada, não preciso da sua pena, ok? Tá vendo? Você não vai precisar me dispensar, não vai precisar escolher as palavras certas pra me dar o fora. E daí que eu sou apaixonada por você? Só por causa disso eu preciso do seu olhar de pena? Acho que não. Vou embora.- Falei tudo de uma vez, certa de que estava abafando, causando impacto. E de certa forma MUITO aliviada. Não vou esperar que ele me dê o fora. Sou superior, não sou? Porque, não era isso que ele ia fazer? Me dar o fora? Pronto!

– Duda, espera!

– O que foi?

– Você disse que gosta de mim? Ou melhor, que é apaixonada por mim?- Ele perguntou com a droga do sorrisinho presunçoso. Vontade de tirar aquele sorriso dele com... com... com... BEIJOS! Paixão idiota!

– Como se você não soubesse.- Falei torcendo pra não estar muito vermelha.

– Eu realmente não sabia, na verdade eu pensei... pensei que você fosse me dar o fora.- Falou ele todo vermelho olhando pros pés.

Ok, eu acho que morri e fui pro céu. EU NÃO OUVI AQUILO. É impressão minha ou ele acabou de dizer que gosta de mim? Ou que pelo menos queria ficar comigo?

– O-Oque isso quer dizer?- Gaguejei, e daí? Tô me sentindo poderosa!

– Quer dizer.... Que eu, droga, eu gosto MUITO de você.

– De que sentido?

– Droga Duda, eu sou tímido, não dá pra você simplesmente me beijar?

Saí correndo... SAÍ CORRENDO INDO BEIJAR AQUELE SER DIVO EM MINHA FRENTE. Acha que sou idiota?

Ah, e tirem o olho, ele é MEU. E isso foi uma indireta pra você Bruna.