Dúvidas escrita por Kilave


Capítulo 2
Infância


Notas iniciais do capítulo

Oii minna o/.
Sobre esse capítulo:
—Apareceram dois personagens novos(nomes não definidos)
—Se quiserem escutar recomendo essa música para ler a partir de : Infância https://www.youtube.com/watch?v=dUDX0VI7VWg
Ela é de um anime chamado Clannad.
— Usei algumas onomatopeias japonesas: Fuá=bocejo; Ban= grande impacto; E?= Ahn?
— Quando Hanji e Rivaille aparecerem o tempo vai estar no presente(menos na Infância).
— O vilarejo fica entre as Muralhas Maria e Rose.
— Espero que gostem.
— Boa leitura!
*--*



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Quando a Tropa de Exploração chegou ao Distrito todos os moradores que estavam presenciando a chegada ficaram surpresos com os dois titãs vivos que entraram. A maioria das pessoas fugiu com medo, mas quem teve o olhar mais atento notou que eles estavam firmemente amarrados e além de suas pernas pouco conseguiam se mover.

A notícia sobre o novo método se espalhou rapidamente pela população o que acabou gerando confusão, medo e ódio. Os moradores muito questionaram sobre isso ser realmente seguro e os motivos para uma pesquisa tão arriscada. O Comandante da Tropa de Exploração, Erwin, ficou encarregado por dar todas às noticias e esclarecer todas as dúvidas. O grupo de captura foi liberado de novas ordens, então cada um escolheu um lugar para ir ou algo para fazer.

Hanji ficou na instalação com os titãs e até convidou seus amigos do grupo para a acompanharem, os que escolheram se arrependeram. Ela estava bem empolgada com seus novos estudos e com suas cobaias. Quando começou a anoitecer Hanji parou seus experimentos, já tinha bastante material novo e faria suas anotações sobre o que descobriu. Então foi para o seu quarto no Quartel do Distrito.

Quarto Hanji

O quarto da tenente está uma verdadeira bagunça hoje. Os livros estão espalhados por todo quarto e está quase impossível sair da sua escrivaninha e caminhar até a porta. Um pedido de ajuda seria abafado por tantos papéis, livros e anotações que há pouco tempo estavam empilhados corretamente e agora estão todos bagunçados. Na sua cama estão repousando muitas das suas novas anotações e já é certo que ali ela não conseguirá dormir tão cedo.

– Fuá... Como meu quarto chegou a esse estado? –dizia pegando alguns livros e anotações de cima da escrivaninha – Será que tem algum jeito de sair daqui? –olha para a porta desapontada– Eu poderia pedir ajuda a alguém, mas acho que não me escutariam. –disse triste e aceitando sua situação – Bem até que sintam a minha falta vou ter que dormir aqui mesmo.

Ela arruma o que consegue em sua escrivaninha e forma um pequeno buraco rodeado por livros. Ficando pouco confortável ela tira a sua camiseta e embrulha em um livro mediano, formando uma espécie de travesseiro, onde se aconchega e dorme.

Antes de adormecer os pensamentos ainda estavam agitados na cabeça de Hanji, porém um chamou a atenção dela. Uma doce lembrança que fez surgir lágrimas, uma doce e encantadora memória.

Infância Hanji

O vilarejo estava instalado em uma região de planície onde existiam alguns rios e algumas árvores. Não era um vilarejo tão pequeno, mas também não era muito grande. Deveriam ter em torno de 20 casas e alguns casebres. A principal atividade era a agricultura e a caça, porém o comércio vinha ganhando espaço aos poucos.

A família de Hanji vivia em uma das cinco principais casas que além de serem as maiores eram das famílias que tinham maior influencia na região.

O pai de Hanji trabalhava na região como médico e nas horas vagas se tornava um biólogo apaixonado. Compartilhava essa paixão com a filha que desde cedo mostrou interesse no estudo dos seres vivos.

O pai era atrapalhado, extrovertido e muito inteligente. Tinha uma aparência jovial, cabelos escuros e medianos e olhos negros. Sempre estava bem vestido, os cabelos sempre penteados para trás e alguns fios, de uma possível franja, soltos. Ele sempre sorria.

A mãe ficava em casa cuidando de Hanji. Também parecia jovem, os cabelos eram grandes e castanhos e na maioria das vezes estava um pouco preso com uma franja reta, os olhos tinham cor mel. Vestia sempre algum vestido bem soltinho que ia até os joelhos. Tinha uma aparência doce e gentil, era bem inteligente e também influenciou Hanji nos estudos. Todos do vilarejo gostavam da família.

A casa tinha um enorme quintal verde. Havia flores de todas as cores espalhadas por toda a parte, uma árvore com um balanço feito de madeira e corda, alguns brinquedos de madeira espalhados e alguns utensílios que Hanji usava em seus experimentos. E em um desses experimentos ela estava louca para pegar alguns insetos, corria por todo o quintal até que:

– Aaaa *Ban*...

– HANJI! – disse alguém que está correndo em sua direção – Você está bem Hanji? – disse preocupada

– Aiai –confusa– Sim estou bem Okaasan. –ainda confusa– Eu vi uma joaninha e fui atrás, mas me esqueci que tinha deixado algumas ferramentas aqui.

*sorri* – Você é uma garota bem agitada Zoe –disse aliviada– pensei que tivesse se machucado. –passa a mão no cabelo da filha– Você tem que guardar no lugar as coisas que pega. Uma hora vai acabar perdendo elas querida.

– É que eu estava usando elas para capturar alguns insetos, vou fazer um insetário para o Otou-san. Acha que ele vai gostar? –se distrai– Ai eu vi aquela joaninha e achei ela tão bonitinha, acho que se eu a pegasse não teria coragem de mata-la, parece até que olhou para mim com piedade. –lembra-se da joaninha– É eu não mataria ela não. –sorri para a mãe–

– Sim, com certeza ele vai querida. Mas me diga por que em vez de correr de um lado para outro atrás deles você apenas não espera e os observa? Assim vai descobrir novas características sobre eles que você não descobriria se os matasse.

– Mas isso levaria tempo Okaasan. Confesso que realmente leva um tempo até eu conseguir todos eles, mas é bem mais rápido do que ficar observando. –disse olhando para sua mãe–

– É vai levar tempo mesmo. –pega seu prendedor de cabelo e começa a prender o cabelo da filha– Mas se você gastar um dia inteiro apenas observando descobrirá muita coisa, porque não tenta? –termina de prender– Tenho certeza que vai gostar dessa experiência. –sorri–

– Ok! –acena com a cabeça

“Naquele dia o tempo estava agradável e eu vi o cabelo da Okaasan solto pela primeira vez era muito bonito ver o vento bagunçar todo ele. Olhei para o horizonte como de costume e vi que o céu estava muito bonito, não tinha muitas nuvens e as poucas que tinham pareciam algodões gigantescos, faltavam algumas horas para o Sol se pôr, havia alguns pássaros desenhando o céu com pontos pretos, bem ao fundo dessa imagem vi algumas montanhas. O dia estava muito bonito. À noite fui me deitar, mas por alguma razão não conseguia dormir, acho que deveriam ser os meus pensamentos e novas ideias sobre o meu dia. Sempre fazia anotações sobre o que tinha feito durante o dia, mas parecia que os pensamentos não cessavam e eu queria dormir para começar minha nova forma de experimento. Fui para o quarto dos meus pais e pedi ajuda para o meu problema. Eles então se levantaram e cada um pegou em uma das minhas mãos. O cabelo da Okaasan estava indo de um lado para outro parecia até que eles adoravam quando ela se mexia para acompanhar seu movimento, Otou-san olhava para mim e sorria de forma muito confortadora. Quando chegaram ao meu quarto, me colocaram na cama e me ajeitaram até que eu ficasse bem confortável. Os dois me olharam e notei que mesmo cansados eles ainda estavam sorrindo. Foi então que a Okaasan começou a cantar seguida pelo Otou-san.”

– yancha na yaki dango yasashii an dango, minna minna awasete hyakunin kazoku, akachan dango wa itsumo shiawase no naka de, toshiyori dango wa me o hosometeru - ♫♫♫

“Foi um dia especial.”

Agora

– yancha na yaki dango yasashii an dango, minna minna aw(...) – a voz ia sumindo e junto fechava os olhos pouco a pouco.

E foi assim que Hanji aos poucos foi se tornando a pessoa que é hoje. Entre livros e anotações como era com seu pai e com uma visão gentil sobre as criaturas como era sua mãe.

Quarto Rivaille

Ao contrário do quarto da Hanji o quarto de Rivaille está impecável. Limpo do teto até o chão e sem registros de sujeira.

Ele agora estava lendo em sua cama algumas anotações que Hanji o ofereceu com algumas das suas teorias sobre os titãs. Mesmo não sendo o jeito dele elogiar as pessoas era inegável elogiar a inteligência dela. Notou o quão a dedicação que ela tinha realmente dava resultados incríveis. Ele já sabia que mesmo ela sendo uma completa idiota era uma das pessoas mais inteligentes que já havia conhecido. Depois de algum tempo ele deixa as anotações de lado e senta na beirada da cama.

– Tanto fanatismo por aquelas merdas deu um excelente resultado quatro olhos. –coloca a mão na cabeça – Nesse horário e por não escutar mais barulho algum, acredito que todos estejam dormindo já. – olha ao redor – Menos a Hanji... Escutei alguma coisa que parecia ter caído dentro do seu quarto há pouco tempo.

Levi pega as anotações que deixou de lado e vai entrega-las para Hanji.

Chegando perto do quarto ele encosta-se à porta para escutar se ela ainda estaria acordada.

– Estranho não estou escutando nenhum barulho. Ela sempre dorme tão tarde. – começa a empurrar a porta – Ei Hanji está ai? –*livros caindo* – Mas que merda é essa? – desvia – Por isso não estou escutando essa idiota. Essa quantidade de livros deve estar sufocando qualquer som que possa estar tentando sair. – disse irritado

Antes que pudesse entrar furioso brigando com Hanji sobre organização ele se depara com o que seria um zumbido bem ao fundo do amontoado de livros. Tenta assimilar as palavras e só consegue ouvir o que parecia ser uma melodia que acaba rapidamente. Logo tudo voltou a ficar em silêncio novamente. “O que será que foi isso? Com certeza ela deve estar sonhando e fazendo esses sons.”

Por curiosidade Rivaille decide passar pela selva de livros e anotações, mas é inevitável, ele já estava começando a organizar tudo e quando reparou no que estava fazendo já tinha colocado todos os livros em ordem, as folhas jogadas no lixo e as anotações em pilhas e enfileiradas.

– E? – disse espantado quando terminou - Não acredito que gastei meu tempo arrumando o quarto dela. Como consegue ser tão desorganizada assim? ... Quatro olhos?! – olha ao redor para encontra-la – Droga o que você está fazendo? ... Hanji?!

Mesmo sendo o mais discreto de toda a tropa Rivaille não pôde evitar olhar para Hanji, ela tem um corpo bonito, porém ele repara nas faixas envoltas do tronco da garota. Além de estar dormindo toda desajeitada sobre a escrivaninha.

“Tinha que ser você para estar nessas condições. Se fosse mais organizada com certeza estaria dormindo na sua cama. – chega próximo a ela –Bem, provavelmente não tinha como você ir até sua cama e como a escrivaninha se tornou a única opção você usou sua camiseta de apoio como se fosse um travesseiro *toca nos cabelos da adormecida*”.

Querendo ou não Rivaille gostava de ficar perto da Hanji. Principalmente agora que ela estava tão quieta e não falava nada sobre titãs. Ele então tira os livros de cima da escrivaninha e com o maior cuidado pega ela no colo.

“Olhando assim até parece que é normal. E qual seria a razão dessas faixas? – levemente corado­– Não há motivos para se importar com isso. – olha para o rosto dela - O seu cabelo não está preso, está até que bonito assim. Porque será que você não o deixa solto?... Também não há motivos para saber isso.”

O rosto da tenente estava marcado pelo livro e aos poucos foi voltando ao normal. Rivaille joga a garota de forma violenta em cima da cama esperando que ela acordasse, mas não foi isso que aconteceu. Ele então sentou ao seu lado. “Você tem um sono bem pesado – aperta e puxa sua bochecha – Você não acorda mesmo.”

Não pôde evitar reparar nela, mesmo virando o rosto algumas vezes, ele começou a olhar o seu rosto e aceitou que gostava de ficar a olhando.

A Lua estava cheia e iluminava toda a cidade, até os cantos mais obscuros foram clareados por sua luz. Levi levantou-se e foi em direção à escrivaninha de Hanji, apagou o pedaço de vela que restava sobre a mesa e então o brilho imenso da Lua emanou por todo o quarto. Um dos raios de luz atingiu levemente parte do rosto de Hanji, a aparência de seu rosto era calma e bonita, parecia estar tendo bons sonhos.

Ele se debruçou sobre a janela para procurar a Lua que estava bem no centro do céu, também olhou para as estrelas e viu como aquela noite estava bonita. Ficou alguns minutos observando, até sentir uma leve brisa que o fez acordar do que parecia ser um leve sonho. Foi então que ele se virou e reparou novamente em Hanji.

“Tsc... até dormindo você sorri..."

Rivaille cobriu a garota, sentou-se novamente na cama e ainda ficou algum tempo no quarto da tenente. Ele não estava esperando que ela acordasse, nem queria isso, mas apenas queria ficar olhando ela dormir. Vê-la dormir trazia uma sensação de paz que não sentia há tempos.

Em meio a todo o caos e medo que acontecia por causa dos titãs ela era a única que conseguia enxerga-los sem ódio e aparentava não ter medo deles. Isso causava certa confusão em Rivaille que não era acostumado a ver reações como as dela. Para ele as pessoas deveriam odiá-los por tudo o que já fizeram contra a humanidade e quem fosse contra esses ideais seria um idiota. Porém ele sabia que ela era assim para conseguir informações que um olhar de ódio não conseguiria enxergar. Mesmo assim ele continuava confuso, afinal para que deveriam ser estudados, já se sabia o ponto fraco deles então era apenas matá-los.

Com o passar das horas a noite foi ficando cada vez mais fria, o céu estava totalmente limpo e as estrelas estavam cada vez mais visíveis. Sem nenhuma luz acessa em todo o distrito a visão das estrelas se tornava espetacular e milhares eram vistas no céu, a Lua acompanhava a beleza dos astros. Rivaille se levantou, deu uma última olhada para o céu e fechou a janela do quarto. O quarto já não estava mais tão frio. Olhou então para Hanji e viu que ela já estava parando de tremer. Com certo receio ele se aproximou dela, colocou sua mão em cima da dela, se inclinou sobre ela até ficar próximo de seu rosto e se despediu com um doce beijo na sua testa.

– Boa noite Hanji. – disse sussurrando e sorriu


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Notas finais do capítulo

Oii, de novo, para quem chegou até aqui. o/
Obrigada a você que chegou até aqui, tendo gostado ou não, mas torço para a primeira opção. Esse capitulo influenciara bastante nos próximos onde muita coisa será revelada :o.
Eu coloquei essa música por que enquanto eu escrevia era o que eu estava escutando. Em alguns trechos: um dango azul malvado e um dango rosa doce; um bebê dango é criado em felicidade. Achei que combinou com a história.
Espero que comentem suas opiniões, sejam boas ou ruins, já que isso ajuda muito.
Então até o próximo capítulo(que terá algumas surpresas) o/



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