Só podia ser você! escrita por Malia Marescotti


Capítulo 35
Crazy Box


Notas iniciais do capítulo

Capitulo novo!!!!



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Annabeth POV

— Eu simplesmente não gosto dessa tal de Hazel. — falo tirando as roupas da mala de qualquer jeito. — Nunca ouvi falar dela e agora é como se a Piper esqueceu que eu e as meninas, que moramos com ela, existimos.

— Amor, fica tranquila. — Percy se aproxima e segura as minhas mãos. — A Piper não vai esquecer vocês, ela só está animada por estar reencontrando a irmã de outra mãe, como ela disse.

— Ai que está, Percy. — sento na cama e abaixo a cabeça. — Ela nunca disse que essa garota existia e agora vem falar que é a irmã de outra mãe? Fala sério!

— Vocês estão cheias de ciúme. — Percy diz e eu consigo sentir seu sorriso de provocação.

— Estamos mesmo, poxa. — deito na cama e o Percy faz o mesmo me puxando para perto.

— Eu sei. — Percy beija minha testa. — Acha que dá tempo para uma rapidinha antes do almoço? — ele beija a minha bochecha, meu nariz, meu queixo e finalmente, minha boca.

— Acho que até dá, mas eu estou muito cansada por causa da viagem.
— Que mentira, eu me sinto…

— Descansado? Claro que sim, você tomou um remédio e capotou no me ombro.

— Você quer dormir? — Percy me pergunta. Ele passa o nariz na minha bochecha, no meu pescoço e na minha orelha e isso está me causando arrepios. É como se uma corrente elétrica percorresse o meu corpo quando ele me toca.

— Querer eu quero, só não sei se você vai me deixar fazer isso. — fecho os olhos e apenas desfruto da sensação que a mão de Percy em meu cabelo me faz.

Percy fica por cima de mim apoiado nos cotovelos e eu enrosco minhas pernas em sua cintura. Isso pode até ter virado uma rotina, mas ainda sim é mágico. Sem sombra de dúvidas é mágico. Não é a posição que faz esse momento ser mágico, mas sim a pessoa que faz parte dessa posição. A pessoa que está em cima de mim me prendendo entre seu corpo e a cama, essa pessoa deixa o momento mágico.

— Quem imaginaria que estaríamos nessa posição algum dia? — falo ainda de olhos fechados.

— Quem imaginaria que estaríamos nessa posição porque queremos? — diz Percy, distribuindo beijos carinhosos em meu pescoço. — Olha pra mim. — Abro os olhos lentamente por causa do cansaço e encontro os seus me encarando intensamente. Não é uma encarada constrangedora, é uma encarada diferente. É como se ele estivesse vendo não só o que está exposto externamente, mas sim o que tem dentro de mim.

Nunca, nunca, o Percy me olhou desse jeito. Apesar de ser muito interessante esse olhar diferente, está começando a me deixar sem graça e eu começo a corar. Odeio corar. Me deixa mais vulnerável. É como se fosse uma indicação que meu corpo dá para indicar que estou com algum tipo de vergonha ou constrangimento. E é claro que o Percy não deixou de notar isso.

— Por que você está corando?

— Nada, é só que você está me deixando um pouco sem graça. — minha voz está tão baixa que apenas ele pôde me escutar.

— Por que? — ele aproxima nossos rostos e cola a testa na minha. — Não posso mais olhar para a minha namorada?

— Você não estava só me olhando, você estava realmente me olhando. — Se passa alguns poucos segundos que mais pareceram minutos e finalmente Percy decide se manifestar.

— Só te olho assim por que te amo tanto que meu coração chega a doer. — Percy sorri e eu fico estática sem saber o que fazer. — As vezes enquanto você está dormindo, eu fico te olhando pra ter certeza de que você é real, por que tenho medo de dormir e acordar no dia seguinte e perceber que tudo o que temos foi só um sonho. Eu te amo Sabidinha e você é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida.

Como esse homem pode ser real? Nunca pensei que um dia alguém falaria isso pra mim com tanta certeza como acabei de escutar. Se apenas ficar junto de Percy já é um momento mágico, agora que ele disse isso ficou mais mágico que a Disney. Tão mágico que meu coração está batendo mais rápido e sinto como se ele estivesse querendo sair pela minha boca.

Meus olhos se enchem de lágrimas e a única coisa que consigo fazer é envolver Percy em meus braços como se eu precisasse protegê-lo. Eu o aperto tão forte que pode ser que ele esteja com um pouquinho de dificuldade pra respirar, mas eu não vou deixa-lo escapar tão facilmente.

— Annie?

— Sim? — respondo ainda o apertando em meus braços.

— Eu meio que preciso respirar.

— Desculpe. — falo mais sem graça ainda enquanto o solto aos poucos. Ele respira fundo e com um sorrisinho no rosto inverte as nossas posições.

— Eu me abro totalmente diante de você e você tenta me matar? — Percy coloca um biquinho muito fofo na cara e continua a falar. — Acho que você não me ama.

— Fale isso de novo e você pode ter certeza que não acordará na manha seguinte. — Acho que a minha cara de brava não o convenceu muito, por que ele começou a rir de mim.

É impossível não rir quando Percy está rindo. Sério, a pessoa que conseguir deve receber um prêmio, porque a risada do Percy é tão contagiante que é impossível você continuar sério. Assim que a crise de risos acaba eu dou um soco no ombro do Percy. Ele me pergunta o que fez de errado e tudo o que eu faço é beijá-lo com todo o sentimento que tenho por ele.

Nos envolvemos tanto nesse beijo que o mundo exterior evaporou e tudo o que sobrou foi apenas este cômodo onde eu e Percy desfrutamos de nós mesmos desesperadamente. Percy corre suas mãos desde minha bunda até minha cintura onde aperta com força e todo o jeito do mundo. É admirável o que suas mãos podem fazer.

Não sei quando isso aconteceu, mas no próximo segundo já estamos ambos sem camisa e assim que suas mãos chegam no botão de meu jeans a porta se abre e um grito corre até nossos ouvidos seguidos de um som de porta sendo batida com força. Percy se separa de mim e deposita um breve beijo em meus lábios e parte rumo a porta.

Não consigo escutar nada do que se passa lá na porta. O quarto é tão grande que poderíamos dormir nós oito tranquilamente aqui. Piper nos disse ninguém usaria o quarto dos pais dela para que não fosse injusto, já que é o maior quarto da casa. Então imagine, se esse quanto é duas vezes o meu quarto, closet e banheiro, imagine o tamanho do quarto da mãe dela!

A porta se fecha e estamos novamente sozinhos no quarto. Já estou com minha camisa e Percy está colocando a dele. Continuo deitada na cama apreciando a vista que é o lindo corpo do meu lindo namorado, mas assim que sua camisa está no lugar certo ele deita ao meu lado e olha para o teto.

— Quem era? — pergunto.

— Era a Hazel. Ela disse que o almoço está pronto e que devemos descer, também se desculpou por ter entrado sem bater.

— Viu, não gosto dela. — Percy se vira e olha para mim, mas eu continuo olhando para o teto e para o teto apenas.

— Ela parece ser uma garota legal, apesar de eu também ter ficado com um pouquinho de raiva por ela ter me tirado de um momento tão bom. — olho para o Percy e ele está me olhando com um sorriso no rosto. Esse garoto nunca para de sorrir? É melhor que não, por que seu sorriso faz qualquer garota bambear as pernas, e saber que ele é todo meu faz-me sentir como a garota mais sortuda da face da Terra.

— Eu te amo muito, Cabeça de Alga. Pode ser que eu não faça um super discurso aqui, mas eu te amo muito mesmo. — Percy me abraça e encaixa sua cabeça entre meu pescoço e meu ombro. Ele resmunga um “eu já sabia disso” e eu lhe dou um tapa em troca.

Depois de mais alguns minutos nos levantamos e seguimos de mãos dadas até a cozinha.

***

Enquanto almoçávamos, nós decidimos o que iríamos fazer pelo resto do dia e todos queriam dormir até o dia seguinte, mas o meu namorado que dormiu o voo inteiro acabou por nos convencer de sair pra fazer algumas coisa. Ninguém tinha a mínima ideia de onde ir, até que Hazel se manifesta e diz:

— Podemos ir até a boate Crazy Box.

— É verdade. — concorda Piper animada. — É muito bom tudo que tem lá, a dança, a música e além disso é uma boate voltada para adolescentes, então todos lá tem a nossa idade, menos os que trabalham lá, é claro.

— Aliás, quantos anos a sua irmã tem? — pergunta Thalia um pouco bravinha.

— Eu tenho 15 anos. — responde Hazel. Ela olha pra mim e cora, mesmo sendo morena, suas bochechas atingiram um tom de vermelho tão quente que minhas sobrancelhas arquearam. Acho que ela estava lembrando de ter me visto sem camisa com o Percy.

— Uau, jurava que você tinha uns 14. — diz Silena impressionada. Quando olhei para Hazel pela primeira vez, pensei que ela não tivesse mais de uns 14 anos, mas parece que estava errada também.

— Lá na boate só é permitida a entrada de adolescentes entre 15 e 20 anos, então todos poderemos entrar de boa. — fala Hazel ignorando o comentário de Silena.

— Espera. — Leo fala enquanto pensa, sua mão direita está em seus cabelos e ele coça a cabeça como se assim fosse ter um resultado melhor no que quer que seja o que ele está pensando. — Isso quer dizer que lá não tem bebidas e nem dançarinas usando apenas a roupa de baixo? Que tipo de boate é essa? — como previsto, Leo leva um tapa de Silena e todos seguramos um riso.

— É isso mesmo Leo — Piper abaixa a voz, para que Marie que está a poucos metros de distância não a escute. —, mas cá entre nós, se você quiser alguma bebida é só subornar os barmen que eles te dão algo.

— É isso ai, nós vamos a uma boate! — exclama Leo se levantando da cadeira onde estava sentado ha poucos segundos.

***

As dez da noite saímos da mansão a beira mar dos McLean e fomos até a boate. O mesmo motorista que nos buscou lá no aeroporto nos levou e em menos de dez minutos já estávamos lá. Era um lugar bem legal. Diferente do que imaginava a boate era realmente uma boate, com DJ e musica eletrônica, não tinha nada de Hula-Hula.

Quando chegamos lá dentro todos olharam para nós como se fossemos os intrusos e de repente um garoto bem grande e musculoso parou em frente a nós. Eu o encarei, assim como todos os outros. Não era muito comum encontrar um cara grande, musculoso e branco, com apenas um leve bronzeado no Havaí, mas pelo que aconteceu em seguida o garoto não era um estranho para todos nós.

A Hazel saltou em seu pescoço e ele a segurou firme pela cintura, foi até romântico. Olhei de soslaio para Piper e ela parecia estática. Pelo visto não ficara sabendo que sua irmã de outra mãe tinha um namorado. Depois de todas as apresentações descobri que o nome do rapaz é Frank Zhang. Ele é um canadense com descendência asiática que se mudou para o Havaí para morar com o primo por uns tempos. Acabou conhecendo a Hazel e eles começaram a namorar e já estava prestes a fazer um ano que estava morando “nessa área”.

A noite foi bem legal, isso até o momento em que Percy e os garotos decidem descolar algumas bebidas e um cara chega perto de mim. O que aconteceu depois é meio óbvio, mas vou dizer assim mesmo. O Percy viu o cara tentando me beijar a força e partiu pra cima dele, mas ai que acontece o inesperado… O cara tinha amiguinhos. Eram muitos, eles seguraram o Percy enquanto o cara que tentou me agarrar lhe dava socos repetidos. Jason, Leo e Nico tentaram ajudar, mas mais alguns garotos surgiram de sei lá onde e os impediram de chegar até Percy.

Não sei muito bem o que aconteceu, por que eu fechei os olhos enquanto Thalia me segurava, mas a ultima coisa que vi antes de sair daquela boate foi o agressor no chão e Frank com uma mão ensanguentada.

Depois do fiasco que se passou na boate tivemos que levar Percy para um hospital, onde teve que tomar alguns remédios para dor e teve que ser suturado. Ele levou três pontos na bochecha direita e tiveram que enfaixar sua mão direita que ele havia usado para bater no cara. Frank e Hazel nos contaram que o nome do agressor é Peter, ele meio que é o valentão das redondezas. Coloca medo em todo mundo, mas tem certo receio em relação a Frank.

Agora estou no meu quarto olhando meu namorado ciumento dormir. O médico nos aconselhou que ele não tomasse muito sol, para que não fique com marca do corte na bochecha, o que significa menos praia para o peixinho dourado, esse é o apelido que o Jason deu pro Percy. Percy se mexe na cama e aos poucos abre os olhos. Mesmo com pontos na bochecha que está roxa e uma mão enfaixada o Cabeça de Alga continua lindo. É impressionante. Se fosse eu, provavelmente, estaria parecendo um daqueles cachorros de madame sem pelos.

— Oi. — ele sussurra.

— Como você se sente?

— Mais ou menos, estou me sentindo um caco. — ele responde com um gemido de dor.

— Já era de se esperar levando em conta que você foi usado como saco de pancadas para uma adolescente malhado. — sorrio fradinho e ele retribui, mas parece que sorrir dói, por que ele faz uma cara ruim. Ele tenta se levantar, mas logo cai na cama de novo. — Não vai conseguir se levantar, você ainda está sob o efeito da morfina.

— Eu preciso de água. — ele reclama.

— Vou pegar pra você. É minha vez de cuidar do senhor, Cabeça de Alga.


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Notas finais do capítulo

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