Jogos Vorazes - Peeta Mellark escrita por Nicoly Faustino


Capítulo 8
Parte 8




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Vejo que Katniss estremece, quando vê uma menininha do D11 ser sorteada, e ninguém se voluntariar por ela. Deve estar se lembrando de Prim.

— Seu mentor tem muito o que aprender sobre apresentação. Muito sobre comportamento televisivo – Effie dispara de repente.

Eu rio. Pois com tantas coisas mais sérias acontecendo, ela está decepcionada apenas por sua peruca estar torta, graças a Haymitch.

— Ele estava bêbado. Ele fica bêbado todo ano – Acrescento.

— Todo dia — completa Katniss, quase rindo.

Fico feliz, pois é a primeira vez que consigo arrancar um sorriso dela.

— Sim — Effie Trinket sibila. — Que estranho vocês dois acharem isso engraçado. Vocês sabem que seu mentor é sua corda de salvação ao mundo nesses Jogos. Aquele que o aconselha, encarreira seus patrocinadores e dita a apresentação de qualquer presente. Haymitch pode muito bem ser a diferença entre a sua vida e a sua morte!

Nesse instante, Haymitch aparece aos tropeços no compartimento.

— Eu perdi o jantar? — ele indaga numa voz quase distante.

Logo em seguida ele vomita, e para completar, cai por cima daquilo.

— Então riam a vontade! — Effie exclama, e salta ao redor da piscina de vômito fugindo da sala.

Olho bem para aquela imagem, meu mentor, caído em uma poça de vômito. É inacreditável que ele seja a única pessoa que possa talvez me ajudar a tirar Katniss viva daquela arena. O cheiro daquilo, quase faz eu pôr para fora toda a maravilhosa refeição que acabei de desfrutar. Que bela sobremesa. Olho para Katniss e vejo que ela está sofrendo tanto quanto e eu, e então como que num acordo, ajudamos ele a se levantar, já que ele nunca iria conseguir fazer isso sozinho.

— Eu tropecei? — Haymitch pergunta. — Cheira ruim.

Não satisfeito, ele esfrega a mão no rosto, espalhando aquilo pra todos os lados.

— Vamos levá-lo de volta ao seu quarto — Eu digo, tentando não demonstrar meu desconforto. — Te limpar um pouco.

Arrastamos ele até o seu quarto, o jogamos na banheira e abrimos o chuveiro. Ele parecia estar dormindo.

— Certo — digo a ela. — Eu continuo daqui.

— Tudo bem. Posso mandar alguém da Capital vir te ajudar.

— Não. Eu não os quero.

Ela então acena para mim, e segue em direção a seu quarto.

“Droga”, penso comigo, Katniss não deve ter aceito muito bem o fato de eu querer cuidar de Haymitch. A uma hora dessas, deve estar pensando que isso faz parte do meu jogo. Conquistar, digamos assim, Haymitch. Eu no lugar dela pensaria o mesmo. Mas eu não posso me importar com a imagem que ela vai pintar de mim. Preciso resolver uma questão bem mais importante. Vejo que Haymitch dá alguns sinais de consciência, depois de muita agua gelada correr, e lhe dou alguns tapas de leve no rosto.

–Haymitch, precisamos conversar, por favor, isso é sério, você tem que me escutar.

– Ora, ora...

–Você tem que me ajudar, Katniss tem que vencer esses jogos – digo, nem deixando ele responder.

Ele ri, ri por vários minutos acredito.

–Você acha o que garoto? Que eu sou Deus? Que eu posso simplesmente decidir quem irá vencer os jogos, e tirar nossa amiguinha de lá a salvo? – Ele diz depois de recuperar o folego.

Sinto raiva nessa hora. Muita raiva. Pois eu sei que ele pode ajudar. Respiro fundo, e digo no tom mais calmo que consigo usar:

– Não Haymitch, você não é Deus, e você não pode decidir quem irá vencer os jogos também. Mas você pode decidir me ajudar. Você pode decidir ajudar a salvar aquela garota, a garota que eu amo, de uma morte que ela quis pra si, para salvar a irmã dela.

Nesse momento, ele parece perceber que eu falo sério. Que eu preciso que ele me ajude.

– Está certo – ele diz tentando se sentar – Vamos começar essa missão para salvar, nossa querida... Como se chama nosso docinho?

– Katniss – digo - Ela se chama Katniss Everdeen.


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