The Only Reason escrita por Mrs M


Capítulo 20
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Sinto muito pela demora e sinto mais ainda por esse ser o último capítulo. Não vou enrolar muito aqui!
GENTE, AQUI! The Reason, da banda Hoobastank, me inspirou para fazer essa fanfic e esse capítulo. Seria legal se vocês lessem esse capítulo - ou apenas no final, quando virem o Cato :x, decidam-se! - escutando a música. Caso alguém queira, aqui o link: https://www.youtube.com/watch?v=htGdJGE-xDE



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/522065/chapter/20

Eu nunca fui uma pessoa legal. Quando era criança, vivia brigando com outros pirralhos por simplesmente não gostar deles. Eu cresci e continuei não gostando das pessoas, mas deixei essa parte briguenta de lado. Bem, pelo menos uma parte dela. Mas a verdade é que eu nem sempre confiava nas pessoas, eu pensava que de alguma forma elas iriam me machucar, me decepcionar. Até hoje eu tenho esse medo.

Eu acredito que quando se conhece as pessoas certas, elas irão te proteger e querer seu bem. E, de qualquer maneira, você quer – na verdade, sente a necessidade – de retribuir toda essa proteção, todo esse amor.

Posso dizer que com Cato não foi muito diferente. No começo, quando era apenas amizade, eu me sentia protegida com ele. Quando nós saíamos juntos, ou até mesmo ficávamos em casa juntos, eu sabia que nenhuma mal iria acontecer comigo. Não enquanto eu estivesse com ele. E eu tive a enorme necessidade de retribuir todo esse carinho. Porque eu amava ele. Porque eu amo ele.

Vê-lo partir foi horrível, era como se parte de mim estivesse indo junto. Do que eu estava reclamando? Eu pedi para ele ir embora! Eu sou tão idiota! Mas eu faria isso mais vezes só para ver se nós aprenderíamos a lição. Só queria que houvesse outra maneira.

De certo modo, eu me sentia bem. Um pouco, mas bem. O silêncio em casa me ajudava bastante a pensar, apesar de ser agoniante escutar apenas minha respiração em todos os cômodos. Eu nunca pensei admitir que sentia falta do barulho da televisão com aqueles desenhos animados idiotas.

Fazia quatro dias que Cato havia ido embora. Eu não saia de casa, eu não recebia ninguém em casa. Katniss estava viajando; não sei se isso é bom ou ruim para mim. Eu precisava desabafar, mas ao mesmo tempo não queria. Prefiro sofrer sozinha.

Agora, eram umas dez da noite. Estava no meu quarto, com a televisão ligada e Chuck na minha frente.

– Eu sei, também sinto falta dele – acariciei a cabecinha de Chuck, que estava no meu colo. – Você não entenderia.

O cachorro soltou um latido baixinho, quase triste, como se pedisse para que eu continuasse.

– Sabe, Chuck... Cato é um cara legal. Ele é bem carinhoso também. Deve saber, ele gosta muito de você – o cachorrinho se aconchegou mais nas minhas pernas. – Cato só é um babaca na maioria do tempo, mas é impossível não gostar dele. Eu amo ele. Apesar dele ser um idiota, eu gosto das suas perfeições e das imperfeições. Sei que ele não vai mudar de uma hora para a outra, mas espero que ele amadureça. Porque olha só onde nós paramos!

Me joguei para trás e deitei, suspirando. Chuck deitou-se ao meu lado.

E aqui estava eu, desabafando com um cachorro.

***

Abri a geladeira pela terceira vez e fechei mais uma vez. Bufei, irritada por não saber nem o que eu queria!

Meu telefone tocou e eu atendi rapidamente quando vi que era Katniss. Ela me ligava todos os dias.

Bom dia, Clove!

Oi Katniss – falei enquanto abri mais uma vez a geladeira. Dessa vez decidi pegar um suco de caixinha.

Tudo bem? Digo... Cato, hm, voltou?

– Não, por qual razão ele voltaria? – falei e quando percebi que fui um tanto quanto grossa suspirei. – Katniss...

Tudo bem. Me desculpe você por não está ai – ouvi algum coisa sendo quebrada do outro lado da linha e Katniss xingar alguém. Logo depois ela pareceu fechar a porta de algum cômodo. – Já tentou ligar para ele?

Não – murmurei. – Nem ele me ligou. Não adiantaria nada, Katniss! Nós estamos longe um do outro para, justamente, tentarmos descobrir...

Já sei dessa historinha toda, não precisa repetir – eu não estava vendo ela, mas tenho toda certeza que Katniss revirara os olhos. – Sabe pelo menos onde ele está?

Não – sussurrei, me sentindo culpada por ter mandado Cato ir embora da própria casa e nem saber onde ele estaria dormindo.

Hum... Não sei o que falar – agora foi a minha vez de revirar os olhos.

– Não ligarei para ele.

Faz cinco dias! Ainda não sei como você não foi atrás dele.

Não nascemos grudados! Estou com saudades dele, estou preocupada, mas não vou ligar nem ir atrás de Cato.

Se você diz... Mas então, como estar às férias?

Oh, ótimas – ironizei.

Clove! Você deve está pensando que eu não te compreendo pois não estou passando pelo que você está... Mas eu me preocupo com você. Se minha melhor amiga está chateada, eu estou chateada. Se minha melhor amiga está triste, eu estou triste. Tudo o que você sente, eu sinto também. Eu quero seu bem, Clove. Sei que está sofrendo com toda essa história de separação-não-separação, sinto muito. Lembre-se que eu te amo e vou estar aqui.

Obrigadaagradeci e fechei os olhos – Te amo também, Katniss.

– Agora vá lá curtir seu dia com seu cachorro – e desligou.

Soltei uma gargalhada e olhei para Chuck. Ele está deitado nos meus pés e quando percebeu que eu o encarava, rodeou a cadeira onde eu sentava.

– Parece que somos apenas eu e você, por enquanto.

***

Apoiei meu queixo na mão e bati meus dedos livres no balcão.

Fazia três semanas que eu estava longe de Cato. Era tão estranho.

Era impressionante! Quando a casa fica sem Cato, eu ficava sem fazer completamente nada. Poderia assistir televisão, mas já cansei disso. Poderia ir ler, mas estava sem vontade. Poderia ir dar um passeio por qualquer lugar, mas sair de casa não estava nos meus planos. Poderia brincar com Chuck, mas já fiz isso nas últimas cinco horas. Queria conversar com Cato. Não sobre o que estava acontecendo, apenas conversar como um casal normal. Não era tão complicado, certo?

Incrível! Tudo o que eu faço, Cato está no meio. Eu pensava nele em todos os momentos, aquilo estava me deixando louca.

O que eu estava fazendo?! Eu não podia simplesmente ignorá-lo ou tentar esquecê-lo! Eu amo aquele garoto.

Me assustei quando a campainha tocou. Caminhei até a porta e me assustei quando vi a mãe de Cato parada ali.

– Carmen! – exclamei surpresa. – Hãm... O que faz aqui?

Ela entrou e sentou-se no sofá; fiz o mesmo. Mesmo com o passar do tempo, Carmen não tinha mudado muita coisa. O cabelo loiro continuava impecável, os olhos ainda brilhantes, porém rugas existiam ali por baixo. Cato parecia com ela.

– Você já deve saber... É Cato.

– Hum – murmurei e olhei para baixo. – Ele está na sua casa?

– Sim. Como você está?

– Bem – sussurrei.

– Querida, não fique assim. Cato já me contou tudo – ela colocou uma mexa do meu cabelo atrás da minha orelha e sorriu.

– Como ele estar?

– Para ser sincera, ele não está bem. Sempre imaginei que as garotas ficariam mais tristes quando isso acontecesse, mas, olhando para você agora, Cato está bem pior.

– Me sinto mal por isso – comentei e me encostei no sofá. – Afinal, eu mandei ele ir embora. E a casa nem é minha.

Carmen soltou uma gargalhada.

– Vocês se gostam. Sabe, de verdade. Muito.

– Talvez.

– Talvez? Bem, eu tenho certeza que sim. Eu vim aqui para fazer o que é certo. Não é meu relacionamento, mas eu amo muito vocês dois e eu preciso vê-los felizes.

– O que é certo? Digo... Parece que eu e Cato não somos certos um para o outro.

– O que você estar dizendo?! Vocês são diferentes, claro. Isso é a melhor coisa nos casais. Acredite em mim, seria a coisa mais chata do mundo se você e Cato fossem parecidíssimos.

– Eu só... É confuso. Eu queria ter um relacionamento amigável com Cato, mas...

– Vocês são ciumentos – ela sorriu e eu realmente não senti nada quando ela falou isso. – Isso é comum, apenas precisam... Controlar-se.

Suspirei. Era bom conversar com Carmen. Ela foi a mãe que eu não tive em todos esses anos. E ouvi-la me dando conselhos – acho que posso chamar assim – era tudo o que eu precisava. Digo, ela parece ser experiente. Seu casamento parece ir as mil maravilhas, e isso já faz anos!

– Como consegue? – sussurrei, mas logo aumentei meu tom de voz. – Como consegue manter seu relacionamento perfeito?

Ele jogou a cabeça para trás e soltou uma gargalhada. Depois sorriu e olhou no fundo dos meus olhos.

– Acredite, não é perfeito. Nós apenas nos esforçamos para ele se manter assim.

– Me esforço e não consegui salvar o meu relacionamento! Me sinto uma idiota, eu não consegui fazer tudo certo.

– Clove, não se culpe. Sei que Cato também não se esforçou tanto, mas... Não sei como dizer isso.

– Ele mudou? – soltei um risinho baixo.

– Não é bem isso. Você conhece ele. Cato apenas sabe o que é o certo e o errado em um relacionamento.

– Hum – murmurei e sorri. Carmen fez o mesmo.

Ela olhou para o seu relógio de pulso dourado e levantou-se.

– Preciso ir. Espero ter ajudado em algo.

– Ajudou! Obrigada – a abracei.

Ela retribui e logo em seguida está do lado de fora de casa.

Eu não estava melhor, mas essa conversa me fez perceber que eu realmente não deveria desistir do que eu amo.

***

Me olhei pela última vez no espelho e revirei os olhos quando vi uma Clove totalmente cansada. Ou talvez fosse apenas minha cara de sempre.

Terminei de vestir a blusa preta de manga longa e desci as escadas. Chuck vinha atrás de mim; ele era um bom companheiro, não queria que o cachorrinho fosse embora tão cedo.

– Você quer isso? – apontei para o pote cheio de biscoitos em cima do balcão e Chuck latiu. Soltei uma gargalhada e coloquei alguns biscoitos no chão. – Pronto.

Abri a geladeira e tirei um suco de laranja dali de dentro. Tomei rapidamente e quando já estava no final, a campainha tocou. Estranho; Katniss só chegava semana que vem.

Caminhei lentamente até a porta e a abri.

E eu dei um passo para traz quando viu Cato. Ele tinha uma expressão cansada no rosto, mas sorria.

– Hãm... – comecei, mas as palavras simplesmente não saiam. – Oi.

– Oi. Será que eu posso, hm, entrar?

– Oh, claro – dei espaço para ele entrar e fechei a porta. – Então...

Ele fechou os olhos e eu olhei para baixo. Não sei o que fazer agora, o que falar. Então acho melhor deixar Cato falar primeiro. E eu fiquei muito feliz quando ele abriu a boca e começou.

– Eu não sou uma pessoa perfeita! Há tantas coisas que eu gostaria de não ter feito... Eu estou aprendendo. Clove, eu nunca quis te dizer aquelas coisas que te magoaram. Sinto muito por ter te machucado, eu convivo com isso todos os dias e me sinto péssimo. Toda a dor que eu te causei... Apenas queria leva-la embora. Eu quero ser o único que segura suas lágrimas! E é por isso que eu quero que você me ouça... Clove, eu encontrei uma razão, uma razão para mudar quem eu costumava ser, uma razão para começar tudo de novo. E essa razão é você.

Passei a mão pela bochecha e limpei as lágrimas que eu nem sabiam que estavam caindo. Cato pareceu não se importar com isso. Ele permaneceu parado, olhando para mim, esperando uma resposta.

Eu apenas caminhei até ele e o abracei. Cato rapidamente retribuiu o abraço. Eu precisava tanto daquele aperto, daquele carinho no meu cabelo, dele beijando minha testa.

– Tenho mais dois períodos na faculdade. E se te deixa mais confortável: Amy não estará lá – ele sussurrou.

Pela primeira vez, eu não fiquei com raiva, chateada ou magoada ao ouvir o nome de Amy. Eu apenas ignorei e continuei abraçando Cato.

– Não é fácil deixar de ser um idiota. Nem sei se vou conseguir deixar de ser um! Mas, eu te prometo, eu vou fazer de tudo para nós continuarmos juntos. Ficar longe de você é a pior coisa para mim – Cato sussurrou novamente.

Outras lágrimas rolavam por meu rosto e eu solucei. Cato se afastou de mim e passou delicadamente a mão pela minha face, limpando-a.

– O que foi? Não estar feliz?

– Eu amo você – sussurrei e escondi minha cara em seu pescoço, ficando na ponta dos pés.

– Eu também amo você. Sinto muito por tudo.

Com facilidade, Cato sentou-se no sofá e eu estava por cima dele. Minha cabeça estava apoiada no seu peito e minhas pernas por cima da sua. Não sei por quantos minutos ficamos assim; ele alisando levemente meus cabelos e eu brincando com sua blusa.

Estava tudo tão bom. Eu nem estava acreditando que aquilo estava acontecendo. Cato nunca fez o tipo romântico, mas essa declaração foi uma das melhores coisas que ele fez para mim. Se ele estava disposto a recomeçar, eu estaria ao seu lado. Eu ajudaria ele com o que precisasse. Eu não desistiria dele. Nunca.

– Podemos voltar a ser como antes? Eu sentada nos bancos da cozinha e você puxando meus cabelos para anunciar sua chegada?

Ele soltou uma gargalhada. Aquela gargalhada era tudo para mim. Ele poderia rir toda hora e eu não enjoaria daquele som perfeito.

– Sim, podemos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero do fundo do coração que tenham gostado de capítulo!

Vou admitir, estou triste por ter postado o último capítulo de The Only Reason. Ela foi a minha primeira fanfic! Eu só tenho que agradecer a todas vocês que comentaram, favoritaram, recomendaram... A todas que me acompanharam desde o início e as que chegaram depois. MUITO OBRIGADA GENTE, EU AMO VOCÊS! OBRIGADA POR TEREM ME ACOMPANHADO! Não encarem isso como um adeus. Claro que não! Eu postei uma fanfic nova e espero ver todas vocês por lá! Ela se chama "Almost", é Clato também e aqui está o link: http://fanfiction.com.br/historia/552476/Almost/

GENTE, MAIS UMA VEZ EU QUERIA AGRADECER A TODOS OS MEUS LEITORES! ESPERO QUE ESSA NOSSA JORNADA JUNTOS TENHA AGRADADO A VOCÊS, POIS FOI UMA COISA MARAVILHOSA PARA MIM! OBRIGADA!