Surviving to Hell escrita por Alexyana


Capítulo 29
Arames


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal lindo e bonito do meu coração! Como vão vocês?
Atualizei o Tumblr com os outros personagens (feliz, Mellie? hahaha), espero que vocês gostem das escolhas! Como sempre, todos os atores foram escolhidos por um motivo (nenhum tão relevante assim), então ta aí!
ISA, OBRIGADA PELA RECOMENDAÇÃO, EU TO EMOCIONADA AQUI ATÉ HOJE! VOCÊ É DEMAIS! (ainda me perguntando como conseguiu ler tds capítulos em um dia)

Boa leitura, amores!




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/521945/chapter/29

Quero minha mãe agora. Quero Sam, Seth e Cassie. Quero que todo meu grupo esteja aqui, juntos e felizes comigo. Quero que o que papai fez seja mentira. Quero que Carl não tenha desejado atirar em Shane. Quero que Rick cuide da minha mãe, e de toda minha família. Quero meu mundo de volta, junto com as pessoas vivas.

Ah, como eu quero tantas coisas!

Suspiro, triste e com raiva por não ter isso, enquanto caminho pela grama. Emma, você nunca terá o que quer, a Emma interior relembra, reprovando meu beicinho. Sonhar não dói, retruco, e penso em como isso é mentira. Dói, e muito.

— Parece que você está travando um baita luta interna — caçoa uma voz no escuro, e sinto meu coração ir até a boca devido ao susto.

— Cale a boca, chapeuzinho — retruco mal-humorada quando me recupero. Perseu está com sua mochila no ombro, provavelmente tendo acabado de chegar de sua voltinha pela floresta.

— Chapeuzinho? — Ele levanta uma sobrancelha escura em minha direção.

— Encontrou o lobo mau? — pergunto, o sarcasmo soando estranho em minhas palavras.

— Quem garante que eu não sou o lobo mau? — Sinto meus pelos arrepiarem com sua voz sombria, mas a única coisa que faço é revirar os olhos.

— Molly estava louca atrás de você — desvio de assunto, estranhamente ansiosa com suas palavras anteriores. Vejo algo mudar em seus olhos escuros, e penso que talvez seja a preocupação.

— Ela está bem?

— Sim, a gente brincou de Lego — digo, sorrindo alegremente de repente. Perseu cerra os olhos em minha direção, provavelmente avaliando se minha repentina alegria é real ou ironia. Por fim, ele decide que é real, e um sorrio zombeteiro brinca em seus lábios.

— Lego, é? — questiona, e quase me arrependo de ter confidenciado minha recente atividade.

— Vai dizer que ela nunca te persuadiu a brincar também? — revido, cética. Percebo que ele está falando comigo há mais tempo que todo nosso tempo juntos, e penso em como isso é estranho. Como ele é estranho. Por que está falando comigo agora?, tenho vontade de perguntar, mas não o faço.

— Ninguém pode provar nada — Perseu responde, confiante. Começo a rir, mas paro quando ouço os murmúrios de dor recomeçando.

Olho em direção à barraca que está iluminada, lembrando-me de repente de Zac e de Shane, e que eu precisarei enfrentá-los em breve. Ainda não sei o que aconteceu, e nem o que Zac tem, o que faz algo dentro de mim revirar. A possibilidade de uma mordida me assusta.

Perseu nota meu olhar, e olha para lá também.

— Aquele homem é seu pai, não é? — pergunta, voltando os olhos para mim.

— Sim — digo, e não pareço tão feliz quanto deveria. Perseu apenas assente, sem fazer mais perguntas.

Então ele dá as costas para mim e começa a se afastar, sem falar nem um mísero “até mais, otária”. Encaro sua figura até não ser mais possível vê-la no meio da escuridão, aturdida e com raiva por ele ser assim.

Novamente os grunhidos de dor voltam, e forço-me a encarar a realidade. Começo a caminhar em direção à barraca, desejando não me arrepender.

A primeira coisa que noto quando afasto a lona que delimita a entrada da barraca é a figura pálida e esguia do homem, que antes com certeza fora bonito, deitada em um colchão. Ele está com os olhos fechados, mas a boca ainda emite os sons, então não tenho certeza do quão consciente ele está. Zac parece estar sofrendo, e tenho que desviar os olhos da visão.

Shane está sentado do lado esquerdo da barraca, que é maior que as outras, com a mochila ao seu lado. Ao contrário de mim, ele não parece sentir a necessidade de desviar o olhar, nem de tampar os ouvidos.

Aproximo-me dele, olhando brevemente em seus olhos ao parar ao seu lado. Sinto sua mão apertar a minha, e retribuo o gesto. Não falamos nada um para o outro, nos confortando apenas com o silêncio.

— Oh, Emma! Não sei se é uma boa ideia você ficar aqui — diz Skyler, que rodeia Zac colocando panos úmidos em seu rosto e tórax. Provavelmente foi ela quem fez os curativos, dezenas deles, no homem. Noto um maior, na região intestinal.

— O que aconteceu com ele? — questiono, minha voz trêmula. — Ele foi mordido?

— Não, acidente de carro. Ele estava sem cinto. — Não é Skyler que responde, e sim Andrew. Não havia notado sua presença ainda, e vejo que ele está sentado do lado oposto ao de Shane. Ele também possui alguns curativos, mas nada comparado ao Zac. — Não temos nem ideia do quão ferido ele está, mas com certeza ele precisa de um médico.

— Oh —murmuro. Acho que ele guardou os detalhes técnicos para os adultos. Lembro-me do dia em que mamãe foi atropelada, e dos atropeladores que morreram devido à uma batida de carro. Parece que faz uma vida.

— Shane me contou que você é filha dele — continua. Seus cabelos são grisalhos e seus traços são de um típico pai de meia-idade. — Faz muito tempo que não encontramos outras pessoas. Ele nos salvou.

Pergunto-me o quanto papai contou a ele, e o que ele fez. Será que ele disse sobre nosso grupo? Ou talvez não seja mais tão relevante?

— Foi muita sorte encontrá-lo novamente — digo, dessa vez olhando para Shane. Ele também me olha, e noto que ele provavelmente tem muito a me dizer. Aperto mais sua mão, como se precisasse demonstrar o quanto senti a falta dele apesar de tudo. Ele aperta a minha de volta antes de se levantar.

— Não foi nada, Andrew — diz, olhando para o líder. — Será que poderia nos dar um lugar para dormir esta noite? Estamos bem cansados.

Quando ele diz isso, noto que é verdade. Sinto meu corpo dolorido pelas horas seguidas sem sono, junto com o estômago doendo pela falta de comida.

— É claro! Aqui, peguem isso também — Andrew dá a papai dois enlatados, duas garrafinhas d’água e um pacote de salgadinho. Quase babo na visão de comida, e controlo-me para não atacar o salgadinho aqui mesmo. Ai meu Deus, é Cheetos! — Billy prefere dormir na caminhonete, então temos uma pequena barraca sobrando a alguns passos daqui.

Ele aponta a direção, agradecendo Shane mais uma vez antes de deixar-nos sair. Despeço-me de Skyler, que parece ter envelhecido alguns anos cuidado de Zac, e desejo melhoras para ele. Olho mais uma vez em direção ao colchão antes de sair, rezando para que ele sobreviva.

Andamos em silêncio até a barraca escura, e aproveito esse momento para olhar em volta. A clareira continua iluminada pelas tochas, e pergunto-me se eles apagarão elas depois. Não vejo como elas podem ser discretas.

— Aqui não é seguro, precisamos partir o mais rápido possível —Shane comenta, também tendo observado o ambiente ao seu redor. Apenas assinto, franzindo os lábios enquanto penso em Molly.

Entro na barraca primeiro, e fico feliz com a perspectiva de dormir no colchonete que cobre o chão. Lembra-me a barraca minha e de Maddison, quando ainda estávamos na fazenda. Eu te amo tanto, penso, querendo que mamãe possa ouvir isso.

— Olha, Emma... — começa papai depois de ter colocado todas as coisas no chão. Ele acende uma lanterna que estava dentro de sua mochila, que ilumina a barraca. Olho em sua direção, esperando que ele continue, porém ele não o faz.

— Não vou dizer que está tudo bem, pai — aviso, e minha voz é dura. — Porque não está.

— Eu sei, Emma, mas você precisa entender! — insiste, sentando-se no colchão de frente para mim. — Você não sabe o quanto eu estava sofrendo! A mulher que eu amava estava comigo, e eu era ótimo para Carl. Mas então Rick chegou e estragou tudo isso! Ele me tirou tudo, deixou-me totalmente perdido...

— Mas e eu?! — interrompo, sentindo as lágrimas começando a fazer seu costumeiro caminho até meus olhos. — Eu sou sua filha, não Carl!

— Quando encontrei você naquela estrada pensei que tudo ia dar certo, que finalmente havia uma chance para mim — diz, enquanto levanta a mão em direção ao meu rosto. Aceito o carinho, sentindo-me terrivelmente solitária. — Porém Lori disse que aquele bebê podia ser meu e eu pirei. A chance de ter uma família de verdade foi maior que minha razão. Pensar que poderíamos viver juntos, Lori e o bebê, eu, Carl e você era o paraíso, totalmente alcançável se Rick não estivesse mais lá.

— Lori nunca foi sua mulher e Carl nunca foi seu filho! — soluço, fungando o nariz enquanto a raiva e a mágoa preencher-me. Sinto meu coração doer, junto com todo meu corpo. — Mamãe sempre te amou, ela sim era sua, mas você simplesmente nos abandonou! Nós éramos sua família!

Desabo no chão, lagrimejando e soluçando enquanto abraço meus joelhos. Por que tudo tem que ser assim? Por que não posso simplesmente acordar desse inferno e descobrir que foi apenas um pesadelo, o pior de todos?

Por que não posso simplesmente morrer?

Sinto a aproximação de Shane, e levanto-me mais rápido do que achava possível. Meus olhos ardem e minhas bochechas estão úmidas quando digo as palavras que causarão dor em meu pai e em mim.

— Não toque em mim, seu monstro!

I see the wires pulling while you're breathing
You knew you had a reason
It killed you like diseases
I can hear it your voice while your speaking, you can't be treated
Mr. know it all had his reign and his fall
At least that is what his brain is telling all







Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tradução:
Vejo os arames rasgando enquanto você respira
Você sabia que tinha um motivo
Isto a matou como doenças
Eu posso ouvir sua voz enquanto você fala, você não pode ser tratado
O Sr. sabe tudo teve seu reinado e sua queda
Pelo menos é isso o que o seu cérebro está dizendo a todos
(Wires — The Neighbourhood)

E ai, o que acharam? Eu particularmente adorei esse capítulo, não sei bem o porquê. Esperam o que dessa treta ai? E do Zac? Dos outros personagens??? Me digam, gatas(os)!

Pergunta de hoje: Quem é a mulher mais bonita que vocês conhecem? (demorei pra fazer essa pergunta, sorry!)

Minha resposta: Devo dizer que essa pergunta é mais difícil que a outra (do homem). Conheço tantas mulheres lindas que fico na dúvida, mas como só pode uma, eu vou ficar com a Ali Michael. Aliás, ela é meu perfil. Vão dizer que não é gata pra krl? hushudfh

beijos

PS: EU AMO A ELLEN PAGE, E ELA SEMPRE SERÁ UMA DAS MAIS LINDAS!