Surviving to Hell escrita por Alexyana


Capítulo 27
O tal Perseu


Notas iniciais do capítulo

Ei, ei! Como estão?
CARA, FAZ MAIS DE UM ANO QUE STH EXISTE!!!! NÃO ACREDITOOOO! ACABEI DE VER QUE DIA 06/07 FOI ANIVERSÁRIOOOO DA FIIIC, AWNN
OBRIGADA POR TODO ESSE TEMPO JUNTNHOSSS, SEI QUE NEM TODOS LEEM DESDE O COMEÇO, MAS O IMPORTANTE É VOCÊS ESTAREM AQUI AGORA!
POR QUE AINDA TO FALANDO NO CAPS LOCK? NÃO SEEEEI

ENFIM, BOA LEITURA!



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O caminho não é tão longo assim, mas é quase como se fosse. O garoto me ignorou a maior parte do tempo, com exceção da vez que me mandou calar a boca. Sim! Ele realmente me mandou calar a boca! Não estou acreditando até agora:

—Você não pode mesmo me dizer quanto tempo falta? Talvez seja melhor pararmos um pouquinho — sugiro, sentindo meus pés arderem pelas bolhas, que nunca têm tempo para sararem completamente. — E o Sol está tão forte, sendo branco como você, eu tentaria evitá-lo...

— Meu Deus, cale a porra da boca! — Olho assustada para ele, sentindo meu queixo cair diante da reação agressiva e inesperada.

Ele desvia os olhos raivosos, recomeçando a caminhada e me deixando pra trás. Cerro os dentes, iniciando os passos para alcançá-lo, sentindo minhas bochechas esquentarem pela raiva e pelo constrangimento.

Desde então, tenho permanecido com a boca fechada. Quer dizer, eu deveria respondê-lo? E se ele me matar com essa coisa que ele carrega no quadril?

—Lar doce lar — anuncia em um resmungo, afastando com o braço alguns galhos cheios de folhas.

Levanto a cabeça alarmada e confusa, já que só vejo mato ao nosso redor. Então enfio a cabeça embaixo do seu braço, visualizando várias barracas de acampamento espalhadas pela campina. Novamente sinto meu queixo cair ao ver pessoas de verdade circulando por entre as acomodações, parecendo tão tranquilas, apesar de estarem desprotegidas no meio da mata.

Parece que ele mentiu ao dizer que não encontrou outros humanos, afinal.

Sigo o garoto, descendo uma pequena inclinação até chegar ao solo gramíneo. Damos alguns passos, e as pessoas parecem não notar minha presença estranha. Conto exatas três pessoas, duas mulheres e um homem, e fico ainda mais surpresa ao ver uma pequena garotinha saindo de dentro de uma barraca e entrando em outra. Tão rápido que me pergunto se foi uma ilusão.

Sinto meu coração murchar drasticamente quando não vejo papai em lugar algum. Ele pode estar em alguma barraca, sugiro para mim mesma. Não, Shane não está aqui, penso amargamente, tendo essa estranha certeza.

— Perseu! — uma voz grita em reconhecimento. Olho ao meu redor em alerta e noto que foi uma mulher morena que gritou, e de acordo que nos aproximamos mais, percebo como ela é parecida com o garoto ao meu lado. O tal Perseu.

Desvio o olhar para ele, e vejo que está revirando os olhos. Franzo as sobrancelhas, confusa pela sua reação. De repente Perseu paralisa, e também estagno no lugar, aturdida pela parada repentina. Só então vejo a cerca, antes invisível pela distância, que circunda o acampamento. Ela possui arames farpados, todos enroscados uns nos outros, sustentados por pedaços de madeira.

— Quem é essa menina? — pergunta uma voz diferente, um homem. Levanto os olhos em alerta, localizando um senhor de aparência rústica próximo a nós. Encolho-me disfarçadamente atrás de Perseu quando vejo a espingarda em sua mão.

—Emma — diz simplesmente, como se isso significasse alguma coisa. Mas pelo jeito o tom descontraído em sua voz acalmou o velho, que relaxou o braço que segurava a arma. Porém observei que ele não a guardou.

— Por que demorou tanto, querido? — questiona a mulher morena, vindo abraçar o garoto que acabou de abrir uma passagem na cerca. Estava tão distraída que nem notei que havia uma entrada, e hesito em passar por ela.

Constato que o garoto não ignora somente a mim —mas a todos —, já que claramente acabou de fazer isso ao ignorar os braços abertos da mulher. Fico incomodada, perguntando-me por que Perseu fez isso, já que ela claramente se preocupa com ele.

—Ela não parece ser perigosa, mas vigiem-na — alerta Perseu, olhando para o homem e para a jovem loira atrás dele. Demoro alguns segundos para notar que ele está se referindo a mim, e entro em desespero ao vê-lo se afastar para as barracas, me deixando sozinha com esses estranhos. Não que eu confie muito nele, contudo estes humanos são totalmente estranhos!

Olho para os três, e só o homem barbudo está me olhando, enquanto as duas mulheres observam o garoto se afastar. Penso em me virar e ir embora, porém duvido que consiga reabrir a cerca antes de ser baleada.

— Então... — começa o homem, olhando para as companheiras de grupo. Ele é aproximadamente da mesma idade de Hershel, apesar de ter traços mais duros e um estilo diferente.

— Deixe que eu cuido dela — oferece uma nova voz animada, a da mulher loira. Olho para ela, mas não sou correspondida.

O senhor dá de ombros e começa a se afastar, sem antes lançar um longo olhar para ela, em uma clara mensagem de “Mate-a se for necessário”. Apesar disso, ele me dá um sorriso simpático antes de sair, ostentando a espingarda nos ombros enquanto caminha calmamente em direção à caminhonete vermelha enferrujada na extremidade oposta da campina.

— Certo, Emma. Você deve estar cansada, não é mesmo? — Os óculos dão a ela uma aparência séria, mas ela aparenta ser mais jovem que a morena.

— Um pouco — admito, envergonhada.

— Venha, vou aproveitar e mostrar o local pra você. É pequeno, mas... — Ela continua a falar, e corro para segui-la, olhando uma última vez para a morena, que está de costas para mim.

–---------- ↜ ↝ -------------

Descobri com a moça loira — Skyler — muitas coisas sobre sua vida pessoal e o grupo nas poucas horas que passei com ela. Como, por exemplo, o fato dela ter sido uma fotógrafa profissional antes do apocalipse, que ia a muitos protestos e participava de várias ONGs em prol dos animais. E o nome de todos do grupo, inclusive dos dois homens — Andrew e Zac — que saíram para a busca e ainda não voltaram.

O dia está em seus últimos suspiros, deixando tudo laranja. Susan, a mãe de Perseu e da garotinha, Molly — que afinal não era uma miragem —, está visualmente preocupada com os dois que partiram para a busca. Ainda não superei o fato de esse acampamento ser tão frágil, e mesmo estando tudo calmo, não me sinto segura.

—Ele é sempre assim? — pergunto, olhando para a figura solitária de Perseu sentada perto da cerca. Mesmo não conhecendo a mulher ao meu lado há mais que poucas horas, sinto que tenho intimidade o suficiente para fazer essa pergunta.

— Piorou depois da última vez que ele sumiu por semanas. Susan acha que foi por causa da briga com o padrasto, mas eu não — Skyler diz anormalmente séria, também olhando para ele. — Acho que aconteceu algo lá fora.

Ficamos assim por alguns segundos, ambas encarando-o em silêncio enquanto o dia gradativamente vira noite. Todos levaram a sério a ordem de Perseu, já que frequentemente olhos vigilantes repousam em mim.

—Estou com fome — anuncia a loira, voltando a sua forma animada e falante. Sigo-a até uma das cinco barracas, onde estão armazenados os suprimentos, ainda refletindo sobre o que ela acabou de dizer.

Ouço-a em silencio enquanto ela pega um pacote de bolacha para si, distraída demais para prestar atenção de verdade em suas palavras. A preocupação de Susan definitivamente me infectou, e agora a única coisa que penso é se papai está bem.

— Emma? — chama Skyler, ajeitando seus óculos no nariz delicado. Só então noto que fiquei tempo de mais sem emitir um “uhum”. Merda.

— Eles chegaram! — anuncia a voz de Susan do lado de fora, antes que eu possa responder Sky.

Saio correndo pela porta da barraca, acompanhada de Skyler, que carrega as bolachas na mão. A campina está iluminada com algumas tochas, posicionadas estrategicamente, que permitem ver algo além da escuridão total.

— Meu Deus! — exclama Billy, o velho professor que apontou a espingarda para mim mais cedo.

Avanço um pouco mais rápido depois disso, deixando minha acompanhante para trás. Quando finalmente paro ao lado dele e de Susan, sinto meu coração falhar uma batida. Puta que pariu.

And when we come back we'll be dressed in black
And you'll scream my name aloud
And we won't eat and we won't sleep
We'll drag bodies from aground




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Notas finais do capítulo

Tradução:
E, quando voltarmos, estaremos vestidos de preto
E você gritará alto o meu nome
E nós não comeremos e não dormiremos
Arrastaremos corpos da costa
(Spectrum — Florence And The Machine)

ESSES GIFS DA ELLEN ME DESTROEEM, SOCORRO!

O que acharam??? O que será que aconteceu? Viram o diabo? Sugestões? Pedidos?
Em breve vou atualizar o Tumblr com as fotos dos novos personagens, ai posto o link!

Beijinhosss

PS: Tem gente shippando Persemma. Será que rola?