P.O.V. TOM

- ANDA LOGO, LIZZIE! – eu gritei já pondo a minha mala e a do Bill no carro. Só faltava a noiva numero dois ficar pronta e eu carregar as coisas dela para podermos entrar no carro e cair na estrada.

- Calma, criatura! Eu não estava achando meus óculos! – disse ela arrastando uma mala gigante escada abaixo.

- E desde quando você usa óculos, animal? – eu perguntei. Sim, eu sei! Somos o amor personificado.

- Desde quando eu estou a fim, seu burro! – disse ela terminando de puxar a mala e parando na minha frente enquanto arrumava os cabelos.

Quase enfartei ali mesmo.

- Por que você está vestida assim? – eu perguntei, assustado com seu estilo.

[roupa da Lizzie: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=15908214 ]

- Porque eu não me importo com o que vocês pensam, no entanto eu tenho que causar uma boa impressão na titia Simone! – disse ela sorrindo e dando uma voltinha, para eu poder ver seu look inteiro.

Como se eu realmente me interessasse pelo que a pirralha veste. –-‘

- Você fala como se fosse a namorada que precisa da aprovação da queridíssima sogra – eu disse rindo da minha própria piada.

Ela fechou a cara.

- Nossa, Tom, você é TÃO engraçado! ¬¬ - disse ela sarcasticamente.

- Vamos ou não? – perguntou Bill estressadinho saindo do carro e vindo juntar-se a nós. – Hey Samara! Que roupa é essa?

- Caralho meu! Deixem-me em paz! Eu estava a fim de vestir essa roupa e vesti! – disse ela perdendo a paciência. A garota é estressada que só. ¬¬’

- Sabe, assim ela até parece a filha do Victor que eu esperava – comentou Bill para mim.

- Pois é! Pena que só parece! – eu disse batendo o porta-malas depois de por as malas da Samara no carro.

- Idiotas – disse ela virando os olhos e entrando no carro, no banco de trás, é claro, já que eu ia dirigindo e Bill ia no banco do carona.


P.O.V. BILL

DUAS HORAS DEPOIS...

- TOM! – eu gritei pela quinta vez seguida.

- Hã??? – disse ele virando-se para mim.

Meu Deus! Eu vi a luz agora! Se não é a pirralha puxar a direção teríamos dado de frente com o carro da pista contrária.

- Tom, pelo amor de Deus, pára esse carro! – eu pedi me segurando em qualquer lugar que fosse seguro.

- Por quê? – ele perguntou bocejando. É um animal mesmo! ¬¬

- Porque você está morrendo de sono e eu vou dirigir antes que você nos mate! – eu disse.

- Você dirige igual uma velha cegueta! – ele reclamou.

- Não interessa. Pára o carro! – eu disse. Ele não parou. – AGORA!

Tom resmungou um pouco, mas – graças a Deus – parou o carro.

- Assume e me deixa dormir então – disse ele saindo do carro.

Eu rezei uma prece de agradecimento e pulei para o banco do motorista.

- Eu te odeio! – disse Lizzie, me fazendo pular de susto um tempo depois, quando Tom já estava dormindo – e roncando – no banco do carona.

- Posso saber por quê? – perguntei sorrindo. Lizzie sempre vinha com umas frases inesperadas do nada.

- Porque você resolveu assumir a direção! – ela disse enfiando a cabeçona entre os bancos para poder conversar melhor.

Franzi o cenho. Ela era suicida e eu não sabia?

- Você estava querendo morrer? – perguntei enquanto prestava a atenção na estrada.

- Não, mas acho que dá no mesmo morrer num acidente e morrer com os miolos estourados. Ah, não! Morrer com os miolos estourados é bem pior! Sem falar que a morte é muito mais lenta – disse ela, me fazendo olhá-la por um momento confuso antes de voltar minha atenção para a rua.

- Do que você está falando? – perguntei um tanto temeroso pela resposta.

- Do Tom, é claro! Ele vai estourar os meus miolos vagarosamente se continuar roncando dessa forma! – ela disse tampando os ouvidos, para figurar melhor suas palavras.

Eu ri, óbvio!

- Nem é tão ruim assim! – eu disse tentando defendê-lo.

- Nem vem! Você diz isso porque convive com ele desde a barriga da titia Simone! Se não estaria pensando a mesma coisa que eu. Ou melhor, sentindo! – disse ela cerrando os dentes para o barulhão que Tom fazia enquanto dormia.

Dei mais uma risada.

Acredite ou não, eu e Lizzie fomos conversando a viagem inteira sem brigar. Pelo menos não muito.

- Chegamos – eu disse parando na frente da casa azul tão familiar.

[casa da titia Simone: http://z.about.com/d/architecture/1/0/R/P/house3544.jpg ]

- Ai meu Deus! Isso não mudou em nada! – disse Lizzie já descendo do carro.

- Vamos Tom, já chegamos – eu disse dando umas sacudidas no meu irmão para ele acordar.

- Uhum, já estou indo – ele disse e se virou para o outro lado.

Virei os olhos e resolvi ignorar, descendo do carro e dando de cara com uma Simone extremamente risonha na porta da casa.

- Ai, que bom que vocês vieram! – disse ela. A essa altura, meu irmão já tinha “acordado” e vindo parar na frente do carro, de forma que estava a Samara encostada na porta do passageiro e eu e Tom mais a frente, já que a mãe é nossa.

Minha mãe veio correndo para cima de nós e quando eu pensei que ela ia nos sufocar em um abraço, ela nos empurra pelos ombros e vai abraçar a Lizzie, que estava atrás, nos deixando com caras de pamonhas.

- Oh, minha querida! Como você cresceu! Nem parece que você era aquela pequenina que vinha aqui em casa e os gêmeos puxavam seus cabelos! – disse ela segurando o rosto da “pequenina” com as duas mãos.

- Eles puxavam, é?! – inquiriu ela lançando olhares não muito agradáveis para nós dois.

Tom começou a assoviar e eu peguei um espelhinho do bolso pra conferir meu cabelo e maquiagem.

- Ah, mas isso são águas passadas! Fico tão feliz que você tenha os convencido a vir! Você acredita que já faz quase sete meses que esses filhos desnaturados não me visitam? – mamãe lhe disse e nos lançou olhares de desgosto. Brincadeira! Já vi que essas duas juntas vão ser nosso inferno pessoal!

- Mãe, não exagera! Não faz tanto tempo assim e sem falar que estávamos de turnê! – eu disse tentando me defender.

- Não vamos discutir agora! Mas eu falarei com vocês mais tarde, ah se falarei! – dizia minha mãe enquanto puxava a Samara para dentro de casa e ia falando bobagens.

- Vai ser um longo fim de semana! – disse meu irmão com as malas todas nas costas.

- Nem me fale! – eu respondi fechando o porta-malas que ele tinha deixado aberto e entrando em casa.

P.O.V. Elizabeth

- Querida, você está tão magra! Quem sabe você come um pedacinho do bolo de chocolate que eu fiz pra vocês? Acabei de tirar do forno e pôr a cobertura! Você quer? – perguntou-me titia Simone.

Já era a terceira vez que ela me oferecia algo para comer, sendo que eu estava lá há apenas meia hora. Agora eu entendo o que os gêmeos querem dizer!

- Claro! – eu respondi. Eu sei que agora ela vai me enfiar tudo pela goela, mas eu não posso negar. É chocolate, porra!

- Vou lá buscar! Logo, logo eu volto! – disse ela levantando da sala e indo para a cozinha, me deixando sozinha, já que os meninos tinham resolvido ir no mercado comprar algumas coisas que a titia Simone tinha pedido.

Quando ela saiu me levantei e fui olhar fotos que tinham sobre a lareira. Eram todas fotos dos gêmeos e algumas com os G’s. A maioria eram fotos promocionais, que ela deve ter recebido por correio ou tirado da internet, mas tinham duas que me chamaram a atenção. Uma era do Bill pequenininho, que fora tirada pessoalmente, uma foto totalmente pessoal e a outra era uma promocional que eu nunca tinha visto do Tom em cima do Bill, as duas muito fofas.

[foto do Bill: http://medias.ados.fr/people/3/8/3886/Tokio-Hotel/photos/1871-bill-kaulitz-13-ans.jpg ]

[foto dos gêmeos: http://5a.img.v4.skyrock.net/5a0/emuxa/pics/2362213659_small_1.jpg ]

- O que você está fazendo? – perguntou uma voz muitíssimo conhecida.

- Estou vendo as fotos de vocês. Vocês realmente não eram muito chegados em uma foto, não é? – eu comentei ainda com os porta-retratos daquelas duas fotos nas mãos.

- Eu até gostava, na verdade, gosto até hoje! Mas o Tom nunca foi muito chegado... – ele disse vindo para perto de mim para poder ver quais as fotos que eu estava vendo.

- Você era muito fofo quando criança! – eu disse sorrindo para ele e voltando a olhar as fotos.

- Qual criança não era? – perguntou ele meio encabulado indo se sentar no sofá.

- Eu! Eu era horrível quando era pequena! Tinha uma carona de bolacha e parecia uma pamonha – eu respondi pondo as fotografias de volta no lugar e indo me sentar ao seu lado.

- Você ainda parece uma pamonha! – disse ele brincando, o que me fez dar um tapa de leve em seu braço.

- Nem tenho! – eu disse.

Nós dois rimos.

- Até que enfim vocês chegaram! Eu acabei de cortar um bolo de chocolate! E você VAI comer Bill! Eu não quero meu filho desnutrido! – disse ela me entregando um pedaço um tanto FARTO de bolo e indo para a cozinha buscar um para o Bill.

Ele me lançou um olhar significativo.

- Viu o que eu disse? – perguntou ele apontando para a metade do bolo que ela tinha posto no meu prato.

- Eu não vou conseguir comer tudo isso sozinha! – eu reclamei olhando pro pedação.

- Eu como com você e o pedaço que minha mãe cortar o Tom come! – ele ofereceu.

Olhei pra ele desconfiada. Depois olhei para a naca de bolo que a titia Simone tinha posto no meu prato. É, eu acho que vou aceitar a proposta.

Dei uma garfada no bolo e pus na minha boca.

Nem preciso dizer que fui ao céu e voltei, não é?

- O bolo da sua mãe é ótimo! – eu disse pegando mais um pedaço.

- É mesmo! Agora me dá um pedaço, vai! – pediu ele abrindo a boca, de forma que eu pude ver o piercing na língua tããoo famoso que ele tinha.

Peguei mais um pedaço lentamente e fui fazendo o caminho ate sua boca de forma mais lenta ainda. Quando o garfo ia chegar à sua boca, eu fiz a volta e pus o pedaço na minha própria.

- Hey! Isso não vale! Se você não me começar a me dar uns pedaços eu vou pegar um prato pra mim e você que se vire para comer esse pedação sozinha! – disse ele cruzando os braços e fazendo bico.

Eu ri dele e lhe dei um pedaço logo. Mesmo o bolo sendo maravilhoso, nunquinha que eu conseguiria comer tudo sozinha.

- Sabe, dessa vez a mamis se superou! – comentou Bill abocanhando mais um pedaço que eu lhe ofereci.

- Bill! Que modos são esses? Pegue esse prato para você e deixa a Elizabeth comer o dela em paz! Ela precisa comer, está muito magrinha! E você também está muito desnutrido! – disse a titia Simone chegando na sala e oferecendo o prato pro filho, que prontamente recusou.

- Mãe! Eu estou dividindo essa fatia com a Lizzie! Depois se ficarmos com vontade de comer mais, nós vamos pegar ou te pedimos! Vai dar esse pedaço pro Tom! Pode não parecer por baixo de toda aquela roupa larga dele, mas ele está quase mais desnutrido que eu! – disse Bill chegando mais próximo a mim e roubando uma garfada que eu ia pegar.

- Aham, sei que vocês não vão agüentar! – disse titia Simone sarcasticamente, o que eu realmente não entendi.

Depois do comentário que me deixou confusa, ela subiu as escadas e foi empurrar bolo pra cima do Tom, que devia ter corrido para se trancar no quarto com a intenção de fugir da comida que a mãe queria lhe pôr goela adentro.

- Você é um grande mentiroso, Bill! São Pedro não vai te aceitar no céu! – eu disse lhe dando mais um tapa no braço.

- Posso saber por quê? Eu sou um anjinho! – disse ele fazendo uma carinha de santo.

- Você sabe que o Tom não está nem um pouco desnutrido! Você sim, que está seco igual uma taquara! – eu disse pegando com uma mão o braço dele. Eu QUASE conseguia dar a volta.

- Há! Olha quem fala! – disse ele imitando meu gesto. A diferença é que a mão dele circundava meu braço com perfeição.

- Chato! – eu disse abocanhando mais um pedaço de bolo.

- Chata! – ele respondeu sorrindo vitorioso e também se entupindo com mais um pedaço.

Essa estadia na casa da titia Simone sem duvidas seria divertida!