Mirror, O Reflexo da Verdade escrita por Nynna Days


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Hey, gente.

Capítulo novo. Por pouco não posto. Por que não tinha conseguido finalizar. Muitas coisas aconteceram e eu acabei de me enrolando (leia-se aqui minha avô querendo que a ensinasse a mexer no facebook. Não nem comentarei sobre isso)

E aqui está meu capítulo favorito de todos. *-* E tenho quase certeza que será o de vocês também.



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Aliel parou de se debater ao reconhecer o caminho que eu estava fazendo até minha casa. Seu silêncio fazia meus ouvidos queimarem e, mesmo sem vê-la, sabia que ideias mirabolantes enchiam sua mente complicada. Deu um solavanco em seu corpo, fazendo-a soltar um grito assustado. Eu ri.

“Está divertido?”, indagou pousando o cotovelo nas minhas costas. “Se eu fosse humana já estaria enjoada e te batendo para me soltar.”

“Ainda bem que não é então.”, gracejei escutando-a bufar. “Pare de pensar um pouco nas consequências e viva o momento. Veja que noite linda.”

Meu papo mole não adiantou. Ela nunca caía. Não sabia o motivo para eu continuar tentando. Senti seus braços se cruzando e me recusei a olhar para seu corpo, ciente de que veria sua bunda. Pelo menos tinha escrúpulo para isso. Espero que esteja assistindo isso, Deus. Pensando melhor, não assista.

“Você socou um anjo, Jeremy.”, me repreendeu. “Rafael irá me culpar por não conseguir conter o meu Pupilo. Lael só queria o meu bem. Ele só não sabe lidar com humanos e está tenso por causa da missão de juntar Laisa e Dexter.”

Revirei os olhos evitando falar o que se passava na minha mente. Reconheceria aquela possessividade em qualquer lugar. Era idêntica a como me senti quando Ian disse que queria convidar Aliel para sair. Não era um instinto protetor entre amigos. E sim de uma pessoa que gostava da outra.

Pressionei os lábios, segurando o riso. O Céu estava tão preocupado com o que eu poderia fazer com sua Guardiã e nem verificavam as sujeiras que vinham de dentro. Preferi desviar para outro assunto, antes que ela mencionasse o outro ponto que estava tentando ignorar. Uma das consequências mais impactantes do meu surto na festa.

“Espero que ele tenha bastante sorte e paciência.”, eu disse resolvendo permanecer no assunto. Se prosseguisse talvez ela achasse uma brecha. “Demorei quase seis meses para conquistar Laisa...”

“E quebrar seu coração”, ela ressaltou.

“...e mesmo assim ela não dava o braço a torcer. Se comigo, que era popular e dividia as mesmas ideias que ela foi difícil, com o Dexter será quase impossível.”, gargalhei, sacudindo a cabeça. Alguns fios de cabelo quase entraram em meus olhos. Afastei-os. “Jeremy Read novamente tirando os apaixonados do seu caminho. Agora eu estou entendendo a pressa do Céu em me arrumar alguém.”

Calei-me, sabendo que ela tarde demais. Dei tantas voltar para acabar no mesmo caminho. O corpo de Aliel ficou tenso. Soltei o ar e me abaixei, ajudando Aliel a ir para o chão. Ela se desequilibrou por meu movimento súbito. Segurei-a pelo antebraço e mantive meus dedos ali até ter certeza que seus pés estavam firmes no chão.

“Obrigada.”, ela agradeceu envergonhada. Não a soltei. “Jeremy...”

“Por favor.”, pedi fechando os olhos. “Não quero falar mais disso. Só quero que você vá para casa comigo e que voltemos a ser como antes.”

Escutei o som de seus saltos contra o asfalto duro e seus dedos tocaram levemente meu rosto. Toda a minha pele se aqueceu a partir daquele ponto e minha boca secou, fazendo-me passar a língua pelos lábios. Suas unhas roçaram em meu lábio inferior ao mesmo tempo em que sua respiração se acelerava e batia em meu rosto.

“Você não me pertence.”, ela sussurrou destacando cada palavra. A dor em sua voz era perceptível, além de estar um pouco embargada. Fungou. “Tenho que parar de ser impulsiva perto de você. Foi por conta disso que toda essa confusão aconteceu.”, ela encostou sua testa na minha, tendo que ficar um pouco na ponta dos pés. Segurei seu antebraço com mais firmeza, entretanto com cuidado para não machucá-la. “A culpa é minha por não conseguir resistir aos seus olhos.”

Com a menção de meus olhos, lembrei-me que ainda estava de máscara e mesmo que ela só ocultasse metade de meu rosto, a tirei. Queria que Aliel tivesse total certeza de minha exposição. Abrindo os olhos, ergui a sua máscara com os dedos trêmulos. Nunca tinha tirado nenhuma peça de roupa de Aliel e – por mais que aquela fosse pequena e insignificante – fez com que uma chama se acendesse em meu peito.

Suas pálpebras tremularam antes que ela me olhasse por baixo dos longos cílios. Joguei nossas máscaras no chão, envolvido pela escuridão de sua íris. Aliel não se afastou, deixando nossos rostos á uma distância perigosa e tentadora. Sua mão deslizou por meu braço e ela engoliu a seco, observando como eu reagiria ao seu toque. Minha boca estava aberta, fazendo com que o ar entrasse e saísse com mais facilidade.

“A culpa é minha por ser humano.”, murmurei rouco.

Ela sorriu serena.

“Você não entende mesmo, Jeremy.”, ela recuou, movendo as mãos pelos cabelos, exasperada. Manteve seus olhos na rua deserta e deu alguns passos em círculo, ordenando os pensamentos. “Ser humano é a sua maior dádiva. Veja quantos desistiram da eternidade por uma vida errônea. Mas é isso. Todos querem uma vida, não uma eternidade.”

Assenti comigo mesmo.

“E eu não posso dar o que você quer.”

Isso a fez parar. Ergueu os olhos, me encarando como se eu fosse um louco. O som de seu salto destacou a sua determinação ao se aproximar de mim. Sorte que já estávamos parados em frente a minha casa. Recostei-me na árvore no instante simultâneo em que ela cortou toda a distância entre nós.

“Você é tudo o que eu quero, será que dá para entender isso?”, ela gritou exasperada. O desespero era visível em seus olhos. Estávamos à beira da loucura sem o outro. “O problema é esse, Jeremy. Eu deveria estar satisfeita com tudo o que o Criador estava me oferecendo. Meu cargo de Guardiã, cada vez mais perto de me tornar Arcanjo. Só que desde que te conheci, nada mais importou. Só o que esse idiota...”, apontou para o peito no local exato onde estava seu coração. “... sente toda vez em que estou perto de você.”

Um raio cortou o céu, anunciando o que aconteceria em seguida. Dei um passo a frente, saindo do choque em que tinha entrado ao escutar sua declaração. Seus olhos lacrimejam e lágrimas deslizaram por sua bochecha. A chuva veio em seguida. Forte e acompanhada de trovões. A abracei, puxando seu corpo magro e soluçante para debaixo da árvore.

“Você prometeu que não me deixaria cair.”, ela lamentou em meu peito.

Acariciei suas costas.

“E você me prometeu que iria me proteger.”, respondi. Ela ergueu o rosto confuso. Mostrei a cicatriz em minha mão. “Quebrei a janela do meu quarto quando você foi embora naquele dia. Você não me protegeu do sangue. Destruí meu quarto todo em seguida. Você não me protegeu da loucura. E fui até um bar, porque não aguentava enfrentar aquela situação sóbrio. Você não me protegeu da dor.”

“Jeremy...”

Esperei que ela acrescentasse alguma coisa, mas apenas abaixou os olhos chorosos e balançou a cabeça. Coloquei dois dedos embaixo de seu queixo e ergui seu rosto. Ela mordeu o lábio inferior, sem desviar seus olhos dos meus. Seus tímidos dedos traçaram cada curva de meu braço e ombros até alcançar minha nuca.

Era como se uma luz estivesse sendo jogada em nós e apagado o mundo ao nosso redor. Tudo o que meus ouvidos escutavam era o som de nossos corações descompassados e nossa respiração ofegante. Em seus olhos vi a dúvida do desejo que rastejava quente por sua pele. Virei nossos corpos, de forma com que ela ficasse entre mim e a árvore. Meus dedos contornaram a perfeição que era o seu rosto.

Estava perdendo o que restava do meu controle.

“Aliel...”, gemi seu nome, ignorando as grossas gotas de chuva que pingavam nas minhas costas. Seu cheiro me invadiu e me intoxicou. Tudo em mim vibrava e queimava. “Se você não disser nada nesse exato momento, vou te beijar.”, balancei a cabeça, sentindo o meu cabelo colando em meu rosto. “E não vou me arrepender.”

Ela piscou rapidamente, respirando fundo. Então um sorriso tomou seus lábios.

“Ah, Criador.”, lamentou aproximando os nossos rostos. “Eu o amo tanto.”

A observei fechando os olhos lentamente e ficando na ponta dos pés, para dar acesso aos seus lábios. Aproveitei que já estava segurando seu rosto e pressionei meus lábios nos seus, casto. Todo o meu interior pareceu explodiu em sensações de êxtase. Tive que reunir todo o meu autocontrole para ir devagar.

Ela pôs as mãos por cima das minhas e suspirou, como se estivesse aliviada. Seus lábios eram macios e tentadores, por isso foi fácil perder-me ali. Aliel entreabriu os lábios, como um convite silencioso. Não deveria estar impressionado por ela saber tanto de beijos. Ela havia proporcionado a maioria deles.

E quando nossas línguas se tocaram, adrenalina se espalhou por todo o meu sangue e foi impossível manter minhas mãos apenas em seu rosto. Queria tocá-la em todos os locais possíveis, de todos os modos possíveis. Minhas mãos deslizaram pela lateral de seu corpo até alcançarem sua cintura e puxaram seu corpo com mais força contra o meu. Seus dedos se direcionaram até o meu cabelo, enrolando mechas por entre os dedos e gemendo em meus lábios.

Mordi seu lábio inferior com leveza e a senti tremer em meus braços. Almejava que ela sentisse o mesmo misto de sensações que acontecia comigo. Para que se a possibilidade de me abandonar passasse por sua mente outra vez, ela tivesse algo para fazê-la hesitar. Uma chama que nunca mais seria esquecida. Era como sentir um pedaço do céu na terra e o calor do inferno no corpo.

“Por Deus, Aliel.”, sussurrei arfante roçando a ponta de meus dedos em sua bochecha. Seus olhos escuros estavam dilatados e os lábios inchados. Além do batom vermelho um pouco borrado. “Você é a tão perfeita que me tentaria a cair.”, ela deu um sorriso constrangido. “Todo o tempo em que esperei valeu a pena.”, segurei seu queixo com delicadeza. Seus olhos se arregalaram, talvez pensando que eu a beijaria novamente. Estava realmente tentado a fazê-lo. “Não me deixe de novo. Posso não te oferecer tudo o que quer, pode até se arrepender quando amanhecer, mas fique comigo.”

Seu sorriso se ampliou.

“Eu ficarei, Jeremy. Não se esqueça que sou sua e sempre serei.”

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O barulho estridente do celular me despertou, fazendo-me abrir os olhos com lentidão. A claridade invadia meu quarto, tocando minha pele pernoitada. Soltei um muxoxo, tampando meus olhos com o antebraço e reclamando mentalmente pelas cervejas que havia bebido ontem – mesmo não tendo ficado bêbado. Com o toque persistente, me obriguei a tatear a cômoda com a ponta dos dedos até encontrar meu celular.

Abri um dos olhos, vendo o nome de Mary brilhando na tela. Suspirei, sabendo que teria que enfrentar esse problema o mais cedo possível. Só que não seria naquele momento. Larguei o celular e virei o rosto para o outro lado, sorrindo ao encontrar o rosto de Aliel. Por mais sombrio que estivesse.

“Já é a terceira vez que ela liga.”, contou com a voz carregada de culpa. “Você tem que conversar com ela sobre... isso, Jeremy.”

Meu meio sorriso se ampliou.

Isso seria nós dois?”, gesticulei para meu peito e para ela.

Tinha que admitir que Aliel ficava uma tentação vestida com a minha camisa. Seus cabelos cacheados levemente desordenados – meus dedos culpados formigaram – cobriam parte de seu rosto, mas deixando o brilho de seus olhos evidente. Passei a ponta de meus dedos por sua coxa exposta e a vi entreabrindo os lábios com um gemido contido. Suas pálpebras tremeram em um esforço de manter os olhos abertos e alertas.

“Jeremy, pare.”, pediu com um sussurro.

Assenti, sentando-me na cama e passando meus braços ao seu redor. Ela não hesitou em aceitar o meu abraço e deitou sua cabeça em meu peito nu. Sua orelha se encaixou no lugar exato para ouvir as batidas de meu coração. Acariciei suas costas, respirando em seus cabelos e gravando o seu cheiro em minha memória.

A apreensão tocava cada pelo existente em meu corpo, temendo o segundo em que algum anjo atravessasse a janela e a levasse de mim, alegando seu pecado. Pelo menos poderiam nos dar um crédito por não termos passado dos amassos na noite passada. Ok, se minha mãe abrisse a porta e visse aquela cena iria estranhar. Seu filho vestido apenas com um samba-canção listrada e a ex-namorada com uma camisa masculina agarrados na cama? Nunca era um bom sinal.

Entretanto, não. Eu não seria tão canalha á esse ponto. Queria fazer aquilo com ela. Queria muito. Tinha chego ao meu limite na noite passada, só que meu bom senso – que estranhamente tinha adquirido a voz de Jason – falou mais alto. Aliel poderia mexer comigo como nenhuma outra mulher fora capaz, só que isso não apagava o fato que ela ainda era um anjo. Talvez por pouco tempo, mas ainda era.

“Aliel”, a chamei. Ela se afastou, erguendo os grandes e curiosos olhos para mim. “Desculpe pela noite passada.”, moveu os dedos por entre os cabelos, nervoso. “Não deveria ter feito metade do que fiz...”

Pressionou seu dedo em meus lábios, me calando.

“Se estiver se desculpando por ter batido em Lael, tudo bem.”, dei um sorriso sereno. “Você tem a péssima mania de bater em homens que ameaçam garotas indefesas. Mellany e eu somos exemplos disso.”

Eu ri e balancei a cabeça. Ela aproveitou que sua mão já estava perto de meu rosto e afastou os fios de cabelo rebelde. Beijei sua testa em agradecimento e a vi se arrepiando. A lembrança de seus dedos descendo por minha coluna, tímidos e curiosos, queimou em minha mente. Pigarreei com os lábios se secando de um jeito incomum.

“Acho que a última característica que poderia ser atribuída a Mellany seria indefesa.”, ressaltei, vendo-a concordar comigo. “E para ser sincero, não me arrependo de nada do que fiz ontem. Nem do soco que dei em Lael. Ele merecia. Cupido abusado.”, ela ergueu uma sobrancelha. “Eu só disse isso para te aliviar, Anjo. Finja que sou um humano com boa conduta.”

Ela riu, preenchendo meu quarto um doce som.

“Seu histórico é grande, Jeremy, mas em nenhum momento fala de boa conduta.”, confidenciou. “Sei de todas as suas vinte e sete brigas, trinta e quatro socos, duas advertências no time e quatro na escola. Ah, e as quarenta e duas discussões. Nem entrarei no número de vezes em que ameaçou alguém.”, balançou a cabeça carregando um pequeno sorriso nos lábios. “Boa conduta.”, repetiu com sarcasmo. “Você me chateia tentando mentir.”

Coloquei uma mecha de cabelo atrás de sua orelha.

“Acho que tenho o direito de tentar, certo?”

Ela assentiu, percebendo o jeito com que eu olhava fascinado para os seus lábios cheios. Pensei que me deteria, alegando já ter desafiado demais o Céu em menos de vinte e quatro horas. Ao contrário disso, senti seus dedos segurando minha nuca e me puxando para si. Assim que nossas bocas se tocaram, pude sentir o ardor do pecado se espalhando por minha pele. E, ao mesmo tempo, o doce gosto do céu em minha língua.

Minha mente tinha um alarme em neon de que aquela era a coisa mais erroneamente certa que já tinha feito. Toquei-a como se apreciasse uma boneca de porcelana, temeroso que ela se assustasse e se afastasse de mim. Seus dedos permaneceram em meus ombros, como um suporte, e suspirou amolecida. Finalizou beijando o canto de meus lábios e abriu os olhos – momentaneamente tingindo de um tom de âmbar.

“E agora?”, indagou sorrindo.

Desviei os olhos, coçando o meu queixo, fingindo pensar.

“Daria um nove e meio.”, respondi, vendo-a estreitar os olhos. “Calma, Aliel. Com o tempo, você vai pegando a prática. E quem sabe será tão experiente quanto eu.”

Esse comentário a fez abaixar os olhos, preocupada. Não precisava ser nenhum gênio para adivinhar o que se passava por sua mente. Quase conseguia escutar as engrenagens trabalhando em seu cérebro. Meu coração deu uma parada brusca querendo saber as palavras que sairiam daqueles lábios que há poucos segundos estavam mergulhados em luxúria.

Encarou-me, decidida. Respirei fundo, preparando os argumentos que usaria caso sua decisão tivesse nossa separação como consequência. Só que antes de tudo acontecer, minha porta se abriu de supetão e minha mãe entrou carregando Jane nos braços. Um sorriso terno preenchia seus lábios e seus olhos brilhavam em alívio.

“Que bom que acordaram.”, ela disse. Sua voz estava leve, só que era visível sua a inspeção de nosso estado atual. E as conclusões que havia tirado. “Jeremy, querido. Você tem uma visita.”, me informou. Assenti, me levantando e indo colocar uma roupa. “Aliel, você poderia me ajudar com Jane por alguns minutos?”

Janine Read não era nenhum modelo de sutileza. Era óbvio que ela me tirar do mesmo cômodo que minha Guardiã. Aliel, sempre doce, assentiu, seguindo minha mãe ainda com as roupas com que tinha me observado dormir. Minha camisa branca cobria até a metade de suas coxas, quase exibindo seu short preto – claro que ela não usaria um vestido sem nada por baixo.

Apenas coloquei minha calça de moletom, descendo descalço e sem camisa. Estava na minha casa e ainda nem era uma da tarde, tinha direito de me vestir daquele jeito. Cumprimentei Dara na cozinha e ela me respondeu em espanhol. Fiz uma nota mental para pedir a Aliel para me ensinar aquele idioma.

Apressado para saber quem estava me atrapalhando, nem parei para pentear o cabelo. Tentei fazê-lo com os dedos, satisfeito com o resultado e afastando-os do rosto. Segui o corredor comendo uma maçã e devo admitir que não fiquei nenhum um pouco surpreso ao ver Mary sentada no meu sofá com o rosto tomado por lágrimas.


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Notas finais do capítulo

Beijo, Beijinho, Beijão. Gente, 4 histórias para eles darem UM BEIJO. E o que acharam?


Prévia do próximo capítulo:

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Pode parecer canalhice, mas continuei mordendo a maçã. Ela passou os dedos pelo rosto, como se sentisse raiva de estar chorando na minha frente. Suas bochechas estavam vermelhas e os cabelos desalinhados. Embaixo de seus olhos claros tinham olheiras escuras, como se ela tivesse passado a noite inteira se revirando na cama.
Esse pensamento me fez sentir pena. Ela não tinha culpa de tudo o que eles fizeram para me separar de Aliel. Não deveria ter jogado com Mary daquele jeito. Sim, eu gostava de passar um tempo com ela, talvez se eu tivesse realmente cedido, chegasse ao ponto de amá-la. Só que nem sempre as coisas são como esperamos.
“O que você quer, Mary?”, perguntei rude.
Era melhor ser um estúpido com ela, do que amolecer e lhe dar esperança de algo que nunca aconteceria. Dei mais uma mordida na maçã, mantendo meu olhar entediado. Nem a exposição de meu corpo seminu pareceu abalar seu julgamento final sobre minha personalidade. Era sempre assim. Eu lhe oferecia o céu e quando estavam acostumadas, se viam cercada pelo inferno.
“Você é um filho da puta cretino.”, ela respondeu raivosa.
Assenti com suas palavras. Nenhuma mentira até aí.


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Infelizmente estamos chegando ao fim.... Pelo menos ainda terá Destiny.