Um pedido, um tempo e um casamento escrita por Alexandra Watson


Capítulo 24
Não, Charlie, não!


Notas iniciais do capítulo

Quem posta ás dez horas da manhã de um domingo?? Isso mesmo, euzinha aqui.
Gente, faz tanto tempo que eu não agradeço vocês, leitores, que eu me sinto muito culpada por isso, então muitíssimo obrigada a vocês que leem e acompanham minha história, vocês fazem ela acontecer



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/518456/chapter/24

[Dia sete de abril. Casa.]

Era uma manhã aparentemente calma. Charlie, já com seus quase dois anos estava brincando no chão da sala enquanto eu terminava alguns projetos. Terminava não descrevia bem minha situação, e sim começava. Não um, mas pelo menos uns três projetos teriam que estar prontos para o outro dia. Zoe estava na escola e Percy chegaria em pouco tempo para almoçar, trazendo Zoe junto de si. Ia começar o primeiro projeto quando Charlie decidiu que ficar no chão já não era mais tão divertido.

Ele começou a pular nos sofás e a gritar coisas desconexas, não permitindo minha concentração nos projetos.

– Charlie, desce daí que você vai cair, filho.

Mas ele estava ocupado demais gritando e pulando de um sofá para o outro.

– Charles Chase Jackson, se você não descer daí e eu tiver que me levantar eu juro que ... – e então o inevitável aconteceu. Ele não calculou direito o pulo e caiu do sofá que, graças aos deuses, não era tão alto. – Ai meus deuses, Charlie!

Corri direto para ele e o peguei no colo.

– Viu? Se você tivesse me escutado, nada disso teria acontecido – mas, olhando para seus olhos cheios de lágrimas, não consegui ficar mais brava com ele. – Ah, Charlie, tá tudo bem – e ele soltou as lágrimas. Fiz com que ele se sentasse em meu colo, virado de frente para mim e deitasse. Coloquei meu queixo apoiado em sua cabeça e fiz movimentos para frente e para trás, dizendo a todo momento que estava tudo bem.

Fiquei assim por um tempo, até que Percy chegou com Zoe e foi até a sala. Eles estavam rindo de alguma coisa até que nos viram.

– O que foi? – Percy perguntou colocando Zoe no chão, a qual veio em nossa direção.

– Não foi nada. Alguém só caiu do sofá.

Zoe olhou para Percy e depois para mim.

– Charlie, o que você estava fazendo em cima do sofá? – ela perguntou. – Você sabe que é perigoso ficar pulando em cima dele.

Ri dessa cena, assim como Percy, que pegou Zoe no colo.

– Vai com calma, Annabeth. O senhor Perseu ali não teve a intenção de se machucar, sabia? – ele disse indo em direção a cozinha com Zoe no ombro. Ela já estava prestes a completar seis anos e, deuses, como ela estava grande.

Afastei Charles e limpei as lágrimas de seu rosto.

– Charlie, você entende que o que a mamãe sempre fala é o melhor pra você? – ele balançou a cabeça. – Quando eu disse que não queria que você ficasse pulando no sofá, era porque eu tinha medo de que você caísse e se machucasse, como acabou de acontecer. Promete que vai me obedecer da próxima vez?

Ele balançou a cabeça e me abraçou.

– Desculpa, mamãe – escutei sua voz em meu ouvido.

– Tudo bem, meu amor. Você tá bem? Não machucou nada?

– Não.

– Tem certeza?

– Uhum.

Nesse momento Percy voltou para a sala, sem a pequena Annabeth Chase dessa vez.

– E então? Alguém pode me contar o que aconteceu?

Olhei para ele e depois para Charlie. Dei um beijo em sua cabeça e ele foi para seu quarto. Percy estendeu a mão para me ajudar e eu a segurei, mas ao invés de me levantar, puxei-o para o chão. Ele caiu ao meu lado e eu comecei a rir. Então ele se jogou sobre mim, quase se deitando completamente em cima de mim.

– E agora, Sabidinha?

– E agora o que, Cabeça de Alga? Nós temos companhia em casa, lembra-se?

– Eles estão muito ocupados no momento.

– É muita maldade sua dizer que nosso filho chorando é uma ocupação – mas eu estava sorrindo, quando deveria estar brava.

– Ele por acaso está fazendo o que no momento?

– Talvez chorando.

– E isso não seria uma ocupação?

– Seria, mas ainda assim ... – ele não me deixou terminar a frase. Ele me beijou e, naquele momento, me esqueci de que éramos dois adultos casados e com dois filhos pequenos que precisavam de nossos cuidados. Eles poderiam esperar alguns minutinhos, é claro que podiam. Fazia muito tempo desde que Percy e eu não tínhamos um momento juntos (que não fosse a noite, porque em praticamente todas as noite nós estávamos juntos, se é que você me entende).

Não fosse por um barulho muito suspeito vindo da cozinha, nós não teríamos nos separado. Percy resmungou e se levantou, me levando junto.

– Esse final de semana, Chase, seremos só você e eu, ok?

– Mas Percy ...

– Eles dois vão ficar um dia na casa de meus pais e o outro na casa de seus pais. Seremos só eu, você e o sofá.

– Mas por que você quer fazer isso no sofá?

– Deuses, Annabeth, sua tarada! Não tô falando disso. Vamos ficar aqui, só nós dois, vendo filmes o dia inteiro. Ou dormindo, mas só nós dois, como quando nós éramos jovens e virgens e ficávamos a tarde toda a toa.

Ri ao me lembrar disso. Ele não estava mentindo em tudo o que dizia, mas a ideia de deixar Zoe e Charlie um final de semana inteiro longe de casa.

– Eu vou pensar nisso, Percy.

– Por favor, Annie – cara de cachorro pidão, cara de cachorro pidão, cara de cachorro pidão. Merda, Percy!

– Não! Não ouse fazer essa carinha pra mim, Perseu Jackson! Não, não, não, não!

No fim, eu tive que concordar porque ele disse que se eu não o fizesse ele não deixaria eu ir ver o barulho na cozinha e não iria deixar que eu terminasse meus projetos.

Fui para a cozinha, mas no final era só Zoe que havia derrubado sua mochila. Pedi para Percy fazer o almoço para que eu terminasse meus projetos. Ele concordou e eu voltei para a sala, com Zoe e Charlie. Zoe foi fazer suas tarefas, já que o almoço demoraria um pouco mais hoje e Charlie ficou observando-a.

– Bem, Charlie, hoje na escola a professora disse que nós teríamos de tarefa uma atividade de recorte. Sabe o que é isso?

– Não. O que é?

– Recorte é quando você pega alguma coisa e recorta, com a tesoura – ela mostrou a ele com uma revista – e cola em uma folha especial. Você vai fazer isso na escola.

Ele só ficou observando Zoe cortar, até que se cansou e veio até minha perna.

– Mamãe – ele me cutucou – eu quero desenhar.

– Peça para sua irmã pegar os lápis de cor, querido.

– Tá bom.

Ele foi até Zoe e ela pegou as coisas para ele. Depois do “dia do chilique “, como nós resolvemos chamar, Zoe começou a ser super atenciosa e fofa com seu irmão. Não que ela não fosse antes, mas o lance do ciúmes fez com que ela mudasse, agora ela sempre brincava com ele quando podia. Depois da escola, ela pegava seus cadernos e brincava de escolinha com ele, lhe ensinando toda a matéria que aprendeu no dia. Isso me deixava emocionada, ao mesmo tempo em que me orgulhava. Zoe era madura para sua idade, ela brincava sim com seus brinquedos, mas era uma verdadeira dama: organizada, estudiosa, fina e doce.

Quando Percy nos chamou para almoçar, eu já havia terminado dois de meus projetos e só faltavam mais dois. Sorte que eram dois mais simples, mas exigiriam tempo e concentração do mesmo jeito.

– Percy – eu chamei-o na mesa – será que você não quer ir passear com as crianças enquanto eu termino meus projetos?

– Mas Annie ...

– Ou você faz isso, ou eu posso voltar a trás na minha parte do trato – olhei desafiadoramente para ele.

– Você não ousaria ...

– Vai me desafiar?

– Mas você também quer isso ...

– Mas a diferença entre você e eu, Cabeça de Alga é simples: eu tenho um auto controle incrível, já outras pessoas por aqui ...

– Ok, você venceu. Crianças, o que acham de visitar o Olimpo?

E com isso, depois do almoço, ele saiu de carro com Zoe e Charlie. Antes de começar os projetos, liguei para tia Sally e para meu pai para ver se estava tudo bem.

– É claro que eles podem ficar aqui, Annabeth querida – tia Sally dissera ao telefone. – Já ia ligar pra ver o que vocês fizeram com meus bebês, que faz séculos que eu não os vejo.

– Sinto muito por isso, tia Sally, mas é que eu tive tanto trabalho nesses últimos dias que anda complicado leva-los pra passear.

– Bem, então pode traze-los aqui amanhã.

– Ok. Depois do almoço eu os levo ai.

– Combinado. Beijos, minha querida.

A conversa com meu pai foi praticamente a mesma.

– É claro que meus netinhos podem vir, filha. Vou avisar seu irmãos, eles estão doidos pra ver eles.

– Bom saber, papai. Mande um abraço pra todo mundo ai.

– Mandarei. Até sábado, filha.

– Até.

Depois disso, fui terminar os benditos projetos. Eram três e meia quando acabei e liguei para Percy. Acontece que eles haviam acabado de chegar ao Empire States Building. Um pequeno acidente envolvendo um bueiro e uma disputa pelo último picolé azul do carrinho de sorvete envolvendo três descendentes de Poseidon (adivinha quem começou a briga?).

Disse a Percy que estava pegando um taxi para o prédio e para que eles me esperassem na porta.

Dito e feito, lá estava minha pequena e adorável família em frente ao prédio, me esperando. Peguei Charles no colo e Percy pegou Zoe.

– Então? Quem está com saudades do vovô e da vovó mágicos? – Percy perguntou para ninguém em especifico. Adentramos o prédio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, meus amores.
Beijinhos.
— A