Deitei na cama e dormi de roupa e tudo. Não sei por quanto tempo dormi, mas me pareceu pouco.

Acordei com Rose e Nessie deitadas do meu lado, abraçadas a mim. Tentei me erguer da cama sem as acordar mas foi sem sucesso. Elas acordaram também e se sentaram junto comigo.

-Que vocês estão fazendo aqui? – Perguntei com a voz ensonada.

-Você teve pesadelos a noite toda, se lembra? – Nessie interrogou.

-Não. Eu não me recordo de nada. – Ffalei passando a mão na cabeça que latejava um pouco.

-Você não parava de gritar. E nós não conseguíamos acordar você. Aí a gente deitou junto com você e você acalmou. – Rose falou.

-Gritar? O que eu gritava? – Perguntei preocupada.

-Você gritou pela mamãe. Pedia socorro e ajuda. E gritou também o nome do…do… - Rose contousem concluir.

-Do nosso pai. – Nessie concluiu.

-E do Ed. – Rosalie acrescentou. - Como se fossem o mesmo. – Adicionou.

Eu escutava tudo aquilo meio sem sentido mas ao mesmo tempo como se fizesse todo o sentido do mundo.

Não me recordava de nada mesmo, mas isso não impediu que deixasse de ser real.

Elas saíram de minha cama e foram para os respetivos quartos. Eu aproveitei e fui tomar um longo banho. Sei que demorei bastante, mas não sei ao certo quanto tempo.

Quando sai do banheiro não encontrei minhas irmãs em lado nenhum. A única pessoa que encontrei foi Edward, sentado no sofá da sala como que me esperando.

-Que…você…está fazendo aqui? – Questionei trêmula. – Onde estão minhas irmãs? – Perguntei olhando em volta.

-Elas saíram depois que me chamaram pra vir aqui…falar com você. Elas estavam desesperadas. Me imploraram que viesse.

-Não há nada pra falar. – Falei friamente indicando a porta da saída. Ele não pareceu se abalar com minha atitude e não moveu uma palha pra sair do apartamento.

-Elas falaram que você tem medo de mim…que você me compara ao seu pai. – Falou me olhando com o cenho franzido. Aquelas palavras me atingiram como um raio. O medo estava se apoderando de mim de novo. Estremeci e recuei insignificantemente para trás.

-O que ele fez com você? – Perguntou se levantando e se aproximando de mim lentamente.

Eu fiquei apavorada e ele notou pois parou de andar na minha direção. Eu continuei recuando até bater com as costas numa das paredes da sala. Comecei a chorar e pus a mão na boca pra abafar o som. Ele me olhou e num gesto veio até mim e me abraçou. Tentei me desprender e debater contra ele.

Meu corpo tremia de pavor mas quando deixei de pensar no medo que sentia, me senti completamente protegida nos braços dele.

Por fim me deixei abraçar e acabei abraçando ele também, o apertando fortemente. Fiquei chorando com a cabeça deitada na curva do pescoço dele.

 Meu corpo se encaixava no dele de forma tão perfeita. Parecia que tínhamos sido talhados um para o outro. Edward partiu o abraço, para muito do meu desagrado, e me encarou segurando no meu rosto.

-Eu não sei o que ele fez com você, Bella, mas eu juro que nunca faria igual. Nunca magoaria você Isabella. Eu te amo. – Confessou.

Minhas lágrimas cessaram ao som daquelas palavras. Permaneci imóvel olhando no olho dele. E eu conseguia ver com toda a clareza que ele falava a verdade. Ele me amava.

Seus olhos pararam na minha boca e eu fechei os olhos dando o consentimento para ele avançar. Foi o beijo mais doce de toda a minha vida. Na verdade foi o primeiro beijo que dei em toda a minha vida. Sim, eu nunca tinha beijado ninguém. Nunca deixei que nenhum homem se aproximasse de mim. Sempre fugi das relações e de todos os garotos que se diziam apaixonados por mim. Mas com Edward era diferente. Nenhum deles me pareceu tão verdadeiro e sincero como Ed estava sendo.

Edward me fez esquecer de tudo o que eu passei e de toda a dor que eu sentia enquanto me beijava. Eu pude perceber naquele momento que o amava desde o 1º segundo que o vira. Agora estava disposta a esquecer tudo por ele. Estava disposta a enfrentar os meus medos, a quebrar as minhas barreiras e a me entregar a ele, de corpo e alma.

Ele me carregou no colo até ao meu quarto e me deitou na minha cama. Ali eu pude ser dele e eu me senti como sendo completamente dele, para sempre e acima de qualquer coisa.

-Eu te amo Edward. – Sussurrei deitada no peito dele.

-Eu sei. Eu sempre soube. – Falou beijando o topo da minha cabeça e sorrindo.

-Vê-se mesmo que você é dono de um Volvo. – Entrei na brincadeira olhando pra ele com os olhos estreitos.

-Porquê? – Falou com um sorriso torto prevendo a minha resposta.

-Porque é lindo e é meu. – Gargalhei juntou com ele. – E arrogante e prepotente. – Acrescentei.

-Doida. Eu amo você exatamente como você é. Principalmente quando está irritadíssima e me xinga de tudo quanto é nome. Acaba sempre por me elogiar. – Falou me beijando.

-Então eu tenho de xingar você todo o dia pra que nunca deixe de me amar. Arrogante-idiota-prepotente-lindo-gostoso-nariz empinado-mimado-apaixonante-maldito-dono de Volvo-que eu amo muito. – Ffalei o abraçando forte e dando pequenos celinhos a cada palavra que falava.

-Vou querer que me xingue todo o dia mesmo. Assim depois recebo muitos beijinhos gostosos de arrependimento. – Falou me apertando contra si.

-Olha lá. Eu não falei. Mimado! – Xinguei de sobrolho erguido.

-Você é maravilhosa…e irritante. – Caçoou me beijando apaixonadamente.

Continua…