Capitulo 8 - Visita á Família

Caminhei diretamente para o meu quarto. Me sentei ao piano e comecei a tocar, enquanto pensava nele. Como... como ele pode esconder sua vida?

A melodia que tocava era triste, parei de pensar e mergulhei na música, depois de um tempo vi uma figura no batente da porta me observando. Reconheceria aqueles cabelos loiros em qualquer lugar. Maxon. Sorri para ele e só então percebi que tinha lágrimas no meu rosto, logo as enxuguei. Ele veio em minha direção e eu logo me joguei nos braços dele, ele me envolveu em seu abraço e me acalmou.

–Está tudo bem querida? – Ele falou preocupado.

–Não – Falei direta, e ao mesmo tempo me desvencilhando de seus braços – Eu não acredito nisso, nunca o conheci direito. Uma vida inteira e nunca soube a verdade, nunca.

Maxon me olhou confuso, mas aparentemente preocupado.

–De quem você está falando?

–Do meu pai – Falei me sentando na cama e Maxon se sentou ao meu lado.

–Sabe, eu falei com August, e ele me contou tudo sobre a vida do meu pai como nortista – Falei e o queixo de Maxon caiu - Sim, esse é o real motivo de meu nome ser America, de ter livros, na minha casa, que falam sobre o hellowen - Falei.

–Meu Deus America – Maxon estava chocado – Desde quando sabe?

–Desde que ele morreu - falei seca – Sabe qual o pior de tudo? Eu nunca soube, só fui descobrir quando ele morreu, que ele quase foi chefe dos nortistas, que ele nasceu lá no acampamento, que ele largou tudo por causa da minha mãe... Nunca soube que eu era uma espécie de informante, que ele contou sobre o diário. Ele me prometeu... mentiras, mentiras, mentiras – Falei totalmente frustrada, com os olhos marejados.

Maxon me abraçou forte, me consolando, então não aguentei mais e desabei. Fiquei chorando no peito de Maxon até me acalmar, e ele esperou eu para pacientemente. Não estava apenas triste, mas também frustrada. Como meu pai, o homem que eu amava tanto, pode esconder algo assim de mim?

–Obrigada Maxon, por estar sempre comigo - falei quando parei de chorar.

–Que isso America –Ele me beijou – Além do mais, seu pai te amava muito fez isso para te proteger – Ele falou encostando as costas na cabeceira da cama e me puxando com ele.

–Eu sei – Falei me aconchegando no peito dele.

Logo adormeci. Acordei com a voz de Maxon me chamando.

–Minha querida?

–Não sou sua querida – Falei com um risinho.

Abri os olhos e vi Maxon sorrindo.

–Bom, que tal: meu amor, você quer comer? – Ele me perguntou.

–Sim, a gente vai descer?

–Vamos.

*****

As coisas aqui no palácio continuavam as mesmas, a única diferença é que essa semana tive que recepcionar a Inglaterra (em somente 1 dia), foi difícil, mas Marlee e Silvia me ajudaram a preparar os coisas.

Já tinha se passado mais ou menos 2 semanas desde o episódio com August. Maxon nunca tocava no assunto e eu também não o fazia.

Naquela tarde eu e ele decidimos visitar minha família. Kota não estava morando lá porque eu não deixei, falei para ele que se podia viver antes longe da família, agora também daria conta. Minha mãe ficou surpresa, mas eu nem liguei. Convidei Kenna, Astra e James para morar lá, e de início não aceitaram, mas minha mãe os convenceu dizendo que desde que eu entrei na Seleção e papai morreu, a casa estava vazia, por fim eles cederam.

Quando chegamos na casa, May veio logo me abraçar.

–Ames! Por que você demorou para voltar? - Perguntou.

Ela estava certa, se as minhas contas não falhavam fazia 4 semanas(1 mês) que não a via pessoalmente.

–Desculpa May, também senti sua falta – Falei abraçando ela.

Logo avistei Gerald que veio correndo com a bola no pé. Ele nunca largava a bola, e vejo que continua o mesmo.

–Oi America! – Ele falou me abraçando - Oi Maxon! – Ele cumprimentou – Você sabe jogar bola?

–Mas é claro que sei! - Maxon falou.

Em poucos segundos eles estavam jogando bola no jardim, o marido de Kenna também se juntou á eles. Nós mulheres fomos para a sala que tinha uma janela que dava para o jardim, dava para ver os meninos jogando bola, era tão bom vê-los assim.

–Então America como anda o casamento? - Perguntou Kenna com Astra no colo.

–Ótimo – Falei sorrindo – E Astra?

–Vai bem, Quer pegar ela no colo?

Eu assenti, Astra era uma graça ela já devia estar com uns 3 meses. Era bom segura-la, ela parecia uma boneca. O que deu vontade de ter os meus. Maxon há pouco tempo me dissera que queria muitos, eu também queria, olhei de novo para fora, Maxon e James estavam tomando um banho de Gerald , Maxon era bom com crianças e sei que seria com os nossos.

–America, America?! – Minha mãe falou – Você está me ouvindo?

–Ah o que mãe? Desculpa – Falei voltando para a realidade e entregando Astra para Kenna.

–Eu ia perguntando como é a vida de rainha?

–Bom, tem seus privilégios, mas cheia é de responsabilidades, deveres, aparências e afazeres – Falei – Agora estou começando a pegar o jeito.

–Que bom filha, fico feliz.

–E vocês, como anda viver por aqui?

–Tudo ótimo - falou mamãe.

Nesse momento os meninos adentraram pala porta, Maxon e James pareciam cansados e Gerald nunca perdia o pique. Maxon se sentou ao meu lado.

–Vocês estão bem? – Perguntei.

–É parecem estar quase morrendo – Completou Kenna rindo e o resto acompanhou.

–É difícil ganhar do Gerald – Falou James entre respiradas.

–É – Maxon concordou.

Depois de um tempo minha mãe anunciou que iria servir a comida.

–Ah mãe deixa que eu te ajudo - Falei indo em direção da cozinha.

–Você não devia fazer isso America, agora é rainha. – Minha mãe falou.

–Mãe, você sabe que nunca fui disso, nunca me importei em ajudar.

–É verdade seu pai tinha muito orgulho de você.

Parei o que estava fazendo e olhei para ela. Minha mãe se esticou para pegar uma tigela de vidro no armário de cima.

–Mãe queria conversar com você sobre um assunto delicado.