Capítulo 30- Tudo dando certo

Se passaram 7 messes e eu já estava com oito messes de gestação Marlee e Lucy já tiveram os seus filhos, fiquei sabendo do nascimento do filho de Lucy uma semana atrás, através de cartas que eu recebi dela, já Marlee não, o filho dela nasceu três semanas atrás, e ela estava de licença, mas toda semana eu a visitava, quando me ligaram avisando, eu e Maxon fomos correndo ver nosso afilhado.

Ele era lindo, Keli, era o nome dele e era muito fofo, Carter não parava de babar no bebê, fiquei comovida pensando em como seria na minha vez. Maxon observando a cena sorrindo me abraçou por trás e fez carinho na minha barriga. E eu sabia que seria maravilhoso quando chegasse a minha vez.

Mês que vem Maxon e eu iriamos completar um ano de casados, e eu me admirava em como esse ano tinha passado rápido. Tanta coisa tinha acontecido nesse tempo, brigas, conciliações, e também grandes feitos como a retirada da casta 8, já estávamos a caminho de retirar a sétima casta e tudo parecia ir bem.

Mas com certeza de tudo que tínhamos passado o que ia acontecer hoje era a coisa mais assustadora que tínhamos feito. Sam foi um ótimo informante ao longo desse tempo, conseguimos impedir alguns ataques a vilarejos e casas e ainda prendemos algumas pessoas, porém hoje era o dia mais importante dessa operação. O ataque seria no palácio, e já sabíamos disso. Tínhamos preparado tudo para esse ataque que seria uns dos mais agressivos que eles já fizeram segundo Sam. Maxon e eu ficamos preocupados e por isso ele não foi trabalhar hoje e está comigo na cama, estamos esperando acontecer e eu estou ficando agoniada.

–Acalme-se America. – Disse ele.

Eu estava andando em círculos, mania que eu tinha pegado dele. Ele se levantou da cama e foi até mim, eu parei de andar em círculos e o olhei. Ele parou bem perto de mim, segurou uma das minhas mãos e colocou um braço em volta da minha cintura me puxando delicadamente para ele, quer dizer o máximo que minha barriga permitia. Olhei para cima e me perdi em seus olhos castanhos, ele não precisava falar nada estava tudo ali, sabia que ele queria dizer que tudo ia dar certo, que estava segura, e eu sabia que era verdade, pois nada nesse mundo me transmitia maior segurança do que aqueles dois olhos castanhos.

Fiquei na ponta do pé e o beijei, devagar, era um beijo inocente e doce. Ele se separou de mim e me puxou de volta para a cama. Me sentei entre suas pernas. Ele ficou me fazendo carinho. Esperamos, até que soltei um suspiro.

–Antigamente pensava que seria melhor se eu pudesse saber quando eles viriam para estar preparada, mas agora...- Suspirei – Estou ficando fã do fator surpresa - Era verdade, esperar por eles era pior do que ser surpreendida.

Maxon riu.

– Tenha calma amor.

E bem quando ele falou isso o alarme tocou. Ele se levantou e estendeu a mão para mim e fomos para o abrigo.

Nos acomodamos e ficamos lá, em tese não haveria nada de diferente para nós, já que a guerra estaria acontecendo lá fora. Isso me preocupava e por hora só me restava rezar.

Depois de umas 3 horas o abrigo foi aberto e August veio falar conosco.

–Como foi? – Maxon perguntou logo.

–Deu tudo certo!

Soltei o ar que estava segurando aliviada.

–Conseguimos prender os lideres, com poucas baixas – August parou e seu rosto ficou triste – Infelizmente meu irmão morreu na guerra...

Falou com os olhos lacrimejados, me choquei com a notícia e fui abraça-lo. Não podia acreditar, Sam tinha morrido, mas acho que agora estava ao menos em paz com a sua esposa.

Me soltei de August, e fui até Maxon e o abracei um pouco triste um pouco alíviada.

*****

Já se passou um mês, tudo estava em paz. Menos o meu bebê que ainda não tinha nascido, eu estava desesperada para que ele em fim viesse ao mundo, o médico disse que se ele não nascesse essa semana íamos fazer uma cesariana. Não sabia como me sentia sobre isso, se o parto fosse normal teria que ser essa semana e o bebê nasceria melhor e minha recuperação seria mais rápida, mas os relatos das dores de Marlee me aterrorizavam, já se fosse cesariana não haveria tanta dor, mas querendo ou não eu estaria passando por um cirurgia. Eu estava dividida, então resolvi entregar na mão de Deus seria o que fosse para ser.

Em compensação eu não podia mais trabalhar, quer dizer Maxon não me deixava nem levantar uma pluma, quanto mais trabalhar. Marlee me fazia companhia sempre, de vez em quando minha família vinha me visitar. Hoje eu estaria com Marlee no meu quarto arrumando os últimos detalhes para o quarto do bebê, que por toda a confusão de castas, rebeldes e a festa de um ano de casamento que seria daqui á duas semanas, acabou sendo deixado para segundo plano, e por esse lado era até bom o bebê não ter chegado ainda.

Faltava pouca coisa para arrumar, e Marlee me dava algumas dicas sobre o bebê dela.

–Olá America – Falou chegando.

–Oi Marlee – Falei apontando para ela sentar do meu lado.

–Como está meu afilhado? – Perguntou ela, nós também tínhamos convidado ela e Carter para serem os padrinhos do nosso.

–Bem, só está prolongando a estadia dele...- Falei enquanto ela se sentava.

–Vai ver que ele está ai por que sabe que quando sair não vai ter um quarto só para ele – Ela falou e eu ri.

–Bom, então vamos resolver esse problema, trouxe os catálogos?

Ela assentiu colocando eles em cima da mesa. Marlee e eu começamos a tagarelar, até que senti uma dor em seguida um líquido escorreu pelas minhas pernas, olhei para Marlee assustada.

–Ai Meu Deus America, você está tendo contrações? – Ela perguntou logo, me ajudando a levantar.

–Sim, mas os intervalos ainda são espaçados. – Falei.

–Por que não avisou antes? – Falou.

–Fiquei com medo que fosse alarme falso que nem da ultima vez... – Choraminguei sentindo outra contração. Há duas semanas tinha tido um alarme falso, o médico disse que era o chamado “falso trabalho de parto”, então fiquei receosa quando acordei de manhã e voltei a sentir essas dores.

–Tá, tudo bem, fique aqui que vou chamar as meninas para nós descermos – Falou ela saindo pela porta.

Em pouco tempo já estava sendo levada para a ala hospitalar de maca. As contrações tinham um intervalo de 5 minutos o que ainda era razoável, o médico disse que elas iam diminuir o intervalo, e para ajudar me deu um analgésico, logo Maxon chegou.

Eu já estava um pouco anestesiada, mas ainda sentia as dores.

–Minha querida – Ele falou assim que chegou e beijou minha testa.

Dei um sorrisinho, mas uma contração logo veio, ele por sua vez pareceu assustado com toda a minha agonia.

–Tudo bem – Falei assim que essa passou respirando pausadamente.

–O que posso fazer para te ajudar? – Perguntou aparentemente preocupado.

–Segure minha mão – Falei.

E ele a segurou. E a cada contração eu apertava mais a mão dele. Até que em fim o médico disse que eu seria removida para a sala de parto. E o parto passou como quase um borrão, as dores eram insuportáveis e parecia que nunca iriam acabar, até que ouvi o som que mais queria ouvir, um choro. Olhei para Maxon aliviada e feliz.

Eu e Maxon tínhamos escolhido esperar até a hora de nascer para saber o sexo. A enfermeira logo trouxe meu bebê num pacotinho.

–É uma menina Majestade! – Falou me entregando.

Segurei-a com cuidado segurando o choro de alegria, Maxon também emocionado chegou mais perto.

–Olá minha querida – Falou enquanto acariciava a sua cabecinha com cuidado.

Eu ri.

–É o papai também vai te atazanar com esse negocio de querida. – Falei para ela e Maxon riu.

–Com certeza, minhas queridas. – Ele disse sorrindo.

–Quer segurar, Max?- Perguntei e ele assentiu.

Entreguei nossa filha e ele a pegou um pouco desajeitado, Maxon a olhava com adoração, ela era pequenininha e tinha puxado ele, seus cabelos eram loirinhos, e os olhinhos eram os meus, era a coisa mais linda do mundo.

*****

–E então? – Perguntei.

Eu estava já no meu quarto e era tarde da noite, Maxon estava sentado ao meu lado e eu segurava a mais nova princesa. Ainda estava cansada, mesmo o parto ter sido feito de manhã e eu ter dormido a tarde inteira. À tarde minha família veio correndo e todos ficaram paparicando a princesinha. Os jornais não perderam tempo, todos já comemoravam a chegada da herdeira, mas duvido que alguém estivesse mais feliz do que eu e Maxon.

–Não sei querida, me diga suas ideias. – Maxon falou.

–Tá certo... – Falei pensando enquanto ninava minha filha - Ai Maxon me ajude poxa, são tantas opções.

–Tudo bem, eu falo um e você fala outro. – Disse ele.

Estávamos tentando achar um nome para nossa pequena, eu e ele tínhamos muitas ideias, mas agora que chegou a hora estava difícil.

Maxon começou, e logo em seguida eu falava outro, demorou um pouco.

–Tudo bem, e se fosse Eadlyn? – Falei.

Parei e olhei para minha filha que pareceu ter gostado e Maxon também.

–Tá aí gostei! Princesa Eadlyn, vai ser uma líder adorável. – Falou ele.

Sorri, com o comentário a imaginando no futuro.

–Gostou Eadlyn? – Perguntei testando o seu nome.