Miyu e Ayato andavam lado a lado pelos corredores da mansão a caminho do suposto quarto. Ayato andava com o sorriso de sempre, já Miyu andava com a cara emburrada, os braços cruzados abaixo dos seios, as bochechas infladas e o rosto virado na direção oposta do garoto. Ela ainda estava com raiva pelo apelido nada carinhoso que ele lhe deu

–Ei chichinashi, sabia que nós vamos ficar no mesmo quarto?- O garoto alargou o sorriso

–Não me chame assim!- Gritou a garota para depois analisar a frase completa- P-pera aí, no mesmo quarto?

–Sim. Você deveria se sentir honrada por dividir um quarto comigo- Ele falava como se fosse a pessoa mais importante do mundo e olhava para frente de um jeito arrogante, ou melhor, ele tinha arrogância saindo até pelos poros

–Olha garoto, você não é o centro do mundo não ok? E eu não me sinto honrada bosta nenhuma! Se eu soubesse que viria pra cá e que ainda teria que ficar com um babaca que nem você teria ficado lá no orfanato mesmo!- Ayato a olhou feio e no instante seguinte ele a estava prensando na parede com um braço ao lado de sua cabeça e um olhar furioso.

–“P-perigosamente perto!”- Esse era o único pensamento que passava na cabeça da garota.

–Eu sou o melhor do mundo e você pertence a mim, se você me questionar ou desobedecer eu vou te punir!- Ele falava com um tom amedrontador e a garota se encolhia mais a cada palavra dita, o olhar dele era assustador- E agora você será punida por se opor a mim!- Miyu arregalou os olhos

–O-o q- que?!- Ayato a agarrou pelo pulso e ela fechou os olhos com força sentindo a parede atrás de si sumir e o ar do ambiente mudar, abriu novamente os olhos e estava em um lugar totalmente diferente.

Um quarto totalmente estranho, as paredes e as coisas do quarto em si tinham em sua maioria cores claras, era bem arejado com varias janelas, dois sofás e um Iron Maiden... Um Iron Maiden?!

Miyu não teve muito tempo para analisar o quarto, perguntar como tinham parado ali tão rápido ou perguntar por que raios de motivo tinha um Iron Maiden ali, pois assim que ela olhou para o garoto Ayato a empurrou no sofá ficando em cima dela com um joelho em cada lado da cintura da garota e segurando suas mãos no braço do sofá acima da cabeça dela.

–Vamos ver se ele fez um bom trabalho trazendo você aqui- Falou dando um largo sorriso deixando assim suas presas a mostra e lambendo os lábios logo em seguida.

A garota abriu a boca para falar, mas não houve tempo, pois nesse momento Ayato se abaixou e mordeu o pescoço dela fazendo suas palavras se transformarem em um alto grito de dor.

–Isso, grite mais- Falou com a voz abafada pelo pescoço da garota e sugando seu sangue com mais voracidade.

Miyu sentiu seu corpo ir enfraquecendo gradativamente, a dor era muito forte, por isso às vezes remexia seu corpo numa falha tentativa de se soltar do garoto, mas parou ao perceber que quanto mais se mexesse mais doía.

–Parece que ele fez sim um bom trabalho, seu sangue é melhor que o da ultima- Ayato disse quando tirou suas presas do pescoço de Miyu e limpou o sangue que escorria do canto de sua boca. Miyu tinha lagrimas nos olhos, mas não choraria, não na frente dele, não amassaria seu orgulho, nunca

–O-o que é v-você?- Perguntou apesar de já saber a resposta. Tentou se soltar forçando suas mãos para cima, mas falhou e voltou para a posição original.

–Isso não é obvio?- Ayato respondeu a segurando mais forte e dando uma risada logo em seguida- Sua cara de pânico e de dor é perfeita, se acostume com ela, pois irá usa-la muito- Após dizer isso a mordeu novamente, mas não demorou muito para que Miyu sentisse falta de todo aquele sangue tirado dela com rapidez e desmaiasse, fazendo assim que o garoto finalmente a soltasse e se levantasse de cima dela.

–Quatro anos pra que aquele cara mande uma com sangue descente... Duvido que essa dure muito tempo

~****~

Amy e Subaru caminhavam até o quarto, ao contrario da garota que não parava de falar sobre coisas aleatórias a única coisa que o albino havia dito era que eles teriam que dividir o mesmo quarto, recebendo logo em seguida uma onda de reclamações da garota sobre coisas como “E a minha privacidade onde fica?” “Vou ter que ficar no mesmo quarto que um cara que sofre de TPM masculina eterna?” e até coisas como “Onde está a ética desse país? Esses adolescentes não tem mais nenhum respeito”.

–Ei Tsunbaru-kun, por que temos que ficar no mesmo quarto?- Nesse momento a pouca paciência do garoto se esgotou e ele socou a parede ao seu lado fazendo com que ela se rachasse em um circulo quase perfeito e bem profundo em torno de sua mão e lançou um olhar furioso em direção à garota- Ui! Ô o estresse criança

–Cale-se! Não me chame desses apelidos estúpidos!- Gritou furiosamente o garoto

–Tá bom- Deu de ombros, mas em seu olhar era presente um ar de brincadeira que contradizia totalmente o que ela havia acabado de dizer- Mas você não respondeu a minha pergunta.

–Para que algumas coisas não aconteçam de novo- Falou com a voz ainda em um tom nervoso, Amy se controlou para não bater a mão na testa por conta da explicação pela metade dada por Subaru.

–Isso não responde a minha pergunta- Amy disse em um tom de frustração evidente

–Eu não me importo- A voz do garoto continuava com um tom bravo, mas não amedrontava Amy, pelo contrario, ela achava isso bom, porque tudo fica mais divertido se a pessoa se estressa fácil, por exemplo, se você colocar apelidos ela com certeza irá apelar deixando assim a brincadeira mais divertida

–“Pelo menos com ele eu não tenho que usar um cinto de castidade”- Pensou se lembrando de Raito. A garota abriu um sorriso malicioso e sem que Subaru percebesse passou sua mão por trás do garoto e...

–O-oe!- O garoto deu um pulo e Amy usou todas as suas forças para segurar a risada- Quem você pensa que é pra fazer uma coisa dessas?!- Apesar de tentar disfarçar e de manter o tom raivoso na voz Amy percebeu um leve rubor na face do garoto e também percebeu que ele se envergonhou com isso

–Eu não fiz nada- Ela continuava se controlando pra não rir, mas falhou horrivelmente após ver a cara de raiva de Subaru, a garota começou a rir a ponto de seus olhos lacrimejarem- M-me lembre de tirar uma foto da sua cara na próxima vez- Falou ainda se recuperando dos risos.

–Cale a boca! Pare de rir!- Gritou o garoto lançando à Amy um olhar de puro ódio- Se fizer isso novamente eu irei destruir você!- Ele falava com os punhos cerrados e em um tom bravo, mas ao mesmo tempo serio, mesmo assim Amy não deu muita atenção ao garoto e voltou a andar.

–Vamos, você não ia me mostrar o quarto?- Perguntou virando levemente para trás, Subaru simplesmente bufou e passou rapidamente na frente da garota a guiando para o quarto.

–Até que você tem uma bunda durinha Tsunbaru-kun- Amy falou sorrindo

–Fique quieta!- Gritou enquanto abria uma porta violentamente e entrava sendo seguido por Amy

–Não precisa ficar com tanta raiva só porque eu apertei a... Sua... Bunda- A garota foi parando de falar enquanto olhava para o quarto, mais precisamente para o caixão no meio quarto perto de uma pequena mesa e uma poltrona- Um... Um caixão? Tipo... Jura?- Olhou meio descrente para o albino ao seu lado

–É, um caixão, não está vendo?- Respondeu sem paciência

–Cadê a cama?- Perguntou variando o olhar do caixão para o garoto- Onde você dorme? Onde eu vou dormir?

–Eu não tenho cama e eu durmo no caixão, já você pode escolher entre dormir no caixão comigo, dormir na cadeira- Apontou para a cadeira- Ou no chão- A garota abriu um sorriso amarelo

–Me cabe no caixão?

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4 de janeiro de 2014- Em algum lugar do Japão

Localidade precisa desconhecida

Em uma sala ampla e muito bem decorada, com uma janela enorme com uma vista perfeita da cidade de um ponto bem alto, estantes lotadas de livros, uma mesa grande com um computador e diversos papeis espalhados pela mesma. Sentado em uma cadeira preta de costas para a janela estava um belo homem que não aparentava ser muito velho vestido com um terno preto de marca, mas pela forma que a luz do sol estava atravessando a janela não era possível ver seu rosto com clareza. Em sua frente, mas em pé estava outro homem esse vestia uma batina e não parecia muito satisfeito.

–Você não se cansa de vir aqui? Já faz quatro anos e suas visitas continuam sendo praticamente diárias- Falou o homem sentado, havia um pouco de irritação em sua voz- Eu tenho mais o que fazer do que ficar recebendo suas visitas.

–Minha filha morreu por sua culpa, você havia dito que não permitiria que ela morresse!- O homem de batina tinha a voz mais irritada- O que você está fazendo para que eles se alimentem?

–Ela não era sua filha- O homem em pé o olhou feio- Estou sempre mandando noivas novas, esses quatro anos foram idênticos aos outros anos antes dela se tornar noiva, sempre que uma morre outra é providenciada- Explicou o homem sentado. Mas agora eu fiz uma coisa diferente

–O que quer dizer com isso?

–Eu não quero que as noivas morram, pois é com a ajuda delas, ou melhor, com o sangue delas que meus filhos conseguiram o poder suficiente para me matar. Depois do despertar, se elas sobreviverem, eu provavelmente morrerei. É um teste, quero saber se eles serão capazes de me matar.

–Mandou mais de uma?- O homem da batina parecia surpreso

–Uma para cada. Eles precisam de esposas que os controlem quando necessário, afinal as mães deles não foram capazes, as noivas de agora foram escolhidas a dedo e são fortes, espero que elas não me decepcionem, mas caso falhem, as próximas já estão escolhidas e serão mandadas imediatamente.

–Entendo, mas você tem confiança nessas não é?

–Somente em algumas, outras ainda terão que me surpreender, após algum tempo da estadia delas lá mandarei alguem para que me informe de como vai a situação lá

–Eles não se importaram com a morte da minha filha?- Perguntou o homem em pé, ele parecia meio magoado.

–Eu não sei, mas de uma coisa eu tenho certeza- O outro homem levantou- Se tudo der certo, o mundo dos vampiros não terá mais um rei... Terá seis