Como Treinar o seu Dragão Interior escrita por Kethy


Capítulo 8
Jaguadarte


Notas iniciais do capítulo

Eu sempre quis colocar essa personagem desde que vi no episódio de "once upon a time in woderland"

Sou fã dessa mulher! Essa ai é uma vilã das boas...
Era pra ser outro nome, mas nenhum nome de vilã soa tão bem quanto "Jaguadarte" , certo?

Também pensei muito em colocar a Merida pra fazer essa interpretação, mas pro que eu queria, tinha que ser um mulher sedutora, linda, poderosa e diva... Elsa nela!

Espero que gostem, boa leitura!



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O sol em meus olhos despertou-me. Eu estava sobre a grama molhada de orvalho, alguns pássaros cantavam nas árvores e havia borboletas sobre mim. Eu estava encostada nas raízes da mesma árvore da noite anterior, quando me dei conta disso, me levantei assustada em pensamentos confusos.

"Será que...?

Não.

Conheço ele, nunca faria isso... "— Refleti levantando-me e sorrindo para o ar.

Acontece que eu estava só na florestas, nenhum sinal de Soluço ou Olavo.

— Soluço?! Olavo?! Tem alguém aí?! - Gritei, ecoando pela mata, sem respostas. - Soluço! Temos que voltar! Alguém deve estar nos procurando! - novamente, nenhum som.

Conhecia bem aquele lugar, treinava aqui desde sempre, decidi procurar por eles. Não entendi por que não fui logo para casa, só sabia que precisava vê -lo, como se algo me puxasse para ele.

Lembranças daquela noite vieram; o voo, a lua, as nuvens... o beijo.

Essas emoções só foram apagadas depois de alguns minutos e nem sinal dele.

— Soluço?! Aparece!

Um vulto apareceu voando acima das árvores. Asas poderosas, pescoço longo, escamas de ouro velho: um dragão. Ele pousou alguns passos à frente. Não tive medo. Sorri, reconheceria em qualquer lugar. 

— Me assustou! Onde estava? Pensei que tivesse me deixado aqui. - Sem resposta ou ação, mesmo assim me aproximei. - Acordei debaixo da mesma árvore de ontem. Não precisa ficar nervoso, eu sei que...

Alguma coisa aconteceu: seus olhos estavam quase totalmente verdes, ele estava rosnando para mim e me ameaçou com suas garras que eram mais afiadas que diamantes. Aquele não era o Soluço, não podia ser...

— S-Soluço, para... Isso não é engraçado... - Ele não me ouviu, veio até mim devagar fazendo sons de fera.

Lembrei-me de suas palavras: "Se eu... Mudar, corra e não tenha pena, se defenda. Entendeu?"

Não! Eu não vou te machucar!— Berrei como uma criança mimada - Escuta, eu sei que está aí. Por favor, não me obrigue...

Antes de terminar, tropecei em uma pedra e cai no chão. Eu não conseguia ou não queria levantar, o dragão ergueu sua pata e ameaçou um golpe; forcei os olhos e me protegi com meus braços esperando a dor, ao invés disso, vi um garoto encolhido perto de uma árvore, encolhendo-se e com os olhos arregalados.

Levantei-me novamente e me aproximei, tentando fazê-lo entender que eu estava bem.

— Não chegue perto, Astrid Horfersson! – Ele gritou se afastando ainda mais de mim - Eu... Eu não quero te machucar!

— Não vai... - Me ajoelhei ao seu lado, entretanto, quando fui tocar seu rosto, ele se afastou, isso partiu meu coração. - Isso foi só um acidente, eu estou bem... Não é sua culpa. Sei que nunca...

Eu não... Mas isso vai! — Soluço apontou para si, mesmo estando na forma humana. - Precisa ficar longe de mim... Finja que nunca aconteceu nada entre nós, volte com sua vida... Tá bem?

— O quê?... Não... Não fala assim...! - Meu peito estava muito pesado, algo quebrou lá dentro. Me contive ao máximo para não chorar, algumas gotas caíram, mas eram para serem ainda mais grossas. - Vo-você perdeu o controle uma vez... Não... Não é sua culpa...

— Não, mas é minha responsabilidade. - Ele se levantou e nem olhou para mim. - Mantenha distância...

— Não...

— Por obséquio... - Soluço foi embora como um raio, se afastou e foi parar na metade da mata em meio segundo. Parou no caminho, parecia que ele ia mudar de ideia, mas gesticulou e depois gritou: - Estou tentando proteger você!

Ele me deixou... Se foi... Só havia eu lá, minhas lágrimas eram minhas companhias. Não consegui conter, eu tentei, mas elas vieram grossas, geladas e pesadas. Cobri meu rosto com as mãos para que nem as aves me vissem assim.

Não queria que todos tivessem pena de mim, decidi ficar sentada até que aquilo acabasse, pelo menos as lágrimas tinham que ter um fim…

***

Voltei para casa depois de muito tempo. Meu choro me deixou sonolenta, mas ainda tinha mágoa dentro de mim. Estava abraçada a meu corpo, com os olhos vermelhos e fungando; pessoas perguntavam o que tinha acontecido, no entanto, eu as evitava. Odeio quando sentem dó de mim.

Finalmente cheguei em casa, subi até o quarto, e na solidão, retornei ao meu lamento. As lágrimas tinham grande vazão e pareciam queimar meu rosto. Realmente podia se ver as marcas escuras dos meus olhos até o inicio do pescoço.

— Ah! Isso dói!... - Chorei para mim mesma, sentindo a ardência da água salgada que escorria.

— Coração partido é assim...

Ouvi a voz de Olavo ao lado da minha janela. Ele estava encostado na parede e pareceu estar com os olhos marejados, só não sofria mais que eu.

Era muito inconveniente essa mania de entrar nas casas pelas janelas e nem ser convidado, mas eu estava muito feliz em ver alguém com quem pudesse conversar e o abracei. Não eram nos braços dele em que queria estar, mas eu necessitava muito de alguém que me ouvisse.

— Sinto muito... - Ele começou a falar. - Eu devia ter previsto isso.

— Mas eu já o perdoei. Foi uma perda repentina de controle, não era culpa dele...

— Você não entendeu. - Ele me afastou e me olhou nos olhos. - O Soluço foi ordenado a fazer aquilo. Mandaram te matar.

— Como... assim...? - Perguntei, obviamente, espantada.

— Foi nosso Alfa, ele normalmente é paterno e gentil, mas quando se fala em humanos, ele se transforma. Ele diz que é perigoso qualquer contato com uma pessoa, que se deve evitar ao máximo qualquer um que não seja do nosso povo. Quer nossa segurança, mas ele levou isso ao extremo.

— Não! Isso não é justo! - Esmurrei seu peito, descontado toda minha raiva nele, depois me afastei. - Já houveram muitos casamentos desse tipo, por que ele não nos deixa em paz?!

— Eu sei! Já tivemos casos assim, mas como terminaram?! Mortes! Para ambos os lados.

— Não está o defendendo... Está? - o olhei repreendendo.

— Claro que não! Mas essa foi a solução dele.

— Mas... Eu preciso dele!... Preciso... - O que deu em mim...? Por que eu estava desse jeito? Era difícil entender.

Olavo me abraçou novamente, acho que estava com pena de mim.

— Sempre tem um jeito... Sempre

***

Dazbogur estava mais cismado do que nunca em ser o líder, não importasse por quem passaria por cima. Não importava qualquer coisa.

Todos os homens ainda estavam na Ilha dos Dragões, mas o invejoso sabia de outra criatura que vive na ilha: a Jaguadarte, uma criatura tão bela quanto perigosa, tão sedutora quanto selvagem, tão sábia quanto insana; uma jovem de cabelos loiros , olhos de um azul e penetrantes, que representa todos os extremos femininos.

Não é difícil imaginar o que ele fez.

Dazbogur deixou o acampamento enquanto todos cuidavam de Stóico e foi até a gruta do eco, tem esse nome porque os seus gritos ecoaram por toda a eternidade se resolvesse despertar Jaguadarte.

Teimoso e egoísta, entrou disposto a usá-la para seus propósitos:

— Jaguadarte! Eu sei que está ai! Apareça, pois vim libertá-la!

Uma risada repercutiu por toda parte.

Que lindo… Pensando que pode me controlar… NÃO!... — Uma voz sedutora e doce, mas que gelava a alma de qualquer ser. - Pensa que pode mudar sua sina… Quer ser o líder da sua tribo de bárbaros… Você tem raiva de Stóico… Se aproveitou dos sentimentos puros de sua... “Querida” irmã. Ah… Se ela soubesse… Que VOCÊ forjou o ataque de dragão, com a intenção de atingir o tão amado marido dela... Um simples odre de vinho, duas pedras e esperar a hora certa… Genial… Ops! Nem tanto… Seu cunhado estava indo trazer o pão até em casa… E Valka cuidando do seu sobrinho… Mas e daí? Nunca a amou…

— Você é exatamente como a descrevem… - Ele insolente. Mais um riso.

Gostei de você… Olhe para cima… - Falou a última frase cantando.

Jaguadarte estava com em uma gaiola, tinha a forma de pirâmide e era presa ao teto; como se ela não fosse o bastante, ela era contida por correntes com partes de diamantes e sobre um fosso sem fundo com água envenenada pelo corpo apodrecido de um dragão.

A roupa dela era feita de seda: um lindo vestido em estilo romano, com um cinto de predarias e ouro, sua única alça era de bronze muito bem polido e para completar tinha uma gargantilha de laços laranja e pedras da mesma cor no cento; mas a base estava toda rasgada em diagonal, quase mostrando sua nudez, e os bordados dourados e prateados que sobraram estavam cobertos de sangue, aliás toda a roupa estava, mas isso não seria o bastante para fazê-lo desistir.

— Você deve ser bem travessa.

— Eu sou selvagem! Então... Vai me soltar ou não vai?

— Como? Caso não tenha reparado… É meio impossível.

— Me alimente… E poderei fazer isso sozinha.

— O que comes?

Eu adoro carne! Esse cheiro… É de carne defumada?

Ele entendeu o que ela queria, tirou de um saco de pano um pedaço suculento da sua comida e a jogou para cima, como estava com os dedos livres, a mulher conseguiu pegar a carne e levar até sua boca; em uma só mordida, ela se fortaleceu e partiu as algemas, entortou as barras e deu um salto sobre o fosso, caindo graciosamente em pé na frente de Dazbogur.

— Meu nome… É Jaguadarte!... - Falou ela em um tom sedutor e andou em sua volta o acariciando. - Você me libertou. Diga qual o seu desejo, que eu o atenderei sem retrucar, como faz parte do meu código de honra. - se curvou.

— Quero ser o líder de todo o meu povo e levá-los à glória!

Ela levantou o olhar e depois caminhou até ele e continuou as carícias, apoiando sua cabeça em seu ombro.

— Será atendido… Amor


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Notas finais do capítulo

Tam tam taaaaaaammm



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